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sábado, 21 de dezembro de 2024

FOTOGRAMAS

Para o fim-de-semana temos fotogramas enviados pelo prezado GMA.

Vista do galpão de aviação do Iate Clube


O aterro realizado na antiga Praia da Saudade.

O prédio do Cassino Atlântico no Posto 6


A Av. Niemeyer com a igreja de São Conrado lá no fundo.


 Vista de Ipanema e Leblon com o edifício Cordeiro no Vidigal.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

CINEMA VITÓRIA

 

O cinema Vitória foi o último dos grandes cinemas construído na Cinelândia. Ficava na Rua Senador Dantas nº 45-A. Chegou a ter 1269 lugares, era do grupo Severiano Ribeiro e funcionou de 1942 a 1993. 

Foi inaugurado com a exibição do filme "O Grande Ditador", de Charles Chaplin.

A foto é de 1952, quando estava sendo exibido o filme "Appassionata", com Tonia Carrero, Paulo Autran e Renato Consorte.


O cinema Vitória era um dos históricos cinemas localizado na área da Cinelândia, no Rio de Janeiro, no térreo do Edifício Rivoli. Era conhecido por exibir grandes lançamentos de filmes da época. Foi um dos primeiros a ter tela em 70mm. Este era um formato de projeção que produzia imagens maiores, mais nítidas e claras, além de um som mais dinâmico e claro. Hollywood ampliava filmes rodados em 35mm para serem apresentados em 70 mm. Nos primeiros tempos o cinema Vitória exigia o uso de terno e gravata.  

Em seus últimos tempos, nos anos 90, passou a exibir filmes considerados de baixa qualidade, como as "pornochanchadas".


Aqui vemos aqueles folhetos que a Cia. Severiano Ribeiro costumava distribuir em seus cinemas. No verso deles existia a programação da semana nas outras salas desta empresa.

O filmes acima anunciados eram: 

“Angelina, a deputada” (“L´Onorevole Angelina”), estrelado por Anna Magnani, Nando Bruno e Ave Ninchi.

“Viver em Paz” (“Vivere la Pace”), com Aldo Fabrizi, John Kitzmiller e Ave Ninchi, filme italiano, neorrealista, de 1947.

“Sangue e Prata” (“Silver River”),  é um filme de faroeste americano de 1948, dirigido por Raoul Walsh e estrelado por Errol Flynn, Ann Sheridan e Thomas Mitchell. 

 

O cinema Vitória ficou muito tempo abandonado após seu fechamento. Nosso prezado Menezes, CEO da "Calango Air", é o autor dessas fotos, pois na época trabalhava nas vizinhanças.

OBS: segundo o Joel Almeida, no final dos anos 90 funcionou no local o "Bingo Senador", onde não só havia o chamado "bingo de cartela" como também o "vídeo bingo", um salão destinado às máquinas caça-níqueis. Em 2007 a decisão liminar da Justiça Federal que mantinha na legalidade as "Casas de Bingo" foi "cassada" e os bingos foram "oficialmente fechados". Mas o "Bingo Senador" se manteve na ilegalidade e funcionou ainda por alguns anos sem nenhum problema, bem como outros na Cidade do Rio de Janeiro.

Outra fotografia da autoria do Menezes mostrando a demolição do Vitória.

Aspecto do prédio em 2010 em imagem do Google Maps. Sempre acho curioso como prédios podem ficar abandonados por muito tempo no centro da cidade.


Em 2011, também em imagem do Google Maps, vemos andaimes para adaptação do prédio da Rua Senador Dantas.

Nesta imagem do Google Maps, de 2018, vemos a "Livraria Cultura" funcionando onde era o cinema Vitória. Foi inaugurada neste local em 2012 e neste ano de 2018 fecharia as portas.


No local atualmente funciona a "Assist – Associação dos Servidores Municipais, Estaduais e Federais do RJ."

O local foi tombado pelo Decreto n° 27.705 de 19/03/07 – D.O. Rio de 20/03/07.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

CARAVANA ATÉ BRASÍLIA - 1960

 


Dois meses antes da inauguração de Brasília (21 de abril de 1960), uma caravana partindo dos quatro cantos do país rumo a capital foi idealizada para fazer a ligação “transbrasiliana” por meio de um cruzeiro de estradas criado pelo então Presidente da República, Juscelino Kubitscheck.

A ideia da caravana foi do major José Edson Perpétuo, primo e ajudante de ordens de Juscelino Kubitschek. Segundo o coronel Affonso Heliodoro, então subchefe da Casa Civil da Presidência, Brasília já estava praticamente pronta e o Perpétuo quis fazer essa caravana de veículos de fabricação nacional, rodando com pneus nacionais, queimando petróleo nacional, sobre asfalto nacional.

O convite foi feito a todos os fabricantes instalados no país, que prontamente atenderam ao chamado e se uniram na organização, cedendo veículos, motoristas e mecânicos. Aventureiros, jornalistas, engenheiros e operários também pegaram carona na expedição. De ônibus FNM a Romi-Isetta, uma amostra da indústria nacional

Havia de tudo o que fabricávamos na época: Jeep e Rural Willys, DKW, Kombi, Fusca, Simca Chambord, Toyota Land Cruiser, caminhões Mercedes, Chevrolet, International e até ônibus Caio com chassi FNM.

Vemos a Caravana Leste em frente ao Palácio do Catete no Rio de Janeiro prontos para a largada. 
Aparecem na foto: Rural Willys, três Simca Chambord, Toyota Land Cruiser, Kombi e Vw Sedan sob a bandeira com as cores verde-amarelo. 

Os participantes da Caravana da Integração Nacional formaram quatro colunas, uma de cada ponto cardeal do país. 

COLUNA SUL – A Coluna Sul percorreu 2,3 mil quilômetros saindo de Porto Alegre.

COLUNA OESTE – A Coluna Oeste partiu de Cuiabá e rodou 1,1 mil quilômetros até Brasília.

COLUNA LESTE – A Leste largou no Rio de Janeiro, sob o olhar de JK, na porta do Palácio do Catete, e percorreu 1,2 mil quilômetros até Brasília.

COLUNA NORTE – Foi a mais complicada, a mais difícil e a mais longa. Com muitos problemas para os 60 veículos que compunham a longa travessia. Ela durou 10 dias e percorreu os 2,2 mil quilômetros de uma Belém-Brasília ainda em construção.


A coluna Leste teve largada oficial no Rio de Janeiro, sob o olhar de Juscelino na porta do Palácio do Catete, então sede do governo federal, para um percurso de 1,2 mil quilômetros.

Foram três dias de asfalto, mas a maioria dos integrantes já estava rodando desde São Paulo. “A bandeira saía do Rio de Janeiro em automóveis brasileiros, com pneumáticos brasileiros, petróleo brasileiro para trefegar por estradas asfaltadas com asfalto brasileiro”, comemorou JK na época.

Seguiram por Petrópolis, Três Rios, Juiz de Fora, Santos Dumont, Barbacena e Belo Horizonte. A partir daí por Sete Lagoas e Três Marias, João Pinheira, Cristalândia e até Brasília.

O feito histórico marcou época não só pelo ineditismo de uma ação tão complexa e grandiosa, mas por usar uma frota com apenas veículos nacionais na estrada. Foram 137 no total.

Fruto de um movimento pela implementação do transporte rodoviário no País capitaneado pelo setor de indústrias, a caravana chegou ao Planalto Central em 2 de fevereiro de 1960, antes da inauguração de Brasília.

A caravana foi uma viagem de contornos épicos, que teve a participação de 287 expedicionários em 137 carros, caminhões e ônibus que saíram dos quatro cantos do País. Uniu todos os fabricantes de automóveis do Brasil. Eles cederam veículos, motoristas e mecânicos para a jornada. Aventureiros, jornalistas, engenheiros, operários e políticos também participaram da expedição.

A ideia era, como diz o nome, a integração: o governo JK havia criado a noção de um País integrado pela construção de estradas, pela ampliação de aeroportos e por uma marcha para o interior. Na chegada dos viajantes, apesar da chuva, os candangos compareceram em peso à festa, que contou com missa na Catedral e churrasco oferecido pela Presidência da República.

Havia de tudo que se fabricava na época: Rural e Jeep Willys, DKW, Kombi, Fusca, Simca Chambord, Toyota Land Cruiser, caminhões Mercedes, Chevrolet, International, ônibus Caio com chassi FNM e até 25 Romi-Isettas.


A Coluna Leste teve largada oficial no Rio - na porta do Palácio do Catete - para um percurso de 1.200km, em três dias de asfalto. Na foto estão na Rua Silveira Martins. A maioria de seus integrantes, porém, já vinha rodando desde São Paulo.

E foi a turma dos paulistas que trouxe os veículos mais pitorescos: nada menos que 25 Romi-Isetta enfrentaram a estrada. Pequenas em tamanho e potência, as briosas maquininhas fizeram enorme sucesso.

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A caravana do Norte, que saiu da Praça da Catedral, em Belém, foi a que mais rodou e, disparado, foi a que enfrentou mais problemas: percorreu os 2,2 mil quilômetros de uma Belém-Brasília ainda em construção. Foi uma sequência de atoleiros e contratempos numa via sem a menor infraestrutura durante dez dias de chuvas ininterruptas.

As dificuldades enfrentadas eram tantas – em caminhos muitas vezes abertos às pressas – que por onde passaram com seus caminhões, jipes e ônibus, os expedicionários eram recebidos como heróis. Carros de passeio não fizeram parte do comboio da Coluna Norte que, diante de tantas dificuldades, recebeu o título de “Operação Tartaruga.”

Em Brasília foi construído o “Marco da Caravana da Integração Nacional”.  O monumento foi instalado no canteiro da Esplanada dos Ministérios, em frente à Catedral, entre as vias N1 e S1.

É uma cruz de metal com altura de 5 metros, com os pontos cardeais, que identificam o Norte, o Sul, o Leste e o Oeste de um cruzeiro chamado Brasil A estrutura foi idealizada para simbolizar a expansão da malha rodoviária e a implantação da indústria automobilística em Brasília. 

No desfile feito na Esplanada dos Ministérios, o presidente da República esteve dentro de um Romi-Isetta (consta que este automóvel faz parte de uma coleção de veículos históricos de um proprietário de Ribeirão Preto – SP).

Em Brasília, Juscelino desfilou na caravana dentro de um Romi-Isetta. 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

EXPOSIÇÃO ÁTOMOS DA PAZ

 

FOTO 1: O prezado colaborador Eustáquio G. Nardini mandou as duas primeiras imagens de hoje sobre a Exposição “Átomos da Paz”, realizada em 1960 na Av. Chile.

A ideia era mostrar um pouco de cada setor nuclear do mundo trabalhando para a paz universal. Além de ver como funciona um Reator Atômico, quais os radioisótopos em uso, produção e distribuição na agricultura e outros campos, havia painéis sobre fertilizantes, outros sobre radiações diretas, alimentação nos animais, controle de insetos, combustíveis atômicos, reações nucleares em cadeia.

Um dos destaques da exposição foi o urânio puro obtido em São Paulo por cientistas brasileiros. A exposição era dividida em duas partes, a brasileira e a americana. Nesta foram apresentados maquetes, esquemas e miniaturas de reatores atômicos, instrumentos de precisão, usinas geradoras, submarinos e navios atômicos, métodos de pesquisa e obtenção de minerais atômicos.

No ano seguinte, em 1961, houve outra exposição como esta, que foi mostrada em:

https://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2023/07/atomos-em-acao.html

FOTO 2: A Comissão Nacional de Energia Nuclear, em colaboração direta com a Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos, realizou a Exposição de Energia Nuclear em um galpão de 50m x 20m, armado na Av. Chile, aberta em 1959.

Acho que vai ser difícil a identificação dos automóveis dada a resolução da foto.


FOTO 3: Aspecto das obras da abertura da Av. Chile no final dos anos 1950.


FOTO 4: A foto é de 1958 e mostra o desmonte do Morro de Santo Antonio. Em primeiro plano vemos a Rua da Relação e a favelinha que existia na Rua do Lavradio.


FOTO 5: As obras para fazer a instalação de luz, gás e esgoto da nova Av. Chile.



FOTO 6: Outra foto das obras de desmonte do Morro de Santo Antonio em 1958.


FOTO 7 :Sofriam os cariocas ao atravessar a ainda incompleta Av. Chile em 1959.


FOTO 8 :A Avenida Chile tomando forma para receber o asfalto.


FOTO 9:A Av. Chile logo após ser liberada para o tráfego no início dos anos 1960.