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sábado, 10 de março de 2018

DO FUNDO DO BAÚ: CIVISMO


 
Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”. E de lá saem estas duas fotos de desfiles escolares, que eram comuns até algumas décadas atrás.
Vemos a delegação de alunos Salesianos em bicicletas e um outro grupo a pé, cuja escola não consegui identificar. Estão, segundo a legenda, na Piedade.
Tradicionais até a década de 60, os desfiles escolares que aconteciam no Centro por ocasião do 7 de Setembro, do Dia da Bandeira ou de outra festa cívica desapareceram.
O civismo parece agora uma coisa ultrapassada. Foi-se junto com muitos outros valores e nos deixaram esta crise atual. Era praxe cantar o Hino Nacional nas escolas, hastear a bandeira, respeitar minuto de silencio, ficar de pé ao ouvir o Hino Nacional, cultuar os símbolos da Pátria.
Certa vez o Helio comentou que: “Quanto a patriotismo, mantenho minha opinião há décadas: trata-se de um sentimento e não de uma obrigação. Cantar o Hino Nacional, desfilar com bandeira, aprender sobre os símbolos pátrios, nada disso vai tornar alguém patriota. Somente o orgulho de ser parte de um povo e de sua História, o respeito e admiração pelos seus próceres, etc e tal, torna alguém patriota. Não vejo no Brasil nenhum dos requisitos exigidos para um sentimento deste porte. Aí, repito a frase do Samuel Johnson: "O patriotismo é o último refúgio dos canalhas."

sexta-feira, 9 de março de 2018

FACULDADE NACIONAL DE DIREITO

 
Na década de 1940 a Faculdade Nacional de Direito funcionava à Rua Moncorvo Filho nº 8, no antigo edifício do Senado. Era um prédio velho, sujo, inadequado. Entretanto, em 1945 saiu a esperada verba para a remodelação do edifício. Os alunos foram então transferidos para o prédio da Fundação Getúlio Vargas, na Praia de Botafogo.
Porém, nada podia ser mais impróprio, pois centenas de alunos tinham que se mover num prédio de quatro andares, com um precário elevador e as salas de aula não tinham mais do que vinte carteiras. Era impossível estudar ali.
Então, em 1946, a FND foi alojada provisoriamente na Escola José de Alencar, na Praça Duque de Caxias (atual Largo do Machado), que vemos na foto. Nesta mesma dependência funcionava, desde 1939, parte da Faculdade de Filosofia (outra parte funcionava na Casa d´Italia (na Av. Presidente Antonio Carlos), que cedeu algumas salas à Faculdade Nacional de Direito.
O ambiente era péssimo, com carteiras empoeiradas, falta de luz e, quando todos os alunos resolviam comparecer, mais da metade ficava em pé, sem carteira. Não havia sala para conferências, banheiros para as alunas, biblioteca, chovia dentro das salas, os vidros das janelas estavam em pedaços.
Para desespero de todos as obras no prédio da Moncorvo Filho atrasaram. Não sei a data exata, mas creio que a Faculdade Nacional de Direito retornou para a Moncorvo Filho por volta de 1950.
Naquela época havia um grande problema de alojamento e manutenção das diversas faculdades nacionais, pois muito se falava na construção da Cidade Universitária. Diversas comissões foram criadas e desfeitas para o estudo da localização ideal. Notáveis arquitetos vieram ao Brasil para este fim, entre os quais Marcelo Piacentini (autor do projeto da universidade de Roma) e Vitorio Marpurgo, organizando este o projeto da Universidade na Quinta da Boa Vista.
Em 1946 uma comissão de arquitetos brasileiros propõe que a Cidade Universitária fosse construída sobre estacas na Lagoa Rodrigo de Freitas. Também se rejeitou o projeto de Le Corbusier para a Quinta da Boa Vista. Foram também examinados terrenos na Praia da Gávea, Piedade e Vila Valqueire. Ainda Manguinhos, Niterói e Morro da Viúva foram ventilados.
Finalmente ficou decidida a localização da Cidade Universitária na área resultante da unificação e saneamento do arquipélago de nove ilhas situadas em frente ao Instituto Oswaldo Cruz, entre a Ponta do Caju e a Ilha do Governador. 

quarta-feira, 7 de março de 2018

PRAÇA DA BANDEIRA




 
As quatro fotografias, do Acervo do Correio da Manhã, são da Praça da Bandeira, da década de 60.
A primeira foto mostra o andamento das obras da Praça da Bandeira em 1961. A parte da pavimentação está semiconcluída, restando arremates em continuação à Av. Radial Oeste e pequenos retoques. A urbanização da praça e também a colocação do chafariz que se está retirando da Praça XV são complementos que farão da Praça da Bandeira um ponto notável da Zona Norte, escrevei o Correio da Manhã. Todavia existe uma novidade na pavimentação para os veículos: concreto claro em contraste com o asfalto, servindo de faixa para pedestres e para livrar as ruas das trabalhosas pinturas e os pneumáticos das tachas do Serviço de Trânsito. É a "faixa bossa nova".
A legenda da segunda foto comentava que os "balões" (dos paulistas) e "la rotunda" (dos argentinos), de utilidade nas ruas de maior movimento para disciplinar o trânsito e encurtar distâncias, no Rio foram substituídos pelas "ilhotas" de cimento, que, ao contrário, dificultam o tráfego e são autênticas armadilhas para os automóveis. Esta da Praça da Bandeira é um exemplo.
A terceira foto serve para ilustrar que desde sempre este local foi de travessia difícil, perigosa. Nos meus tempos de plantonista no Hospital Souza Aguiar os atropelamentos eram frequentes, mesmo depois de, anos depois da foto, ter sido instalada uma passarela.
A caminhonete da quarta foto era um “camburão”?

terça-feira, 6 de março de 2018

KIBON






 
As fotografias de hoje, de 1972, mostram uma “sorveteira” da Kibon em seu trabalho pela Tijuca. Nesta época a Kibon tinha na linha de tabletes de chocolate o Ginkana, Lingote, Ki-Leite, Ki-Passas, Peteka, Croki-Bom, Ki-Caju e, na linha de bombons, o Ki-Coco, Kismet, Ki-Bamba, Kan-Kan, Kinkas e o Confeti. Não me lembro da maioria. Pena que a Dra. Evelyn não apareça mais por aqui. Poderia comentar cada um deles.

Nos meus tempos de criança os sorvetes da Kibon tinham nome: “Jajá”, de côco; “Kalu”, de abacaxi; “Tonbon”, de limão; além dos tradicionais “Chicabon” e “Eskibon”. Este numa caixinha de papelão azul e amarelo, retangular, embrulhado num papel. Eram vendidos nas carrocinhas amarelas com os sorveteiros de uniforme branco. Conservados gelados por meio do gelo seco que ficava dentro de uns estojos de metais acondicionados na carrocinha.

Havia um depósito, em Copacabana, na Rua Santa Clara, entre as ruas Barata Ribeiro e N.S. de Copacabana, onde eram guardadas as carrocinhas. Sobre as carrocinhas ficavam as balas da Kibon: as coloridas, chamadas de “Delicados”. Saquinhos com  amendoim doce (que eu detestava). As jujubas moles. Barras de chocolate com leite e umas outras barras com recheio de baunilha envolvidas com chocolate. Espetados nas caixas de papelão, os pirulitos de variados sabores - os de morango deixavam a língua vermelha. E os chocolates Ki-Bamba e Ki-Koisa, este com marshmellow.

Lá pelos anos 60 foram lançados os copinhos de creme e chocolate, com pazinhas de madeira que ficavam numa caixa sobre a carrocinha da Kibon. Sem nenhuma higiene, pois não eram envolvidas por papel, como hoje se vê.

Os concursos de palitos premiados da Kibon eram uma atração e aconteciam com frequência.

Na porta dos colégios havia sempre um sorveteiro, ao lado do carrinho de pipoca. Na São Clemente, em frente ao Santo Inácio, o sorveteiro era conhecido como “Madureira”. Figura simpaticíssima.

segunda-feira, 5 de março de 2018

TEATRO DE REVISTA



 
Na década de 50, anos depois do fechamento dos cassinos, virou uma febre o teatro de revista. Teatros como o Recreio, o Carlos Gomes, o Regina, o João Caetano, o República, o Glória e o Serrador abrigavam peças de teatro de revista. Também os teatros Jardel e o Follies, além de, por algum tempo, o Cinema Alvorada em Copacabana, exibiam este tipo de teatro.
As vedetes apareceram em profusão e nomes como Angelita Martinez, Mara Rúbia, Virginia Lane, Aizita, Annik Malvill, Blanche Mur, Brigitte Blair, Betty Faria, Marly Tavares, Consuelo Leandro, Ida Gomes, Carmen Verônica, Celia Coutinho, Diana Morell, Delly de Azevedo, Valentina, Gina Le Feu, Darlene Glória, Elizabeth Gasper, Eloina, Esmeralda Barros, Evelyn Rios, Gigi do Baccarat, Luely Figueiró,  Lucia Lamour, Lygia Rinelli, Maria Pompeu, Dorinha Duval, Marilu Bueno, Nancy Wanderley, Norma Benguell, Marina Montini, Márcia Rodrigues, Marivalda, Nelly Martins, Nédia Paula, Odete Lara, Nádia Maria, Rosinha Lorcal, Renata Fronzi, Rose Rondelli, Silvia Fernanda, Sonia Dutra, Sandra Sandré, Sonia Clara, Thelma Elita, Vanja Orico, Vera Vianna, Wanda Moreno, Yolanda Ferrer, Zélia Martins, se destacaram.
As fotos de hoje relembram algumas delas:
Foto 1: a comediante Suzy Kirby (de treinadora) e a "Seleção Brasileira das Certinhas do Lalau". De pé: Gina Le Feu, Eloína, Olívia Marinho, Carmem Verônica, Rose Rondelli e Sõnia. Agachadas: Elizabeth Gasper, Norma Marinho, Norma Bengell, Mary Marinho e Sônia Corrêa. As "certinhas", dez a cada ano, eram eleitas por Sergio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, e faziam grande sucesso.
Foto 2: em julho de 1960 chegaram ao Rio, importadas por Walter Pinto para atuar no teatro de revista, as argentinas Blanqueta, Ainda, Esther, Elvira, Amparito, Norma, Marilú e Nelida.
Foto 3: Em 1971 as atrizes Ligia Diniz, Vera Setta, Asmeralda Penslein e Tina Louise se apresentaram no Teatro de Bolso com a peça “Tem piranha na Lagoa”. O crítico Sábato Magaldi desancou os diretores Paulo Afonso Grisolli e Oduvaldo Vianna Filho: “Como é possível que dois intelectuais sérios, que tanto já contribuíram para nosso teatro, tenham embarcado nessa brincadeira de mau gosto, que não significa nada.”
Nosso antigo comentarista Derani evidentemente soltaria vários "YES!", "YES", "YES".
 

domingo, 4 de março de 2018

AMÉRICA


 
A primeira foto mostra o estádio do América anos 50. Ficava na Rua Campos Sales e funcionou até 1962, quando o América passou a utilizar o antigo campo do Andaraí, na Rua Teodoro da Silva.
A segunda foto foi enviada pelo Joel Almeida, a quem o “Saudades do Rio” agradece.
Conta o Joel que a foto é da esquina da Rua Teodoro da Silva em 1980, onde funcionou o campo do América, comprado do  Andarahy Atlético Clube, ali instalado desde 1909. No início dos anos 90 o terreno foi vendido para a construção do "Shopping Iguatemi", inaugurado em 1996. O nome foi mudado e atualmente é "Boulevard Rio Shopping".