Nessa época no Rio de dia
faltava água e de noite faltava luz, o abastecimento de alimentos tinha crises
e o transporte era complicado, mas é inegável que devia ser muito bom morar
numa cidade com menos gente, mais limpa e com muito mais segurança.
A foto é mais uma garimpada
pelo Nickolas e mostra a Praia do Flamengo com seus belos postes e famosa
mureta. O trânsito, que no momento era tranquilo, ficava sempre engarrafado nas
horas de ida e volta da “cidade”. E, de vez em quando, inconvenientes ressacas
alagavam estas pistas. Pistas, aliás, que parecem em boas condições, ao contrário
dos trabalhos de asfaltamento de hoje em dia quando o mau acabamento é a regra.
O que há de desnível de bueiros e calombos junto ao meio-fio hoje em dia faz
qualquer cego pensar que as ruas ainda são de terra, cheias de buracos.
Não se consegue ler o itinerário
do lotação, mas talvez seja Mauá-Copacabana ou E. Ferro-Copacabana.
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O velho lotação que deixou saudades em alguns como eu. A linha que eu usava era a Estrada de Ferro - Leblon ou a Largo do Machado - Ipanema. Falam muito da Lins-Lagoa mas não lembro de tê-la utilizado. O estranho desta linha é que o ponto final era em frente da garagem de remo do Botafogo perto da Curva do Calombo. Dois ou três lotações ficavam estacionados na pista mesmo deixando apenas uma pista para o trânsito. É bem verdade que não havia o trânsito do Rebouças naquela época mas considero que era um perigo.
ResponderExcluirBom dia. Ao ver a foto foi impossível não lembrar de um episódio ocorrido há muitos anos em um trecho mais à frente, na altura da esquina da r. Silveira Martins. No fim da tarde daquele dia eu acabara de ser apresentado ao simpático e divertido cantor/compositor Ciro Monteiro. Depois de muita conversa em um bar no Castelo ele me convida para uma saideira na antiga Taberna da Glória. Diante de irresistível convite lá fomos nós, a pé, atravessando a Cinelândia, Lapa, rua da Glória até a Taberna onde fomos saudados pelos boêmios de plantão. Rolando conversas e sambas, com o auxílio da famosa caixinha de fósforos, tudo regado a cervejas, de repente o Ciro levanta-se e diz que precisava ir até a Praia do Flamengo tomar um ar. Era uma noite calorenta mas na hora não entendi a proposta. Na esquina de Silveira Martins com a Praia sentei no antigo banco de madeira que havia na calçada e fiquei observando o gajo, de pé, junto ao meio fio, com a camisa aberta. Alerto para o risco de estar tão próximo da pista e ele responde: "Fica olhando". Não demora e vem um desses lotações, como o da postagem, passando célere com um forte deslocamento do ar. E o Ciro, com a camisa tremulando pela lufada de ar diz satisfeito: "Ô ventinho bom!" Grande sujeito o Ciro.
ResponderExcluirAlém dos automóveis, que datam a foto em meados dos anos 50, duas coisas me chamaram a atenção: a fumaceira que um ônibus expele, por seu cano de descarga alto e o morro que se vê, parcialmente encoberto pelo ônibus escuro. Que morro é aquele?
ResponderExcluirSr. obiscoitomolhado, favor identificar os automóveis como habitualmente.
ExcluirTemos um Chevrolet 51 cinza, o lotação sobre base LP-312, um carro europeu, talvez um Taunus 51, também cinza e um carro escuro, que parece um Ford após 1952.
ExcluirBom dia. Luiz D´ tem razão quando diz que a cidade era mais limpa, com menos gente, e com mais segurança. A "explosão populacional" e a migração dela resultante que trouxe para o Rio centenas de milhares de nordestinos em busca de "melhores oportunidades", quase todos analfabetos ou semi- analfabetos e que ocorreu a partir dos anos 70, a abertura política em 1979 que trouxe exilados indesejáveis que prontamente se elegeram para cargos eletivos e foram fundamentais para fixarem esse "excesso populacional" em grandes e inéditas favelas, e o fim do governo militar em 1985, foram preponderantes para que a cidade se transformasse nesse caos. Imunidade parlamentar e foro privilegiado foram os instrumentos jurídicos usados para que políticos instalassem fortes currais eleitorais com elementos fortemente armados nas favelas da cidade para administrarem a "mais rentável atividade econômica" do planeta. Com todo esse "progresso", o Rio não poderia estar melhor...
ResponderExcluirMorro da Urca.
ResponderExcluirSe aquele for o morro da Urca, removeram o Pão de Açucar, Docastelo.
ExcluirBom Dia ! Este lotação,LP 312, numero de ordem 682, consta na lista que temos, que rodava na linha Usina-Copacabana. no para brisa está escrito em curva: E.de FERRO e logo abaixo T.Novo Av. N.S.Copacabana. FF. O almoço hoje é Japonês. Vai ter o KISSOBRô de Domingo.
ResponderExcluirBom dia.Não há dúvida do que foi comentado sobre a qualidade de vida no Rio.Mas do outro lado da baía, Niterói se manteve anos luz à frente,pois as águas límpidas,a ausência de moradores de rua,de arrastões,e possuindo um clima fantástico,Niterói ainda é a melhor opção no Rio de Janeiro.Não costumo comentar política,mas vou fazer uma exceção:uma das piores iniciativas do governo militar foi a construção da ponte Rio-Niterói,pois trouxe a poluição e a violência para Niterói.
ResponderExcluirDois aspectos merecem uma resumida abordagem sobre o início da queda da qualidade na vida dos cariocas. A ida da capital da República para Brasília, com a consequente necessidade de complementação do quadro de servidores públicos no futuro Estado da Guanabara. Particularmente na área de segurança, com dispensa da chamada "folha corrida" e atestado de bons antecedentes. Foi o início da degradação das forças policiais, especialmente da PM. Depois a fusão da Guanabara com o Estado do Rio por imposição do regime militar. A agregação dos quadros dos policiais do estado fluminense aos da Guanabara provocou uma invasão de elementos considerados despreparados e de alta periculosidade. A construção da Ponte Rio-Niterói, um antigo anseio dos niteroienses obrigados até hoje a usar barcas para trabalhar no Rio onde sempre foi maior a oferta de empregos, foi apenas uma gota nesse oceano de insensatez.
ExcluirHistoriador, a ida da capital para Brasília foi o início de tudo, mas uma boa qualidade de vida ainda se manteve até o final dos anos 70. Quanto à qualidade das forças policiais do antigo Estado do Rio, não há o que falar de positivo. Até o advento da fusão, não havia concurso, e sim "indicação política". Tenho conhecimento de dois casos específicos:em um deles, um jovem açougueiro costumava ter "encontros íntimos" com um delegado de lá, que prometeu "arranjar-lhe uma nomeação" para a Polícia Civil. Foi nomeado Perito Criminal e estava em atividade até pouco tempo atrás. O outro caso, um bêbado inveterado, foi preciso buscar-lo caído na praça do "Ponto Cem Réis" em Niterói para ser empossado como investigador. Esses fatos se deram no início dos anos 70, antes da fusão. O delegado Albino Imparato, assassinado supostamente por Tenório Cavalcante em Caxias 1953, era um indicado pelo Coronel Henrique Feio e nomeado por Amaral Peixoto para "pacificar a cidade. Até a arquitetura empregada no antigo "Estado do Rio" é feia e decadente, basta ver as construções à partir da Pavuna, São Gonçalo, Itaboraí, etc. A fusão foi a pá de cal na cidade do Rio de Janeiro. E ainda existem imbecis que são apaixonados por "terras somalianas" como Niterói.
ResponderExcluirBom dia. Afinal, que morro é aquele? Se a foto foi feita a partir da Praia do Flamengo, o morro da Urca e o Pão de Açúcar não poderiam aparecer naquele ponto... Mistério!
ResponderExcluirNalu, continuo apostando no morro da Urca. Da minha antiga residência na esquina da Av. Pres. Antônio Carlos c/ Av. Beira Mar, bem mais para lá, era possível ver o conjunto do morro do Pão de Açúcar e morro da Urca, bem em frente. Na época da foto ainda não existia o Aterro nesse trecho. Daí a confusão. Veja pelo GSV, pelo ângulo aéreo, e vai confirmar. Não é possível ver ao nível do mar em razão do Aterro.
ResponderExcluirTem razão. Nem lembrava do "detalhe" Aterro!...
ExcluirBom dia a todos. Como sempre mais uma bela colorização do mestre Nickolas, e nesta particularmente gostei muito das cores escolhidas. E como o papo já vai em direção as malezas da nossa querida e amada Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que não só é do conhecimento de todos, mas também não serão resolvidas acho eu, durante o tempo que me resta na passagem desta encarnação, vou na contra mão da realidade de Joel e Historiador. Vou então deixar a imaginação voar, e começarei pelo lotação amarelo, que voa feito um canarinho da terra, nas pistas de uma avenida que bem poderiam ser as linhas do arco íris, ao lado do cadlac cinza ou prata, que na imaginação vejo um sanhaço como seu parceiro de voo, cantando um belo canto tal qual Ciro Monteiro. Este os aguardava a beira da pista, esperando o ar das asas dos pássaros bater em seu peito, para logo em seguida dizer, o ventinho bom. Vento este que ao fundo já se vê ser contaminado, pelas sombrias nuvens negras de uma descarga, descargas que também contaminaram nossa bela Baía de Guanabara, que não irão poluir Icaraí, por aí estar um Ucraniano que na sua imaginação, fez de Nictheroy o paraíso dos deuses, e melhor do que só imaginar, é sonhar com o Paraíso, bem mas isso é um assunto para um imaginário Pastor, que logo dirá esse texto é um espanto.
ResponderExcluirBelo texto, Lino. Lembrou o tempo dos textos caprichados do antigo fotolog. Esqueci de mencionar como o Ciro Monteiro era conhecido: Formigão. Frente a frente com seu largo sorriso e as enormes sobrancelhas logo entendi a razão do apelido.
ExcluirA foto é sensacional e a colorização, show. Não cheguei a conhecer, mas na minha imaginação o tom amarelo do lotação era um pouquinho mais claro e menos avermelhado. Só o nosso amigo Mauro pra elucidar.
ResponderExcluirO carro à direita é um Chevrolet 1951. Mais atrás um Standard Vanguard do mesmo ano. À esquerda, o que parece ser um Ford 53. O lotação é um Mercedes.
ResponderExcluirGustavo 1x0 BiscoitoMolhado
ExcluirBom dia a todos ! Bela foto de tempos inesquecíveis do Rio de Janeiro. Não pelo trânsito que, naquela época, já era uma porcaria, mas pela qualidade de vida que era muitíssimo melhor. Em 1950, a cidade possuia aproximadamente 2 milhões de habitantes. Acho que só isso já justifica muita coisa. No que se refere à degradação do Rio, acho que foi muito mais pela falta de educação que, de lá para cá só fez piorar, e muito, do que pela tranferẽncia da capital para o planalto central. O Estado da Guanabara sozinho conseguia se manter muito bem. Já anexado ao Estado do Rio, nem tanto.
ResponderExcluirNo que se refere ao morro que aparece atrás do ônibus escuro, à direita, supondo que a foto tenha sido tirada na altura do Morro da Viúva, o que se vê em um plano intermediário, parece ser o bairro da Urca e o morro, do lado esquerdo do mesmo, mais ao fundo, ou o morro Cara de Cão ou já um morro da terra do Ucraniano.
Tá escrito lá que faltava agua,faltava luz o abastecimento de alimentos tinha crises e o transporte era complicado.Faltou falar das telecomunicações,dos serviços arcaico dos bancos e das repartições públicas e serviços essenciais.Só o setor de segurança era melhor.Mas muita gente vive do arcaico e do ultrapassado.E depois perguntam porque sou Do Contra.
ResponderExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirEsses lotações lembram e muitos ônibus de países sul americanos, latino americanos e também do México.
Sempre disse isso de que o pior sujeito da História do Brasil foi Juscelino.
Se hoje o RJ não é nada, começou no Governo dele, sendo a partir de 1960 a derrocada do Estado aqui.
Claro de que isso foi a passos lentos.
O problema do RJ começou mesmo a partir de 1983 quando colocaram um certo gaúcho que entrou para o anedotário popular de que em 1964 fugiu do país vestido de mulher.
Quando Governador em seu primeiro mandato, há que se dizer do envolvimento de sua rebenta com notório traficante da cidade daqueles dias, e que depois a polícia tinha que pedir permissão aos bandidos para subir Morro.
Logo em seguida, o que o sucedeu dizia de que acabaria com a criminalidade em 5 meses e deu no que deu, até chegarmos ao atual desgoverno que é esse que está aí hoje.
Toda a vez que se fala na época da ditadura militar, e que acham de que o militarismo seria uma salvação e tanto para a nação nos tempos atuais, o que não defendo mas também não nego, sempre me vem a mente algo que a Direita e a Esquerda nunca falaram a respeito.
Como foi realizado o espécie de "ACORDÃO" que os militares fizeram com a Esquerda para deixar que muitos desses canalhas voltassem ao Brasil a partir de 1979?
Eis da grande dúvida!
Em 1960 muitos lugares do "Estado do Rio" não tinham luz nem água.Para se ir de carro até Campos em estrada de rodagem asfaltada só foi possível nos anos 70 O lugar era tão atrasado que as pessoas levavam flechadas em via pública e a "rede de comunicações" era limitada a tambores e sinais de fumaça.O meio de transporte mais usual era o "cipó" devido à imensa selva que era Niterói.Me poupe ucraniano!
ResponderExcluirWolfgang, situou cronologicamente os fatos. O gaúcho iniciou um processo que outros políticos aperfeiçoaram: a exploração político/financeira do tráfico de drogas a partir dos currais eleitorais. Acho difícil reverter pacificamente. Quem viu o filme "Falcão Negro em perigo" vai entender.
ResponderExcluirJoel, vi e revi o filme, e jogo o game correspondente. Ambos são muito bons. Menos a realidade, claro.
ExcluirO Juscelino pode ter sido o pior da história do Brasil, mas falar que o motivo foi só o fato de o Rio ter deixado de ser a capital federal corre o risco de ser considerado pelos forasteiros uma espécie de "egocentrismo" coletivo dos cariocas. Além do mais é preciso saber quem colocou essa mudança na Constituição de 1948 (a ideia já veio desde 1891), pois o(s) constituinte(s) que fizeram isso também merecem a crítica, pois foi daí que o JK tirou a promessa e cumpriu. Isso me faz lembrar que mais recentemente o Congresso tirou grande parte de nossos "royalties", talvez pelo mesmo tipo de vingança regionalista da mudança do DF, além do fato de ser mais fácil manter distância do povo na atual Esplanada do Planalto Central.
ResponderExcluirEm tempo: consta que os inconfidentes de Minas queriam fazer de São João Del Rei a capital do Brasil, o que me faz crer que o pessoal do além Paraíba do Sul (Além Paraíba inclusive) tem muita coisa contra a nossa cidade, exceto os juiz-foranos. Aliás o pessoal de Juiz de Fora sofre críticas ácidas de boa parte dos mineiros de outras cidades.
ResponderExcluirAcho que o Juscelino não teve culpa de nada. Ao contrário, acho até que foi muito corajoso em proceder a transferência da capital do país para o planalto central. Talvez a maneira como foi feita possa ser criticada. Entretanto, se não tivesse feito do jeito que fez, não teria sido possível, em 4 anos. Esse negócio de culpar a transferência da capital é mera desculpa dos cariocas que não souberam tocar o progresso de sua cidade. Agora, que a anexação do Estado do Rio de janeiro ao Estado da Guanabara foi ruim para este último, não há a menor dúvida.
ResponderExcluirNão é à toa que os juiz foranos são chamados de cariocas do brejo. Quando mudei para cá, imaginei todo mundo torcendo pelo Cruzeiro, Atlético Mineiro, etc.. Qual não foi a minha surpresa ao verificar que aqui todo mundo torce é por Fluminense, Flamengo, Vasco e Botafogo...
ResponderExcluirÉ fato a ligação dos torcedores de JF com os times do Rio. Em São Mateus, bairro de JF, havia pelo menos dois bares temáticos. Um do Vasco, outro do Flamengo.
Excluir"Xis" de Fora. Portam-se como cariocas.
ExcluirÉ curiosa,a longa durabilidade destes lotações que ainda fizeram transporte escolar até os anos 70 pelo menos, eu mesmo era transportado num lotação igual a este, em 1973.
ResponderExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirSobre Praia do Flamengo, sempre foi passagem para mim, exceto quando parava no Palácio do Catete.
Plantão esportivo: o Flu continua 100%, o menino Jesus já deixou o dele em terras inglesas e o Barça vai derrotando o Atlético em Madrid. Este, infelizmente, sem transmissão ao vivo.
Talvez tenha sido realmente tirada da atual Av. Rui Barbosa, na altura do Inst Fernandes Figueira, Museu Carmem Miranda, por ali, onfe temos essa curva sinuosa.
ResponderExcluirAugusto, o nobre bairro do Flamengo não pode ser só de passagem, ele tem muito a oferecer...!
A Av. Rui Barbosa nunca teve duas vias. O local assinalado anteriormente está correto.
ExcluirSim,tem.Cafeterias a dar de pai,virtuais e imaginárias.
ResponderExcluirDe pai eu não conheço...e mais virtual e imaginário do que um anônimo, o que seria? Auto intitulou-se muito bem...
ResponderExcluirAcho que vc tem razão, inicialmente pensei certo. Depois, pela curva, coloquei a cena na Rui Barbosa, mas a mão invertida falaria ao contrário.
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