Vemos hoje três fotos da Lagoa a partir do Corcovado, da década de 1950
e início da década de 60.
À esquerda vemos o canal do Jardim de Alá, o Conjunto dos
Jornalistas e a Cruzada de São Sebastião. Visível também a estrutura do clube
Monte Líbano, tendo ao lado o terreno da AABB e o Paissandu Atlético Clube. A
favela da Praia do Pinto está ao lado do campo do Flamengo (nesta época, entre
o campo de futebol e a lagoa, havia uma pista de hipismo no Flamengo). Não
consegui visualizar o Estádio de Remo, estaria em construção? Lá no meio da
foto, no alto, seguindo a direção do Jockey, a construção alta e branca, no
Vidigal, que aparece em fotos do Rio antigo desde a década de 1930, é o
Edifício Cordeiro. No meio, na parte de baixo, vemos o Hospital da Sul América
(depois Hospital dos Bancários e Hospital da Lagoa). A ilha do Piraquê ainda
era muito menor do que atualmente. O “Minhocão”, na atual boca do túnel
Lagoa-Barra, já está lá.
Nesta foto vemos a Curva do Calombo e, lá no fundo, à esquerda, a
pedreira que existia entre as ruas Montenegro (Vinicius de Morais) e Gastão
Bahiana. Ali, no final da década de 50, seriam construídos vários prédios,
entre os quais o que morei, que ficou pronto em 1960. Esta pedreira não é
aquela que é mais conhecida e que ficava entre o Corte do Cantagalo e a favela
da Catacumba. Completa a foto uma Ipanema só com casas ou pequenos prédios.
Podemos ver um prédio alto, o Edifício Marambaia, que até hoje está na esquina
formada pelas ruas Francisco Otaviano, Francisco Bhering e Vieira Souto, na
entrada para o Arpoador.
Aqui vemos uma panorâmica com o Jardim Botânico na parte de baixo, o trecho da Fonte da Saudade até a Curva do Calombo, à esquerda, e ao fundo o bairro de Ipanema. À esquerda, escondida pelas árvores, fica a Igreja de Santa Margarida Maria. Lá perto da Curva do Calombo ficava o ponto final dos lotações Lins-Lagoa. Este trecho da Lagoa, paralelo à Rua Jardim Botânico, era super-tranquilo, com muitas casas, pois terminava sem saída em frente ao clube Piraquê.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirHoje Acompanharei os comentários. As fotos destes ângulos são comuns. Encontrei algumas parecidas na época que ia na feira da Praça XV.
São boas para acompanhar a "evolução" imobiliária.
Bom Dia! Na foto 1 foi citada a Cruzada S.Sebastião. Acho que uma justa homenagem a D.Helder colocando seu nome em algum lugar,deveria ser ali. A Avenida Suburbana nada tem que justifique a mudança para D.Helder Câmara. Faltam 47 dias.
ResponderExcluirFoi um tempo que deixou saudades, principalmente em razão do retrocesso sofrido pelo Brasil. Com relação ao comentário do Mauro sobre a Cruzada São Sebastião, não entendi o porquê da escolha do Jardim de Alah. Foi extremamente infeliz em todos os sentidos. Quanto a D.Helder Câmara, prefiro não comentar.
ResponderExcluirNão consegui saber ao certo a profundidade da Lagoa no início do século. Deve ter muito material organico e o fato é que em alguns lugares a água está no calcanhar. Curioso é que se misturam as águas dos Rios Cabeça e Macacos, com as do Rainha e se misturam com a do m ar, pelo Jardim de Alah. Ipanema e Lebon seriam braços de terra que "escorreram" dos morros nas suas extremidades e formaram a lagoa.Acho ótimo ter um lago na cidade, pois areja e deixa espaço aberto. Salvo engano nos anos 60 houve projeto para aterrar a Lagoa e transformar a área em novo bairro (ARGH!). Ocupada pelos tupinambás no sex. XVI foi se tronando área de engenhos, com cana, gado, mandioca. Consta que nas encostas do Corcovado ainda há trilhas que se originam no caminho com trilhos para levar e trazer mantimentos a fazendas com sedes situadas nos morros. É um oásis, a meu ver!
ResponderExcluirSem querer polemizar, apenas faço um registro. Trabalhei com D. Helder em algumas Feiras da Providência. No Parque Laje, no Iate Clube e na Lagoa. Tenho a maior admiração pelo trabalho dele. A localização da Cruzada no Jardim de Alá foi para manter os favelados das favelas vizinhas perto de onde moraram. Aqui encerro os comentários sobre ele.
ResponderExcluirA escolha do comentador pelo nome de D. Hélder deve-se, muito naturalmente, por ter ele sido o propulsor da ideia da construção de um conjunto habitacional que abrigaria os refugiados (digamos assim) da vizinha favela da Praia do Pinto. O nome "Jardim de Alah" deve-se, tão-somente, ao hábito de se nomearem ruas ou estruturas de acordo com acontecimentos da época, por exemplo: "O Jardim de Alá" é um filme americano de 1936 (não confundir com o brasileiro de 1989); "Gardênia azul", filme de 1953, nomeou um bairro em Jacarepaguá; foi batizada como "Sambódromo", pelo então governador Itagiba de Moura, a construção levantada na rua Marquês de Sapucaí destinada a receber os desfiles das escolas de samba, por homofonia com o esporte na época muito popular, disputado em "autódromos".
ResponderExcluirSobre Itagiba de Moura, prefiro não comentar.
A Cruzada foi um empreendimento inovador e necessário para o bem estar do trabalhador.Outros do mesmo nível poderiam ter sido erguidos na zona sul e seriam de suma importância para a consolidação de Ipanema e Leblon como bairros onde foi feita a justiça social.
ResponderExcluirNão, seriam enclaves - a exemplo da Cruzada - que inevitavelmente, pela ausência do estado em todos os sentidos e apesar da maioria dos moradores vir ser constituída de trabalhadores e gente de bem, dominados pelo crime desorganizado.
ExcluirD.Helder e "Itagiba de Moura tinhas ideais políticos bem alinhados. Em 1962 Itagiba transferiu para a Guanabara seu domicílio eleitoral e aí "foi covardia".A construção daquela insanidade que destruiu o Catumbi foi algo estarrecedor.
ResponderExcluirEngraçado. Chamam "sambódromo" mas o nome oficial na inauguração era Avenida dos Desfiles.
ResponderExcluir"Sambódromo" é igual a "ligeirão"...