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sábado, 15 de julho de 2023

COLISÕES

Qual seria a frequência das colisões de bondes com outros veículos?

O número de feridos seria significativo?

Imagino o caos no trânsito que estes acidentes ocasionavam.

Os comentaristas ficam convidados a indicar o local dos acidentes, se possível.


FOTO 1


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quinta-feira, 13 de julho de 2023

RELEMBRANDO O ROMI-ISETTA

A partir de uma publicação da prezada Conceição Araújo vamos revisitar um automóvel que chamou muito a atenção em meados do século passado: o Romi-Isetta. Algumas fotos são da Fundação Romi.


Vemos o desfile promovido no Rio de Janeiro pelo cineasta Anselmo Duarte -- em conjunto com o Romi-Isetta Club -- para o lançamento do filme “Absolutamente Certo”, em 1957.

Lembro de ter visto este filme no cinema Rian. O argumento era baseado nos programas de perguntas e respostas, tipo “O céu é o limite”, que faziam muito sucesso na época. No filme, o personagem respondia sobre números de telefone, já que sabia a lista inteira de cor.

Parte dos carros vieram de SP, pela via Dutra. O Rio, cidade famosa por não se assombrar com nada, parou para ver o desfile da Romi. Era uma caravana de quarenta Romi-Isettas, tendo à frente Anselmo Duarte, Dercy Gonçalves, Odete Lara, Aurélio Teixeira, Liris Castelani (bailarina que era o grande símbolo sexual do momento), Camilo Sampaio (na época um dos melhores diretores de produção do cinema nacional).

Saindo de São Paulo no dia 11 de janeiro, os carros foram para o Rio, desfilaram por lá e regressaram no dia 14.

Na rara foto colorida, vemos a caravana de Romi-Isettas estacionados na Praça Salgado Filho, defronte ao aeroporto Santos Dumont. Em primeiro plano, o característico Romi-Isetta branco com faixas vermelhas do piloto e preparador Emilio Comino.

Foto: Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi. 

Concentração de Romi-Isettas diante do Hotel Riviera, em Copacabana, Rio de Janeiro. Este hotel ficava no Posto 6, na Av. Atlântica, vizinho à Rua Rainha Elizabeth.

Foto: Dino Pagni 


O cortejo desfila pela Av. Atlântica em direção ao Túnel Novo.


A caravana de Romi-Isettas na Praia de Botafogo, em direção ao aeroporto Santos Dumont.

A ideia era que este fosse um carro popular, para operários. Mas o preço nunca foi tão baixo assim que permitisse a compra por esta classe.



O Romi-Isetta em comparação com o "Papa-Fila" da linha 122, Pavuna-Tiradentes.  Confesso que não teria coragem de dirigir um deles neste tráfego violento do Rio. Qualquer acidente seria morte certa.

A única porta do carro também era curiosa, porque era nela que o volante e o painel ficavam. O acesso ao carro era bastante diferenciado, se comparado com o que vemos hoje em dia. Em casos de acidente, os ocupantes do veículo deveriam sair pelo teto de lona.


Em 21 de maio de 1959, pesadas chuvas no Rio deixaram um rastro de destruição. Na Rua Humboldt, em Bonsucesso, este Romi-Isetta teve de ser amarrado a um poste para não ser levado pelas águas. Este Romi-Isetta foi um dos doze produzidos especialmente para a Cervejaria Rio Claro, então dona da marca Caracú. Os carros eram pintados inteiramente em amarelo e apresentavam uma pintura na porta dianteira, com alusão à marca.

Foto: Arquivo/Agência O GLOBO

O Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi-Isetta preserva e disponibiliza a história do primeiro carro de fabricação nacional que foi lançado oficialmente no dia 5 de setembro de 1956. Na imagem acima vê-se um catálogo com especificações técnicas do veículo de 1957.

A propaganda dizia:

O único automóvel que oferece todas estas características revolucionárias:

26km por litro de gasolina

Partida imediata em qualquer tempo

Tanque auxiliar de gasolina

Primeiro carro no mundo com visão total dos 4 lados

Estrutura rígida em tubo de aço

“Agarra a estrada em todas as velocidades (85km/h máximo)

Capota conversível

Peças genuínas a preços de fábrica

Revisões gratuitas até os primeiros 2500km

Estacionamento em apenas 1,50 de espaço livre

A propaganda era feita pelo então casal John Herbert e Eva Wilma, que faziam grande sucesso na época com o programa de TV "Alô, doçura".


O anúncio indica a Auto-Central Ltda. como concessionária no Rio, à Rua Real Grandeza, em Botafogo.

Em reportagem no CARROETC, no Globo, o Jason Vogel contou a história do Romi-Isetta, que começou em 1930, quando Américo Romi abriu uma oficina em Santa Bárbara do Oeste, SP. Depois criou uma fábrica de implementos agrícolas e, com a 2º Guerra Mundial começou a produzir tornos.

Carlos Chiti, enteado de Romi, soube da existência da Isetta ao ler uma revista italiana. Originalmente produzido pela indústria de motonetas Iso, em Milão, o modelo era um dos muitos microcarros surgidos na penúria do pós-guerra europeu. Ele sugeriu ao padrasto fabricá-lo no Brasil.

Dois Isetta foram importados para descobrir se o projeto era viável. A empresa Tecnogeral se prontificou a estampar as carrocerias, fazer os chassis e mandar tudo montado e pintado para Santa Bárbara do Oeste. A Pirelli concordou em fornecer peças. A Romi faria a transmissão, a direção e as rodas, além da montagem final do carrinho. Só o motor seria importado.

Em 30 de junho de 1956 saiu o primeiro carro da linha de montagem. A produção acabou em 1961, com três mil unidades produzidas. A fábrica voltou a fazer tornos, sendo uma das dez mais do mundo nesta produção.


O Romi-Isetta de Artur H.


quarta-feira, 12 de julho de 2023

ESTAÇÕES DE TREM

Antiga estação de Silva Freire em 10/11/1936. 

Inaugurada em 1923, situa-se entre as estações do Engenho Novo e Méier. Foi desativada há décadas, talvez em virtude da proximidade com aquelas estações. Com a construção do Restaurante Popular do Méier, quase em frente a ela, falou-se que a estação seria reaberta. As obras começaram, mas foram interrompidas. Um trem maria-fumaça está passando no lado direito da foto, indo em direção ao Engenho Novo.


                Antiga estação Francisco Sá em 18/06/71.

Ficava situada entre as estações de São Cristóvão e Barão de Mauá (Leopoldina) e era o ponto de partida dos trens da Linha Auxiliar (ramais de Belford Roxo e São Mateus). Menezes


Reforma da estação do Méier em 02/12/36

A reforma foi motivada pela próxima inauguração, em 1937, da eletrificação dos trens da  Central do Brasil. Os novos trens possuíam uma altura entre o piso e o leito muito maior que a dos vagões da época da maria-fumaça. Isso obrigou a elevação da plataforma de todas as estações. Do lado esquerdo, Rua Amaro Cavalcanti; do lado direito, Rua Arquias Cordeiro. Um bonde bagageiro é visto no lado direito da foto.

Acho que essas três fotos foram enviadas pelo Helio Ribeiro.


Quem viveu em meados do século passado certamente ouviu o frequente boato de "A Vila vai descer!".
Sempre que havia agitação política era comum ouvir este alerta. E algumas vezes a "Vila" desceu...


Estação de Campo Grande.

 

terça-feira, 11 de julho de 2023

PALACETE PAULA MACHADO

A postagem de hoje mostra o Palacete Paula Machado, um sobrevivente da caça empreendida pelas companhias construtoras. Localizado na Rua São Clemente, ocupando todo o quarteirão entre as ruas Guilhermina Guinle e Dona Mariana, desde o início do século passado embeleza o bairro de Botafogo.


O edifício de dois andares em estilo romântico foi projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire (1872-1933), o mesmo de construções icônicas como o Copacabana Palace e o Hotel Glória, entre outras. O edifício foi erguido em 1906 por Eduardo Pallasim Guinle, patriarca da família Guinle no Brasil, fundador da Companhia Docas de Santos. Ali, moraram Celina Guinle, filha do empresário, e o marido, Linneo de Paula Machado, com seus quatro filhos: Heloísa, Francisco Eduardo, Lineu Eduardo e Candido.

Os filhos mais velhos de Cândido foram meus amigos e colegas de Santo Inácio. Na ocasião moravam numa enorme casa construída no terreno de 6700 metros quadrados, dando frente para a Rua Guilhermina Guinle.


O palacete foi construído de entre 1909 e 1913, sendo obra de Armando Carlos da Silva Telles (construtor) e Joseph Gire (arquiteto).

Segundo o blog "A Casa Senhorial", trata-se de uma "mansão eclética de feições neorrenascentistas ao estilo francês, com porte-cochère aterraçada, telhado em mansarda e um torreão central coberto de telhas de ardósia. O conjunto era composto pela casa principal, por uma edícula com cocheira e serviços, e pelo jardim e pomar. A edificação principal está em centro de terreno, com a fachada principal voltada para a Rua Dona Mariana, e a fachada posterior para a Rua Guilhermina Guinle. O fundo do terreno é ocupado pela edícula e pomar, e a frente da Rua São Clemente pelo jardim.

 A fachada principal está voltada para a Rua Dona Mariana. O primeiro pavimento é rusticado e possui sete envasaduras em composição simétrica, sendo a central mais larga, marcando o acesso à casa. Os vãos têm verga reta. Os dois vãos mais próximos ao principal são portas que dão para o hall, os centrais são nichos com esculturas e os extremos são janelas com venezianas. 

Entre o primeiro e o segundo pavimento há uma balaustrada que divide visualmente a fachada e serve de guarda-corpo para o terraço. 

No segundo pavimento os vãos são encimados por frontões interrompidos alternadamente, curvos e triangulares. O conjunto é arrematado por uma grande cimalha apoiada em mísulas, com três águas furtadas. Um frontão arredondado que sustenta a água-furtada central e o torreão. O telhado em mansarda possui dois óculos ornamentados, e é terminado por um gradil de ferro decorativo."

Em 1917 é realizada obra de expansão, também de autoria de Armando da Silva Teles, que atingiu principalmente o pavimento superior e a fachada voltada para a Rua Guilhermina Guinle, acrescentando cinco quartos, rouparia e depósito.

Em 2005 morreu Francisco Eduardo de Paula Machado, o último ocupante da casa.






Há alguns anos o imóvel foi comprado pela FIRJAN, o que foi ótimo, por preservar um dos palacetes mais bonitos de Botafogo.

Curiosamente o presidente de FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvea Vieira, conhecia bem a mansão, já que também foi amigo e colega do mais velho dos Paula Machado desta geração, no Colégio Santo Inácio.













Foto atual do palacete, de autoria de Paula Johas.


segunda-feira, 10 de julho de 2023

MUSAS

 O "Saudades do Rio" volta de férias ainda em ritmo lento. Para comemorar o início de um novo ciclo relembramos algumas "musas" que fizeram sucesso por aqui.


Alguém colorizou esta foto de final de ano na Av. Rio Branco. Nada mais justo que seja a da primeira musa a ser relembrada.


Esta foi enviada pelo Francisco Patricio. Na Avenida Rio Branco, no final da década de 40, a "elegância" se conjuga com a beleza (sem esforço) em pleno Centro do Rio de Janeiro. Lá ao fundo, atrás da Senhorita, o lendário Edíficio do Jornal do Brasil (já demolido). A bela moça comprou uma fração da loteria - nunca saberemos se lhe saiu "a sorte grande"!

Maria Lucia trabalhava como assistente administrativa na Sul América Seguros na Rua da Alfândega e estava noiva de seu colega de seção chamado Rodolfo. Já conhecia Dona Nilcéia, pois ela de vez em quando passava na repartição vendendo bilhetes de loteria que Maria Lucia comprava quando já não tinha gasto dinheiro comprando as meias que "seu" Kalil também vendia pelos andares da Sul América. 

Maria Lucia sempre aproveitava a hora do almoço para tomar um frappé de côco no Café Simpatia e bater um pouco de perna pela Rua do Ouvidor. Depois do casamento com Rodolfo iria pedir as contas na Sul América e se dedicar aos filhos na casinha comprada numa agradável rua do Méier.


Foto de autoria de José Medeiros, colorizada pelo Reinaldo Elias. Vemos a cantora Dulce Nunes, na década de 1950, tomando um Crush, na Praia Vermelha, na Urca. Ao fundo o Círculo Militar. Aparentemente a moça está onde hoje funciona a Escola Municipal Gabriela Mistral. Esta moça, Dulce Bressane de solteira, venceu um concurso de beleza da época. Ela estrelou o filme "Estrela da Manhã" e se casou com Bené Nunes. 


Flagrante de Kurt Klagsburn colorizado pelo Reinaldo Elias. A moça está incomodada com o atraso do namorado. O que será que aconteceu?


Vemos a dupla de moças americanas que balançou os corações dos fotologueiros do Rio Antigo quando viram pela primeira vez o périplo delas pelo Rio da década de 40, fotografadas pelo Hart Preston, da LIFE.

Elas estão na Rua do Ouvidor, pois veem-se ao fundo o prédio e o relógio da Sul América Seguros, que continuam no local , junto com algumas dessas arcadas da iluminação pública. 

Destacam-se, também, os letreiros de grandes lojas como as descritas abaixo:

A loja da Mappin Webb nesta época tinha como endereço Rua do Ouvidor nº 100. As “CASAS CLARK” ficavam na Rua do Ouvidor nº 105/107 e em sua propaganda dizia: “Para qualquer solenidade o calçado Clark preenche todas as exigências. Atenda ao conforto dos seus pés usando o calçado Clark, cujas formas garantem bem estar e satisfação. As variedades de tamanhos em várias alturas atendem ao mais exigente consumidor.”

E não deixe de dar uma passada na Westinghouse, na Rua do Ouvidor nº 98, para comprar um rádio modelo WEK-256, cuja propaganda dizia: “Sem deixar o conforto de sua casa, a primeira fila nos theatros e nos concertos poderá ser sempre sua. Basta-lhe ter em seu lar um Westinghouse de Vóz Symphonica, o receptor incomparável. Graças a um característico exclusivo, baseado sobre um princípio novo – a Camara Acustica “Cathedral” – o Westinghouse é de fidelidade e nitidez a toda prova, é o receptor capaz de satisfazer plenamente os amantes da boa musica. Acompanhe os espectaculos mais requintados como se estivesse na primeira fila, com o novo Westinghouse”. À esquerda vemos “O Pavilhão”, magazine de modas em geral para homens, senhoras e crianças, na Rua do Ouvidor nº 108.

Quase todos os sobrados ecléticos que vemos na foto foram demolidos no pós-guerra. 


Quem poderia ajudar a moça a se orientar em Copacabana?


Esta bela moça é a futura mãe da Cristina Pedroso.

Angelita Martinez também foi uma "musa" que abalou os corações, principalmente os rubro-negros, por esta foto.