Total de visualizações de página

sábado, 6 de agosto de 2022

SÁBADO DE FUTEBOL ANTIGO

O desafio é identificar os craques dos anos 50 e 60. O Candeias acertaria todos, o Lino provavelmente também, e quem mais?

Não vale consultar o Google.


1


2



3

4


5


6



7

8


9



10

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

RUA SÃO CLEMENTE

Segundo Paulo Berger não se sabe quando foi aberta a Rua São Clemente, cuja denominação invoca a Capela de São Clemente, existente desde 1685 na antiga Quinta de São Clemente, de propriedade do Padre Clemente Martins de Matos. Foram seus herdeiros que no início do século XIX cederam o caminho particular que dava acesso à casa e à capela de São Clemente, permitindo uma comunicação melhor para a Lagoa Rodrigo de Freitas.

Antigamente a rua terminava no lugar denominado Piaçaba. Em 1868 foi desmembrada a parte entre a Lagoa e o Largo dos Leões, que passou a chamar-se Rua Humaitá. Por volta de 1895 passou a chamar-se Rua Raul Pompeia e em 1917 teve o nome de Rua Rui Barbosa. Em 1922 foi restabelecido o nome tradicional de Rua São Clemente.

Esta foto é obra do Conde di Lido que uniu as duas fotos abaixo enviadas pelo prezado Francisco Patricio. São do acervo do grande colecionador A. Silva. A ambos o "Saudades do Rio" agradece. Mostram o início da Rua São Clemente por volta de 1908. 


À esquerda temos o estabelecimento comercial onde se vendiam produtos como os "biscoutos e chocolates Leal Santos " e o "delicioso café de café Leal Santos". Notem o puro falar/escrever lisboeta em "à venda em toda parte".

Este "café de café" tem uma explicação, segundo Toty Maya: "Quando o resultado desejado, não é um pó de café puro, misturam-se aos grãos as cascas do mesmo e folhas de chicória no processo de torrefação, para acentuar o sabor amargo".

O próprio Silva, dono da foto, esclarece que "Café de Café" é uma expressão que foi muito usada em Portugal para distinguir de outras bebidas "visualmente" semelhantes tais como chicória e cevada. Geralmente era feito um "blended", por motivos econômicos, do tipo: 20% de café (para dar aroma), 40% de chicória e outro tanto de cevada". 

Leal Santos era uma indústria alimentícia do Rio Grande do Sul, que produzia petit-pois, enlatado em vários tamanhos (começava com 0/0, que eram minúsculos e saborosíssimos) e outras guloseimas como pêssegos em calda. 



Do lado direito do início da Rua São Clemente, além da Padaria Guanabara, vemos na foto uma série de carroças para variados fins. Será que eram para transportar mercadorias do cais que existia no largo do início da São Clemente, cais este onde encostavam as barcas que faziam a ligação daquele bairro com a Praça XV (Cais Pharoux)? 

No século XIX, na Praia de Botafogo, existiam 3 pontes de atracação para embarque e desembarque dos passageiros das lanchas que, com os ônibus de tração animal, eram os únicos transportes coletivos entre o Centro e a Zona Sul, antes do aparecimento dos bondes a burro da Cia. Jardim Botânico em fins de 1868. Das três pontes, a mais movimentada era a que ficava à entrada da São Clemente. Ou seja, naquela época usava-se um meio de transporte adequado para a geografia do local. Por que foi abandonado?


Alguns anos depois (talvez na década de 50) vemos este local no início da Rua São Clemente. Não mudou demasiado. O borracheiro da esquina ficou por muitos e muitos anos no local. Os proprietários dos imóveis da esquerda eram amigos do Rouen e ele conta que houve uma grande conscientização do arquiteto em não descaracterizar ou modificar o prédio para fazer a instalação no local.

P.S.: seria um Morris ou um Chevrolet estacionado na frente do borracheiro?

Preso no prédio da borracharia, na pilastra junto a senhora, temos uma caixa de correio, tal como a outra que vimos esta semana.

Esta foto e a seguinte são de um trabalho escolar, para o Colégio Santo Inácio, feito pelo JBAN, já nos anos 70. Em ambas vemos o início da Rua São Clemente, em Botafogo. O "Saudades do Rio" agradece ao JBAN o envio das fotos.



A foto mostra a entrada da Rua São Clemente, com o Morro do Corcovado ao fundo, numa posição semelhante a uma clássica foto de Malta.

Notar, à direita, a placa indicativa da Guarda Noturna, feita pelo Touring Clube. A Guarda Noturna teve sua época de ouro no Rio de Janeiro nos anos 50 e 60 quando milhares de casas ostentavam em suas fachadas a plaquinha metálica com as letras G.N., garantindo que eram protegidas por seus guardas, famosos pelos apitos que se ouviam durante as rondas.

O JBAN mexe na caixa de memórias e lembra seus tempos de menino em Botafogo: "Nos casarões à esquerda tínhamos a Pneu Sola (borracheiro), Madeiras Bissau, Panificação Industrial, Ao Quebra Galho (ferragens), Auto Escola Duarte, Academia Kobu-kan, entre outras casas comerciais.

No prédio à direita a Foto Olivéra e a Ótica Suissa de Precisão (óculos e revelações), mais adiante o restaurante Bismarque (Cozidos e Peixadas), no predinho “déco”, uma sapataria super antiga que fazia sapatos para senhoras à mão e pertencia a uns senhores alemães. As vitrines eram belíssimas e a loja fechou com a morte dos velhinhos. 

E a Malharia Mena e o Cajado de Ourto. Ainda à esquerda havia o "Hospital das Bonecas”, que consertava bonecas, brinquedos e restaurava objetos. Um pouco depois à direita, a Velha Bahia, de móveis coloniais, onde nos fundos havia um encadernador que encadernou muitos livros e nossa coleção da Conhecer, que mantenho comigo até hoje. Seguindo à direita, antes da Bambina, uma papelaria que chamávamos "do Arrumadinho", uma alusão ao dono, português, super metódico, que mantinha em um espaço exíguo um super estoque de papéis, materiais escolares e de escritório, brinquedos e miudezas em geral. As estantes de madeira iam até o teto e eram muito interessantes."


Como o Rafael Netto já não mais fotografa os locais das fotos antigas usamos uma imagem do Google Maps para mostrar o aspecto do local atualmente.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

MANSÃO LYNCH - BOTAFOGO

Botafogo é um bairro que a partir do século XIX iniciou seu desenvolvimento após a construção da Casa de D. Carlota Joaquina, esposa de D. João VI, na altura da atual Rua Marquês de Abrantes, que levou a outros nobres se interessarem pelo bairro.

As imensas chácaras da região começaram a ser loteadas, ruas foram abertas, bondes e barcas serviam a região, grandes mansões foram construídas e algumas delas sobreviveram até hoje, como a que vemos nas fotos de hoje.

Trata-se da mansão Lynch, na Rua São Clemente nº 388, onde hoje funciona a Escola Alemã Corcovado. Muito do texto é parte da notável pesquisa do prezado Cau Barata, autor de vários livros sobre o Rio Antigo, todos formidáveis.

As fotos fazem parte do álbum fotográfico dos jardins e interiores da residência de Sir Henry H. Lynch, situada na Rua São Clemente no. 388, Rio de Janeiro, por ocasião de sua venda, em 1936. Realizado pelo fotógrafo Huberti, da Photo Studio Huberti, a coleção foi duplicada para doação aos descendentes e à Biblioteca Nacional.



Segundo o Cau Barata, a extensa propriedade, resultado do desmembramento de antiga chácara de Botafogo, foi ocupada pela Família Lynch a partir de 1908, quando lá se instalaram Adèle Teresa Gosling (1843-1925), viúva do engenheiro inglês Edward James Lynch, e seus três filhos, Edward, Henry, e Cyril.

A chácara se destacaria pela atuação social do filho do meio, Henry Joseph Lynch (1879 – 1958). Colecionador e bibliófilo, foi líder da colônia britânica, representante dos Rothschild e detentor do título de Cavaleiro do Império Britânico. Ele seria o anfitrião de empresários e políticos, em requintadas festas e agradáveis garden party, tendo recepcionado o duque de Kent e os príncipes de Gales em suas visitas ao Brasil. De uma delas falamos em https://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2022/06/principes-ingleses-no-rio-1931.html


Em 1935, em reação à notícia da venda da propriedade, o jornal A Manhã declarou:

A fama da maravilhosa residência do sr. Lynch já transpôs as nossas fronteiras e, nos círculos sociais do Velho Mundo, sempre se comentou o esplendor do grande solar e, sobretudo, as belezas de seu parque, o mais belo e deslumbrante da cidade, como particular, oferecendo aos visitantes uma visão magnifica e espetacular. 


Em 1936, o governo americano assumiu a propriedade, e demoliu a residência para construção de novo edifício para a sua embaixada; a partir de 1973, a propriedade passou a sediar a Escola Corcovado.


Esta casa ficava num trecho de grandes mansões, junto ao morro de Dona Marta, ao lado da Embaixada Britânica (depois Palácio da Cidade - sede da Prefeitura), perto da Embaixada de Portugal, vizinha da sede da empresa Forever Living. 


Os interiores sobriamente decorados exibiam obras de sua coleção, como as de cenas do Rio de Janeiro, de Eugenie Ciceri, na sala de estar; e a dos índios de Johann Rugendas, entrevistos através da porta, em uma parede de fundo.

 



Como conta M.F. Vieira Martins, "Nesta época, as casas tipo palacete, como a retratada acima, ganharam recuos, colocando-se em centros de terreno, promovendo maior privacidade a seus moradores, distanciando-os dos ruídos e dos odores externos e contribuindo, assim, para uma separação cada vez maior entre o público e o privado. A casa passa a ter os seus cômodos agrupados em torno do estar e do lazer, do repouso e da higiene pessoal e dos serviços domésticos, tendo sua independência garantida pela valorização do hall, do vestíbulo e do corredor de passagem, instrumentos de transição entre os recintos de maior e menor privacidade. A busca pela claridade e luminosidade aumentava, com a abertura de grandes janelas e a utilização das sacadas, além da introdução dos vidros e espelhos na decoração. Os jardins também passaram a cumprir funções de ventilação e iluminação, assim como de espaços para o lazer familiar. Já em 1920, o país assistiria à consolidação e expansão do uso da eletricidade no espaço doméstico das grandes capitais, o que mudaria os hábitos principalmente quanto ao lazer noturno e a utilização de máquinas nas cozinhas.


A casa ganhou um salão externo para as festas e contava com uma piscina coberta.


Em foto garimpada pela tia Nalu vemos Sir Lynch, sorridente, à porta da sua Fazenda Boa Fé, em Teresópolis. Henry Lynch foi um dos fundadores da Cultura Inglesa. Possuía uma bela coleção de obras de arte e uma excelente biblioteca, que foi doada àquela instituição quando ele morreu. A coleção de arte atualmente pertence ao Instituto Brennand. Henry J. Lynch foi sócio da Cia. Fiat Lux e representante da Casa Rothschild & Sons.



terça-feira, 2 de agosto de 2022

TIPOS DE BONDES ESPECIAIS por Helio Ribeiro

 

TIPOS ESPECIAIS DE BONDES

INTRODUÇÃO

Os visitantes do SDR que chegaram a ver bondes em circulação naturalmente os consideravam como voltados ao transporte diuturno de passageiros. Mas isso não é verdade. Ao longo das décadas existiram vários tipos de bonde com diferentes propósitos. Alguns foram desativados ao longo do tempo, seja porque o Estado assumiu as funções que eles executavam, seja por decisão da própria Light/Jardim Botânico.

Na postagem de hoje, vamos mostrar esses tipos pouco conhecidos (e até mesmo desconhecidos) de bondes. Vários deles nenhum de nós jamais viu circulando, pois foram extintos antes que nascêssemos.

 1) SERVIÇO POSTAL

Como seu próprio nome indica, eram auxiliares dos Correios, transportando volumes e correspondência entre pontos determinados da cidade. Na foto abaixo, vemos um desses bondes em frente ao antigo prédio da estação da Central do Brasil.


2) IRRIGADOR

Eram bondes destinados a espargir água nas ruas, a título de limpeza. A foto abaixo mostra um deles em serviço, no dia 21/04/1910, em local não identificado.


Esses bondes também podiam ser usados como pipas d'água. Na foto abaixo, tirada em 05/11/1939, um deles fornece água a moradores de um subúrbio.


3) BONDE PARA SOLENIDADES

Tipo bastante antigo. A foto abaixo é de 07/06/1912. Desconheço se podia ser alugado ou se era usado para transportar autoridades. 


Luxuoso interior do bonde de solenidades.



4) AMBULÂNCIA

Auto-explicativa. A foto abaixo é muito conhecida e foi tirada em 1922, na Praia do Flamengo. De pé, o presidente Epitácio Pessoa, o prefeito Carlos Sampaio e o Diretor da Higiene e Assistência Municipal, Adalberto Ferreira. Desconheço o uso exato desse tipo de bonde, mas certamente não se destinava a pegar doentes em casa. Talvez trafegasse entre hospitais.


Observem que tanto esse bonde acima como o de solenidades possuem o número de ordem 731. Provavelmente o de solenidades foi transformado no de ambulância.

Curiosidade: eu me lembro de que na minha infância, quando vinha chegando uma ambulância, a gente usava a frase "Lá vem a assistência". A palavra "ambulância" não era usada, pelo menos no meio onde eu vivia.

 5) TRANSPORTE DE LIXO

Ao longo do tempo houve mais de um tipo de bonde com essa finalidade. Desconheço como o lixo era colocado neles. Aparentemente o conteúdo era descarregado no aterro do Caju.

A foto abaixo mostra um desses bondes descarregando sua carga, no dia 18/12/1945.

Já na foto abaixo, da década de 1950, vemos outro tipo, circulando pelas ruas.


6) BASCULANTE

Destinava-se a carregar pedra, areia ou outro material que pudesse ser basculado. Era usado principalmente pela própria Light/JB, durante trabalhos de conservação da via. Mas podia ser alugado por empresas. A foto abaixo é de 1940.



7) BAGAGEIRO

Era um tipo muito comum de bonde, destinado ao transporte de mercadoria, principalmente produtos vendidos em mercados, armazéns ou quitandas. Tinham linha, itinerário e horários pré-determinados, como se fossem bondes de passageiros. Possuíam letreiro com o nome da linha, mas não tinham capelinha.

Havia bagageiros pequenos e grandes. As fotos abaixo os mostram.


A linda foto abaixo mostra vários bagageiros estacionados no antigo Mercado Municipal da Praça XV. Observe que há três pares de trilhos em paralelo. Por aí dá para presumir a intensidade de tráfego desses bondes na área do mercado.



O 758 está fazendo a linha São Luiz Durão, o 757 está na linha Piedade e ao fundo o 778 se destina à Gávea. Os dois primeiros são do tipo grande e o último é pequeno. Um outro do tipo grande aparece parcialmente no lado direito da foto.

8) TAIOBA

Dos tipos aqui mostrados, abri uma exceção para os taiobas, que podiam transportar passageiros e pequenos volumes. Não eram abertos como os bondes normais de passageiros e sua capacidade de lotação era menor, de forma a deixar no meio do carro um espaço para os volumes transportados. O preço da passagem era a metade do normal, por serem considerados bondes de segunda classe. Dizem que eram de cor marrom, e não verde como todos os demais bondes.

Os taiobas possuíam linha, itinerário e horário pré-determinados, tal como os bagageiros, e tal como eles também não possuíam capelinha. Foram descontinuados em 1955. Não me lembro de os ter visto circulando.

Havia variações de modelo de taioba, como veremos abaixo.

A foto a seguir, tirada no Carnaval de 1932, mostra um taioba da linha Cascadura.


Abaixo um taioba da linha Vila Isabel x Engenho Novo, em foto de 22/10/1951.


Abaixo um taioba da linha Piedade, trafegando na rua Adolfo Bergamini.


9) BONDE DE CEROULA

Tipo de bonde que começou a circular em 06/08/1900 e que servia aos frequentadores do Teatro Municipal. Por ser considerado de luxo, seus bancos eram cobertos com panos de brim branco e o assoalho era coberto com tapetes. O brim era amarrado nos lados dos bancos por cadarços semelhantes aos que prendiam nas pernas as ceroulas então usadas pelos homens, daí o apelido. Este tipo de bonde trafegou até a época da Segunda Grande Guerra.


CONCLUSÃO

A diversidade de tipos de bondes aqui mostrada prova que eles eram pau para toda obra. Infelizmente aqueles de nós que chegamos a vê-los já o fizemos nos seus estertores, quando tanto a Light/JB quanto o governo já não se interessavam por eles. Os motivos para isso foram vários e estão fora do escopo desta postagem.

Crédito das fotos: as fotos mostradas na postagem foram obtidas no Museu da Imagem e do Som, no Arquivo Nacional, no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, no livro "História do Transporte Urbano no Brasil", de Waldemar Corrêa Stiel, ou na internet.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

PALÁCIO SÃO JOAQUIM


O Palácio São Joaquim é o palácio arquiepiscopal do Rio de Janeiro e assim se transformou na gestão do Cardeal Arcoverde. O palácio ocupa vasta área de terreno no ângulo das ruas da Glória e Benjamin Constant. Compõe-se de dois corpos: um paralelo à Rua da Glória, onde estão a capela e os salões de espera e de recepção, e outro, paralelo à Rua Benjamin Constant, onde estão os aposentos particulares do Cardeal e do seu pessoal de casa. O endereço é Rua da Glória nº 446.

Também chamado de Palácio da Mitra Arquiepiscopal, é um prédio em estilo eclético tombado há pouco mais de uma década por um decreto da Prefeitura. Cabe à Mitra Arquiepiscopal administrar o patrimônio físico da Igreja Católica, como os templos, os museus municipais de arte sacra, e até cuidar dos direitos de exploração comercial da estátua do Cristo Redentor, principal ponto turístico na cidade.

Onde está o Palácio Cardinalício de São Joaquim, existiu desde a Regência, o palacete Baía, residência do Visconde de Meriti, Manuel Lopes Pereira Baía. Contam que foi no solar do Barão de Meriti, onde se serviu pela primeira vez sorvete no Rio de Janeiro, em 1824. Dizem que, após assistir à missa no Outeiro da Glória, o imperador se dirigia à casa do Barão de Meriti para tomar sorvete.

Foi depois sede do Ministério das Relações Exteriores até princípios da República, quando, em 1897, virou o “English Hotel”. Foi demolido em 1912, subindo ali o atual Palácio São Joaquim, prédio em estilo eclético do arquiteto espanhol Adolpho Morales de Los Rios. As fotos mostram a entrada do palácio.

Em 26 de outubro 1915, por ocasião do Jubileu Episcopal do Cardeal Arcoverde, após um “Te Deum” na Catedral, um grande préstito acompanhou o Cardeal até o Palácio São Joaquim que seria, então, inaugurado. O préstito seguiu pelas ruas Primeiro de Março, Visconde de Inhaúma, Avenida Rio Branco e Av. Beira-Mar, até ao Largo da Glória. Em seguida houve uma recepção.


Mandado construir em 1912-1918 pelo Cardeal D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcante. O projeto foi do arquiteto Adolpho Morales de Los Rios, sendo construído por Heitor de Melo, que introduziu muitas modificações no palácio, em estilo neo-Luís XV. Possui pinturas internas de Benedito Calixto de Jesus e Carlos Oswald.


Em outubro de 1952, ano de sua ordenação episcopal, Dom Hélder Câmara fundou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com sede no Palácio Arquiepiscopal do Rio de Janeiro e realizou ali a primeira reunião. Teve a ajuda do então subsecretário de Estado do Vaticano, Monsenhor Giovanni Batista Montini, futuro papa Paulo VI.

Fotos em preto&branco foram pesquisadas na revista Fon-Fon por Conceição Araújo, a quem o "Saudades do Rio" agradece.

O interior do Palácio São Joaquim é lindo, mas não há visitação pública.


Aspecto da capela existente no interior do palácio.

Durante a Jornada Mundial da Juventude, mais especificamente no dia 26 de julho de 2013, Dia de Santana e de São Joaquim, dedicado aos avós, o Papa Francisco rezou do balcão do palácio, ao meio-dia, a oração do Angelus para uma multidão que aguardava na praça em frente.

PS: a residência do cardeal do Rio de Janeiro por uns tempos foi  no Sumaré, mas acho que o cardeal atual, D. Orani, voltou a morar no Palácio São Joaquim.