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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

ALTO DA BOA VISTA


Em 23/04/2009 esta fotografia foi publicada no "Saudades do Rio" e teve os comentários abaixo. Achei interessante revê-los 16 anos depois. É curioso observar o quanto se escreveu a partir da foto de dois automóveis se cruzando no Alto da Boa Vista.

Em 23/04/2009, às 07:01:29, Lavra disse:
A identificação dos carros terá mesmo que ficar a cargo de um especialista. Talvez ele diga que é um Hudson com uma caminhonete Dodge passando atrás.

O Alto da Boa Vista, nessa época era um lugar de moradia de pessoas de bom gosto, que sabiam aproveitar a natureza. Moravam em palacetes. À medida que o tempo foi passando, após as pessoas de má índole terem se multiplicado e tomado conta da cidade, os palacetes foram desvalorizando e virando casas de festa. Em seguida, nem isso, porque frequentar festas, nesse lugar, tornou-se perigoso também. Hoje, visitamos esse lugar lindo, apenas com a imaginação e com ajuda de fotos como essa, que é muito bem escolhida. 


Em 23/04/2009, às 07:29:09, Menezes disse:

Quando aqui cheguei em 1956, nos instalamos na Usina da Tijuca que para mim, acostumado ao sertão nordestino, foi um paraíso. Clima ótimo, pássaros cantando pela manhã e um cheiro de fumo no ar - a fábrica Souza Cruz de cigarros era pertinho. O cheiro não incomodava pois não era de fumaça mas sim de fumo curtido. Mas o bom mesmo era que nos finais de semana meu pai nos levava no bonde "Alto da Boa Vista" até este local da foto. Lembro-me bem. Minha mãe trazia uma toalha, comida, doces, etc e ficava-mos até o final da tarde brincando. Tudo sem MEDO...Pela foto o local pouco mudou a não ser a retirada do bonde. O bonde hoje é outro - bandidos que fazem arrastão no local. Não passo por aí a algum tempo - por medo - mas a última vez que estive no local as palmeiras ainda estavam lá assim como as arvores de pau-ferro.
É uma pena que não se possa mais usufruir deste lugar pois a violência na região é muito grande. 


Em 23/04/2009, às 08:14:37, Plinio disse:
O Menezes tem muita razão no seu comentário seja pelo dia lindo (são privilegiados os que podem desfrutar deste feriado em pleno outono carioca, uma das melhores estações do ano no Rio, com uma luminosidade absolutamente indescritível), seja pelo risco de frequentar parques fantásticos da cidade (recentemente fiquei apavorado ao passear pela deserta Estrada das Canoas. Ali, com amigos de fora, parei no viaduto Bertha Leithic e me senti ameaçado por figuras estranhas que chegaram).
Como o Lavra bem observou as magníficas mansões do Alto estão se tornando elefantes brancos pois já ninguém quer ir nas festas que lá se realizam com medo dos assaltos no trajeto. E a incapacidade da polícia em dar segurança no ir e vir é patente.


Em 23/04/2009, às 08:51:31, Menezes disse:

Plinio, você realmente tem razão amigo. Esta época no Rio de Janeiro é fantástica. É acordar cedo para se viver com este incrível ceu azul e o ar frio matinal, senão...só o ano que vem... Me parece que esta foto do "Saudade do Rio" fala também nesta luminosidade. Repare o brilho do carrão que desce a estrada?


Em 23/04/2009, às 09:35:59, Passante ( o verdadeiro ) disse:
Pessoas de má indole? Pessoas de bom gosto? Sabiam aproveitar a natureza?
Aonde riqueza é sinal de bom gosto? Quando o governo não funciona e os politicos e a policia e os ladrões são todos iguais e os ricos usam de sua influência para roubar também o que voces querem mais?
Ninguém é pobre por que quer!!!!
Má índole não é sinônimo de pobreza.
Passei.....


Em 23/04/2009, às 09:47:15, Marcelo Almirante disse:
O Rio de janeiro por ser tão belo, atraiu muita gente que não presta, a verdade é essa. Os sertões do Brasil vazios e a massa iludida se acotovelando em favelas junto ao belo balneário poluído.


Em 23/04/2009, às 10:06:44, Passante ( o verdadeiro ) disse:
O comentário acima mostra o quanto esse senhor é racista e desinformado.
A poluição do balneário nada tem a ver com má índole ou com pessoas vindas dos sertões!!! Sera que cocô de descendentes ibéricos não polui??A poluição é culpa da má administração da cidade e seus dirigentes ibéricos descendentes!!!!!!!!

Francamente.


Em 23/04/2009, às 10:36:58, JBAN disse:

Não existe isso de "aumentou o número de pessoas de má indole". O que existe hoje é descontrole, bandidagem e vagabundagem pura e simples.
Desde que o homem saiu das cavernas existem pessoas boas e ruim. Aliás, foi provado que até entre os grandes macacos existem perfis psicológicos muito similares aos humanos, assim como liderança, submissão, exploração, dissimulação, roubo , etc... Em nossa sociedade moderna, inchada, super-acelerada e irracionalmente consumista todos essses aspectos negativos tomaram um aspecto superlativo. O aumento da tensão e violência é uma epidemia que se espalhou por todo o mundo. Na minha opinião tem a ver com o aumento desenfreado das populações e a falta de recursos e espaço para todos. Tem gente demais.

Que o mau-gosto impera hoje em dia, isso é a pura verdade. Ele é mais flagrante nas faixas socio-econômicas mais baixas, mas igualmente campeia nas classes média e alta. É um verdadeiro show de horrores. Quanto à educação, nem se fala.
Aqui faço uma distinção entre educação e cultura. São coisas distintas, que deveriam andar juntas, mas caso isso seja impossivel (ainda mais nos dias de hoje), que pelo menos sobreviva a primeira.

Neste ponto estou de acordo com o Passante,embora com tintas menos carregadas.

Quanto ao Alto da Boa Vista. continua belo e muito freqüentado. Vamos deixar de ser medrosos. Claro que há perigos, mas é uma questão de quando e como chegar lá. O que não dá é para ficar morrento de medo e trancado em casa. Isso é reagir exageradamente ao problema. Claro que descer do Alto de madrugada é perigoso,mas subir num feriado pela manhã, desfrutar do Parque Nacional e descer para o almoço em algum bom restaurante em Santa Teresa é um Programaço !

Recomendo.


Em 23/04/2009, às 11:16:04, Victor disse:
Passante,

O senhor está dando conotação de cor a problemas de criminalidade? Culpando os ibéricos pelas mazelas da cidade? Racismo é crime.


Em 23/04/2009, às 11:21:23, RENATO disse:

Dependendo de qual parte do Alto, o perigo ronda 24 hs por dia.

Marcelo Almirante,

Foram as belezas, o estilo de vida e a riqueza mostrada nas novelas global que corroborou para tudo com que você escreveu acima. Seu comentário de tão exato causa perplexidade em quem cultua a pobreza e miséria no afã de ser politicamente correto. E há quem goste, um belo exemplo são os nossos cineastas, assistir a um filme nacional é sinônimo de depressão em quinto grau! os psicanalistas e psiquiatras adoraram a retomada do cinema nacional. É só miséria, violência, prostituição e avacalhação. Fazem isso com o discurso de que essa fita tentará alertar as autoridades para o flagelo nacional. Rá-rá-rá. Este é o único país do mundo onde tocar nas feridas é motivo para comoção e perplexidade nacional. Criaram o tal do politicamente correto, com pena inafiançável, belíssima mordaça para encobrir as nossas verdades. Nova Iorque se curou através da política tolerância zero, aqui isso nunca acontecerá, e os politicamente corretos, sanguessugas do sistema, permitirão?
Hoje em dia até dar um bom dia no elevador deve ser pensado duas vezes. Eu culpo os políticos por tudo de ruim que acontece na nossa cidade e no nosso país, mas não há como negar, o povo é aquilo que ali está, é a sua cara. Pesquisa recente mostrou que 79% da população aprovam o nepotismo, ai vão reclamar dos que lá estão e o praticam? É contraditório. Para mim valeria a lei, traficou, estuprou e matou morre sem julgamento, nos julgamentos o cretino sempre sai no lucro! roubou vai pra campos de trabalhos forçados. Mas com a filosofia de encarar a vida deste povo que forma a terra brasilis, seria mais uma excelente oportunidade para se corromper. Isso aqui não tem jeito não!!!!
Políticos calhordas sempre existiram no entanto as cidades eram espetaculares, inchou F****!!!!!!
Cobras quando se multiplicam desordenadamente, umas come as outras.
Ah, em tempo, já existia gente ruim dentro das cavernas, só se espalharam


Em 23/04/2009, às 11:23:36, RENATO disse:

umas comem as outras


Em 23/04/2009, às 11:26:10, NALU disse:
Esse era o caminho que eu percorria no período em que fui interna no Sacré-Coeur de Jésus. Antes que a patrulha venha me atribuir ou à minha família alguns adjetivos como os que li acima, aviso que descendo de gente honesta e de boa formação. Fui aluna do Sacré-Coeur, sim. (Tanto do Morro da Graça quanto do Alto da Boa Vista).
Esse trajeto era percorrido nas saídas aos fins de semana e na volta (ai, ai) às segundas-feiras. Não passo por ali há anos, mas sempre vou lembrar da beleza, do ar frio fininho, da alegria de se estar no meio de uma natureza tão exuberante, mesmo nos dias de mau tempo. Ao contrário de atemorizar, a floresta podia ser percebida como protetora, lugar de sombra e água fresca, literalmente!


Em 23/04/2009, às 12:00:17, Dono do Hudson disse:
Passante, viu o que vc. fêz?
Estragou meu passeio.


Em 23/04/2009, às 12:00:22, Nilton disse:

Senhores,
fica muito difícil tentar colocar as coisas de maneira tão simplória tentando achar um ou outro fator como sendo o culpado por tudo de ruim que aí está, pois esse é resultado de tudo que já foi dito, com ou sem hierarquia nas mazelas. Porém, minha tese é de que a solução, essa sim, pode ser unificada em uma única ação e o nome dela é...

E D U C A Ç Ã O !!!!!!!!


Em 23/04/2009, às 12:06:12, Passante ( o verdadeiro ) disse:
Alo Victor
Os comentários do JBAN e do Renato esclarecem um pouco a dialética e é incoerente se dizer que a culpa é de nordestinos ou emigrantes de outros países.
Mas que a maior parte os políticos são de origem ibérica não há dúvida.
E isso não é racismo não como voce colocou mas da maneira que o almirante colocou é racismo sim coisa que ele sempre deixa nos comentários se voce frequenta a anos por aqui deve saber disso.
O Nilton bem disse EDUCAçÃO
Quanto a foto é uma pena que as pessoas hoje não podem frequentar esse recanto da cidade com tranquilidade e o proprietário do Hudson passear tranquilamente.


Em 23/04/2009, às 12:25:05, Menezes disse:
Aproveitando o que diz o comentário do JBAN concluo que está perigoso também ficar trancado em casa.


Em 23/04/2009, às 12:55:19, Cacique Uirapuri disse:
Pois é Nilton, a educação é fundamental e vem de berço. Muita gente não teve berço, e sim chiqueiro.


Em 23/04/2009, às 13:03:02, Marcelo Almirante disse:
Não ponham palavras em minha boca, pois em nenhum momento falei em raça, e sim em cultura, o que é fundamental para se construir uma cidade. Questão de arte de viver.


Em 23/04/2009, às 13:09:45, Rouen disse:
Este carro não é , como todos pensam um Hudson Hornet 1951, é o artista 'Doc' do Filme Cars.
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Em 23/04/2009, às 13:18:15, Beatrice Portinari disse:

A utilização da expressão "gente que não presta", me causa calafrios. Jesus Christ!


Em 23/04/2009, às 13:54:03, BELLETTI disse:
Penso que o feriado deixou todo mundo com baixo astral.Diante do fato, só apelando para pé de pato, mangalô ,3 x ...


Em 23/04/2009, às 14:43:05, Cacique Uirapurú irmão do Uirapuri. disse:

Só pagelança resolve o problema acima.


Em 23/04/2009, às 15:26:33, Joel Almeida disse:
Muito frequentei o Alto da Boa Vista, levado por meus pais, sempre de bonde... Ocorre é que o local, devido á proximidade de favelas, tornou-se de alto risco. Triste o fim dos bondes ali, graças ao $r Carlo$ Lacerda, que tinha muita$ razõe$ para "exterminar" os bondes e tudo que rodasse sobre trilhos...Alguém lembra do Bar das Pombas, na Usina? Bons tempos em que a Tijuca não sofria com o câncer chamado favela...


Em 23/04/2009, às 15:37:21, RENATO disse:

Educação = Família (patter et matter)

Instrução = Escola

Esse papo de que educação resolve tudo é pura balela. Tinha colegas em todas as fases de estudante que eram: instruidíssimos, cultos, letrados, viajados mas que eram verdadeiros cavalos no que diz respeito a relacionamento social e cidadania. Educação quem dá é o papai e a mamãe, escola ensina calcular, escrever e pensar de forma lógica. Esta estória de empurrar pra Tia Maricota a educação de nossos filhos mostra a cara de pau dessa sociedade capenga que é a nossa. Se o filho se tornar marginal e a filhinha virar comidinha de bandido, a culpa é da escola que não educa. Pois sim! Fácil né?

A Europa é dita civilizada embora hoje em dia não seja mais tanto assim, porque os pais educavam os filhos ensinando o que é certo separando do errado e se errassem sabendo o que era errado, tomavam uma porrada no meio do comedor de lavagem que o sangue espirrava longe. Funcionava... fulaninho colocava a viola no saco e baixava a crista bonitinho... ai inventaram a tal da psicologia moderna, da liberdade total a qualquer custo e dá no que está dando...

Esse papo de educação como prioridade é lorota de político e ou de pseudo intelectual.. Basta ver aquele programa SuperNany, no qual sabemos ser tudo uma grande encenação, há um roteiro, é editado mas curiosamente é que sempre e sempre quem tem de ser disciplinado são os pais e não os filhos. E quem educa quem? isso é um processo contínuo se não tem para dar como outro poderá receber? E cá pra nós o brasileiro é bem abusadinho viu! esse complexo de sinhôzinho e de escravizado não acaba nunca e essa droga não sai da estaca zero.

Além do que escola hoje em dia deseduca... e o ciclo roda....


Em 23/04/2009, às 15:57:04, Denise disse:
Acabo de chegar de uma ótima caminhada pela Estrada das Paineiras. Recomendo, em dias movimentados, claro! Muitas famílias, ciclistas, gente correndo.


Em 23/04/2009, às 16:01:38, Mario Ribeiro disse:

Caro RENATO,

O termo Educação foi usada pelos comentaristas em seu significado mais amplo e não referia-se apenas à educação acadêmica.
Acho que isso está muito claro e que você está querendo fazer polêmica, o que é natural.


Em 23/04/2009, às 16:19:33, Nunes disse:
Sem aumentar a celeuma, o fato é que o banditismo é desprezível, assim como a falta de educação básica. Outrora, quem não a possuía de berço encontrava-a nos livros. Hoje todos usam a lengalenga dos desfavorecidos para ocultar os defeitos de caráter e as doenças da vontade. Com algum esforço, as pessoas poderiam ressuscitar o civismo. Gentileza gera gentileza...


Em 23/04/2009, às 16:21:20, Maratonista disse:

Denise, você recomenda em dias NÃO movimentados?


Em 23/04/2009, às 16:47:54, Nilton disse:
Caro Sr. RENATO,

Nada do que foi dito invalida a tese de que a educação ainda é o melhor caminho, até porque, faz parte da educação a orientação familiar como bem disse o Mario Ribeiro.
Ocorre que, na situação em que chegamos, a regra é que ou essa família simplesmente não existe como tal ou não tem a menor condição de ensinar qualquer coisa de bom, já que o que se vê é que a criança fica largada pelas ruas enquanto o pai está envolvido com o "movimento" e a mãe (popozuda) não abre mão do baile funk. Aliás, diga-se de passagem que o "comedor de lagagem" do europeuzinho também vai sofrer bastante se o dito se recusar a ir à escola.

Tenho que discordar frontalmente quando diz que a educação é prioridade dos políticos, porque é exatamente aí que reside o problema, e se hoje a esola deseduca é fácil se imaginar quem se beneficia disso. É só lebrarmos dos Clodovil, Frank Aguiar, e qualquer outro artista, radialista, jogador e figuras populares que se elegeram porque nosso povo não sabe sequer a diferença entre um vereador e um senador, muito menos suas funções. O resultado disso são as nossas leis populistas, sempre boazinhas que abrem as brechas para qualquer bom advogado por elas enveredar levando pelas mãos os clientes mais abastados, sem falar no famigerado Estatuto do Menor, tido como um "avanço" e que entre outros absurdos permite que o menor tenha o "direito" de ir a escola se bem entender. Pronto está garantida a reeleição.

Em tempo, duvido que qualquer família de bem, incluindo a sua tenha abdicado da educação (ou se prefeir da instrução) escolar.


Em 23/04/2009, às 16:53:51, Evelyn disse:

Concordo com quem falou que o dia hoje no Rio está lindo, como há tempos não se via,talvez o mais bonito do ano até agora, com o fim do verão a tendência é essa, céu azul anil e não aquele pálido do verão, de tão quente que estava, e temperaturas bem mais suportáveis de dia, e noites mais frescas.

E já que cada um diz aonde foi dar uma caminhada hoje( falaram em Floresta da Tijuca e Paineiras), fui no Aterro desde até depois da Pirâmide Estácio de Sá, um visual muito bonito e recomendo, pessoas caminhando, famílias, ciclistas.

RENATO lembrou 3 expressões raras hoje, o "rá rá rá", a lorota e a Tia Maricota.

Acho que você tem razão em bastante coisa, mas por que tem um sangue espirrando recidivante em suas crônicas?

E agora aqui é frequentado por famílias, o Uirapurú, irmão do Uirapuri e os primos Mario Ribeiro e Gilberto Cardoso, será que virá o outro primo Fadel Fadel? ))

Quanto à base, acredito que o que era tripé, saúde-educação-emprego, hoje pode ser quadrilátero, acrescidos de LIMITES.

Não há uma causa única, é multifatorial, e por isso mesmo tão complexo.

Essa semana, indo ao Rio Design Center Leblon, deparo-me com uma madame com seu cachorrinho sentado...no sofá da loja que outro cliente irá sentar-se quando a mesma sair, o que é isso??

Ela faz, a dona permite e por aí vai.


Em 23/04/2009, às 17:52:07, CRÍTICO DO BRASIL disse:
Como podemos ter uma sociedade ordeira com corrupção desenfreada e sem lei. Quando dois juízes do Supremo batem boca igual lavadeiras de beira de rio, conclui-se que não temos mais segurança. Nem física, nem jurídica.


Em 23/04/2009, às 18:09:49, As preparada disse:
É isso mermo tio Renato, escola pra que ? eu ensino tudo pros meus guris, a maior de 14 anos já tá buchuda do chefão das parada e o menó tá fazendo biscate de aviãozinho mas já tá cantarolando um pagode que é uma beleza.


Em 23/04/2009, às 18:16:26, Cacique Uirapuri disse:
Ainda bem que no Brasil não existe relação entre o crime organizado e o executivo, sem contar o STJ.


Em 23/04/2009, às 18:44:43, Helio Ribeiro disse:

Versos da época de D.João VI:
"Quem furta pouco é ladrão
Quem furta muito é barão
Quem furta mais e esconde
Passa de barão a visconde".

Já notaram quantas ruas e praças existem no Rio com nome de "Barão" ou "Visconde" de sei-lá-o-quê?
Em 600 anos, Portugal teve 16 marqueses, 26 condes, 8 viscondes e 4 barões. Em 13 anos no Brasil, D.João VI criou 28 marqueses, 8 condes, 16 viscondes e 4 barões. Em Portugal, para se fazer um conde eram necessários 500 anos; no Brasil, 500 contos.


Em 23/04/2009, às 18:58:15, Pgomes disse:

Todos sabem onde estão os problemas, as mazelas e as causas de tanta violência. Qual será o verdadeiro interesse dos políticos em não dar conta disso? Só dinheiro?
Tem gente demais nascendo, principalmente nas classes mais baixas, e os recursos, tantos naturais ,como financeiros são poucos.
Tem que haver controle por mais cruel que possa parecer. E quanto a violência, é tolerância zero mesmo, pena que quem devia aplicar esse método também não passaria impune.
E o Alto da Boa Vista é lindo, e precisa volter a pertencer a população de bem da cidade.


Em 23/04/2009, às 19:06:41, Evelyn disse:
Chama-se "ECA" e não deve ser à toa, apesar de fazer pensar ser Estatuto da Criança e do Adolescente.

O então juiz de menores Alyrio Cavalieri tem uma qualidade fundamental, SENSIBILIDADE, tenho até hoje guardado um poema de sua autoria, lido pelo mesmo numa palestra há muitos anos.


Em 23/04/2009, às 19:11:27, Marcelo ZS (fake) disse:
Imagina se não fosse feriado o que não estaria acontecendo por aqui.
Tanta besteira por nada só os pobres são culpados das mazelas do RJ e a sociedade continua mesquinha e egoista como sempre vendo novelas e tv a cabo .E se acham cultos só com isso faz lembrar a máxima brasileiro é rico com tão pouco coitadinho.


Em 23/04/2009, às 19:23:18, Visconde de Sabugosa disse:
Eu juro que nunca furtei nada.


Em 23/04/2009, às 19:30:02, Marquês de Rabicó disse:

Eu também não.


Em 23/04/2009, às 19:54:59, Laerte disse:
Será que a 50 anos passados, o digníssimo autor do registro de belos veículos em sentido contrário no Alto imaginava causar tanta celeuma? E que o tema seria Educação? Mas a peleja até que está interessante... A foto é muito legal!!!


Em 23/04/2009, às 20:09:46, Wagner Bahia disse:

A má distribuição de renda regional foi a grande causadora do êxodo para o Rio, assim como para São Paulo.

É mister para a formação de uma grande sociedade olharmos tudo de forma macro; a sociedade como um todo. O Brasil é heterogêneo em raça e cultura e existe além das fronteiras do túnel Rebouças ou da Av Brasil.

O mais triste de tudo, no entanto, é depararmos com pessoas que se dizem tão civilizadas e "modernas"; cujas opiniões, contudo, são tão fascistas e reacionárias...


Em 23/04/2009, às 20:37:23, Dono do Hudson disse:
Resolvi fazer o passeio assim mesmo. Foi ótimo! Perderam!
Tenho que ir rápido buscar água pro carrão. Ferveu.


Em 23/04/2009, às 21:03:14, Mecânico de plantão disse:
O Hudson ferveu mesmo na descida ? Vende logo !


Em 23/04/2009, às 21:09:56, Marcelo Almirante disse:
Também sou vítima da má distribuição de renda, pois se não trabalho não como. O que me parece justo, pois querer ganhar em cima do trabalho dos outros é muito fácil.


Em 23/04/2009, às 21:39:05, Evelyn disse:

Vocês estão parecendo igual à discussão de "Vossas Excelências", mostrada agora no telejornal.

Wagner,

Gostei do "Mister"

Em 23/04/2009, às 21:40:30, Nilton disse:

Impressionante. Dezenas de comentários, inspirados em uma foto onde a única coisa que se vê são 2 automóveis se cruzando (sem duplo sentido).

Tanta imaginação daria uma bela tese de mestrado em psicologia.


Em 23/04/2009, às 21:47:00, Corregedor gramatical disse:
Sra. Evelyn,

A discussão á que a Sra. se referiu não foi "de Vossas Excelências", mas sim "de Suas Excelências".


Em 23/04/2009, às 22:03:30, Barão de Japerí disse:
Pois aqui, com o ponto de vista nos limites dessa grande aglomeração urbana que é a RMRJ, só posso tecer um comentário. Cada povo "dá do que tem".

O que se passa na cidade já era previsto há décadas. Se deixarem o mesmo vai se passar com Paris, Londres, Roma, Madrid, etc.

Mas lá existe barreira social e controle urbano, coisa que nunca ouvi falr no Rio de Janeiro.


Em 23/04/2009, às 22:05:46, Evelyn disse:

Data venia, o senhor neste quesito dos pronomes possessivos está correto.

No quesito "á" devo informá-lo que melhor ficaria "à".

Assim como o pronome reflexivo "se" deveria vir após o verbo.

Logo, meu nobre corregedor, sua sentença seria:

A discussão À que a senhora referiu-se...


Em 23/04/2009, às 22:11:51, Evelyn disse:

Barão,

O que seria RMRJ?

Uma ressonância magnética da cidade?


Em 23/04/2009, às 22:26:28, Corregedor gramatical disse:
Sra. Evelyn,
É óbvio, para não dizer obrigatório, que estou correto, ocorre que falhas ao teclar podem ocorrer como no caso, ao pressionar a tecla shift, Não se confunda erros de digitação com erros gramaticais, até porque não existe no nosso idolatrado idioma a forma "á". Quanto à expressão "A discussão à que a senhora referiu-se" representa tão crasso erro que nunca irá ler ou ouvir de minha parte tamanho descalabro.
Só para complementar, ficou muito feio a sua expressão "vocês estão parecendo igual à..", que além de apresentar uma desagradável cacofonia também redunda (vale o trocadilho) em um ilustrativo pleonasmo.


Em 23/04/2009, às 22:37:42, Barão de Japeri disse:
RMRJ - Região Metropolitana do Rio de Janeiro.


Em 23/04/2009, às 23:12:12, Evelyn disse:

Sr. Corregedor Gramatical

Obrigatoriamente certo? Quanta humildade!

Quanto às suas críticas, foi revisto e nada encontrado, a palavra discussão não caracteriza nenhuma cacofonia, se é a ela que sua pessoa fez menção.

Quanto ao pleonasmo "parecendo igual", isto é aceito, para dar ênfase a uma idéia, não merecendo condenação como tentou fazer.

Seja mais flexível, aceite a idéia de não estar sempre certo, até porque sempre e nunca não se usam.

Já dizia um antigo professor:

"Dans la médicine, dans l'amour

N'est parlez jamais, n´est parlaiz toujours"

Bonne Nuit

Franchement


Em 23/04/2009, às 23:14:17, Passante disse:

FEBEAPÁ


Em 23/04/2009, às 23:23:07, Miguel Pereira disse:
Quem será o corretor ortográfico ?


Em 23/04/2009, às 23:31:18, Corregedor gramatical disse:
Caríssima Sra. Evelyn,
Sugiro a V.S., que desista de tentar redarguir minhas colocações, pois a cada um desses intentos incorre em mais um erro. Em seu comentário anterior já tinha denominado as expressões Vossa Excelência e Sua Excelência de pronomes possessivos, quando na verdade se tratam de Formas de tratamento, não havendo nenhum sentido de posse nas partículas "Vossa" e "Sua".

Neste, insiste no pleonasmo, o qual mesmo que aceito, tal qual uma licença poética (?), ao menos deveria ser: "voces estão parecendo iguais....) e nunca voceS estão parecendo iguaL, como foi escrito e onde está a cacofonia.
Sobre a obrigatoriadade, esta é imposta pela condição do personagem de corregedor, atrás do qual existe, é claro, uma pessoa normal, e essa sim disposta a receber e até agradecer a qualquer correção que lhe seja feita (o que no caso ainda não ocorreu), e à qual, repito, sugiro que siga o exemplo, aceitando as correções e não tentar se defender, fazendo, como disse o poeta Bocage, a emenda ficar pior que o soneto.

Concordo que na medicina e no amor não existem nem sempre nem nunca mas, a menos que eu esteja delirando, nossa conversa não se encontra em nenhum desses campos, ao menos no primeiro eu posso garantir. (desculpe mas não podia deixar passar a oportunidade do gracejo)..


Em 23/04/2009, às 23:42:17, Observador de Comentários disse:
O francês da Evelyn deixa muito a desejar.


Em 24/04/2009, às 00:22:54, Evelyn disse:

Sr. Corregedor Gramatical,

Aceito as correções quando elas procedem e feitas de forma amigável; reconheço e procuro aprender com elas.

Demonstrei isso ao dizer na primeira réplica que sua pessoa tinha razão ao dizer que o tratamento utilizado no telejornal foi de "Sua Excelência"

Assim como concordo que não são pronomes possessivos, uma vez que a "Excelência" não é minha, tampouco sua.

Porém creio que nem tudo que falei em réplicas e tréplicas estivesse de todo errado, logo dizer que até agora não ocorreu nenhuma correção merece ser visto com maior grau de acurância e humildade por sua pessoa, será que não?

Quanto a ser uma pessoa normal, não sei se está tão claro assim, criticar atrás de nicks/personagens é fácil, que tal mostrar-se e assumir a verdadeira personalidade?

A crítica é válida, desde que feita com ternura, menos rigidez e maior flexibilidade, quando a intenção é fazer o outro aprender, crescer e adquirir conhecimentos e não para medir quem sabe mais ou quem está a frente do placar, como parece ser sua intenção.

Vou confirmar se o acento circunflexo de você e vocês foi abolido com a nova reforma ortográfica, conforme o corregedor escreveu em seu pronuncimaneto




Em 24/04/2009, às 00:26:51, Evelyn disse:


Obs de Comentários,

Realmente não domino a língua, tentei o melhor que podia, auxiliada por um dicionário, tentarei aperfeiçoar da próxima vez; o senhor, que parece saber, uma vez que disse que deixou a desejar, poderia dizer então a grafia correta das palavras?

Agradeço a atenção.


Em 24/04/2009, às 03:16:10, Passante ( o verdadeiro ) disse:
Ficou comprovado uma imagem vale por mil palavras para essa foto conceptual mais Hopper impossível.


Em 24/04/2009, às 03:51:00, Dúbio disse:
O Rio de janeiro está nas mãos de bandidos e funkeiros... Os políticos tem constantemente analisado o fato... O cidadão comum nada pode fazer contra estes parasitas e ladrões...


Em 27/04/2009, às 00:08:49, Augusto Chagas | e-mail disse:
alguns aí estão tranformando a tranquilidade da foto em uma praça de guerra! Vamos comentar o bem que a fotografia causa em nossas lembranças e deixemos o hoje no esquecimento enquanto fotologamos. Morei na usina e fui escoteiro do montanha clube na década de 60. Tudo tinha um colorido diferente.
Felicidade a todos! 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

CINEMAS

A postagem de hoje serve para lembrar a todos que amanhã acontecerá a 2º rodada do concurso sobre "trailers" de cinema no endereço abaixo:

concursocinefilia.blogspot.com

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Observem nas fotos as mensagens subliminares dos fotógrafos.


FOTO 1

FOTO 2

FOTO 3

FOTO 4

FOTO 5


FOTO 6


FOTO 7

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

RUA FIGUEIREDO MAGALHÃES - COPACABANA (2)

Como sequência à última postagem continuamos na Rua Figueiredo Magalhães, com destaque para o desabamento do Edifício “São Luiz Rei de França”, ocorrido em janeiro de 1958.

Além das pesquisas habituais contei com a ajuda dos amigos A. Decourt e Rouen.


FOTO 1: Conforme vimos na última postagem, este trecho após a Rua Tonelero em direção ao Túnel Velho foi prolongado em 1956, alguns anos antes desta foto. 

A primeira rua à esquerda é a Capelão Álvares da Silva e a próxima à direita a Joseph Bloch. O local onde estão as casas à direita é ocupado atualmente pelo Shopping Center Cidade de Copacabana, mais conhecido como Shopping dos Antiquários, construído a partir de 1960 e inaugurado uns poucos anos depois. .

Além dos antiquários abriga um mercado, teatros e o 5º Juizado Especial Cível, muitas lojas de padrão popular, composta de botequins e lojas de miudezas e quinquilharias. No último andar funciona a igreja católica da Paróquia Santa Cruz de Copacabana, que por muitos anos foi administrada pelo saudoso Padre Ítalo.

Aquele terreno com instalações da Light foi ocupado pelo Clube Paissandu de 1932 até 1952, antes de se mudar para as atuais instalações no Leblon. Fotos antigas mostram que o clube também ocupava a área da Rua Joseph Bloch, fazendo fronteira com as casas que existiam na Rua Ministro Alfredo Valadão (rua seguinte, à direita), que era uma continuação da Travessa Sta. Margarida, que liga a Siqueira Campos à Ladeira dos Tabajaras.

FOTO 2: Em janeiro de 1958 começaram os alertas sobre uma ameaça de desabamento do edifício “São Luiz Rei de França”, em fase de conclusão, erguido na Rua Figueiredo Magalhães nº 701, o qual teve seus alicerces traseiros afundados cerca de 30 centímetros.

O prédio em construção, que pertencia à instituição “Casa São Luiz Para Velhice”, possuía 11 andares e estava a cargo da firma Oliveira & Herculano Ltda., conforme noticiava o “Correio da Manhã”.

Nos últimos dias de janeiro, a Prefeitura do Distrito Federal e funcionários da firma Estacas Franki (que, voluntariamente, se colocou à disposição de forma a ajudar a instituição de caridade), buscaram uma solução, mas em 30 de janeiro o problema aumentou, inviabilizando os esforços. O prédio desabou no dia 31/01/1958.

O desabamento teria sido motivado por defeito nas fundações. O calculista, professor da Escola Nacional de Engenharia, dizia que a estrutura do prédio estava perfeita, uma vez que caiu sem que em sua estrutura fosse notada qualquer rachadura.

As fundações da parte de trás do edifício teriam cedido e causado o desabamento. As fundações traseiras teriam sido assentadas numa profundidade de 20 metros, não obstante o terreno ter sido pantanoso. Os prédios vizinhos, que estavam em construção, tinham bases numa profundidade de 32 e 36 metros, segundo reportagem da época do "Correio da Manhã".


FOTO 3: Vemos o edifício "São Luiz Rei de França" a partir da Praça Edmundo Bittencourt (a praça do Bairro Peixoto). Estes seriam os imóveis atingidos pelo desabamento. O de nº 36 da Rua Décio Vilares foi totalmente esmagado, assim como os de números 22 e 26. Outros prédios da Décio Vilares tiveram danos menores.

Transcrevo comentário do Andre Decourt: "O edifício, de propriedade do Asilo São Luiz para a velhice, estava sendo construído em um dos terrenos doados por Felisberto Peixoto na sua antiga chácara em Copacabana.

Durante o início da construção, ainda nas estruturas, no começo de 1958, tinha apresentado um desnível, a obra foi paralisada, mas o edifício se estabilizou, sendo então reiniciada., mas no dia 25 de Janeiro, a estrutura já em fase final de acabamento começou a estalar, apresentar rachaduras e o mais grave, se inclinar em direção à Rua Décio Villares e à Praça Edmundo Bittencourt, no Bairro Peixoto.

FOTO 4: Vemos os prédios destruídos na Décio Vilares, nos fundos do prédio desabado.  Apesar das tentativas da Prefeitura do Distrito Federal, no dia 30 pela manhã já era quase certo seu desabamento. Os moradores dos pequenos prédios localizados na Rua Décio Vilares, bem como na casa normanda, única da praça, que era localizada no número 22, corriam para salvar seus pertences, mas nem todos conseguiram. Os jornais entrevistaram muitos moradores que perderam muita coisa, inclusive com perda total de imóveis que não estavam segurados .Por volta das 20 horas o prédio caiu, após esmagar seus pilotis.

No local do São Luiz Rei de França, foi construído no final dos anos 60 um grande edifício-garagem, que está lá até hoje.”

O prédio tinha cerca de 40 metros de altura e desabou em 20 segundos, em frente a uma pequena multidão que aguardava a queda, pois na véspera, 30 de Janeiro, a inclinação havia aumentado e o desabamento era iminente. A energia elétrica da região havia sido desligada pouco tempo antes, o que evitou que alguém fosse eletrocutado, pois após o desabamento muitos se aproximaram para "ver de perto".

O prédio representava todo o patrimônio da Casa São Luiz Para Velhice (Instituição Visconde Ferreira D´Almeida). Fundada em 1890 para abrigar os operários daquele nobre, na década de 1950 abrigava 460 velhos desamparados, além de cegos e aleijados, abrigando ainda outras 170 pessoas entre religiosos e empregados. 

Aquela instituição de caridade, sem o menor auxílio do poder público, vivia de donativos. Ao falecer, o Sr. Paulo Felisberto Peixoto da Fonseca deixou um legado de vários lotes de terrenos no Bairro Peixoto para instituições de caridade, entre as quais a Casa São Luiz Para a Velhice, que foi beneficiada com três lotes, onde foi construído o Edifício São Luiz Rei de França. Com outro legado, do Sr. Stanley E. Hime, a instituição iniciou, em dezembro de 1955, a construção do prédio sinistrado. A venda dos apartamentos geraria uma renda que permitiria a Casa não depender só da generosidade de alguns poucos abnegados. E tudo foi para o chão para desespero da diretoria da instituição de caridade.

Desconheço o resultado do inquérito e de eventuais pedidos de indenização.


FOTO 5: Anúncio da venda dos restos do Edifício São Luiz Rei de França.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

RUA FIGUEIREDO MAGALHÃES - COPACABANA

A postagem de hoje foi inspirada numa fotografia do Facebook do Amadeu Hermes, que mostra um trecho da Rua Figueiredo Magalhães entre a Rua Tonelero e a Praça Vereador Rocha Leão, perto do Túnel Velho.

FOTO 1: Esta antiga rua tinha como nº 1 a casa de meu tio-avô James Darcy, cujo endereço não era na Av. Atlântica, mas na Figueiredo Magalhães. A rua, até o ano de 1956, terminava perto da Rua Tonelero, não indo na época até perto do Túnel Velho.

A casa é figurinha frequente nas fotos da Praia de Copacabana na primeira metade do século XX. Cheguei a conhecê-la, mas minha lembrança é bastante vaga.


FOTO 2: Esta é a lateral da casa, que dava para a Figueiredo Magalhães. Lembro ainda do meu medo do cachorro, que latia muito quando tocávamos a campanhia deste portãozinho.

FOTO 3: É a postada pelo Amadeu Hermes. Estamos na altura do Posto Texaco, cujo endereço era Rua Figueiredo Magalhães nº 875, Copacabana, atual endereço do Hospital Copa D´Or.

Um pouco mais adiante, à direita, havia um posto de gasolina Shell e, logo após, um posto de gasolina Shell.Supermercado Merci.

A foto, hoje replicada várias vezes na Internet, foi considerada pelos decanos dos FRA-Fotologs do Rio Antigo, como inédita.

Nesta época a mão de direção já era a atual, da praia para o Túnel Velho.


FOTO 4: Aqui vemos uma colorização da foto anterior, feita por Alex Rosa (alguns detalhes se perderam na colorização, como aquele luminoso “TÁXI” no teto do DKW ). O Posto Texaco, segundo informação do neto do proprietário (cujo nome acabei por não anotar), chamava-se “Posto Coronado”.

Neste trecho depois dos postos de gasolina, com o encerramento das atividades do Supermercado Merci, existiram uma filial da Casas da Banha, um boliche e o Hotel Copa D´Or, que foi construído no terreno do Posto Shell. No lugar do Merci foi construído o Centro de Convenções do hotel.

Conta o Decourt que o Posto Texaco existiu até 1982, quando foi construído o “flat” Édipo-Rei. Já o Posto Shell foi-se por volta de 1987 para a construção do Hotel Copa D'Or.



FOTO 5: Nesta foto, do acervo do Correio da Manhã, vemos a loja do Supermercado Merci – Mercearias Nacionais, em Copacabana. Esta era, talvez, a maior cadeia de comestíveis do Estado da Guanabara.

Conta o Prof. Jaime Moraes que o MERCI teve a sua origem em um modesto armazém de secos e molhados na esquina de Proclamação com Teixeira de Castro em Bonsucesso, conhecido como "A Venda do Pinho". “Seu” Pinho acabou mudando o nome para Mercearias Nacionais, com algumas poucas filiais na região da Leopoldina. Com o tempo os negócios prosperaram e se transformaram em MERCI.

O endereço desta filial era Rua Figueiredo Magalhães nº 865. Internamente as paredes internas eram de tijolinhos amarelados, piso de granitina e teto com forro de alumínio.

Esta filial frequentava os jornais com notícias como de um assalto em 1971, quando dois jovens, um branco e outro mulato, entre 20 e 23 anos, entraram no Merci, renderam o gerente Virgilio Mário Marques, penetraram no escritório onde se encontrava o contador Adel Pereira Dias e forçaram-no a entregar a féria de Cr$ 70 mil, referente aos dias de sexta-feira, sábado e domingo. O dinheiro ia ser depositado no Banco Souto Maior. O assalto durou três minutos e os bandidos fugiram num Dodge-Dart, identificado como o que foi furtado do motorista Silvino Hipólito de Azevedo Neto, na Praia do Flamengo nº 374.

O motorista reconheceu na galeria de fotografias da 10ª DP, como sendo um dos assaltantes, Sergio Torres, fichado na distrital como assaltante de bancos, ligado ao esquema de subversão. É conhecido por Rui.

Outro assalto aconteceu pouco tempo depois e os policiais achavam que alguns dos assaltantes eram do mesmo grupo anterior. Desta feita eram sete e estavam armados com metralhadoras. O gerente, então Manuel da Costa Matos, foi obrigado a abrir o cofre. Entre os assaltantes havia uma mulher. O grupo fugiu em duas Variant, cujas placas não foram identificadas e em um Volkswagen 1600, vermelho, cuja placa seria GB 18-98-90 ou GB 18+89-90.

Podemos observar na foto que, pela posição do ponto de ônibus, a mão de direção da Rua Figueiredo Magalhães era no sentido Túnel Velho-Av. Atlântica.

Outro incidente, este de grande repercussão, foi em 1973 quando o teto do Supermercado Merci, na Rua Figueiredo Magalhães nº 865, começou a desabar sobre 100 funcionários e clientes. Estalidos que antecederam o desabamento permitiu a fuga de todos. A comissão do Departamento de Edificações concluiu que tanto a estrutura metálica da cobertura como as paredes de frente do fundo foram afetadas e indicou a demolição. Alguns prédios da Rua Décio Vilares, nos fundos do supermercado, também foram atingidos.

Neste mesmo local onde funcionou o Merci, em maio de 2000 foi inaugurado o Hospital Copa D´Or, resultado de um investimento de R$ 50 milhões. Com 218 leitos, centro cirúrgico com 12 salas e serviços de emergência 24 horas para adultos e crianças distribuídos entre 12 andares com 20 mil metros quadrados de construção. A previsão de um heliporto causou polêmica entre os vizinhos do Bairro Peixoto incomodados pelo barulho. 

FOTO 6: O Hotel Copa D´Or foi inaugurado em abril de 1988 pelo “Grupo de Transportes Cidade do Aço”, no nº 875. O telefone era 235-6610. Tinha uma piscina e um grande salão de convenções. Seu restaurante, o “Le Jardin” tinha fama, com destaque para a feijoada semanal, que disputava a preferência com a que havia no hotel Caesar Park, em Ipanema. O piano-bar era frequentado pela alta sociedade carioca.

O hospital Copa D'Or originou-se do antigo Hotel Copa D'Or, que foi adquirido pelo médico e empresário Jorge Moll Filho em 1994 e transformado no hospital em 2000. Gaspar D’Orey, proprietário do Hotel Copa D’Or, em Copacabana, resolveu regressar ao seu país de origem, Portugal. Ofereceu ao sócio, Jacob Barata, o Hotel Copa D’Or como quitação de dívida em outros negócios. Mas, somente o hotel, não liquidaria o valor total do débito. Foi aí que entrou na jogada o cardiologista Jorge Moll Filho, a quem o português teria emprestado grande quantia para ajudar na expansão de suas clínicas de diagnóstico, a Cardiolab. Enquanto efetuava pagamento em nome de Gaspar D’Orey, Jorge trocava ideias com Daniel, filho de Jacob e responsável por receber o dinheiro em mãos. Os dois planejavam, contra a vontade de Barata, transformar o hotel em hospital, com objetivo de atender a classe alta do Rio de Janeiro. Na época, existiam poucos hospitais privados na cidade. Em busca de atendimento de qualidade, cariocas se deslocavam para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Após a trágica morte de Daniel, vítima de um sequestro seguido de assassinato, Moll e Barata deram continuidade ao projeto e transformaram o Copa D’Or em hospital que tinha a hotelaria como raiz, equipamentos modernos e serviços de primeira.

Curiosidade: mais ou menos na mesma época da inauguração do Hospital Copa D´Or eu fazia um curso de MBA em Saúde. Talvez por esta sociedade no hospital, a filha de Jacob Barata, que não era médica, foi minha colega de turma.


FOTO 7: O Texaco era o Posto Coronado, que ficava na Figueiredo Magalhães nº 961, telefone 36-2779, conforme o anúncio. Oferecia “consertos e serviços garantidos, além de eletrônicos e Hi-Fi. Também instalava a “Chave Merli” contra roubo (a fechadura Merli era uma tranca de direção. Abaixo há o resultado a uma consulta ao nosso grande especialista Obiscoitomolhado, a quem agradeço a ajuda). Vendia também automóveis. 

A última notícia que encontrei no “Jornal do Brasil” foi da década de 1980, dando conta que era um dos postos Texaco que vendia álcool hidratado. 

O outro era um posto Shell, que ficava em frente ao nº 870 (esta é uma referência encontrada em anúncio de venda de um Karmann-Ghia em 1964). 



FOTO 8: Segundo Obiscoitomolhado aTranca Merli era um conjunto blindado, preso ao painel e que abraçava a coluna. Uma chave de qualidade enfiava uma lingueta de aço.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

RIO - 1954

 

FOTO 1: Em 03/09/2025 esta fotografia foi publicada no "Saudades do Rio", o que motivou a postagem abaixo.


FOTO 2: Recebi esta mensagem de Eustáquio Nardini, que já colaborou outras vezes com o "Saudades do Rio":

"Prezado Luiz,

Sou admirador  e seguidor do Saudades do Rio  e vendo esta foto  (banca de jornal em frente à Biblioteca Nacional, na esquina da Rio Branco com Araujo Porto Alegre) tirada pelo fotógrafo americano Eugene Harris  e que se encontra na Biblioteca da Universidade de Milwakee, sem data definida, resolvi ampliá-la e vi as revistas  à venda na banca.

Constatei que foi tirada na primeira semana  de novembro de 1954. Selecionei, então, 20 edições mostradas na foto e copiei. 

Eu acho que ficaria um bom post para o "Saudades do Rio",  pois mostra um momento da cidade e suas revistas,  como os famosos almanaques dos gibis que sempre saíam no final de outubro com a data do anos seguinte."

Agradeço ao Eustáquio Nardini e, abaixo, temos as capas das revistas que faziam sucesso em meados dos anos 1950 e que estavam expostas na banca da Cinelândia.


FOTO 3: A revista "Fantasma" foi criada por Lee Falk e pelo desenhista Ray Moore. Depois teve vários autores. Eu era fã do Fantasma, namorado da Diana Palmer, sobrinha do tio Dave, da "Patrulha da Selva". Guran era o chefe dos pigmeus, Herói era o nome do cavalo e Capeto era o nome do cão. O Fantasma tinha dois anéis, um em cada mão. O da "caveira" que marcava os criminosos e o da "amizade" que estendia a proteção do Fantasma a quem tivesse esta marca.



FOTO 4: O "Almanaque do Gibi" exibia histórias de vários heróis do faroeste. Desde "mocinhos" como Tex Ritter, Hopalong Cassidy, Buck Jones, Tim Holt, Gene Autry, Audie Murphy, até personagens como o garimpeiro Gabby Hayes e Sheena, a "Rainha da Selva", entre outros.


FOTO 5: O "Super-Homem" era outro herói da época. Sob a identidade civil de Clark Kent, Kal-El, filho de Jor-El e Lara, nasceu em Krypton e veio para a Terra. Trabalhou no "Planeta Diário", sob a direção de Perry White. Seu par era a Lois Lane. Seu rival era Lex Luthor.

Já o Batman era parceiro do Robin e combatia o crime em "Gotham City". Na "vida civil" eram o milionário Bruce Wayne e Dick Grayson. O mordomo da "Bat-Caverna" era o Alfred. Os vilões eram o Coringa, o Pinguim e a Mulher-Gato. O Comissário Gordon era o Chefe de Polícia. 


FOTO 6: "O Cruzeiro" foi uma revista semanal de grande sucesso por décadas, editada pelos "Diários Associados", de Assis Chateaubriand. Rivalizava com a revista "Manchete". Ava Gardner, capa desta edição, foi uma das mais bonitas atrizes norte-americanas.


FOTO 7: Não me lembro deste. Era editado pela EBAL - Editora Brasil América Ltda.


FOTO 8: Pecos Bill, o "Furacão do Texas", publicado pela Editora Vecchi, era mais um dos "cowboys" do Oeste Americano.


FOTO 9: Edição Maravilhosa, também da EBAL de Adolfo Aizen, publicava obras literárias em quadrinhos. A "Escrava Isaura", de Bernardo Guimarães saiu na edição nº 92. O primeiro autor brasileiro a ser publicado pela revista foi José de Alencar, com "O Guarani", na edição de nº 24.


FOTO 10: "A Cigarra" era uma revista de circulação quinzenal, inicialmente publicada em São Paulo, no início do século XX. Circulou até a década de 1970. 


FOTO 11: "Aí Mocinho", outra de faroeste com Rocky Lane, Don Chicote, Flecha Ligeira, Bill Boyd, David Crockett, Daniel Boone, Kit Carson, Zorro e Tonto, Cavaleiro Negro (o Dr. Robledo na "vida civil"), etc. Nas suas capas apareciam astros de Hollywood como Joel McCrea, Randolph Scott, Roy Rogers, etc.


FOTO 2: Também da EBAL este almanaque publicava histórias variadas que iam do faroeste com Cisco Kid e Durango Kid a Julio Verne,  e adaptava grandes romances da literatura universal, como "Os três mosqueteiros" para os quadrinhos.


FOTO 13: "Companion" era uma revista mensal americana de grande sucesso tendo tido picos de circulação de mais de quatro milhões de exemplares. Nesta edição o destaque era o casal formado pelo ex-rei da Inglaterra, Eduardo VIII, que abdicou do trono para se casar com Wallis Simpson, uma americana divorciada. Foi um escândalo. 


FOTO 14: "Mandrake", também de Lee Falk e desenhado por Phil Davis, foi outro grande sucesso. Sua namorada era a princesa Narda. Seu auxiliar era Lothar, um príncipe africano.


FOTO 15: Foi uma revista que cobria assuntos variados como política, arte, literatura, cotidiano, etc.


FOTO 16: "Popular Mechanics Magazine" é uma revista de ciência e tecnologia popular, com temas sobre automóveis, casa, ao ar livre, eletrônicos, ciência, faça você mesmo e tecnologia. Também abordava tópicos militares, aviação e transporte de todos os tipos, espaço, ferramentas, etc.


FOTO 17: Na "Mindinho" o principal personagem era o coelho Pernalonga, mas também apareciam o Hortelino Troca-Letras, o Gaguinho, o Frajola, o Patolino, o Coiote, etc.


FOTO 18: A "Collier´s" era uma revista americana de variedade e jornalismo investigativo. Nesta edição da foto gostaria de ter lido o resultado da reportagem "Which In-Law irritates you?": Mother-in-Law, Sister-in-Law, Father-in-Law, Brother-in-Law?


FOTO 19: "Radio & Television News" deve ter tido seu sucesso nos anos 50, pois coincidiu com o surgimento da televisão no Brasil.


FOTO 20: "Photoplay" foi uma grande revista de cinema, adorada pelos fãs. Na capa desta edição vemos Anne Baxter que, entre outros grandes papéis, foi Nefertiti, esposa de Ramsés II (Yul Brynner), em "Os dez mandamentos".


FOTO 21: "Pequenina" era uma versão menor de "Edição Maravilhosa", com a quadrinização de grandes clássicos da literatura universal.


FOTO 22: "FON FON" foi uma revista muito interessante. Com assuntos relacionados à literatura, mundanismo e atualidades, merece ser consultada por todos os apreciadores do Rio de antigamente.


FOTO 23: "Vida Doméstica" era uma revista dedicada à mulher. Mas na época da ditadura Vargas, conta Ruy Castro, que Lourival Fontes do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), conseguia tudo, até colocar o retrato de Vargas nesta revista.


FOTO 24: "Radiolandia", da Rio Gráfica Editora, foi lançada em 1952 para ser concorrente da "Revista do Rádio". Na foto da capa vemos uma jovem Doris Monteiro (que mais velha ficaria muito mais bonita e charmosa).

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ATENÇÃO: NO SÁBADO COMEÇA O CONCURSO SOBRE "TRAILERS" CINEMATOGRÁFICOS NO BLOG concursocinefilia.blogspot.com