Vemos hoje mais algumas fotos do AGCRJ sobre o Hotel Avenida que, em 1957, foi demolido.
Naquele ano o Hotel Avenida anunciava no “Correio da Manhã”: “O espólio de Francisco Cabral Peixoto, proprietário do Hotel Avenida, participa a seus clientes e amigos que, tendo deliberado extinguir o negócio de hotel que explora no conhecido e tradicional ponto da cidade, celebrou, com a cooperação dos donos do imóvel, acordo com todos os seus empregados, os quais, devidamente indenizados, deixarão o serviço no dia 30 de junho de 1957, data em que o estabelecimento, encerrando em definitivo suas atividades, completa exatamente meio século de existência.
(Nota do Editor: ontem foi dito que a Light construiu o edifício
em 1911, mas consultando o “Correio da Manhã”, verifiquei que a data de início
das atividades foi em 1908).
Manifestando o seu agradecimento a todos os que, durante tão longos anos, honraram o Hotel Avenida com a sua preferência, querem os seus proprietários registrar a sua satisfação pelo fato de que, em seu lugar, vai se erguer um monumental edifício de linhas modernas, atestando o progresso desta grande cidade, em cuja história o Hotel Avenida foi, no seu tempo, um dos marcos mais conhecidos.”
Muitos moradores viviam há anos no Hotel Avenida e recusaram-se a sair. Houve interferência de políticos, como Lygia Lessa Bastos, para tentar resolver a situação, pois não havia ordem legal de despejo.
Conta ainda o “Correio da Manhã”: “Muitos cariocas também lamentam o desaparecimento do hotel e da Galeria Cruzeiro, além do grande relógio da Galeria, ponto de referência que reinou durante muito tempo na agenda sentimental do Rio. Quanto encontro não foi marcado sob este relógio? Quanto gente não penou sob o seu mostrador às voltas com o atraso do seu bem-querer ou com furtivas lágrimas de desengano? Testemunha quase muda de paixões inumeráveis, comentadas pelo seu “tic-tac” manso, o cebolão do Hotel Avenida vive os seus últimos dias, decadente, escutando a conversa cabeluda de bicheiros e desocupados contadores de anedotas, atuais senhores da Galeria.”
Finalmente, em julho de 1957 saiu a ordem judicial de despejo dos últimos recalcitrantes. Comentou o “Correio da Manhã” que houve a repetição daquele episódio dos tempos coloniais, em que os moradores eram despejados de suas residências, sob a alegação de que o Príncipe Regente precisava da casa, assinaladas posteriormente com P.R. e que o povo traduziu por “ponha-se na rua”.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirComo eu desconfiava, geralmente tem história de inventário nesses episódios de demolição.
O texto de hoje confirmou a história dos hóspedes que se recusavam a sair do hotel.
O processo de construção do Avenida Central foi rápido por causa do método? Da demolição do hotel até a inauguração do novo prédio correram aproximadamente quatro anos.
FF: ontem fez 50 anos da posse do último governador da Guanabara, Chagas Freitas, recebendo o cargo do Negrão de Lima, que passou os últimos dias de mandato inaugurando obras, como as pistas da Avenida Atlântica.
Augusto, o edifício Avenida Central foi inaugurado em 22/05/1961, e foi o primeiro edifício no Rio a ser construído pelo sistema de vigas metálicas, sem o emprego do sistema tradicional do concreto armado. Daí a rapidez de sua construção. Sem contar a introdução de outras inovações tecnológicas em sua segurança, como combate automático a incêndios (sprinklers) e emprego de brigada especializada para o mesmo fim, segurança patrimonial utilizando pela primeira vez mulheres (Polícia Feminina),elevadores automáticos Supertraffic, e outras inovações. Foi o primeiro edifício comercial a ter CEP próprio e no seu auge tinha a circulação aproximada de 10.000 pessoas, equivalente a uma pequena cidade.
ExcluirBom Dia! Sempre que se vai mudar alguma coisa,tem os que se sentem prejudicados, e tentam de todas as maneiras impedir a mudança.De acordo como cabeçalho,nesta obra não foi diferente. Faltam 49 dias.
ResponderExcluirBom dia ! Tristeza ! De onde foi tirada a 3a foto ?
ResponderExcluirA Justiça no antigo D.Federal ainda era confiável e era composta de homens oriundos da raça humana, em sua maioria "probos", e pelo que se sabe não houve qualquer escândalo envolvendo a demolição do Hotel Avenida. Se tivesse corrido nos tempos atuais a demolição seria "judicializada" e seria protagonizada por seres oriundos do "Valhala", com remuneração mensal equivale ao valor do hotel. Quanto ao jubileu da posse de Chagas Freitas (ou seria "taxas freitas") há 50 anos, diga-se de passagem que apesar de ser um "fisiologista", voltou ao governo em 1978 e teve uma atuação infinitamente superior aos seus sucessores.
ResponderExcluirA Auto-estrada Lagoa-Barra (1971), o Elevado Paulo de Frontin (1974), e duplicação da Avenida Menezes Côrtes (1982), foram algumas das grandes obras viárias inauguradas por Chagas Freitas.
ExcluirNa fotografia 1, um Volvo 444, parecendo ser dos primeiros 1947, pois não tem o pisca-pisca na coluna. Seria melhor identificado se o painel estivesse visível. Depois um Mopar 50 - parachoques de beicinho, Plymouth, pela extensão do emblema da mala, e finalmente, um Simca Aronde de 51 também; poucas vezes vi Simca Aronde aqui no SDR, mas tinha bastante.
ResponderExcluirHoje lembrei que meu pai comentava sobre a comemoração pelo fim da 2ª. Guerra e uns 2 meses depois também pela volta dos pracinhas, foram na Av. Rio Branco e Cinelândia, mas com sagrada parada para um chope refrescante na Galeria Cruzeiro e arredores.
ResponderExcluirHoje o centro do Rio encontra-se em total abandono. O edifício Central com seu shopping de informática e um dos poucos que se salva da tragédia que vivemos. Sobre Negrão de Lima, o maior projeto de acabar com o Rio chama-se "fusão" tivemos aí o fechamento do caixão que começou em 1960. O resto é história.
ResponderExcluirA "fusão" foi o golpe misericórdia perpetrado contra o Rio de Janeiro quinze anos após perder a condição de capital federal. Esperavam que com isso destruíriam a imponência da Cidade Maravilhosa, juntando "ambrosia com fezes". Mas o "tiro saiu pela culatra" quando anos depois grandes reservas de petróleo foram descobertas no litoral fluminense. Mas o mal já estava feito. Essa fusão trouxe elementos extremamente perniciosos para a política carioca. Figuras como o "Casal Garotinho", Saturnino Braga, Paulo Melo, os "Farid", os "Anísios", Moreira Franco, e muitos outros, eram figuras alienígenas ao Estado da Guanabara, mas a fusão tornou o Rio uma das "cloacas da política nacional"
ExcluirO edifício Avenida Central pode ter introduzido várias novidades, mas não deixa de ser uma obra sem charme algum. Um paralelepípedo de vidro e concreto, colocado de pé. Símbolo da falta de criatividade e arte da arquitetura contemporânea. Até o macaco Simão projeta algo assim.
ResponderExcluirNão duvido nada de que já haja tabelas de cálculo prontas para esses paralelepípedos. É só o macaco especificar a quantidade de andares e a área ocupada e vupt! já sai tudo calculado.
Na carona do Docastelo, o sistema de AC. já era moderno com água gelada( 6 grausC) circulante pelas tubulações de aço galvanizado isolados com calhas de lã de vidro. Nas diversas salas haviam as unidades terminais tipo fan-coil ou trocadores de calor e eram operadas pelo próprio usuário. Se não me engano as unidade geradoras frio que ficavam no pilotis intermediário eram da marca Carrier Americana. As torres de resfriamento ficam no alto do prédio. Enfim, na época um prédio supermoderno e foi nesse prédio que ainda garoto ao subir um vez por elevador tomei um susto pois éramos informados pelo alto falante em que andar estávamos. Isso para mim na época era um assombro.
ResponderExcluirERRO: alertado pelo JBAN devo informar que a terceira foto não é da demolição do Hotel Avenida, que está lá, ao fundo.
ResponderExcluirAcho que quase todo mundo "passou batido" nessa.
ExcluirEsse recém demolido era o antigo prédio da Imprensa Nacional.
Pelo ângulo poderia ser a demolição da Imprensa Nacional?
ExcluirSim
ExcluirEngraçado,em praticamente todas as fotos,as janelas estão todas fechadas.Numa cidade "fresca"como o Rio,os hóspedes deviam derreter...
ResponderExcluirAs 7:56 desconfiei de algo incoerente
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