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sábado, 25 de janeiro de 2025

DO FUNDO DO BAÚ - CRENDICES

 

YO NO CREO EN BRUJAS....., por Helio Ribeiro

Há certas crendices, costumes ou lendas que desafiam a ciência e a lógica porém estão firmemente arraigados no imaginário popular. Mas devemos distinguir o que é pura invenção do que pode ter um fundo de verdade científica.

Na postagem de hoje estão listados os casos de que me lembrei e nos quais não se consegue vislumbrar ligação com a ciência. Na de amanhã serão apresentados aqueles em que pode haver tal ligação.

Para alguns casos encontrei na Internet uma explicação possível. Às vezes, até mais de uma. Se é verdade ou não, ignoro.

OBS: Em certos casos, para o título não ocupar mais de uma linha na tela do celular, optei por colocar apenas o nome do objeto principal da crendice.

 

GATO PRETO DÁ AZAR

Na Idade Média algumas mulheres não se encaixavam nos padrões da sociedade da época e por isso eram perseguidas e consideradas como bruxas. E os gatos pretos eram tidos como seus parceiros. O papa Inocêncio VIII chegou a incluir os felinos dessa cor na lista dos perseguidos pela Igreja Católica. Para piorar, em 1561 o autor inglês William Baldwin escreveu um trabalho satírico chamado Beware the Cat, no qual os gatos pretos eram, na verdade, bruxas disfarçadas que tinham nove vidas, ajudando a espalhar ainda mais a lenda.

Devido a essa superstição, estudos comprovam que gatos pretos são os menos adotados de abrigos!

 

DAR TRÊS PANCADAS EM MADEIRA

Povos antigos perceberam que era comum os raios caírem nos troncos das árvores, daí estas serem consideradas moradas dos deuses. Bater com os nós dos dedos no tronco servia para isolar da pessoa algum comentário ouvido, fosse ou não dirigido a ela, transferindo-o para os deuses ali residentes e neutralizando-o.

A árvore por excelência para se fazer isso era o carvalho.

 

JOGAR SAL SOBRE O OMBRO ESQUERDO

Parece ser originária dos turcos, que acreditavam haver um espírito presente em cima do nosso ombro esquerdo, criando situações malignas. Jogar sal no “olho” dele o deixa cego e livra a pessoa da desgraça. Esse costume atualmente ainda existe quando se retorna de um cemitério, para espantar qualquer espírito ruim trazido daquele lugar.

 

FERRADURA LIVRA DO MAL

Diz a lenda que São Dunstan, ferreiro que viveu no século 10, teria recebido certo dia um cliente solicitando uma ferradura para si próprio (em vez de para um cavalo). Ao tirar as medidas do homem, Dunstan percebeu que o pé dele era rachado e tinha só dois dedos: era o diabo em pessoa.

Para dar-lhe uma lição, o ferreiro colocou os pregos da ferradura bem no meio do pé do tinhoso, causando tanta dor que o diabo jamais ousou chegar perto de uma ferradura. Por isso, ter uma dependurada dentro de casa afasta o vermelhinho.

 

QUEBRAR ESPELHO DÁ 7 ANOS DE AZAR

Há mais de uma explicação para essa crendice. A que achei deveras interessante é a que diz ser o reflexo da pessoa no espelho a imagem de sua alma. Se o espelho quebra, é sinal de maus acontecimentos em breve. Na Roma antiga, acrescentou-se que essa fase de mau agouro dura sete anos e após esse tempo tudo volta ao normal, pois um novo ciclo de vida começaria a cada sete anos.

Deriva dessa crença o fato de os vampiros não possuírem reflexos em espelho, já que não possuem alma.

 

TREVO DE QUATRO FOLHAS DÁ SORTE

De acordo com uma lenda cristã, quando Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden, Eva trouxe consigo um desses trevos. Por ser um pedaço do paraíso, ele é um símbolo positivo e que traz sorte para quem o encontra.

Para druidas (sacerdotes celtas), quem tivesse um trevo de quatro folhas poderia enxergar os demônios e, assim, escapar deles.

OBS: Isso me lembra uma canção de 1927 chamada “I’m Looking Over a Four-leaf Clover” (“Estou examinando um trevo de quatro folhas”).

 

FIGA

A figa era considerada um amuleto na Grécia e Roma antiga, usado pelas mulheres. Representa o órgão masculino penetrando no feminino, e por isso simbolizava fertilidade. Com o tempo deixou de ter essa conotação sexual e passou a ser usado para afastar coisas más.

 

PASSAR SOB ESCADA

Uma escada aberta forma um triângulo, símbolo da Santíssima Trindade. Passar sob ela significa violar essa Trindade, constituindo pecado.

Pessoas mais práticas não passam embaixo de escada para não receberem na cabeça algo que caia lá de cima.

 

NOIVO VER NOIVA VESTIDA

Reza a lenda que o noivo não deve ver antecipadamente a noiva vestida para a cerimônia nupcial, porque dá azar. O motivo é que durante boa parte da nossa história o casamento foi uma relação comercial, tratado pelos pais ou seus prepostos em nome dos filhos, sem que eles se conhecessem ou até mesmo soubessem do arranjo em andamento. Por receio de que o noivo visse a futura esposa antes da cerimônia e não gostasse dela, desistindo do casamento e estragando o acordo comercial, a família da menina a escondia até aquele momento.

 

TRÊS PULINHOS PARA SÃO LONGUINHO

Dizem que Longinus era o nome do soldado que espetou uma lança nas costelas de Jesus crucificado. Outros dizem que Longinus é uma referência à longa lança usada naquele evento, e não o nome do soldado.

O fato é que depois disso tal soldado se converteu e foi um grande defensor do cristianismo, sendo-lhe atribuídos diversos milagres após sua morte.

Com o tempo, ele passou a ser conhecido como São Longuinho e não se sabe por quais motivos passou a ser invocado pelas pessoas para recuperar objetos perdidos, sob a promessa de se houver êxito darem três pulinhos e rezarem uma prece ao santo. Lenda ou não, há muitos relatos afirmando que após tal invocação o objeto foi realmente encontrado (eu mesmo já tive êxito com essa prática).

O porquê dos três pulinhos é motivo de controvérsia, alguns os associando à Santíssima Trindade.

 ------  AMANHÃ TEM MAIS  ------ 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

ÔNIBUS

Espero que os especialistas em ônibus comentem/corrijam as informações desta postagem.

Os primeiros auto-ônibus trafegaram a partir de 1908, fazendo o percurso da Praça Mauá ao Passeio Público, com algumas viagens extraordinárias para a Exposição Nacional na Praia Vermelha. 

Em 1911 estabeleceu-se uma linha regular entre o centro da cidade e a Praia Vermelha. Depois foi inaugurada a ligação por ônibus entre a Rua dos Beneditinos e a Praça da Bandeira. Os ônibus não evoluíram muito até o início dos anos vinte. As linhas pouco numerosas, com carros a combustão, serviam basicamente o centro da cidade. 

Entre 1918 e 1928, a população do Rio foi servida, na Avenida Rio Branco , por uma linha de ônibus elétricos, operada pela Light. Eram chamados de "auto-ônibus" e percorriam a Av. Rio Branco de um extremo a outro. Eram providos de rodas de borrracha maciça e como o sistema de tração era elétrico (acumuladores), sem barulho, sem vibração, nem fumaça. 

Em 1923, os chamados "auto-ônibus do Lopes", de propriedade do comerciante Manoel Lopes Ferreira, passaram a alcançar distâncias maiores, chegando até bairros como a Tijuca e o Leblon (face aos seguidos desastres foram apelidados de "auto-decapitação").  Os subúrbios também passaram a ter suas linhas de ônibus, operadas por Mario Bianchi. 

Em 1926, a Light entrou no serviço de ônibus movidos a gasolina, com os carros da Viação Excelsior, como o que aparece hoje em foto abaixo. Faziam o percurso no percurso entre o Centro e Botafogo (Club Naval-Pavilhão Mourisco), ao preço de 400 réis por passageiro. Todos os veículos eram providos de regulador de velocidade, freios de segurança, caixa coletora para recebimento de passagens, assentos forrados de veludo. 

Em 1928 a Excelsior inagurava, nas linhas Estrada de Ferro-Lapa e Club Naval-Leopoldina, os chamados carros imperiais, de dois andares, o famoso "chopp-duplo".

FONTES: Andre Decourt, Maxwell (PUC), W. Stiel, C. Dunlop, Nickolas Nogueira, Helio Ribeiro, A.L. Frusca.


O ônibus da Excelsior parado em frente ao Teatro Municipal. Ao fundo o belíssimo prédio da Biblioteca Nacional.


Em detalhe vemos o ônibus da foto anterior. Reparem a ausência de faróis nesse veículo que foi apelidado "jacaré". Ou estes ônibus não trafegavam à noite ou, possivelmente, era uma referência que a Light fazia ao fato de manter ruas muito bem iluminadas na cidade, o que era por si só propaganda de um serviço bem prestado. Estes luxuosos carros, segundo Dunlop, foram lançados em junho de 1926.

Localizado no Largo da Glória vemos um monumento com 10m de altura e um pedestal de granito de 6 faces, encimado por Pedro Álvares Cabral e dois outros personagens da nossa história: Pero Vaz de Caminha e Frei Henrique Soares, de Coimbra. De autoria do escultor Rodolpho Bernardelli, este monumento foi inaugurado em 1900 por ocasião dos festejos comemorativos do 4º Centenário do Descobrimento do Brasil. 

O ônibus é um "Jacaré" da Viação Excelsior. Motor Daimler, chassis Guy e carroceria feita nas oficinas da Light em Triagem. Começaram a circular em 1927. O carro é um Chevrolet 1934.

Esta foto já apareceu num "Onde é?". Vemos a Rua Desembargador Isidro, na Tijuca.Chama a atenção, além do simpático casario, a movimentação de veículos na rua. No meio temos um ônibus da Viação Excelsior, que passa por cima das linhas de bonde, do seu lado direito vemos um pequeno caminhãosinho carregado com caixas amarradas por cintas, do lado esquerdo está estacionado um elegante automóvel. O fotógrafo se encontra de costas para a Praça Saens Peña. 

Segundo Mme. Frusca, do lado direito havia o famosíssimo armarinho "Mme. Rosa", que vendia aviamentos diferenciados, como golas e punhos de rendas, luvas, flores para ornamentar lapelas e chapéus, botões em cristal, ou cravejados com marcacita (o strass da época) além de fazer serviços de plissé, ajour, etc. É mais arborizada atualmente. As palmeiras e a belíssima luminária que se vê do lado esquerdo já não existem mais.

Esta rua é paralela à Rua Conde de Bonfim e termina no encontro do final de várias ruas: José Higino, Clóvis Bevilacqua e Bom Pastor, quase em frente ao Colégio Batista Shepard e à Rua Sabóia Lima (no final da qual começa a Reserva Florestal da Tijuca).


Estupenda colorização feita pelo Nickolas Nogueira, a partir de uma fotografia publicada pelo Andre Decourt. É de autoria do fotógrafo da ABI, Ferreira Junior e faz parte do acervo de Sidney Paredes. Vemos um ônibus da Linha Club Naval-Laranjeiras,  na Rua Teixeira de Freitas, Lapa, ao lado do Passeio Público.

O Helio Ribeiro já comentou que este foi o primeiro modelo usado pela Viação Excelsior. Depois foi adotado um modelo maior e mais bonito. Entretanto, nenhum ônibus da Excelsior tinha farol. A placa do ônibus é A 26, como se vê na frente do motor. Essas carrocerias eram feitas nas próprias oficinas da Light.  Embaixo do indicador de tarifa havia outro letreiro, que indicava se o carro estava lotado. 


Nesta foto vemos que o homem de paletó, gentilmente, esperou a moça entrar no ônibus.

A Excelsior, em 1930, inaugurou uma garagem em Triagem, em terreno do Jockey Club, que era um conjunto de 20 edifícios – envolvendo oficinas, fábricas para montagem e reparo, além de escritórios, onde chegaram a trabalhar 2 mil pessoas – em uma área de 150 mil metros quadrados com capacidade para fabricar 150 bondes e 50 ônibus/ano. Além das revisões de rotina, quando um ônibus percorria 5 mil quilômetros, era recolhido à garagem e desmontado, tendo todas as suas peças revisadas e reformadas ou substituídas. Adicionalmente possuía garagens na Rua Desembargador Isidro, na Tijuca, no Largo dos Leões, em Botafogo, na Igrejinha, em Copacabana e a mais antiga e maior, a Maurity, no Mangue. Fonte: Blogger RiÔnibus antigo.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

RUA DO PASSEIO - CINE PLAZA

Fontes: “Saudades do Rio”, “Saudades do Rio – O Clone (Administrador Desconhecido”, “Arqueologia do Rio (Rouen)”, “Ontem e Hoje (Rafael Netto)”, “Poeiras e Palácios (Alice Gonzaga)”, “Correio da Manhã”, P. Vasconcellos, H. Menezes.


FOTO 1: Cinema Plaza, Rua do Passeio 78, inaugurado em 1936 e encerrou as atividades em 1980. Foi um dos precursores dos grandes cinemas. Tinha 1180 lugares em 1937. Exibidor: Vital Ramos de Castro. Em 1934 o terreno para a construção do Plaza foi comprado por 520 contos de réis e tinha a exclusividade da produção da R.K.O. Vital Ramos de Castro construiu o maior cinema da história da exibição carioca, o Olinda, com 3500 lugares, na Praça Saenz Peña. 


FOTO 2: O Cinema Plaza em 1936 em foto garimpada pelo Rouen. Este prédio possuía 60 apartamentos e foi um dos primeiros na cidade do Rio de Janeiro a receber incinerador de lixo a gás. Na ocasião os técnicos informavam que estavam convencidos de que a solução mais simples e higiênica, era a incineração do lixo no local, visto que o conteúdo de muitas latas grandes, era reduzido a poucas pás de cinza. Esta técnica esteve presente desde o início dos anos 30 até a década de 60 quando foram proibidas devido à alta poluição do ar que ocasionavam.

Pequeno detalhe: podemos observar que na frente do cinema (à esquerda da árvore) existe uma escada apoiada ao letreiro, então podemos deduzir, quase com certeza, que a foto foi tirada numa 2ª feira quando da troca do nome do filme.


FOTO 3: O filme italiano “Quando o sol se esconde”, de 1956, em exibição no Plaza. Quando foi inaugurado o Plaza não tinha refrigeração, mas Vital Ramos de Castro resguardava seu investimento sob a forma de um edifício de apartamentos.


FOTO 4: Esta foto de 10/04/1975, garimpada pelo “SDR-O Clone”, mostra os últimos dias de funcionamento do Cine Plaza, na Rua do Passeio. Podemos ver que os granitos e mármores ainda estavam em bom estado e as características Art-Déco preservadas. O Cinema já estava naquela fase de filme pornô, que anuncia o seu estertor. O filme “As mulheres querem mais” era uma pornochanchada.


FOTO 5: O mestre Candeias me contou: “O Plaza costumava passar filmes da Paramount, junto com o Colonial, hoje Sala Cecília Meireles. Vi ali “O Maior Espetáculo da Terra”, depois comprado em VHS e DVD. Era meu filme favorito, volta e meia o assistia até ver o filme Tiros em Columbine. Depois disso, ficou impossível ver o falecido presidente da National Rifle Association dentro da minha casa.”


FOTO 6: As formas e cortes geométricos desenhavam no saguão um espaço característico "art-déco", em que os volumes projetados das paredes, teto e piso equilibravam-se com as linhas e os planos definidos pelo revestimento de mármores coloridos. 

Os detalhes de metal nas portas dos elevadores, nas bilheterias e no guarda-corpo da escada são de desenho e acabamento delicados, próprios do estilo. O guarda-corpo prolonga-se, protegendo, no primeiro andar, o espaço aberto entre o saguão de espera e o cinema. 

O cinema foi construído pelo arquiteto italiano Ferruccio Brasini no térreo de um edifício de 12 andares. No saguão de entrada do cinema, as paredes projetavam-se ou curvavam-se para formar as bilheterias, o hall de elevador, a entrada da sala de projeções, ou abrir espaço para uma coluna ou degrau de convite da escada. 

O revestimento de mármores de diferentes cores, em cortes de linhas retas, sublinhava os elementos da arquitetura como colunas, escadas e passarelas. Do teto projetavam-se luminárias, circunscritas em discos coloridos. Nas portas dos elevadores as grades de ferro se desdobravam em folhas estilizadas, de desenho delicado. 

Na década de 1940 o Plaza era uma sala de luxo, que os espectadores frequentavam de paletó e gravata, como o Metro Passeio e o Vitória. O edifício apresenta imponente "lobby" de pé-direito duplo, visualmente aumentado em 1/3 pela concavidade da laje do terceiro nível e o posicionamento da marquise nesse mesmo piso. Os andares elevados, avarandados, abrigavam apartamentos residenciais. ("Apud" P. Vasconcelos).


FOTO 7: Temos aqui um registro do Cinema Plaza, na Rua do Passeio nº 78, feito no início de 1963, época em que ainda ia-se até a cidade de noite e, após o restaurante, assistir um bom filme.

O filme a ser assistido poderia ser “O Juízo Universal” de Vitório de Sica, rodado em 1962, como podemos ver na decoração da frente do prédio.


FOTO 8: Em foto do prezado Rafael Netto, que aniversariou semana passada. Vemos o local do antigo cinema Plaza em 2005. O cinema fechou há décadas e, no momento da foto, o edifício provavelmente encontrava-se em uma pendenga judicial que, se por um lado possibilitou sua degradação, por outro lado o manteve salvo da demolição, como aconteceu com o Ed. Guarujá em Copacabana, hoje restaurado.

Ao que parece uma construtora adquiriu o prédio e tem planos de restaurá-lo. O cartaz sobre a portaria diz "Nigri Engenharia - 25 anos - Em apoio ao corredor cultural".

Junto ao prédio permanece outra relíquia da época: o poste de dois globos. A Rua do Passeio é um dos poucos lugares do Rio que mantém os antigos postes, em conjunto com a iluminação moderna.

Por acaso, quando o Rafito publicou esta foto houve um comentário esclarecedor de Michel Nigri: “Ao acaso, encontrei este blog no qual estão sendo discutidas informações sobre o antigo Cine Plaza. Como proprietário do mesmo, me sinto lisonjeado com a atenção e o valor dados a essa obra histórica de nossa Cidade.

Aproveito esta oportunidade para esclarecer alguns pontos:

- Não consta sobre o imóvel nenhum tipo de discussão judicial;

- O imóvel foi comprado pela Nigri Engenharia da antiga proprietária em julho de 2005.

- O imóvel tem projeto aprovado para a construção de galerias de lojas tipo "InfoCentro" nos andares baixos e salas comerciais de 50 m² nos andares superiores. Neste projeto, o Cinema seria destruído.

- No entanto, após a aquisição do imóvel, entramos na Prefeitura com proposta para modificação de projeto aprovado. Nesta nova solução, os andares inferiores darão espaço a um grande Centro Cultural e o Cinema será convertido em Auditório para mais de 300 pessoas. Os demais andares serão destinados ao uso de lajes corporativas de 780 m² para grandes empresas; Além destes aspectos culturais do projeto, a fachada também será totalmente restaurada.

Gostaria de contar com o apoio de vocês para conseguir coletar qualquer material referente ao Cine Plaza que auxilie na restauração do mesmo.”


FOTO 9: Esta foto foi feita pelo Rouen em 2006. Com o seguinte texto: “Atualmente ainda de pé com o seu bonito desing Art-Déco o edifício, que necessita de uma grande reforma, apresenta na fachada placas que suponho ser de um futuro melhor pois se lê uma informação sobre o Corredor Cultural.

Construído em 1934 seguindo um projeto de Ferruccio Brasini, arquiteto este que também executou o projeto dos Cine Olinda (Arquitetura Déco maravilhosa), Astória, Primor e Novo Popular.”

FOTO 10: Um estacionamento chegou a ocupar o espaço do outrora Cine Plaza. A foto é do Menezes, que ali estacionava seu automóvel.

FOTO 11: Outra foto do Menezes na época em que o local estava semi-abandonado.


FOTO 12: Da mesma época vemos o aspecto da antiga bilheteria.


FOTO 12: O prédio em 2010 em imagem do Google Maps.


FOTO 13: O aspecto atual, em imagem do Google Maps, é este. Inserido no contexto histórico do Centro do Rio de Janeiro, o BVEP Nigri Plaza, com certificação LEED GOLD, apresenta pré-requisitos que garantem sustentabilidade e otimização de custos (anúncio da Internet).

 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

SOBRE O PADROEIRO DO RIO

Hoje veremos algumas homenagens a São Sebastião, padroeiro da cidade.

Como são confusas as informações encontradas na Internet sobre São Sebastião.

O nome da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, dado por Estácio de Sá, é uma homenagem ao rei de Portugal, Dom Sebastião, e ao santo padroeiro do rei, São Sebastião. 

A escolha de São Sebastião como padroeiro está ligada à história da cidade. Em 1591, o governador-geral do Brasil, Manuel de Sousa Coutinho, prometeu erguer uma igreja em homenagem a São Sebastião se a cidade fosse salva de um ataque de corsários franceses. A cidade foi salva e, assim, a igreja de São Sebastião foi construída, tornando o santo padroeiro da cidade.

Outros relatos dão como sendo Francisco de Souza o governador em 1591.

Diocleciano, imperador romano, condenou o capitão da guarda pretoriana, Sebastião, que era cristão à morte por flechamento. E isto aconteceu. Dado como morto, foi deixado no local. À noite, uma mulher, Irene, que tinha ido buscar o corpo do seu marido, também condenado à morte, viu que Sebastião estava vivo e o levou para sua casa, onde ele se recuperou.

Tão logo pôde, ele foi à presença do imperador que não acreditou no que viu. Sebastião não apenas confirmou ser quem era como afirmou que estava ali para, de público, condenar as atrocidades cometidas contra os cristãos, embora fossem eles leais ao Império. Diocleciano não quis ouvir mais nada e ordenou que Sebastião fosse levado à arena do Circo Romano, onde foi morto a varadas em 20 de janeiro no ano 288 da era cristã.

Em postagem anterior o Joel Almeida contou esta mesma história com umas poucas diferenças (Sebastião era um Tribuno e Irene era Fabíola ou Patricia).


FOTO 1: O monumento em homenagem a São Sebastião, instalado na Praça Luís de Camões, na Glória, seria inaugurado em 20/01/1965, mas não ficou pronto! O que foi inaugurado naquele dia chuvoso foi um molde em gesso...

Somente três meses depois, em abril de 1965, o verdadeiro monumento a São Sebastião, que tem sete metros de altura e é uma obra do escultor Dante Crocce, foi inaugurado.

No pedestal, há um relevo com o texto sobre a “Aparição de São Sebastião no combate de Canoas” (O Combate das Canoas, também conhecido como Batalha do Guaixará, foi uma emboscada de tupinambás e franceses contra os portugueses, que aconteceu em 1567), fato que tornou o santo padroeiro do Rio de Janeiro. A Praça Luís de Camões foi palco da batalha na qual Estácio de Sá foi ferido e que resultou na expulsão dos franceses do Rio de Janeiro.

Esta foto é de uma obra em 1971.

FOTO 2Mostra os fiéis que foram assistir à última missa na Igreja de São Sebastião, antes da demolição do Morro do Castelo em 02/11/1921.

FOTO 3A multidão que compareceu ao Morro do Castelo para a última missa.

FOTO 4Aspecto do Morro do Castelo no dia da última missa na igreja.


FOTO 5De Malta mostra a Praça Onze de Junho. O belo prédio ao fundo é a Escola São Sebastião, fundada em 1852 e que foi uma das primeiras a ter cursos noturnos. A Escola São Sebastião mais tarde mudou de nome para Benjamim Constant e foi com este nome que foi demolida. 


FOTO 6Matriz de São Sebastião, igreja dos Capuchinhos na Rua Haddock Lobo. É em estilo bizantino modernizado. Há uma crença de que, a cada primeira sexta-feira do ano, a “Bênção dos Capuchinhos” dá sorte.   


FOTO 7Há inúmeras igrejas em homenagem a São Sebastião no Rio de Janeiro. Esta fica na Vila Militar.


FOTO 8A legenda do "Correio da Manhã" diz que esta é uma procissão em homenagem a São Sebastião (será?).


FOTO 9A construção do Viaduto São Sebastião, no centro do Rio de Janeiro.

 

FOTO 10A Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro é de 1979.