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sábado, 21 de abril de 2018

EXPO 1908

Postais da Companhia Lith. Hartmann-Reichenbach, publicados em “Lembranças do Brasil”, de Gerodetti & Cornejo.
Vemos o animado movimento nas redondezas do Teatro da Exposição, montado para entreter os visitantes com grandes espetáculos, durante a Exposição (posteriormente foi destruído por um incêndio).

Depois das reformas de Pereira Passos, a cidade estava pronta para representar o Brasil e exibir toda a sua exuberância. A intenção era atrair o olhar estrangeiro, visando buscar libras e francos para consolidar, ainda mais, a independência. O monumental pavilhão do Palácio de São Paulo era um dos maiores da exposição.
 
Em menos de um ano construíram-se imponentes edifícios para abrigar estandes exibidores da produção econômica brasileira. Montaram-se dois restaurantes, um teatro, cervejarias e café, além de uma pequena via férrea, para que o público pudesse locomover-se em trenzinhos.  O pavilhão da Fábrica de Tecidos Bangu revelava o caminho promissor enveredado pela indústria têxtil brasileira.

O antigo prédio da Escola Militar, construído na Praia Vermelha, no sopé do Morro da Urca, foi transformado no Palácio das Indústrias durante a Exposição de 1908.

O prédio já existente na Praia da Saudade, na atual Avenida Pasteur, que era sede de um estabelecimento de ensino militar, durante a Exposição Nacional abrigou o Palácio dos Estados e, depois, o Ministério da Agricultura. Atualmente, sedia o Museu de Ciências da Terra.

Visitantes passeiam pelo Cais da Urca, onde eram queimados os fogos à noite.

Requintes de paisagismo cercavam o primoroso Restaurante Rústico, erguido para servir aos visitantes.


sexta-feira, 20 de abril de 2018

EXPO 1908







 
Hoje temos mais uma série de fotos de Malta sobre a Expo de 1908.
Conforme a legenda delas, “a Exposição Nacional de 1908 foi uma celebração do comércio e desenvolvimento industrial que exibiu um “inventário” do Brasil através dos produtos industriais, agrícolas, pastoris e artísticos montados no Palácio da Indústria, no Palácio dos Estados, no Pavilhão do Distrito Federal e nos pavilhões de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina.
E também mostrou a modernização dos novos serviços públicos municipais e federais entre eles o Pavilhão do Corpo de Bombeiros, o Pavilhão dos Telégrafos e Correios, o Jardim Botânico, o Pavilhão do Café e Cacau, a Inspetoria de Matas e Jardins.
Após o encerramento da Exposição, todos os prédios foram demolidos com exceção do Palácio dos Estados e do Pavilhão das Máquinas.”
O único país estrangeiro participante foi Portugal, que construiu o Palácio Manuelino e um segundo pavilhão menor chamado Anexo Belas Artes.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

EXPO 1908




 
Dezenas de fotos já foram publicadas no “Saudades do Rio” mostrando a Expo de 1908. Mas tal é a qualidade destas fotos de Malta que vale uma revisitada neste tema hoje e amanhã.
Esta exposição, montada entre os morros da Babilônia e da Urca, pretendia, além de comemorar o Centenário da Abertura dos Portos, mostrar para o mundo a beleza e as qualidades da moderna capital da jovem República brasileira.
Depois das reformas de Pereira Passos, a cidade estava pronta para representar o Brasil e exibir toda a sua exuberância. A intenção foi atrair o olhar estrangeiro, visando buscar libras e francos para consolidar, ainda mais, a independência.
Em menos de um ano construíram-se imponentes edifícios para abrigar estandes exibidores da produção econômica brasileira. Montaram-se dois restaurantes, um teatro, cervejarias e café, além de uma pequena via férrea, para que o público pudesse locomover-se em trenzinhos. À noite havia queima de fogos.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

GARAGEM DE BONDES




As fotos de hoje mostram garagens de bondes. As duas primeiras certamente são da garagem que existiu no Humaitá, no local que, nos dias de hoje, abriga a COBAL de Botafogo.
A primeira foto é a mais antiga: vemos a estação de bondes do Largo dos Leões (Botafogo/Humaitá), com o bonde de nº de ordem 39 trafegando pela Rua São Clemente. Em 1871 a Companhia "Botanical Gardens" solicitou à Câmara Municipal licença para construir a estação do Largo dos Leões. Enquanto não ficava pronta, foi construído um telheiro provisório, a fim de se guardar os carros e os animais que, por falta de lugar próprio, ficavam expostos ao tempo. A linha carris entre a Praia de Botafogo e o portão do Jardim Botânico foi inaugurada em janeiro de 1871. Pouco depois a linha foi estendida até o local conhecido como "Três Vendas", que ficava no começo da Rua Marquês de São Vicente, próximo da Praça Santos Dumont.
Uma curiosidade é que neste ano de 1871, o Chefe de Polícia da Corte, oficiou à "Botanical Garden" que era proibido que as pessoas viajassem nos estribos, exceção feita aos empregados encarregados da direção dos bondes, "visto ser aquela prática vexatória às pessoas que entram e saem, além de poder ocasionar acidentes e aglomeração de passageiros nos ditos estribos". Foi uma grita geral, inclusive com a participação dos jornais. Tal foi o clamor que o presidente da "Botanical Garden" oficiou ao Ministro da Agricultura pedindo a revogação da ordem. Os incidentes entre condutores, policiais e os que desejavam viajar nos estribos aumentavam, fazendo com que o bonde ficasse retido, assim como os outros que vinham atrás. Nem mesmo a polícia conseguia resolver a questão e, pouco a pouco, foi afrouxando sua atitude contra os renitentes passageiros dos estribos. Abaixo-assinados foram organizados para pedir a revogação da medida. O que acabou acontecendo, segundo J.C. Dunlop
Na segunda foto devemos estar nos últimos anos da década de 60. Ainda não existiam os grandes prédios comerciais da esquina da Rua Voluntários da Pátria com Rua Capitão Salomão. Um deles, o "Guilherme Romano", abriga além de lojas nos pavimentos inferiores, um grande número de consultórios médicos. Quase mais nada resta da estrutura da garagem de bondes (trilhos, rodos, praticamente tudo foi retirado), exceto um pedaço de pavimento, junto das Rurais (que são sucatas, como as Kombis), que aparentemente são sobras de fossos ou plataformas de manutenção dos bondes (há trechos de trilhos ainda ali). Neste espaço funcionou também, depois dos bondes, uma garagem de ônibus elétricos. Na época esse terreno pertencia a Botafogo, hoje, dizem alguns, é Humaitá. Alegam que a rua que dividiria os bairros é a Conde de Irajá. É verdade? 
Entre o desmanche da garagem e a construção da Cobal, o terreno chegou a ser utilizado para a instalação de um circo.

terça-feira, 17 de abril de 2018

GARAGEM DE BONDES




 
Nas fotos de hoje vemos a garagem da Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico no Catete.
Esta garagem ocupava quase que completamente o quarteirão delimitado pelo Largo do Machado (Rua do Catete), Rua Machado de Assis (antiga Rua do Pinheiro), Rua Dois de Dezembro e a atual Rua do Pinheiro.
Na última década do século XIX a Companhia Ferro Carril do Jardim Botânico enfrentava sérios problemas para manter os seus 1300 animais de tração com alimentação de qualidade. Os gastos na compra da alfafa importada eram muito altos. Isto, entre outros fatores, levou o Dr. Coelho Cintra, gerente da companhia, a buscar nova forma de tração para os seus carros, substituindo os animais pela eletricidade. O processo iniciou-se em 1890 e em 1892 foi realmente implantado. A eletricidade era gerada por uma central termelétrica localizada à Rua Dois de Dezembro, no Largo do Machado, e o sistema utilizado era chamado Thomson-Huston e fornecido pela General Electric Company.  Às 13 horas do dia 08/10/1892 partia o primeiro bonde elétrico das imediações do Teatro Lírico, no Largo da Carioca, até a Rua Dois de Dezembro, o bonde 104, no qual seguia, entre outros convidados ilustres, o Vice-Presidente da República, o Marechal Floriano Peixoto
“Seguem algumas características dos bondes da Jardim Botânico (uma empresa à parte, mas controlada pela Light), segundo o “expert” Helio Ribeiro:
a)      Todos os carros motores médios, como o da foto, tinham um letreiro de grandes dimensões e um pouco recuado, em cima da capota, e isso desde o início de circulação deles, por volta de 1906/7. Havia muitos carros motores com essa característica na Light propriamente dita, porém nesta também havia dois outros tipos de letreiro. Ou seja: na Jardim Botânico havia uniformidade de letreiro; na Light, diversidade.

b) Alguns carros motores médios da Jardim Botânico tinham em seus truques duas rodas de menor diâmetro que as outras duas componentes do truque. Esses bondes eram chamados de "pé-de-anjo" porque diziam que seu rodar era mais macio que o daqueles com 4 rodas de mesmo diâmetro nos truques.

c) Exceto em seus primórdios, a Jardim Botânico nunca teve carros motores pequenos. Somente os bondes muito antigos eram de pequeno porte, porém deixaram de circular no início da década de 1920.

d) Os carros motores médios da Jardim Botânico sempre tiveram para-brisa como proteção ao motorneiro. Já os da Light somente adotaram isso por volta de 1940/41, sendo que até então o motorneiro e os passageiros sentados no primeiro banco ficavam expostos às intempéries, principalmente a chuvas. Tanto é que os motorneiros da Light são vistos, em algumas fotos, trajando uma capa impermeável preta
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segunda-feira, 16 de abril de 2018

VENDEDORES DE FRUTAS




 
As fotos, de 1972, do acervo do Correio da Manhã mostram carrocinhas de vendas de frutas espalhadas pela cidade.
Reportagem da época dá conta de que a fiscalização cassou a licença de muitas delas devido a problemas de higiene.
Hoje, pelo menos na Zona Sul, são muito raras.
Na Praça General Osório, em Ipanema, no final da década de 50, havia uma dessas carrocinhas, bastante concorrida. Os proprietários, entre eles o Mário, ficavam lá, dia após dia, com seu pequeno comércio. Bem, pouco tempo depois, abriram um pequeno mercado numa loja ali mesmo na praça. Mário e seus irmãos trabalharam duro, colocando a mão na massa. Lembro do Mário carregando caixotes na esquina da Visconde de Pirajá com Teixeira de Melo. Este pequeno negócio se transformou no gigante supermercado Zona Sul com o esforço desta família.

domingo, 15 de abril de 2018

CASA BEATRICE

A foto de hoje foi publicada no antigo “Saudades do Rio” do UOL com o seguinte texto: “Vemos a Rua Constante Ramos, entre Domingos Ferreira e Av. N.S. de Copacabana, na década de 50, quando a mão de direção ainda era da praia para o interior. O Triumph Mayflower, vulgo Galocha, é o carro que aparece na foto. Nesta época a feira acontecia da Domingos Ferreira e adjacências, se não me engano, às quartas-feiras. Era meu caminho obrigatório da Barata Ribeiro para a praia: saía de casa, passava pela pensão do 593, dobrava na Dias da Rocha em frente do prédio da esquina onde morava D. Isa e seu filho Arnaldinho (filha e neto de João Pessoa), depois o Colégio Vitória Régia numa casa enorme na Dias da Rocha, até chegar à esquina de Copacabana com a Sapataria Polar, logo após à loja do O Globo. Via o filme em cartaz no cinema Copacabana, notava o movimento do Mercadinho Azul do outro lado da rua, mas seguia à direita na N.S. de Copacabana, passava pela José Silva, até chegar na Constante Ramos que tinha numa esquina o Ao Bicho da Seda e na outra a Ducal. Atravessava quando o sinal fechava e pegava este trecho da foto. Depois de passar em frente À la Cloche D´Or, que era um restaurante no nº 22-A da Constante Ramos, observava a vitrine da loja que aparece parcialmente na direita da imagem, com a bicicleta encostada. Como conta o Decourt, era a Casa Beatrice, comandada pela eslava Dona Anna, que fornecia frios, pães integrais, mel, carnes para datas festivas como peru no Natal e rosbife e lombinho no Ano Novo, bem como saladas, salsichões, etc…Depois atravessava a Domingos Ferreira, cortava caminho pelo jardim do edifício Guarujá e ia à praia ali em frente. Ou também podia ir apenas assistir a jogos nos campos do Dínamo e do Maravilha ou ainda um bom filme no Rian.”
Pois ontem recebi email do Ricardo Leitner, que transcrevo aqui:
“Prezado Luiz,
por acaso li o seu (extinto) Blog onde está publicada uma matéria sobre a Rua Constante Ramos e a também extinta "Casa Beatrice", ponto gourmand, que iniciou muitos cariocas numa forma mais europeia de apreciar "sabor". Quantos aprenderam sobre infinitos queijos, vinhos, "Schlagobers" (Creme Chantilly) e Mayonnaise feitos à mão, frios da (extinta) Santo Amaro de São Paulo, peixes defumados, arenques, pães, tortas, chocolates da (extinta) "Sönksen".
 
Gostaria que fizesse, porém, uma correção: meu pai, Fritz Leitner, montou esta loja para sua tia, a Sra. Anna Hausegger. Nós somos uma família austríaca - e não "eslava" como você diz! Não existe nem problema, nem preconceito nesta afirmação. Gostaria só de "corrigir" um erro, uma questão histórica! O irmão dela, Franz Leitner, meu avô, era dono do (ainda existente) "Bar Brasil", na Lapa (a quem o jornal "O Globo" se referiu como alemão (nazista), ignorando o fato que era austríaco e que ficou durante todos os anos de guerra como apátrida por se negar a receber a nacionalidade alemã (quando a Áustria foi anexada à Alemanha), por questões de princípio!
 
Ah, e sim... Estou de pleno acordo com você quando diz que ela "comandava" a "Casa Beatrice". Ela oferecia alta qualidade à sociedade carioca - e isto não era nada fácil com os empregados sem "cancha" daquelas épocas.   Como era difícil se conseguir nos anos 60 "Port Salut", arenques frescos, pepinos em conserva, etc. Ela ensinava o ofício e depois eles sumiam para trabalhar em outros estabelecimentos, se passando por (pseudo) "connoisseurs" em lojas na Galeria Menescal ou no "Messer" da Santa Clara. Muitos tentaram voltar - mas Dona Anna (apesar de ser minha tia avó sempre a chamei de "Dona") era mais do que implacável! 
 
Bem, gostaria MUITO de lhe pedir este favor para colocar a "Austríaca Dona Anna" e não a Eslava!
 
Muito Obrigado.
 
Melhores cumprimentos
 
Ricardo Leitner”.