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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

BURRO SEM RABO

 
 
Do prezado Hélio Ribeiro recebi a foto e o texto de hoje:
 
BURRO SEM RABO ==> esse nome era dado àqueles carrinhos de madeira puxados por um homem (normalmente português) e que faziam pequenas mudanças e transportavam pequenas cargas.
 
Qual a origem desse nome? É a seguinte: em meados da década de 1860 surgiram no Rio de Janeiro os primeiros bondes puxados a burro.  A bitola mais usada por esses bondes era a de 82 cm. O calçamento das ruas não era de asfalto e sim de paralelepípedo ou pedra de mão.
 
Para aqueles puxadores dos carrinhos, era um sacrifício, porque havia muitos trancos e solavancos. Então alguém teve a ideia de fazer a bitola dos carrinhos também de 82 cm, de modo que eles pudessem rodar em cima dos trilhos dos bondes, quando o transporte era para ser feito em ruas onde havia bondes.
 
Ora, os bondes eram puxados a burro; os carrinhos, por um homem. Mas ambos usavam os mesmos trilhos. Daí surgiu o nome "burro sem rabo", atribuído ao puxador e posteriormente estendido ao próprio carrinho.
 
Para provar que isto é verdade, veja a foto acima, tirada na rua Primeiro de Março por volta de 1890, em que aparecem claramente dois carrinhos desses sendo puxados em cima dos trilhos dos bondes.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

COLORIZAÇÕES




 
Marcelo Fradim tem trabalhos excepcionais de colorização de fotos do Rio Antigo.
 
Na primeira foto vemos o Cinema Império, na Praça Floriano 19, no Centro, inaugurado em 1925 e demolido em 1978. Mais adiante vemos o Cinema Cineac Glória, antigo Cinema Glória, situado na Praça Floriano 35/37 (mais tarde 31/39), na Cinelândia. Tinha mais de mil lugares e, em 1941, tomou esta denominação de Cineac Glória.
 
 A segunda foto é da inauguração do Cine Paratodos, localizado na Rua Arquias Cordeiro, n° 350, no Méier. Tinha cerca de 800 lugares.
 
A terceira foto é da Rua do Ouvidor, local tradicional do Centro do Rio e que já teve diversos nomes: Desvio do Mar, Rua de Aleixo Manuel, Rua Marcos da Costa, Rua do Gadelha, Rua do Barbalho, Rua de Salvador Correia, Rua Padre Pedro Homem Albernaz, Rua de Brás Luís, Rua da Santa Cruz, Rua da Quitanda de Pedro da Costa, Rua da Sé Nova, Rua Moreira Cesar. Foi aberta em fins do século XVI, sendo conhecido com o nome de Desvio do Mar desde 1578, pois constituiu uma derivante do "Caminho do Mar", ou seja, daquele que ligava o Morro do Castelo ao de São Bento (conta P. Berger).
 
A última foto nos mostra um "chopp duplo" na Av. Rio Branco.
 
 

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

TEATRO MUNICIPAL




 
Hoje vemos fotos colorizadas do Teatro Municipal.

As primeiras colorizações de fotos do Rio Antigo, pelo que sei, foram feitas pelo prezado Conde di Lido, na época dos fotologs do Terra. Logo depois surgiu o Nickolas Nogueira com trabalhos estupendos. Mais adiante apareceram grandes mestres nesta arte como o Reinaldo Elias, o Marcelo Fradim, Christiane Wittel e outros. Mais recentemente vemos muitas fotos colorizadas através de aplicativos. No início do século XX o próprio Marc Ferrez colorizou algumas fotografias dele mesmo.

Hoje vemos fotos colorizadas do Teatro Municipal.

Em 1904 dois projetos obtiveram o 1º lugar no concurso para a construção do Teatro Municipal. Foi escolhido o "Aquilla", pseudônimo de Francisco de Oliveira Passos. Em 02/01/1905 começou a construção. Substituindo Pereira Passos como prefeito, Francisco Marcelino de Souza Aguiar não interrompeu as obras, que prosseguiram até a inauguração em 1909, já com Nilo Peçanha como presidente da República e Serzedello Corrêa como prefeito.

A decisão de construí-lo se deu a partir da insistência de Arthur Azevedo. O Prefeito Pereira Passos reformulou a cidade, transformando o Centro. A princípio, Pereira Passos pensou em reformular o teatro São Pedro de Alcântara. Como o proprietário do imóvel, o Banco do Brasil, não chegou a um acordo, foi resolvida a construção de um novo teatro.

O Teatro Municipal ocupa o quadrilátero limitado pela Av. Rio Branco, Beco Manoel de Carvalho, Rua 13 de Maio e Praça Marechal Floriano, com frente para esta, abrangendo uma área de 4220 metros quadrados. Tendo em vista a desigualdade de resistência do terreno e a existência de um lençol d´água subterrâneo, foi adotado o sistema de estacada para as fundações do edifício do teatro. Foram fincadas 1180 estacas de madeira de lei, cujos comprimentos variam entre 4 e 11 metros.

Foi inaugurado com um discurso do poeta Olavo Bilac, entregando à cidade do Rio de Janeiro "o seu mais belo edifício, com um esplendor de mármore e bronzes". Além do discurso do poeta, a elite da capital brasileira com o presidente Nilo Peçanha à frente, pôde assistir à apresentação de duas óperas nacionais: "Moema", de Delgado de Carvalho, e "Insônia", de Francisco Braga, além da comédia "Bonança", de Coelho Neto.

Os primeiros tempos do Teatro Municipal marcados por intensa programação internacional, receberam companhias italianas, portuguesas, alemãs, inglesas, latino-americanas e - o ponto alto - francesas.

Durante as temporadas francesas, as senhoras, já naturalmente exigentes, chegavam ao requinte de encomendar um traje para cada noite. Os convites se acompanhavam, invariavelmente de brindes. Uma amostra de perfume francês, um saquinho de pó-de-arroz, um lencinho cuidadosamente dobrado.

domingo, 8 de dezembro de 2019

HELMUT DIERKES



Até o Natal o "Saudades do Rio" terá algumas postagens. Depois entrará de férias de verão.
 
As fotos de hoje são do fotógrafo alemão Helmut Dierkes, que andou por aqui em meados do século passado.
 
A primeira foto, dos anos 60, é no Galeão e vemos um DC-8 da Alitalia, um Coronado da Swissair e um 707 da Varig, todos os três grandes nomes do inicio do jato puro. Sem contar os DC-3 ao fundo.
 
A segunda foto é do belíssimo panorama da Baía da Guanabara nos anos 50.