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sábado, 31 de dezembro de 2022

FIM DE ANO


O "Saudades do Rio", que teve uma passagem rápida pelo "fotolog.net" e pelo "Multiply", está oficialmente no ar desde 2005, inicialmente no "Terra" até 2013, com um estágio no "UOL" entre 2014 e 2017, e por aqui desde então.

Pelos meus alfarrábios foram 10276 fotos publicadas. Foram milhões de visualizações e milhares de comentários.

Uma história e tanto sobre o Rio antigo. Os comentários, além de fatos históricos, contam as impressões dos cariocas sobre sua cidade. É uma documentação de respeito.

Com esta foto, da nomeada pelo Eraldo como a "musa do SDR", e a pedido do Mário, encerramos o ano de 2022.

Que 2023 seja de paz, conciliação e muita saúde para todos.

PS: não sei que colorizou esta foto.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

PELÉ


 

O "Saudade do Rio" homenageia o maior jogador de futebol de todos os tempos.

Tive o prazer de acompanhar a carreira dele, desde antes da Copa do Mundo de 1958.

Poucos foram os jogos da seleção brasileira ou do Santos a que não assisti no velho Maracanã.


IGREJA DE N. S. DE COPACABANA

 

Vemos a Praça Malvino Reis (atual Serzedelo Correia) na virada para o século XX com algumas das casas pioneiras de Copacabana e a igreja de Nosso Senhor do Bonfim (construção mais alta à esquerda), ainda em sua forma original de capela, com um estilo que lembra o Manuelino.


Em estupenda fotografia enviada pelo Silva, vemos Copacabana por volta de 1918. Em primeiro plano, à esquerda, a Av. N.S. de Copacabana. Marcada em vermelho vemos a igreja de N.S. de Copacabana, edificada deste modo entre os anos de 1910 e 1920, substituindo a antiga Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, da época da chegada dos bondes. Em 1918 uma nova imagem de N. S. de Copacabana chegou da Bolívia, sendo colocada na Matriz de N. S. de Copacabana. 


Foto da igreja de N.S. de Copacabana feita pelo bisavô do Tumminelli, o ilustre Sr. William Nelson Huggins. Ficava esquina da Rua Hilário de Gouveia com Avenida N. S. Copacabana, defronte à Praça Malvino Reis (atual Praça Serzedelo Correia).


Saída da missa em 1924. À missa dominical das 11 horas da manhã dava-se um verdadeiro “rendez-vous” entre as famílias do bairro. Imagens da revista “Beira-Mar” mostram senhoras, senhoritas, rapazes e crianças impecavelmente vestidos e em clima de confraternização.


Foto publicada pelo Tumminelli, do acervo da família Antonio Carlos e Toty Maia. A revista “Beira-Mar” assim noticiou este casamento dos pais do Antonio Carlos:

"O casamento da senhorinha Nair Barros Martins Costa, filha da viúva Major Clemente da Costa, com o Dr. Tenente Tito Ascoli de Oliva Maya, filho da viúva Antonio de Almeida de Oliva Maya, foi um dos mais importantes realizados até hoje em Copacabana. O aspecto da matriz era deveras encantador.

Figuras de destaque do nosso “grand-monde” enchiam o mais lindo templo do mais formoso bairro do mundo. O movimento do trecho comprehendido entre as ruas Hilário de Gouveia e Siqueira Campos era intensíssimo. Tinha a impressão duma sahida da missa aos domingos, dada a elegância e belleza que se revestiu o acto religioso (...)".


Foto garimpada pelo Reinaldo Elias na Biblioteca Nacional da Holanda. Vemos a Rua Hilário de Gouveia em dia de feira, com a Praça Serzedelo Correia à esquerda e, à direita, a igreja matriz de N.S. de Copacabana. Ao fundo a “Agulhinha do Inhangá”.


Foto da saída da missa da Igreja de N. S. de Copacabana em meados do século XX. 


Foto do húngaro Gyorgy Szendrodi, por volta de 1970, mostrando a igreja em seus últimos dias neste local.

Segundo Brasil Gerson, a paróquia de N.S. de Copacabana e Santa Rosa de Lima foi criada em 1908 por decisão do Cardeal Arcoverde. Havia no local, desde 1894, uma capelinha na Praça Malvino Reis (depois Praça Serzedelo Correa) construída por devotos da Irmandade do Senhor do Bonfim de São Cristóvão.

Em 1909 começou a construção da Matriz definitiva segundo um projeto do arquiteto Gastão Baiana. É a que aparece nesta foto.

Logo após esta foto a igreja foi demolida levantando-se no seu lugar, junto com um edifício comercial para o financiamento de suas obras, uma outra igreja de estilo muito moderno, simples, segundo projeto do arquiteto Maurício Roberto, inaugurada em 1977. 

A igreja em estilo gótico era muito mais bonita. O edifício comercial é um borror, abrigando um comércio estranho. Não sei se ainda continua, mas havia até uma loja de sexo explícito. Parte do edifício, além de estacionamento rotativo, abrigou a sede do Metrô Rio. A atual igreja ficou espremida no meio da quadra defronte à Praça Serzedelo Correia.


Imagem atual do Google Maps. A venda da antiga igreja deve ter rendido um bom dinheiro para a paróquia de Copacabana.

 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

ENCHANTED VALLEY - ALTO DA BOA VISTA

Nos anos 60 ocorreu o lançamento do Enchanted Valley no Alto da Boa Vista. A propaganda nos jornais era intensa.


Chegando ao Alto da Boa Vista, pela Estrada das Canoas, pela Estrada das Furnas ou pela Rua Conde de Bonfim, dirija-se à Estrada da Paz. 2500 metros depois, por estrada de concreto, você estará no Enchanted Valley.


O Enchanted Valley pertencia à Texas Ranch – Desenvolvimento Territorial e Agrícola S/A, com capital de 50 milhões de cruzeiros. A construção estaria a cargo da firma Cavalcanti Junqueira S/A.

Projeto aprovado conforme processo nº 7.704.020/63 em 20 de março de 1964.


O arquiteto foi Hernan Ocampo Landa e, ao adquiririr um apartamento também se torna proprietário de um clube com sede própria, salão de festas, bar, restaurante, piscinas, sauna, quadra de tênis, de vôlei, sala de jogo, etc.

Os jornais de março de 1964 estamparam fotos da ida de Brigitte Bardot ao Enchanted Valley, onde adquiriu por Cr$ 4800 mil um apartamento. Ela afirmou que ali ficaria sempre que viesse passear no Rio com seu namorado Bob Zaguri.

O projeto previa a construção do Edifício Margueritte, seguido do edifício Rose, além do próprio Enchanted Valley Club.


Os anúncios eram como este nos jornais do Rio:

“Aqui mesmo no Rio Texas Ranch abre as portas do Paraíso... é o Enchanted Valley. Onde você adquire um apartamento de sala, 2 quartos, 1 quarto reversível, copa, cozinha, banheiro social, banheiro de empregada, área de tanque”.

E torna-se também proprietário de um clube com sede própria, salão de festas, bar, restaurante, piscina para crianças, piscina para adultos, sauna, quadra de tênis, quadra de basquete, quadra de volley, sala de jogos, etc.”. 

Construção Cavalcanti Junqueira, vendas Rosa Filler.


O Motel Clube Minas Gerais, em determinado momento, associou-se ao "Enchanted Valley Club", no Alto da Boa Vista, proporcionando a seus sócios "piscina, playground, tardes dançantes, serviço de bar e restaurante."

No Alto da Boa Vista, a 15 minutos da Praça Saenz Peña, em meio à exuberante floresta da Tijuca, os sócios do Motel Clube de Minas Gerais, encontram o refúgio ideal no Vale Encantado.

Moderníssima sede social, restaurante panorâmico, bar, boite, salão de fests, duas piscinas, quadras de vôlei, tênis, basquete, ring de patinação, tiro ao alvo, hípica, boliche elétrico, malho, bocha, golfinho, fisioterapia, sauna, duchas.


O clube oferece sauna finlandesa, duchas e massagens. Sua piscina tem 500 metros quadrados de superfície e era a maior da Guanabara em 1968. 

Àquela época previa-se a construção de uma piscina olímpica e de 120 apartamentos para uso dos sócios.


Nos anos 80 parece que a frequência baixou o nível, havendo reclamações nos jornais. No final dos anos 80 o local entrou em reformas.

Diminuíram as citações nos jornais. Na década de 90 o JB dava a dica: “para quem preza pela total privacidade: suba o Alto da Boa Vista e vá até o Enchanted Valle. O local é um famoso refúgio de casais que não querem ou não podem ser vistos juntos de maneira alguma.”

Não sei como a situação está no momento. Parece que há um condomínio de bom padrão no local.

Na vizinhança há uma Cooperativa que organiza eventos educativos com foco em turismo sustentável e gastronomia natural. Utiliza boas práticas sustentáveis como: biodigestor e aquecimento de energia solar, na Floresta da Tijuca, a maior floresta urbana do mundo.

Não sei, também, se nas vizinhanças foi criada alguma "comunidade", como tantas que surgiram no Alto da Boa Vista. 

NOTA: fotos de Gyorgy Szendrodi e da revista "A Cigarra".

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

RIO 1966

As imagens de hoje são do filme "Rio, Verão e Amor", uma comédia musical dirigida por Watson Macedo, que retrata o Rio de então, com muita praia e a música numa "guerra" entre os adeptos do "iê-iê-iê" e da "bossa nova". 

O filme é de 1966 e tinha no elenco Milton Rodrigues, Elizabeth Gasper, Walter Foster, Anabela, Augusto César, Suzy Arruda, etc.

 Participações musicais: Renato e Seus Blue Caps, Zumba-5, The Brazilian Bitles e Bossa-3.

O cartaz do filme foi desenhado pelo Ziraldo.


 A maior parte do final se desenrola no trecho entre o Castelinho e o Arpoador. O calhambeque vermelho que vem em direção ao Castelinho era de um dos personagens do filme.


 O trio de "bossa-nova" é o famosíssimo Bossa 3, com Luiz Carlos Vinhas ao piano. Este trio acompanhou grandes artistas e fez temporadas brilhantes em locais como o "Flag", em Copacabana.


O grupo de jovens está no Barril 1800, que substituiu o folclórico "Mau Cheiro", em meados da década de 60.
 

 Vemos um dos galãs do filme descendo do carro naquele Posto Shell, da confluência das ruas Gomes Carneiro, Rainha Elizabeth e Vieira Souto, que sobreviveu até há poucos anos.


 Aqui o grupo do "iê-iê-iê" esta no Bar Castelinho, nos últimos tempos em que Ipanema era ainda a Ipanema dourada. A partir de 1967 este local seria invadido por turistas, nacionais e estrangeiros, e de local "in" passou a ser "turistão", com um chope caríssimo.


O Arpoador da minha juventude, um pedaço do Paraíso. Pouca gente sabe que as pedras do Arpoador tinham nome: Samarangue, Piscininha, Pontal e Piniquinho. 
Para não machucar os pés andando pelas pedras o macete era usar uma "Alparcatas Roda" onde adaptávamos um cadarço para nos protegermos dos mariscos.
Nesta época, até as 14 horas, ficava estacionada junto ao Posto 7, a carrocinha da Kibon, do Souza, que à tarde ia para a Lagoa. Contam que vendia algumas "cositas" além dos produtos Kibon.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

LAGOA VISTA DA JANELA

No final da década de 60 e início da década de 70, a Lagoa passou por grandes transformações com a duplicação da Av. Epitácio Pessoa e a construção do viaduto Augusto Frederico Schmidt.

Como naquela época o tamanho dos filmes de fotografias eram de 36 poses, muitas vezes demoravam a acabar, o que me levava a ir na janela e fotografar para logo revelar o tema principal do rolo. Daí resultaram muitas fotos.

Quem diria que com os blogs as fotos seriam documentos históricos?


Os prédios altos entre o Corte do Cantagalo e a Curva do Calombo começavam a surgir. Um daqueles lá no fundo ficou como "esqueleto" por muitos anos, foi demolido e substituído por outro.

A duplicação da Epitácio Pessoa recém-inaugurada. A Favela da Catacumba ainda estava lá. A pedreira, desativada, já abrigava um concessionária de automóveis.


Ali onde estão os faxineiros, diariamente após as 15 horas, ficava estacionada a carrocinha de Kibon do Souza, que de manhã atendia no Arpoador.

A vista para o lado dos Dois Irmãos. Logo após esta foto aquele retorno seria refeito e desapareceria o estacionamento entre as pistas neste trecho. Era comum o estacionamento com duas rodas sobre a calçada, pois vários edifícios da região tinham garagens pequenas.

Este trecho por onde passa o caminhão, entre o início do viaduto e a Rua Gastão Bahiana, alaga há mais de 50 anos quando chove forte e a maré está alta.

Tempos do império dos fuscas.


Por conta das obras esta área ficou com péssimo aspecto por muito tempo. Houve até a tentativa de aterrarem toda esta parte até à altura da Rua Joana Angélica, mas a reação foi grande e acabaram por aterrar somente uma parte para a ciclovia e algumas quadras de esporte.