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sábado, 19 de julho de 2025

AVISO AOS NAVEGANTES

 

COMUNICADO OFICIAL

- O "SAUDADES DO RIO" ESTÁ DE FÉRIAS -

DO FUNDO DO BAÚ: O PHAROL (1)

"O PHAROL" foi um "fotolog" editado por nosso saudoso e genial amigo Derani. A maioria das edições se deram no ano de 2012. Saudades de personagens como Ariovaldo Brochado, o redator-chefe, Dona Neuza, a secretária, Soninha, a estagiária, Aparecido, o motorista, Floriano Flores, o colunista social Flô-Flô,  o piloto cego Jbandeira de Mello,  o Abdullah, um terrorista que tinha horror a sangue, a Perikitta Gladys, o Tonho Treispeidim, a Gabriela Portátil, a mulher-retrátil e tantos outros.

Um dos principais personagens era o Anão Duarte – o maldito em série. Numa das edições, O Pharol em mais um furo de reportagem descobre como aparecem inexplicavelmente melecas coladas em baixo de mesas, nos cantos de móveis, em postes, viadutos e até em imaculados lenços de papel Yes. 

O maldito, nauseabundo, jabulanesco e gererê-açu, o famigerado, pirotécnico Anão Duarte é, exclusivamente, o único responsável... 

Quem de nós, em nossa mais tenra infância querida, em um momento de relaxamento e descontração não tentou colar uma meleca debaixo da carteira da escola e com o maior nojo e horror constatou que lá já existia uma? 

Sim, o responsável é ele! O micro-crápula, nojento e vil!  O pulha lazarento!

Ele, o proprietário da Fábrica de Melecas Duarte Inc. é o autor da façanha. 

Já denunciamos o fato às autoridades para que "estourem" a pornográfica fábrica. 

Maldito, maldito e pegajoso Anão! 

Isso um dia tem que acabar...

_________________________________________________________________

A seguir, algumas edições de "O Pharol".

O jornalista Ariovaldo Brochado, Redator-Chefe de O Pharol, foi agraciado com o prêmio Bundão do Ano, patrocinado pelo S.J.E. (Sociedade dos Jornalistas Energúmenos).

Na foto de capa, exibe orgulhoso o troféu sobre sua mesa de trabalho e, perguntado pelos seus planos no futuro, declara:

- Não sei o que faço com o Bundão, se dou, vendo ou troco. O importante é mantê-lo sempre limpo! 

MRS. PERYKEETA GLADYS

O Pharol traz nesta edição para seus refinados leitores, os que almejam serem mais refinados ainda, um manual completo de boas maneiras para acabar de vez com as dúvidas de como bem proceder em sociedade.

Tantas situações nos deparamos em nosso dia-a-dia e que nos deixam indecisos da atitude correta a tomar, são esclarecidos por nossa consultora de boas maneiras, Mrs. Gladys.

Por exemplo:

Situação no.1:

- Voce está numa condução, completamente gripado(a) e congestionado, num espirro inesperado enche as costas do distinto senhor de terno Armani sentado à sua frente de uma imensa e esverdeada catarrada, fato este que só você notou.

Qual a correta decisão a tomar?

a) Avisá-lo pedindo desculpas e tentando limpar o visgoso creme com seu lenço perfumado?

b) Ignorar a nojenta crosta ali, à sua frente, imobilizada, quase que acusando-o(a) silenciosamente?

c) Saltar no próximo ponto e assoar o nariz?

Situação no.2:

- Num elegante jantar em homenagem ao Comendador, dividindo uma mesa com não menos elegantes desconhecidos, você, inadvertidamente solta um pum.

Qual a correta decisão a tomar?

a) Pedir desculpas explicando que voce é sempre muito espontâneo(a)?

b) Ficar na moita e apontar o dedo mindinho para o vizinho do lado?

c) Gritar:

- Cáspite! mas este hors d´ouvre tá podre!

Não percam as respostas e muito mais nesta edição!

O Pharol, sempre pensando no seu bem.

MANTENHA SEU CORPO SAUDÁVEL!

"Quer ficar forte e bonitão ?"

Esse é o novo mote lançado pelo nanico meliante, aproveitador, escroque, estelionatário tarado, covarde fortinho, pitbul-pras-negas-dele, o famigerado, reles e maldito Anão Duarte para promover sua pútrida e suvaquenta academia de ginástica.

Segundo o mini-cocô-de-joaninha, lá não é preciso se aquecer nem alongar antes de começar as atividades, poupando tempo e trabalho a seus frequentadores.

É a última descoberta de Ávardi, segundo o xexelento "pum-de-pulga"...

Anabolizantes à base água sanitária, fermento royal e esterco de ostra são servidos à vontade no catinguento estabelecimento.

Cadê a Saúde Pública?

Ninguém faz nada?

Maldito! Um-dois-tres: Maldito, Maldito Anão!

COBERTURA EXCLUSIVA !

Neste último domingo, O Pharol cobriu com exclusividade a santa missa celebrada pelo santo, sacrossanto e sacal Padre Malla, um dos dez mais entre os padres da paróquia.

A seguir reproduzimos os melhores momentos da liturgia:

- Pe. Malla: Meus caros fiéis, meus caros fiéis, meus caros fiéis, meus caros fiéis,

- Coro: Cheeeeeeeeeega !

- Pe Malla: Amén, Amén, Amén, Amén

- Coro: Aaaaaamén, pô !

- Pe Malla: Meus caros fiéis, vejo que hoje temos entre os presentes duas almas russas e a elas quero dedicar essa missa, em homenagem ao que elas sofreram sob jugo da canalha comunista dos baderneiros inflitrados de plantão e que, inclusive, comiam criancinhas sem ao menos lavar as mãos antes.

Vamos, então, à missa: Почитайте бюллетень "Друзьям и Знакомым" (ДиЗ). В настоящее время, является единственным периодическим изданием на русском языке в Бразилии.

Agora, vamos ao sermão: Публикует сведения о общественных и культурных событиях из жизни местной русской колонии. Выпускается с 1965 года (к несчастью, не регулярно). Предлагаем его электронную версию. В скором будущем на этом сайте откроется лента новостей о Русской Колонии в Бразилии с еженедельным обновлением.

Находится в последней стадии разработки история двух учреждений (уже не существующих), сыгравших.

Acabou a Missa, vão com Deus!

- Coro: *&#@# !


INDECENTE!

O famigerado, nauseabundo, pulha do balacobaco, mequetrefe, vivaldino e maldito Anão Duarte apronta mais uma das suas que, com certeza nessa terra de mãe joana, vai ficar impune.

Aproveitando-se de um descuido do Seu Alfredo, que foi dar uma olhadinha na janela indiscreta (como todo velho, seu Alfredo é curioso), afogou impiedosamente o ganso do velho.

Ao voltar ao gansódromo, encontrou o corpo inerte com um bilhete:

"Consegui, afinal, afogar seu ganso, ass: Perikytta Gladys".

Chamada na xinxa, a afogueada e tremendona Perikytta, entrou em estado de choque, mas no final topou.

Maldito Anão! 


ESCÂNDALO ! NESSA EDIÇÃO !...e nas outras também.

Extra ! Extra !

Nossa equipe acaba de apurar que chegou uma denúncia na MPF (Misteriosa Parte da Floresta) em que Dr. Palhares, o dentista das estrelas, acusa Abdulla, o terrorista que não pode ver sangue senão desmaia, de praticar uma odiosa malversação de fundos.

Encontra-se a referida denúncia nas mãos do Dr. Nabuco que declara que vai apurar os fatos doa a quem doer, inclusive no Abdulla.

Em sua defesa, Abdulla afirma que os fundos são dele e ele faz o que quiser com eles e que ninguém tem nada com isso.

Consultado, o eminente M.I.T. (Macaco Ilustrado da Tasmânia) responde com sua inabalável certeza absoluta, que em caso de malversação de fundos, só se resolve privatizando sejam os fundos, a frente, em cima e embaixo.

Informou O Pharol em edição extra! 


EXCLUSIVO: NESTA EDIÇÃO!... Um horror !

Depois que parecia estar tudo resolvido, exorcizado e cantado pra subir, o assustador e deselegante Fantasma do Sambódromo volta a atacar.

Consultados os especialistas no assunto, cada um contribuiu com uma sugestão que será adotada pela prefeitura no regime de quem faz pior, leva o trabalho.

O parasicólogo-psicodélico médium dos cinco sentidos e sem sentido Prof. Tutu Papavelinha afirma que é macumba da braba e como tal, só mijando em cima pra cortar o efeito.

Já o emérito professor de física-vale-quântico-pesa, o espanhol catedrático Kagan Yandan declara que só xixi não resolve, tem que ser serviço completo, ou seja, ação nº 1 e ação nº 2, em suma porcariar de uma vez a inconveniente entidade.

Procurada por nossa redação, a afogueada e tremendona Perikytta Gladys afirma que resolve o assunto:

"Basta me dar carta-branca, meia branca e calcinha branca que eu resolvo tudo", disse ela.

Enquanto isso, a furibunda entidade arrasta correntes pelos cantos, completamente bêbada, com um radinho de pilha no ouvido, cantando com sua voz cavernosa: "ai se eu te pego, ai se eu te pego".

Um horror ! 


SÉRIE VOANDO PARA O RIO: MAIS UM ELETRIZANTE EPISÓDIO!

Imperdível o episódio que vai ao ar neste sábado na Rede de TV CMN (Central de Más Notícias), do milionário seriado, agora em nova temporada!

No capítulo que reinicia a série, o bravo Comandante Jbandeira de Mello, piloto especialista em voo cego, agora já promovido a general, com seu inseparável amigo de fé, irmão-camarada, o cão C.D.F. tem como missão levar o Capitão Melekka, temido, mas folgazão pirata e sua tripulação à Paris, porque sua caravela está em manutenção.

Abdulla, o terrorista que não pode ver sangue senão desmaia, disfarçado de comissário-de-bordo-bichalôka, vigia de perto a turba para que não estraguem nada na aeronave nem vomitem no chão.

Aproveita a viagem o "frequent flyer" e economizador, com carteirinha cheia de pontos da Goodshit Airlines, Tião Baptista, para ir catar latinhas na Cidade-Luz porque, segundo ele, tem menos concorrência.

Não perca!
Não Viaje!
Não Durma!


EVENTO IMPERDÍVEL !

Se você for ficar no Rio este fim-de-semana, não deixe de dar uma espiada no centro de convenções onde se realiza o 1º Encontro Intergalático de ETs em nossa cidade.

Depois das Olimpíadas, este é o principal evento que nossas autoridades enguardanapadas conseguiram trazer para cá, depois de uma abdução (desde Paris, que é mais chique).

O encontro será encabeçado pelo ET Cabeça, proveniente do planeta XL-7 onde os indivíduos são tão desenvolvidos que só possuem a cabeça, porque o resto não faz falta.

O único terráqueo convidado para o Encontro foi o mineirim Tónho Trespeidim que dará uma palestra sobre seu infalível e revolucionário "Método Treispeidim Semsiborrá", uma novidade entre os alienígenas e que já tem seguidores, tais como o extra-terrestre Bónho do planeta Pururuka-angú.

Entre os palestrantes destaca-se também o ET USB3 que falará sobre a introdução do troço no bagulho.

O culto de encerramento será ministrado pelo Bispo Meteoro, que cai em pé e corre deitado.

Ao final será servido um lauto banquete que constará de parafusos no glacê de poeira galática, rabo-de-cometa flambado na lava, lacraias ao vinagrete e outros insetos variados.

Não perca essa, caraca!

PS: Ô Cabral, fica tranquilo que não vai dar em nada!(*)

(*) Recado do Cabeça para o descobridor do Brasil em 1500.


PAINEL O PHAROL: PALESTRAS DE AUTO-AJUDA 2.0 PLUS

Este mês, as palestras de auto-ajuda ministradas no Auditório Nobre d´O Pharol, traz os mais importantes especialistas em cada área.

Os resultados estão sendo extraordinários, formidáveis e com um índice de aprovação altíssimo para sua governança pessoal e produtividade.

Os temas a serem apresentados pelos especialistas são:

Dr. Palhares: Como vencer a timidez e a incontinência urinária e viver mais livre e solto, com uma sensação de liberdade e frescor que só Kolynos, ah!

Dra. Kushiro: Como ter seios fartos, bonitos e firmes - o revolucionário método "Mamma Mia".

Anão Duarte: Como ser pilantra, vivaldino, escroque, canalha e viver de expedientes :

Livre-se de horários!

Seja você mesmo o seu patrão!

Imperdível... 

sexta-feira, 18 de julho de 2025

NAVIOS

Antes das viagens aéreas se consolidarem a forma de realizar grandes viagens era através dos navios. Consultando jornais antigos é possível encontrar os itinerários, horários e, algumas vezes, a lista de passageiros.

As imagens de hoje, em sua maioria, foram publicadas no ótimo "Tempore Antiquus", do M. Lobo.

FOTO 1: Imagem da Cia. de Navegação Atlantico Sul, de autoria de Albert Sebille, mostrando o navio Gallia, do ano de 1912. 

FOTO 2: Detalhe da imagem anterior mostrando o Gallia no Rio de Janeiro.

FOTO 3: A linha de volta ao mundo da “Chargeurs Réunis” foi inaugurada em 2 de agosto de 1905 mas, que por ser deficitária, foi suprimida em 1911. 

Esta volta no mundo durava 5 meses e seu intinerário era o seguinte: 

Anvers, Dunkerque, Avonmouth, Port-Saïd, Djibouti, Colombo, Singapura, Hong-Kong, Shangai, Tsing-Tao, Taku-Bar, Moji, Kobé, Yokohama, Honolulu, San Francisco, Guyamas, Santa-Rosalia, Valparaiso, Gronel, Punta Arenas, Montevideo, RIO DE JANEIRO, Liverpool, Le Havre. 

O navio representado no pôster de divulgação era um dos 4 navios irmãos construídos especialmente para a linha e todos tinham nomes de ilhas: Ceylan e Malte (construídos na Inglaterra); Corse e Ouessant (construídos na França). Transportavam 60 passageiros na primeira classe e 72 na segunda. 

Imagem de 1905. 

FOTO 4: O navio ancorado é o Cap Arcona, de bandeira alemã. O Rio era sua escala, pois seu porto final era Buenos Aires. Navio mais luxuoso da linha America do Sul. 

Durante a guerra foi utilizado pela Marinha Alemã em apoio aos portos do Baltico. Em 1945, portanto no fim da guerra, estava lotado de refugiados de Danzig, que fugiam das tropas russas. Faltando 5 dias para o fim da guerra foi bombardeado por aviões da RAF, a força aérea inglesa, afundando com milhares de pessoas. 

Como os aliados eram os vencedores, claro que isso não foi crime de guerra, mas essa é outra historia.


FOTO 5: Numa época onde os navios de passageiros vinham constantemente ao Brasil, via porta de entrada pelo Rio, então Distrito federal, podemos ver o belo navio Anna C, da italiana Linea C. 

O Anna C foi o primeiro verdadeiro navio de passageiros da empresa. Construído em 1930 sob o nome de Southern Prince, foi adquirido pela Linea C em 1947 e fazia a rota Italia-América do Sul. Foi reformado varias vezes e ficou prestando serviço de passageiros até 1971 quando sofreu um grande incêndio. Foi vendido como ferro velho. 

Na foto podemos ver o Anna C atracado no Rio. Foi o navio em que meus pais viajaram para uma viagem que não pôde ser realizada após o casamento, acontecido durante a 2º Grande Guerra. Tenho muitas fotos e o diário de viagem feito por meu pai. Entre outras coisas consta o relato das gozações dos uruguaios que conquistaram a Copa do Mundo de 1950 no dia da festa em que o navio cruzou o equador.


FOTO 6: SS Uruguay. Nascido como SS California em 1928, como parte de uma frota que operaria pelo Canal do Panamá pela empresa Panama Paciffic Line, aliás como seus irmãos o SS Brazil e o SS Argentina, antes batizados de SS Virginia e SS Pennsylvania respectivamente.

A linha de muito sucesso na integração entre as costas Leste e Oeste do EUA sofreu um grande baque com a Grande Depressão, passando toda a primeira metade dos anos 30 deficitária sendo o golpe final a retirada das subsídios do governo americano.

Passados para a US Maritime Commission, para entrarem na reserva de barcos do governo americano, numa época economicamente muito complicada, os navios passaram um ano aguardando seu destino, até que, numa manobra diplomática de aproximação com a “outra” América, o Presidente Roosevelt declarou o início e a extrema necessidade da criação  de uma “Good Neighbor Fleet”, essencial para essa nova posição dos EUA.

Os navios foram então repassados para a Moore McCormack, sofrendo obras de modernização  relativamente extensas como a ampliação do sistema de ar condicionado, criação de novos deques, troca dos motores, rearranjo das cabines da primeira classe, troca dos escaleres, modernização nas lavanderias, melhores condições de acomodação para a tripulação e uma maior resistência à invasão de água. Essas reformas se estenderam aos seus irmão criando uma padronização na frota.

Na nossa imagem vemos o SS Uruguay em 1939 no porto do Rio em uma de suas primeiras viagens, que chegaram em um ano transportar mais de 20.000 passageiros na frota toda, um número bem expressivo.

Requisitado na Guerra o SS Uruguay não fez missões tão complexas como o SS Brazil, mas escapou ileso dos torpedos dos U-Boat’s.

Desativado em 1954, o SS Uruguay foi desmontado só 10 anos depois em 1964, sendo o fim do mais luxuoso dos 3 irmãos construídos em 1928.


FOTO 8: O USS Little Rock ancorado no Cais do Porto da Praça Mauá na década de 40. 


FOTO 9: Registro da chegada ao Rio de Janeiro do novo SS Brazil, em 1958. 

O novo SS Brazil foi construído em substituição ao SS Brazil original da Moore McCormack Lines, que navegava para a América do Sul desde a década de 30. 

O primeiro SS Brazil navegou de 1938 até 1964, quando foi vendido e sucateado. 

O segundo SS Brazil navegou de 1958 até 1972, quando foi vendido. Trocou de nome e navegou sob várias bandeiras até 2004 quando foi vendido, encalhado em Alang e sucateado. 

FOTO 10: Montei muita coisa da Revell, principalmente aviões, mas um único navio. O S.S. Brasil. 

FOTO 11: Estupendamente colorizada pelo Nickolas Nogueira, a partir de uma fotografia de jornal, vemos o transatlântico francês “Normandie”.
Pouco antes da 2ª Guerra Mundial este navio veio ao Rio. Era decorado em “art-déco”.

Apreendido em Nova York para ser transformado em um navio-hospital, foi consumido por um incêndio nas docas.

Conta o Nickolas: “Os incêndios do Normandie e do Queen Elizabeth (são os navios que mais admiro) são suspeitos demais. Mas creio que é mais provável o do Normandie ter sido uma fatalidade.

Navios têm uma tendência à flamabilidade e com o Normandie não era diferente, ainda mais naquela época, onde os sistemas anti-incêndio não eram tão sofisticados. Mas, mesmo assim, para o incêndio ter tomado tão grandes proporções, só havendo material extremamente inflamável (como combustível, por exemplo) espalhado por todo o navio.

Quanto ao combate do fogo em si, não sou especialista, mas creio que apagar fogo num espaço confinado, sem um sistema de ventilação que dê vazão a grande quantidade de fumaça e onde a maior parte das superfícies conduzem calor, onde mal se pode tocar e pisar, deve ser uma tarefa bem arriscada, no entanto, como por estar ancorado no pier, em plena NY, deveria ter havido um esforço humano maior para salvá-lo.

Posso estar cometendo uma injustiça com os que tentaram salvá-lo, mas é apenas uma especulação pessoal. O que também descarto é a participação dos aliados, pois já estavam investindo muitos recursos nele, seja para transformá-lo num navio de transporte ou porta-aviões, e após o incêndio, assisti num vídeo, o enorme esforço (em plena guerra) que fizeram para deixá-lo flutuando novamente, para que pudesse ser levado para o desmanche.”



FOTO 12: Estamos em 1973. Eis uma das poucas visitas que o Transatlântico ‘FRANCE’ fez por aqui. Na ocasião a imprensa publicava esta sua foto com o Pão de Açúcar ao fundo e noticiava “Novamente na Guanabara o maior, mais belo, e mais veloz navio do mundo. 

Ele era tão grande que teve que ficar parado no meio da baia da Guanabara no local que vemos acima. 

O France teve o inicio de sua construção em 1957 indo ao mar em 1962 e navegando com este nome e bandeira até 1974 quando foi parado por questões econômicas. Teve vida curta. Ficou abandonado em um porto, mudou várias vezes de proprietário, nome e bandeira durante anos e foi desmontado em 2007. 

Era o final dos transatlânticos, pois o que vemos hoje em dia são edifícios de apartamentos transitando pelos oceanos. Esse navio foi o maior de passageiros do mundo por muito tempo. Seu peso foi superado apenas em 1990 e o comprimento só em 2004, pelo Queen Mary 2. 

Com o declínio das viagens regulares de navio, as embarcações passaram a ser construídas para cruzeiros, atendendo a outros requisitos (mais espaço para entretenimento e menos para transporte, menos velocidade). 


FOTO 13: O iate Britannia quando da visita da Rainha Elizabeth em 1968.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

UM COLÉGIO NO VIDIGAL

A postagem de hoje é sobre o "Gymnasio Anglo-Brazileiro", que existiu no Vidigal. 

Foi a Companhia Viação Férrea Sapucaí que, em 1891, iniciou a construção da Av. Niemeyer, coleando a montanha, como um dos trechos da futura estrada de ferro a vapor, projetando uma ligação do bairro de Botafogo ao porto de Angra dos Reis, como conta P. Berger.

Com a interferência da Companhia de Melhoramentos da Lagoa, que reclamou contra o traçado desta ferrovia, os trechos até a praia da Gávea (São Conrado), que já tinham sido abertos, foram abandonados com a paralisação da obra.

Em 1911 Charles W. Armstrong construiu na “Chácara do Vidigal”, o “Gymnasio Anglo-Brasileiro”, no Vidigal.

A Praia do Vidigal, era assim chamada porque ali morou o major Nunes Vidigal, na época de D. João VI e Pedro I. 

Em 1912, o proprietário do colégio, o inglês Charles Weeksteed Armstrong, obteve permissão para completar a estrada abandonada aumentando-a em 400 metros, a fim de melhorar o acesso ao colégio. A obra ficou pronta em 1913, executada pelo engenheiro Ricardo Feio que não só abriu o “corte do Leblon”, como construiu cerca de 1000 metros da atual Av. Niemeyer.

Mais tarde, o coronel Conrad Niemeyer, grande proprietário de terras no local, homenageando o Primeiro Congresso de Estradas de Rodagem, prolongou-a até a Praia da Gávea.

Um pouco mais adiante, por ocasião da visita do Rei Alberto da Bélgica, em 1920, o Prefeito Paulo de Frontin alargou e calçou esta avenida.

FOTO 1: Vemos o "corte do Leblon", em fotografia de Malta, de 1920.


FOTO 2: A propaganda acima é do Gymnasio Anglo-Brasileiro instalado em 1911 na Chácara do Vidigal. O terreno, situado a 300 pés acima do nível do mar, tinha soberba vista sobre o oceano. O cenário era grandioso, com floresta virgem e com o mar ao lado. A água era abundante e a mais pura possível, suprida por inúmeras fontes e riachos que por ali corriam.

O "Gymnasio" tinha o telefone "Ipanema 789" (nos anos trinta o número do telefone era 7-2982) e a caixa-postal 46.

O "Gymnasio Anglo-Brazileiro" no Rio de Janeiro e São Paulo e o "Collegio Anglo-Brazileiro" para meninas no Rio de Janeiro, foram “Collegios Modelos Inglezes, fundados por Mr. Charles W. Armstrong.

Um prospecto informava: "A primeira “razão de ser” destes collegios é o desenvolvimento physico dos alumnos, confiados ao nosso cuidado, ao lado do intellectual e moral.

Em São Paulo ficava na Av. Paulista. No Rio foi escolhida a mais bella chácara á beira mar, para a installação da primeira sucursal, onde os meninos pudessem gosar sempre das brisas salubres do Oceano aberto, simultaneamente com ares da montanha e da floresta. Por isto é tambem que os exercicios militares, a gymnastica sueca e os jogos atheticos constituem partes essenciais da vida “au grand air”, dos seus alumnos.

Os banhos de mar completam o effeito salutar dos exercicios ao ar livre, havendo construído na propria praia, um grande “tanque de natação”, que tem 250 metros quadrados de superficie, enchendo-se com a propria agua do mar, por meio de uma bomba. Ahi os meninos se banham ás horas frescas da manhan ou da tarde, tantas vezes por semana, quantas o medico julga conveniente. Ha sempre fiscalização, se bem que todo o perigo seja afastado, pois os meninos nunca se banham no proprio mar, onde o movimento das ondas trazia inconvenientes.

Ao lado da educação physica, a intellectual e a moral merecem a maior attenção. A pratica das linguas vivas, ensinadas pelo methodo “directo” e intuitivo é uma especialidade dos Collegios Anglo-Brazileiros. Estes idiomas são ensinados exclusivamente por professores que vieram dos paizes onde são faladas. Desta fórma os meninos adquirem uma pronuncia aperfeiçoada, conseguindo quasi todos “falar correntemente” o inglez e o francez em menos de dois annos.

O Collegio Anglo-Brazileiro para meninas funcciona sob a habil direcção de Miss M. S. Hull e segue as mesmas normas que os collegios para o sexo masculino, com certas modificações de regimen necessarias para as meninas.

Mr. Armstrong reside, com sua familia, no Gymnasio Anglo-Brazileiro do Rio de Janeiro, onde dirige o Collegio pessoalmente, visitando frequentemente os outros collegios sob a sua direcção superior.

Prospectos de todos os Collegios com os srs. Crashley & Cº, Rua do Ouvidor 58; com o sr. Paulo dos Santos Jacintho, Rua do Rosario 79 ou nas Secretarias dos Collegios."

FOTO 3: Uma piscina ao ar livre foi construída. Como se vê no prospecto os jogos atléticos constituíam uma das características do colégio, que funcionava em regime de internato. Não estando ainda aberta a Av. Niemeyer chegava-se lá pelo alto, por via da antiga Estrada do Major Vidigal, aberta antes de 1814, passando pela Chácara do Céu.

FOTO 4: O ônibus do "Gymnasio Anglo-Brazileiro" transportava os alunos para o estabelecimento da Avenida Niemeyer nº 404.


FOTO 5: Reportagem da revista "Fon-Fon": "Pittoresco trecho da praia, onde foi construida uma explendida piscina de natação, alimentada pela agua do oceano. Ahi se exercitam diariamente no salutar sport do nado os alumnos do Gymnasio Anglo-Brazileiro, conceituado estabelecimento de ensino."


FOTO 6: "A turma de menores do Gymnasio Anglo-Brazileiro, acreditado estabelecimento de ensino, em exercicios suecos, que são executados diariamente, ás primeiras horas da manhã por todos os alumnos."


FOTO 7: "O valoroso "team" do "Gymnasio Anglo-Brazileiro", campeão infantil de "foot-ball", em 1912.

FOTO 8: "A casa das machinas, onde se acham installados o motor electrico e a bomba por meio dos quaes se enche a piscina de natação com agua do mar. Junto á casa das machinas  Mr. Charles W. Armstrong, Director do Gymnasio.


FOTO 9: Os exercícios de natação no ano de 1918.

FOTO 10: "Gymnasio Anglo-Brasileiro", um instituto modelar de educação intellectual, moral e physica".


FOTO 11: Os alunos formados na área da piscina de água do mar.


FOTO 12: As instalações tinham também um dormitório, sendo um internato para preparar jovens de famílias ricas para a universidade. O diretor também morava no estabelecimento com sua família.

Em 1899, Armstrong criou o Ginásio Anglo-Brazileiro em São Paulo e, devido ao seu sucesso, abriu uma filial em Niterói, Rio de Janeiro, em 1910. Após um assalto e um problema com impostos no ano seguinte, ele desistiu e recomeçou na Gávea, em sua propriedade recém-adquirida, a Chácara Vidigal – vendida pelos proprietários, que por sua vez a haviam comprado da família Vidigal.

Por volta de 1913 foi fundado, também, o “Collegio Anglo-Brazileiro” para meninas (THE ANGLO-BRAZILIAN SCHOOL FOR GIRLS), tendo como diretoras Miss Hull (Universidade Real de Irlanda) e Mlle. Maillard (Universidade de Paris), no Alto da Gávea, na Rua Marquês de São Vicente nº 689.

Nas primeiras décadas do século XX, consoante com a Reforma Educacional de Ruy Barbosa, com base no pensamento liberal da época, buscava-se modernizar o país. Para tanto, a Educação Física voltava-se para a construção do corpo, o que era comum nos estabelecimentos edu­cacionais, bem como objetivava-se a educação física inte­lectual e moral, com base no aforisma "mens sana in corpore sano".

Armstrong escreveu a obra “Contos para meus discípu­los” onde e explica: “Nada pode me causar maior satisfa­ção, como educador, do que a verificação de que noventa por cento dos meus alumnos educados por este regimen têm-se tornado perfeitos cavalheiros, dos quaes a pátria brasileira poderá bem orgulhar-se”. 

O conto é proveniente do método de ensino do “Mode­lo Inglez”. Tanto na obra, quanto na prática do educador estão entrelaçados os valores, virtudes e qualidades de herói, líder e gentleman.

Tais práticas pedagógicas consideradas inovadoras eram destaques nos periódicos da sociedade brasileira, que exaltavam "os valores morais e as virtudes corporais na formação do homem moderno, prático e vigoroso, daí a atenção especial à educação physica, em que os sports modernos, a gymnastica sueca, os jogos tradicionais, as competições esportivas eram considerados “vantagens da educação inglesa”, cujo ideal é a completa harmonia de desenvolvimento moral, intelellectual e physico.

Os programas de ensino convergem para a formação do homem moderno, vir­tuoso e prático, na figura do "sportman" e das regras do fair play (jogo justo), difundidas nas festas sportivas e atheticas."

Para finalizar, reportamos como a Gripe Espanhola impactou o "Gymnasio Anglo-Brazileiro":

“Pela primeira vez na historia do Gymnasio foram este anno dispensados os exames finaes e de promoção, sendo adoptada esta medida de excepção em virtude de haverem sido interrompidas as aulas durante a ultima quinzena de outubro, como consequencia inevitavel da epidemia de grippe, que visitou a Capital nesse mez. As promoções serão, pois, feitas, esta vez, pela media annual dos estudos, sendo adoptado, para este fim, o seguinte criterium: a média final de 5 dará direito á promoção, comquanto não haja média inferior a 3 em qualquer materia considerada separadamente. O alumno que tiver a média inferior a 3 em uma materia, e média geral de 5, poderá della fazer exame a 7 de fevereiro p. f., trazendo declaração escripta do pae ou tutor de havel-a estudado durante as férias. Deverão repetir o anno os que tiverem a média final inferior a 5 e aquelles que a tiverem abaixo de 3 em mais de uma matéria.”

segunda-feira, 14 de julho de 2025

CARROS NA PRAIA


FOTO 1: Houve uma época em que o Aguinaldo Silva frequentava os FRA - Fotologs do Rio Antigo. Ele tem uma fantástica coleção de fotografias do Rio Antigo e, el mesmo ou através do prezado Francisco Patrício, mandou muitas delas para serem publicadas.

O "Saudades do Rio" recebeu umas tantas, mas a maioria foi para o Derani, como esta que foi publicada no "Rio de Fotos". Os especialistas poderão identificar os automóveis.


FOTO 2: Bons tempos em que se podia ir de carro até a Pedra do Arpoador. As moças todas em volta do conversível e o fusquinha ignorado ao fundo...


FOTO 3: Nesta foto me chamaram a atenção a falta de retrovisor à direita nos automóveis (quando passou a ser obrigatório?) e, não sei se pelo ângulo, o fato dos motoristas parecerem "colados" nas portas.


FOTO 4: Era complicado atravessar a Avenida Atlântica fora dos sinais. A mão-dupla era um risco. 

Ali no fundo vemos duas carrocinhas na calçada. Uma tinha a identificação "Ken´s" (ou "Xen´s"?) e a outra era da Antarctica. Nada descobri sobre a primeira carrocinha.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

LUTO

 

E o "Saudades do Rio" mais uma vez está de luto.

Faleceu nosso amigo Derani, companheiro de tantos chopes com o pessoal antigo dos Fotologs.

Irreverente, iconoclasta, parceiro no chope e em almoços no Centro, figura querida nas reuniões no Alto da Boa Vista.

Tinha dois blogs: "Rio de Fotos" e "O Pharol".

“Em homenagem ao Derani (YES! YES! YES!), o “Saudades do Rio” relembra “O PHAROL” e suas histórias.

Saudades de personagens como Ariovaldo Brochado, o redator-chefe, Dona Neuza, a secretária, Soninha, a estagiária, Aparecido, o motorista, Floriano Flores, o Flô-Flô, o piloto cego Jbandeira de Mello e do Abdullah o terrorista que tinha horror a sangu, o colunista social.  E da Perikitta Gladys, do Tonho Treispeidim, da Gabriela Portátil, a mulher-retrátil. Além da famosa C.M.I. – Clínica de Mamoterapia de Itaipava.

E os textos sobre o ANÃO DUARTE – o maldito em série. O Pharol em mais um furo de reportagem descobre como aparecem inexplicavelmente melecas coladas em baixo de mesas, nos cantos de móveis, em postes, viadutos e até em imaculados lenços de papel Yes.

O maldito, nauseabundo, jabulanesco e gererê-açu, o famigerado, pirotécnico Anão Duarte é, exclusivamente, o único responsável...

Quem de nós, em nossa mais tenra infância querida, em um momento de relaxamento e descontração não tentou colar uma meleca debaixo da carteira da escola e com o maior nojo e horror constatou que lá já existia uma?

Sim, o responsável é ele! O micro-crápula, nojento e vil!  O pulha lazarento!

Ele, o proprietário da Fábrica de Melecas Duarte Inc. é o autor da façanha.

Já denunciamos o fato às autoridades para que "estourem" a pornográfica fábrica.

Maldito, maldito e pegajoso Anão!”

Desta forma, o "Saudades do Rio" sairá do ar por alguns dias, num pequeno gesto de despedida do amigo.

PS: os comentários ficarão em aberto, mas eventualmente haverá remoções.

AVENIDA ATLÂNTICA

Com esta fotografia o saudoso amigo Richard ganhou um chope, pois havia apostado comigo que havia ônibus circulando pela Avenida Atlântica e eu não me lembrava disto.

Como era estreita a calçada da praia. 


Esta foto das obras de ampliação da Av. Atlântica é interessante por mostrar que a mureta junto à areia é exatamente onde, no futuro, acabaria a calçada dos edifícios. Ou seja, a antiga avenida virou calçada.


Antes do tal "beach-soccer" o futebol de praia raiz era jogado nas tardes de sábado, com grande frequência de assistentes. Na calçada estreita praticamente não se podia andar. Cansei de assistir aos jogos do "meu" time, o "Pracinha", sentado na beirada da calçada.

O "Pracinha", do antigo Posto 5, às vezes não jogava em seu campo, pois o mar engolia a areia ali. Lá na década de 60 foi campeão uma ou duas vezes, jogando contra os famosos "Lá Vai Bola" do Posto 6, "Dínamo" e "Maravilha" do Posto 4, "Radar" do Posto 2, "Guaíba" da Urca, "Tatuís" e "Lagoa" de Ipanema, "Columbia" do Leblon, etc.

O time do "Pracinha", se não me falha a memória, era: Castilho (João Luís), Eurico, Santoro, Brandão e Paulinho. Danilo e Nelito. Paulo Portugal, Ivan Portugal, Áureo e Nando Portugal.


A foto mostra uma brincadeira de futebol de praia nos anos 60. Havia um jogo em que dois jogadores ficavam no gol e outra dupla batia tiros livres de uns 15 metros de distância. Se houvesse rebote dos goleiros um deles ficava no gol enquanto a dupla atacante tentava fazer o gol driblando o outro que defendia. Outro jogo era a famosa "linha de passe" que, há alguns anos, foi adaptada para ser jogada perto do mar, a tal de "Altinha".

A casa que vemos era a do Dr. Cicero Penna, nessa época já funcionava como colégio, doada por ele à municipalidade. Nos anos 60 foi demolida e um dos colégios modulares do Estado da Guanabara foi construído no seu lugar na esquina da Rua República do Peru. 

O prédio que vemos em contrução é o Golden State, construído no local de um prédio déco. Segundo o Gustavo Lemos neste prédio morou o Walter Moreira Salles depois que saiu daquela casa onde hoje funciona o IMS. Foi para a Av. Atlântica, quando casou com a Lucia Curia, que foi a sua última mulher. No prédio também morou o Wilson Lemos de Moraes, fundador da Supergasbrás, também falecido. O prédio foi uma enorme colônia mineira e todos eram amigos. O Walther era de Poços de Caldas, o Tancredo Neves, que também morou lá, de São João del Rei e o Wilson de São Sebastião do Paraíso. Fechando o horizonte temos os Edifício Netuno um dos mais antigos da praia. O posto de salvamento seria o de nº 3.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

ESCOLA ALEMÃ

 

A fotografia de hoje mostra o prédio do Colégio Cruzeiro nos anos 1940, na Rua Carlos de Carvalho, na região da Praça da Cruz Vermelha. Está neste endereço desde 1912. 


Com o nome de Deutsche Schule (Escola Alemã), começou a funcionar na Rua dos Inválidos nº 64 B, depois mudou-se para a Rua do Resende (foto acima) e agora está na Carlos de Carvalho. 

Em 1939 a Deutsche Schule passou a se chamar Ginásio Cruzeiro.


Anúncio do Ginásio Cruzeiro no jornal "Correio da Manhã" em 07/03/1943.

Em 1947 o nome mudou para  Colégio Cruzeiro, que mantém até hoje em dia.

Atualmente tem também uma unidade em Jacarepaguá.

A mudança do nome deveu-se a uma lei do Estado Novo que proibiu que estrangeiros fossem proprietários de estabelecimentos de ensino no país. Alguns fecharam, como foi o caso do Aldridge, e outros passaram a ser controlados por brasileiros. Vargas tinha como objetivo promover o nacionalismo. Lembremos que na época da 2ª Grande Guerra houve vários ataques a estrangeiros inimigos, como os casos de diversos bares e restaurantes alemães.


Aqui vemos alunos do Colégio Cruzeiro desfilando no Centro do Rio. No século passado eram muito comuns esses desfiles escolares.

Vemos uma foto mais recente do Colégio Cruzeiro. Alguns ilustres comentaristas estudaram neste colégio, de onde sairam falando fluentemente o alemão e o inglês, tal como na Escola Alemã Corcovado, que fica em Botafogo, na Rua São Clemente, onde era a antiga Embaixada Americana. A EAC foi fundada em 1965 e iniciou suas atividades na Urca. Em 1973 foi para o atual endereço.

Lembro no nosso querido Lavra contar que foi a uma festa no Colégio Cruzeiro em 1957. Para dançar, o rapaz devia comprar uma flor de papel e colocá-la na lapela do paletó. Um cartaz em alemão avisava "Ohne Blume kann nicht tanzen" (Sem flor não pode dançar), que sem a flor não podia dançar.

Nosso amigo Lino Coelho já contou que: "Durante 14 anos meu filho estudou neste colégio, onde formou as suas maiores amizades, as quais perduram até os dias de hoje. O Colégio oferece um ensino de alta qualidade, ensina disciplina, responsabilidade e desenvolve a personalidade de cada aluno, sempre com o sentido da amizade coletiva.

O Colégio segue regras de disciplina e organização, não tolera a quebra de suas regras em hipótese alguma, independentemente de quem o aluno seja filho. Se não se ajusta é convidado a se retirar da escola. Nos últimos anos tem se classificado nos primeiros lugares dos exames do ENEM. As instalações são muito bem conservadas e buscam manter a originalidade da sua arquitetura."