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NO CREO EN BRUJAS....., por Helio Ribeiro
Há certas crendices,
costumes ou lendas que desafiam a ciência e a lógica porém estão firmemente
arraigados no imaginário popular. Mas devemos distinguir o que é pura invenção
do que pode ter um fundo de verdade científica.
Na postagem de hoje
estão listados os casos de que me lembrei e nos quais não se consegue
vislumbrar ligação com a ciência. Na de amanhã serão apresentados aqueles em
que pode haver tal ligação.
Para alguns casos
encontrei na Internet uma explicação possível. Às vezes, até mais de uma. Se é
verdade ou não, ignoro.
OBS: Em certos casos,
para o título não ocupar mais de uma linha na tela do celular, optei por
colocar apenas o nome do objeto principal da crendice.
GATO
PRETO DÁ AZAR
Na Idade Média algumas mulheres não se encaixavam nos padrões da sociedade da época e por isso eram perseguidas e consideradas como bruxas. E os gatos pretos eram tidos como seus parceiros. O papa Inocêncio VIII chegou a incluir os felinos dessa cor na lista dos perseguidos pela Igreja Católica. Para piorar, em 1561 o autor inglês William Baldwin escreveu um trabalho satírico chamado Beware the Cat, no qual os gatos pretos eram, na verdade, bruxas disfarçadas que tinham nove vidas, ajudando a espalhar ainda mais a lenda.
Devido a essa
superstição, estudos comprovam que gatos pretos são os menos adotados de
abrigos!
DAR
TRÊS PANCADAS EM MADEIRA
Povos antigos perceberam que era comum os raios caírem nos troncos das árvores, daí estas serem consideradas moradas dos deuses. Bater com os nós dos dedos no tronco servia para isolar da pessoa algum comentário ouvido, fosse ou não dirigido a ela, transferindo-o para os deuses ali residentes e neutralizando-o.
A árvore por excelência
para se fazer isso era o carvalho.
JOGAR
SAL SOBRE O OMBRO ESQUERDO
Parece ser originária dos turcos, que acreditavam haver um espírito presente em cima do nosso ombro esquerdo, criando situações malignas. Jogar sal no “olho” dele o deixa cego e livra a pessoa da desgraça. Esse costume atualmente ainda existe quando se retorna de um cemitério, para espantar qualquer espírito ruim trazido daquele lugar.
FERRADURA
LIVRA DO MAL
Diz a lenda que São Dunstan, ferreiro que viveu no século 10, teria recebido certo dia um cliente solicitando uma ferradura para si próprio (em vez de para um cavalo). Ao tirar as medidas do homem, Dunstan percebeu que o pé dele era rachado e tinha só dois dedos: era o diabo em pessoa.
Para dar-lhe uma lição,
o ferreiro colocou os pregos da ferradura bem no meio do pé do tinhoso,
causando tanta dor que o diabo jamais ousou chegar perto de uma ferradura. Por
isso, ter uma dependurada dentro de casa afasta o vermelhinho.
QUEBRAR
ESPELHO DÁ 7 ANOS DE AZAR
Há mais de uma explicação para essa crendice. A que achei deveras interessante é a que diz ser o reflexo da pessoa no espelho a imagem de sua alma. Se o espelho quebra, é sinal de maus acontecimentos em breve. Na Roma antiga, acrescentou-se que essa fase de mau agouro dura sete anos e após esse tempo tudo volta ao normal, pois um novo ciclo de vida começaria a cada sete anos.
Deriva dessa crença o
fato de os vampiros não possuírem reflexos em espelho, já que não possuem alma.
TREVO
DE QUATRO FOLHAS DÁ SORTE
De acordo com uma lenda cristã, quando Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden, Eva trouxe consigo um desses trevos. Por ser um pedaço do paraíso, ele é um símbolo positivo e que traz sorte para quem o encontra.
Para druidas
(sacerdotes celtas), quem tivesse um trevo de quatro folhas poderia enxergar os
demônios e, assim, escapar deles.
OBS: Isso me lembra uma
canção de 1927 chamada “I’m Looking Over a Four-leaf Clover” (“Estou examinando
um trevo de quatro folhas”).
FIGA
A figa era considerada um amuleto na Grécia e Roma antiga, usado pelas mulheres. Representa o órgão masculino penetrando no feminino, e por isso simbolizava fertilidade. Com o tempo deixou de ter essa conotação sexual e passou a ser usado para afastar coisas más.
PASSAR
SOB ESCADA
Uma escada aberta forma um triângulo, símbolo da Santíssima Trindade. Passar sob ela significa violar essa Trindade, constituindo pecado.
Pessoas mais práticas
não passam embaixo de escada para não receberem na cabeça algo que caia lá de
cima.
NOIVO
VER NOIVA VESTIDA
Reza a lenda que o noivo não deve ver antecipadamente a noiva vestida para a cerimônia nupcial, porque dá azar. O motivo é que durante boa parte da nossa história o casamento foi uma relação comercial, tratado pelos pais ou seus prepostos em nome dos filhos, sem que eles se conhecessem ou até mesmo soubessem do arranjo em andamento. Por receio de que o noivo visse a futura esposa antes da cerimônia e não gostasse dela, desistindo do casamento e estragando o acordo comercial, a família da menina a escondia até aquele momento.
TRÊS
PULINHOS PARA SÃO LONGUINHO
Dizem que Longinus era o nome do soldado que espetou uma lança nas costelas de Jesus crucificado. Outros dizem que Longinus é uma referência à longa lança usada naquele evento, e não o nome do soldado.
O fato é que depois
disso tal soldado se converteu e foi um grande defensor do cristianismo,
sendo-lhe atribuídos diversos milagres após sua morte.
Com o tempo, ele passou
a ser conhecido como São Longuinho e não se sabe por quais motivos passou a ser
invocado pelas pessoas para recuperar objetos perdidos, sob a promessa de se
houver êxito darem três pulinhos e rezarem uma prece ao santo. Lenda ou não, há
muitos relatos afirmando que após tal invocação o objeto foi realmente
encontrado (eu mesmo já tive êxito com essa prática).
O porquê dos três
pulinhos é motivo de controvérsia, alguns os associando à Santíssima Trindade.
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