Com novas fotos do AGCRJ revisitamos o Hotel Avenida.
Construído pela Light em 1911, o Hotel Avenida foi um dos edifícios mais populares da Avenida Rio Branco e um dos pontos mais movimentados da cidade. Ele era tão importante que acabou se transformando em marco histórico do Centro e cartão-postal do Rio Antigo.
No térreo funcionava uma estação circular dos bondes que trafegavam pela Zona Sul da cidade pertencentes à Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico. Chamada de Galeria Cruzeiro devido à existência de duas passagens em cruz, ela permitia o embarque e desembarque dos ilustres passageiros com conforto e segurança. Além disso, oferecia bares, restaurantes, cafés e leiterias.
Na segunda foto aparece o Bar Nacional, “inaugurado em 1913, propriedade da firma Eduardo & Costa, serviu a elite carioca por décadas. Em 1937 foi reinaugurado possuindo actualmente as mais modernas installações e na adega encontra-se deliciosos vinhos nacionaes e estrangeiros para a composição de finíssimos “cockails”. Para ligeiras refeições possue conservas finas da melhor procedencia, e dispõe de pessoal habilitadíssimo que com a maior prestesa prepara deliciosos “lunches” a minuta”, dizia o Correio da Manhã de 02/09/1937. O Bar Nacional tinha como endereço Rua Bittencourt da Silva nº 12 E, entre Av. Rio Branco e Rua 13 de Maio, telefone 22-0140.
A Galeria Cruzeiro também foi um dos principais cenários do carnaval carioca, concentrando os foliões que chegavam nos bondes lotados e ruidosos. O Hotel Avenida foi demolido em 1957 para dar lugar ao Edifício Avenida Central.
Bom Dia! Por várias vezes estive na galeria Cruzeiro. Não lembro de ter ido lá para outra coisa que não fosse observar bondes ou paquerar "alguma mina". Faltam 50 dias.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirFoi um prédio imponente em sua época áurea. Infelizmente mais uma vítima dos arranha-céus.
Em outros textos fala-se da decadência em seus últimos anos de funcionamento. Li, não lembro onde, que havia um hóspede que se recusava a sair do hotel.
O Tabuleiro da Baiana causou um esvaziamento no funcionamento da estação do hotel. Acredito que tenha sido desativada antes do fim das atividades.
A propósito, as fotos parecem inéditas para mim.
Em tempo: na primeira foto, aparece, à direita, um pedaço da esquina da rua São José, demolida nos anos 70, onde, mais tarde, funcionou uma loja da Willys, retratada pelo Sr. Szendrodi.
ResponderExcluirInfelizmente não cheguei a conhecer esse prédio pois quando cheguei ao Rio vindo do Ceará nos idos de 57 já havia o começo da construção do Avenida Central. Me intrigava o fato de ser uma construção em estrutura de aço. Até alguns anos atrás ainda cheguei ver essas estruturas em algumas salas quando estava instalando novos equipamentos de AC no prédio.
ResponderExcluirSalvo engano, Brasília é um bom exemplo dessa modalidade e temos exemplos contundentes desse maneira americana de construir: Ex:O Imenso prédio anexo ao parlamento e a bonita explanada dos ministérios. Tudo em aço.
Bem, mas mesmo assim eu gostaria de ter tido oportunidade de conhecer o Hotel Avenida. Bom registro esse de hoje.
Como eu gostaria de ter conhecido este belíssimo Hotel, que foi mais uma obra de arte arquitetônica jogada a baixo sem dó, piedade e amor as nossas construções históricas. Devagarzinho, fomos perdendo a nossa identidade. Duvido que na Europa ele teria sido demolido. E digo mais, na Argentina, também até hoje, estaria de pé. Os hermanos têm grande apreço a seus prédios antigos e seculares. Esta característica deles é admirável!
ResponderExcluirNão seria na segunda foto, Augusto?
ResponderExcluirBom dia! Uma pena eu não ter visto o lindo imóvel de pé. Uma coisa interessante foi que, anos atrás, graças a essas fotos, eu fui entender porque alguns chamavam os drinks de 'rabo de galo'.
ResponderExcluirCocktail?
ExcluirAdoro as postagens sobre esse tempo chique do Rio. Nem sei se o Hotel era tão bom, mas um hotel com gare para você ir até a Zona Sul devia ter o seu valor.
ResponderExcluirNa foto 4, um Ford 1951 e dois Chevrolet, um 51 saia e blusa e um 1937, duas portas.
Na foto 5, um Morris Oxford avisa que vai aparecer melhor na foto 6, mas um Citroën Traction justifica a postagem.
Na foto 6, o Morris aparece por inteiro, atrás de um Hudson, enquanto uma perua Ford Country Sedan desfila na Avenida. Ela pode ser 55 ou 56.
Gostaria de ter conhecido este hotel. Meu pai trabalhava na Rua Miguel Couto e dizia que às vezes caminhava até a "galeria" pra tomar uma laranjada.
ResponderExcluirRealmente foi mais um crime terem o derrubado pra construir aquele caixotão de vidro.
O Rio vem perdendo paulatinamente a hegemonia no cenário nacional e tornando-se um ator coadjuvante.
A Bolsa de Valores foi para SP; a padroeira saiu da Penha e foi para Aparecida; as principais conexões saíam do Galeão, agora é Cumbica; Gillette, L'Oréal, grandes farmacêuticas, Jornal do Brasil, Manchete, indústria naval, e outras, acabaram ou se mudaram; até a Rede Globo aos poucos vai se "centralizando" em SP.
Daqui a pouco vamos começar a mudar o sotaque "ô meu"...
Wagner, não entendi essa da padroeira que saiu da Penha e foi para Aparecida...mas "ô, meu" é dose, temos que resistir rs
ExcluirQuem se lembra das Lojas Plermo... a loja de frutas..Era maltratado, mas tinha um valor histórico !
ResponderExcluirNa última foto um Morris Oxford, com os elegantes pneus de banda branca.
Fotos desse prédio no lado do Largo da Carioca são mais difíceis de achar.
ResponderExcluirNa foto 2 vemos a esquina da Bittencourt Silva com o Largo da Carioca, em estilo "arredondado", diferente das "quinas quebradas" das outras esquinas do hotel. Ou então a foto está com defeito.
Em tempo: a Rua Bittencourt Silva ainda deve existir, pelo menos para a prefeitura, mas o Google deletou o nome de seu mapa.
Infelizmente não há o que se comentar positivamente em postagens como essa. O que se se pode fazer a não ser lamentar a falta de visão de prefeitos e políticos de antanho? Nota-se o "padrão europeu" que havia no Rio de Janeiro, com a circulação de pessoas bem vestidas e civilizadas, ao contrário do atual "padrão subsaariano" que existe no Centro do Rio, onde camelôs, crackudos, desocupados, e miseráveis, são parte integrante da atual "paisagem da região". Quanto ao termo "parlamento" empregado corretamente pelo Menezes, era adequado no passado, mas não nos tempos atuais, no meu modesto entendimento. Da forma como funcionam atualmente, "balcão de negócios" ou "narco-parlamento" seriam denominações mais adequadas". FF: Em uma operação policial onde a Polícia de São Paulo fechou um mega-cassino clandestino, o jogador do Flamengo conhecido como "Gabi gol" foi preso, e além dele mais de duzentas pessoas. Só para entrar na casa o "cacife mínimo" era de quarenta mil Reais".
ResponderExcluirEm 1983 estive na Nova Zelândia e fiquei surpreso ao ver nas estradas muitos Morris Oxford puxando carretas com jet skis e barcos. Esse carro era muito comum aqui no Rio, nas décadas de 1950 e 1960, mas vê-los ainda rodando mais de 30 anos depois foi surpreendente.
ResponderExcluirBoa tarde a todos. Havia feito um comentário pela manhã mas na hora de postar deu xabu no meu computador. Vou tentar reescrevê-lo. O Rio de Janeiro infelizmente desde sempre jamais teve qualquer respeito e interesse em preservar a sua memória urbana histórica, uma cidade que demoliu o local mais importante da sua constituição como cidade que foi o morro do Castelo, o principal hotel da cidade e pinto no lixo, para ser derrubado. Os Arcos não foram derrubados porque não dá para fazer nada de interesse no seu local. Enquanto isso na Suiça o Hotel mais antigo ainda em atividade no País está em pleno funcionamento na cidade de Basel, entre seus hospedes, Napoleão Bonaparte e quase todas as monarquias Europeias lá se hospedaram desde o século XVIII. Um hotel 5 estrelas, com um restaurante 3 estrelas Michelan, foi reformado na década passada, preservando todas as suas características da sua fundação, mobília, pintura, papeis de paredes, decoração tudo conforme foi inaugurado. Nome do Hotel, Trois Rois em Basel de frente para o Rio Reno.
ResponderExcluirHoje seria um prato cheio para os comentários daquela figura que se identificava como "Do Contra". Por sinal a repetição da postagem pelo menos comprova uma certa coerência na permanência das mesmas opiniões.
ResponderExcluirQuando criança estive uma vez nesse hotel levado pelo meu pai que visitava um amigo de MG ali hospedado. Coincidência ou não no mesmo dia pousava no Largo da Carioca o helicóptero do Papai Noel e os aposentos do referido senhor, nos fundos do imóvel, proporcionou ótima visão.
Nesse tempo essa edificação já demonstrava uma certa decadência e com o tempo ficou mais difícil e onerosa sua manutenção. Somando-se a isso os interesses de grupos em explorar esse ponto central do centro da cidade por óbvio não houve maiores interesses em sua conservação.
Seu sucessor, o edifício Avenida Central, com seus avanços tecnológicos para a época, mas sem o mesmo charme, a seu modo tem deixado a sua marca na história do centro pelos fatos e folclore que o cercam. Fatos como o primeiro prédio a ter CEP próprio, o primeiro comercial a instalar sistemas automáticos de combate a incêndios e brigada especializada, elevadores automáticos Supertrafic, controle de segurança rigoroso (primeiro a usar mulheres nessa tarefa) e outros dados relevantes, colocou esse edifício no mapa do centro do Rio.
Acho que essa loja daAero Wyllis aparece no filme do Roberto Carlos em que desce do Banerjão de guindaste. Hoje ganhei livro sobre bondes e conheci o Sr. Greenhough primeiro presidente da Companhia Ferro Carril do Jardim Botânico. Muito progresso foi por causa dos bondes, que eram constantemente abalroados pelas gôndolas (charretes). A rua Greenhough é hj a rua Abelardo Lobo. Aliás vários nomes de rua do JB são de ex diretores da Companhia, como Getúlio dasNeves.
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