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sábado, 11 de novembro de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: BOMBONNIÈRE

 
Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ. E de lá sai esta fotografia de uma antiga bombonnière de cinema, onde se podia comprar Drops Dulcora, jujubas ou bombons Toffee e desfrutar do filme em silêncio.
Hoje, em mais uma moda importada dos americanos, são comprados baldes enormes de pipoca e litros de Coca-Cola. O barulho durante o filme é desagradável e contínuo, as salas são pequenas.
A experiência de ir ao cinema era bem diferente dos dias de hoje: cinemas de rua, salas amplas, luxuosas, com  lanterninhas, bebedouro com água gelada, jornais cinematográficos como o "Atualidades Atlântida", o "Actualités Françaises", o "Canal 100". Sessões com horário de 2-4-6-8-10 ou 14-15,40-17,20-20-21,40.
Era um tempo em que, por ser proibido a menores de 14 anos entrar sozinhos em cinemas, havia que ficar junto à bilheteria e pedir para entrar junto com algum adulto. E da falsificação da idade na carteira de estudante para garantir a entrada em filmes proibidos para determinada faixa etária, principalmente nos filmes proibidos até 18 anos (era uma vergonha, que todos temiam, ser barrado pelo porteiro e ter que voltar à bilheteria para receber o dinheiro de volta...).
A foto de hoje mostra uma das clássicas "bombonnières" de antigamente. Alguém se arriscaria a dizer a que cinema pertencia?
Era o tempo do pessoal da Zona Sul frequentar o Miramar, Leblon, Astória, Bruni-Ipanema, Pax, Pirajá, Ipanema, Alvorada, Caruso, Riviera, Alaska, Royal, Roxy, Rian, Bruni-Copacabana, Condor-Copacabana, Flórida, Paris Palace, Danúbio, Veneza, Bruni-Flamengo, São Luiz. Politheama, Botafogo, Nacional, Coral, Scala, Guanabara, Ópera, etc.
Por outro lado há, hoje em dia, o conforto de estacionar num “shopping”, marcar lugar, sentar em poltronas muito confortáveis, o que também tem seu valor.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

CINELÂNDIA



 
A primeira foto, mais uma estupenda colorização do Nickolas Nogueira, mostra a Cinelândia nos anos 50.
Em cartaz no cinema Odeon o filme "Investida de Bárbaros", de 1953, no original "The charge at Feather River", com Guy Madison, Frank Lovejoy e Vera Miles.
Como a exibição era em 3D, os óculos polaróides (importação, aluguel ou venda, conservação e esterilização) eram motivo de polêmica na Imprensa. Noticiavam que constituíam um problema cuja solução vinha sendo agravada pela penetração no mercado de aventureiros, por sinal, estranhos às companhias cinematográficas.
Os óculos preocupavam, pois quando da exibição de "O museu de cera", eles estavam sujos e arranhados e eram alugados por absurdos dez cruzeiros.
"Investida de Bárbaros", foi o primeiro western estereoscópico, mas era um western medíocre. Mesmo assim, fez um certo sucesso, pois os jornais da época dão conta que, como se esperava, os efeitos estereoscópicos provocavam uma série de sustos na platéia, que via lanças, flechas, tomahawks, facas, pedras, balas e cavalos saírem da tela em sua direção. Mas nada como a cusparada que um sargento dá numa cascavel, "atingindo" em cheio a cara dos espectadores.
A segunda foto mostra o cartaz original do filme e a terceira a programação cinematográfica da época na extensa rede de cinemas de rua da época.
PS: destaque para o Austin A90 Atlantic, elegante conversível importado pela Cia. Propac!

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

PANAIR




 
Continuando a falar da PANAIR temos hoje fotos que mostram o projeto do aeroporto que seria construído no Rio, o hangar da PANAIR e o Constellation.
Em março de 1946 a PANAIR recebeu seu primeiro Lockheed Constellation 049, sendo a primeira companhia aérea fora dos Estados Unidos a operar esta aeronave. O primeiro vôo decolou a partir de Rio de Janeiro para Recife, Dakar, Lisboa, Paris e Londres.
Em foto de 1951 vemos o Constellation da Panair do Brasil sobrevoando Copacabana. A propaganda dizia que este avião "representa um símbolo vivo do Brasil moderno. Honra da aviação comercial brasileira, a Frota Bandeirante liga o Brasil ao mundo, servindo quatro continentes, dezesseis países, oitenta e sete cidades. PANAIR DO BRASIL, em seus 22 anos de existência, ofereceu mais um recorde ao seu país, ao completar dois mil saltos sobre o Atlântico Sul".
Por volta da metade da década de 50 chegaram os Super-Constellation, avião-símbolo de uma época de charme e "glamour". Logo a seguir foi inaugurada a linha para Nova York. Voava a 480 km/hora! O vôo, que durava 16 horas, começava em Porto Alegre e incluía São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Port of Spain e Ciudad Trujillo, até chegar a Nova York.
A última foto é curiosa. O avião menor parece desativado ao lado do outro muito maior.
E não custa lembrar a piada sobre o nome PANAIR: “Pelo Atraso Não Adianta Ir Reclamar”.
 

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

COPACABANA



 
Nas fotos de hoje, todas garimpadas pelo Nickolas (as duas últimas são fotogramas), vemos as vizinhanças do Copacabana Palace.
Na primeira foto, num dia chuvoso, vemos a varanda em frente ao hotel e, segundo o Gustavo, um dos automóveis é um Packard.
Nas outras fotos vemos a propaganda da Coca-Cola junto à Pedra do Inhangá, que antigamente era a divisa entre as praias do Leme e Copacabana. Com a remoção de boa parte desta pedra a divisa passou a ser a Av. Princesa Isabel.
Na última foto o prédio em construção é o do Hotel Excelsior, no final dos anos 40.
Conta, ainda, o Gustavo que o terreno da Pedra do Inhangá foi duramente disputado por D. Mariazinha Guinle, proprietária do Copacabana Palace, e o empresário polonês Henryk Alfred Spitzman Jordan, que pretendia construir quatro prédios no local (Chopin, Prelúdio, Barcarola e Balada). A briga foi feroz e o polonês levou a melhor. D. Mariazinha não se conformou e pretendia construir um muro na lateral do hotel para tirar a vista dos prédios. O empresário ameaçou colocar as cozinhas e áreas de serviço voltadas para o muro. Finalmente foi selada a paz e as partes chegaram a um acordo. Henryk construiu os prédios e foi morar na cobertura do Chopin, em companhia da sua mulher brasileira Josefina Jordan, definida por Ibraim Sued como a grande locomotiva da nossa Alta Sociedade.
 
O automóvel que aparece na segunda foto é um Ford 1946/1947.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

PANAIR




 
Um dos casos mais polêmicos do direito empresarial foi o do fechamento da PANAIR DO BRASIL, companhia aérea que dominou o setor de aviação nacional entre as décadas de 1940 e 1960 e teve a licença de operar retirada pelo regime militar sem aviso prévio, sendo, em seguida, liquidada judicialmente.
A falência da PANAIR foi decretada em 15/02/1965 em decisão “sem precedentes do Forum do Rio”, segundo meios jurídicos, ao transformar o pedido de concordata preventiva em falência. Os jornais relatam que houve enorme pressão do Banco do Brasil e do BNDE sobre o juiz.
Em abril de 1969 parte do acervo da extinta PANAIR DO BRASIL - a primeira empresa latino-americana que voou para a Europa após a Segunda Guerra, foi a leilão para ser vendida ao correr do martelo: dois Constellations L-49, um Caravelle e um Douglas DC-7C.
A PANAIR, fundada em 29/10/1929, teve suas atividades cassadas pelo presidente Castelo Branco em 1965, alegando "sua irrecuperável situação financeira que iria refletir na segurança do material de voo, pela impossibilidade de aquisição de peças sobressalentes necessária à manutenção das aeronaves". 
Quando foi fechada a PANAIR tinha 10 Caravelles, 4 Constellations, 3 DC-8, 3 DC-7, 7 PBJ, Catalinas, que faziam a rota da Amazônia, pousando na água. Materiais no valor de 80 milhões de dólares ficaram abandonados até 1969 e nesse tempo os funcionários passaram privações.
Nas fotos da Getty Images e do acervo do Correio da Manhã podemos ver o hangar da PANAIR, a assembleia de funcionários bem como grupo de aeromoças que acamparam no Palácio das Laranjeiras, sem nada conseguir, apesar de terem, após negociações, conseguido entrar no palácio, mas não foram recebidas pelo presidente.
Várias soluções foram pensadas na ocasião, tais como: transformá-la em fundação administrada pelos empregados; em intervenção do Governo; na concordata de 60% das dívidas; na VASP assumir o passivo: nada adiantou.
Contam que os “interesses” da ocasião favoreceram a VARIG...

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

CINE COLONIAL



 
As fotos de hoje, do acervo do Correio da Manhã mostram o Cinema Colonial, que ficava no Largo da Lapa nº 47, no Centro. Funcionou de 1941 a 1961, com 1578 lugares. Foi desapropriado em 18/12/1964 e transformado na Sala Cecília Meireles. Antes, a partir do final do século XIX, funcionaram no local do cinema dois hotéis. Quando o prédio se transformou em cinema a fachada foi bem modificada, perdendo suas características.
O filme exibido na inauguração foi “O Patriota”, realização do cinema francês, com Harry Baur. A seguir houve um show luso-brasileiro com a participação de Beatriz Costa, Alda Garrido, Os Anjos do Inferno, Jararaca e Ratinho, Jorge Murad e Jurema Magalhães. O cinema funcionou até 17/09/1961. Em 1964 foi desapropriado e em seu lugar ficou a Sala Cecília Meireles.
O prédio original foi construído em 1896 e nele instalou-se o Hotel Freitas. Com a mudança do arrendatário, mudou o nome para Grande Hotel. Desprestigiado mais tarde, com a transformação da vida noturna da Lapa esteve ameaçado de demolição em 1939. Nos anos seguintes foi adaptado para cinema e para teatro. A inauguração do Cine-Teatro Colonial constituiu acontecimento muito comentado nos jornais da época, conforme conta A. Gonzaga em seu ótimo “Palácios e Poeiras”.
Por ocasião da visita da imprensa que precedeu sua estréia relatava o Correio da Manhã: “Os visitantes estiveram na vasta platéia e nos balcões, com capacidade para 2000 pessoas sentadas em ótimas poltronas que permitem ao espectador uma perfeita visibilidade onde quer que se coloque, em virtude de apresentarem declive suficiente para tal. Na cabine das máquinas, os aparelhos de som e projeção tipo “Miraphonic” da Western Electric são os mais perfeitos do mundo. As amplas dependências do Cinema Colonial possuem ar refrigerado sistema “Kooler-Aire” que injeta 90.000 metros cúbicos de ar lavado e refrigerado em serpentinas de água gelada. A iluminação era toda indireta e a tela inteiramente de porcelana, o que constituía uma inovação na época.”

domingo, 5 de novembro de 2017

MADUREIRA




 
As fotos de hoje, do acervo do Correio da Manhã, mostram aspectos de Madureira nos anos 60.
Além do trânsito pesado vemos um coreto, dos muitos que havia nas praças no Rio.
Poucas vezes fui a Madureira: assistir o Flamengo jogar em Conselheiro Galvão, ir ver pacientes numa clínica na Américo Brasiliense, conhecer o mercado.
Talvez os comentaristas “experts” em Zona Norte possam dar mais informações.