Continuando
nossa pequena série vemos fotos do andamento do projeto do Laboratório Nacional
de Engenharia Civil (LNEC) junto com a SURSAN, para um grande aterro hidráulico
para duplicação da Avenida Atlântica e passagem do interceptor oceânico.
Isto
serviu também para evitar as recorrentes ressacas que acometiam o bairro de
Copacabana (tal fato também aconteceu quando da construção do Aterro do
Flamengo).
Já
em 1963 a engenheira Bertha Leitchiv, que esteve em Lisboa acompanhando os
estudos que o LNEC fizera para o Aterro do Flamengo, dava entrevista que os
portugueses se ofereciam para fazer também um estudo para a Praia de
Copacabana. Em 1964 um convênio foi firmado, oficialmente, entre a SURSAN e
LNEC. Em 1965 técnicos portugueses desembarcaram aqui com o material necessário
para os estudos da grande obra. Foram 500 quilos de material, que foram levados
para a sede da Administração Regional de Copacabana, onde os técnicos vão
estudar os elementos “in natura”, para reproduzi-los artificialmente na maquete
da Praia de Copacabana feita em Lisboa. A previsão era de um ano de estudos,
com uso de aparelhos como teodolitos, taqueômetros, níveis, sextantes e sondas.
Em
1968 o engenheiro Fernando Abecasis, do LNEC, informou que seriam necessários 6
milhões de metros cúbicos de areia para se proceder ao alargamento de 100 a 150
metros da Praia de Copacabana. Considerou que o bombeamento de areia dos
depósitos da Enseada de Botafogo seria o mais viável para o carreamento da
areia necessária, do que utilizar a “Draga Hopes” que retira areia do alto-mar.
A
primeira fase das obras seria a construção do enrocamento próximo à Pedra do
Leme, a fim de evitar que a areia dragada fosse carregada pelas ondas. Nesta
época se previa mesmo a construção das passarelas que vimos em fotos de ontem.
Em
27/04/1969, reportagem do Correio da Manhã dá conta das críticas do arquiteto
D. Lobo, professor da Faculdade de Arquitetura da UFRJ, e do engenheiro P.
Coutinho, ex-presidente da Comissão de Urbanismo do Clube de Engenharia.
Enquanto o primeiro acha que o projeto “está errado desde o início”, o segundo conclui
que “é uma monstruosidade se construir um canal de tráfego entre a praia e o
bairro, verdadeiro fosso, para permitir apenas o tráfego de passagem longitudinal”.
Também
em 1969 foi montada uma exposição na Praça do Lido que mostrava o interceptor
que seria colocado ao longo da Praia de Copacabana e do lançador submarino que
sanearia as praias da Zona Sul.
Em
22/10/1969 com a presença do Governador Negrão de Lima e do Secretário de
Obras, Raimundo de Paula Soares, foram iniciadas, oficialmente, em frente ao
Leme Palace Hotel, as obras de alargamento da Avenida Atlântica.
|
Boas informações sobre a evolução do projeto.
ResponderExcluirGostaria de saber a opinião, depois do final da obra, do arquiteto que disse que tudo estava errado desde o início.
Qual teria sido a razão do projeto ter mudado quanto à construção das passarelas e o abandono da idéia de tornar a avenida Atlântica uma via expressa? Foi falta de dinheiro ou houve uma razão técnica?
Foi falta de dinheiro.
ExcluirDica do Hélio Ribeiro: filme sobre o Rio nos anos 50 - https://tinyurl.com/ydfjncmv
ResponderExcluirSó faltou mostrar a laje do DI LIDO. Quanto as meninas de biquínis garanto que tem gente que não gosta.
ExcluirA construção de um túnel fazendo a ligação com a Praia Vermelha seria um absurdo caso fosse concretizada. A Urca e a Praia Vermelha escaparam da invasão das "hordas caucasianas" justamente pelo seu isolamento e pela ausência de terminais de transportes de massas como Metrô e BRT. No dia Primeiro, após escapar dos percalços pelos quais passei na Avenida Atlântica, consegui estacionar na Urca e passei uma tarde agradável, já que as frequência era em quantidade civilizada. Imaginem se houvesse essa ligação com a Avenida Atlântica...
ResponderExcluirBoa tarde à todos,
ResponderExcluirNa quarta foto, estamos na esquina da rua Santa Clara. A casa de pedras demolida em 2013, que foi o último casarão residencial da antiga Av. Atlântica, está no canto superior direito da foto. Ainda na 4a foto, praticamente de frente para o guindaste na areia, há um edifício em construção. Foi esse prédio que emparedou o edifício Guarujá, tendo "roubado" a sua frente para a Av. Atlântica. As demais fotos, exceto a primeira, parecem mostrar as obras no mesmo trecho do Posto 4 compreendido pelas ruas Santa Clara e Constante Ramos.
Há braços
Otimas informações. Assim como o Plinio gostaria de saber o que rolou pós conclusão. No período de obras a coisa não deve ter sido bonita para os moradores...
ResponderExcluirProblemas no site. Vamos aguardar que volte o acesso para novos comentários.
ResponderExcluirA primeira foto mostra a bomba booster que descrevi na primeira postagem da série no dia 2. Na frente vemos a bomba centrifuga com o recalque saindo para o lado e atrás, coberto por lona escura, o motor diesel. Esse equipamento é geralmente esquecido na descrição da obra. Hoje comprovei que não era uma armadilha da minha memória, ela existiu....
ResponderExcluir