A
abertura das pistas do Aterro do Flamengo propiciou aos cariocas trafegar em
alta velocidade. O elevado número de acidentes neste local, causado pela imprudência
dos motoristas, fez com que a Imprensa exigisse providências do DETRAN.
Implantou-se,
então, no Aterro do Flamengo, a Operação-Radar que registrou, no primeiro dia, mais
de 200 infrações, além da apreensão de 20 carteiras de habilitação e 10
veículos. A Operação foi executada por homens do Grupo de Exames Técnicos do
DETRAN, com auxílio de motociclistas.
A
sequência de três fotos do Correio da Manhã mostra esta Operação-Radar em 1971.
Esta
moça detida pelos guardas, em sua Lambretta ou Vespa (nunca sei quando é uma ou
é outra), me lembra muito a Mirianluce, que conheci na casa de amigos nesta
época. Era uma aprendiz de freira que andava por todo o Rio em sua Lambretta ou
Vespa. Lembrava a “Maria”, do filme “Noviça Rebelde”. Tanto se parecia com ela
que acabou desistindo de ser freira e tornou-se uma grande professora de
Geografia, se não me engano. Mas lá se vão mais de 40 anos. Mas que parece ela,
parece sim.
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Temos um Dodge Charger R/T na primeira e um Opel Kadett na última. Anos 70, quando a maioria dos carros interessantes foram parar no ferro-velho. Não conheci a freira-aprendiz, mas ela lembraria também a Dominique, a freira cantora que andava de Lambretta. Dominique-ni-que-ni-que.
ResponderExcluirA melhor história de blitz que conheço aconteceu na Santa Úrsula. Um caminhão do Detran fez uma blitz na porta da universidade e apreendeu várias motos com problemas de documentação de veículos e condutores. O pessoal do Detran era extremamente atencioso, tanto que os estudantes os ajudaram a colocar suas motocicletas no caminhão, recebendo os recibos para retirada depois de tudo regularizado. Só que ao comparecerem depois para recuperar as motocicletas descobriram ser ladrões e não funcionários do Detran os responsáveis pela operação...
ResponderExcluirAprendiz de freira é do balacobaco..Hoje seria parada na lei seca?
ResponderExcluirE os fuscas 4 portas dando notas como táxis..Típico anos 70.
Acho que o blog vai bombar de comentário hoje! O carro mais interessante é mesmo o Charger, bem difícil de ver até mesmo nos anos 1970. Tanto que, quando a HotWheels o lançou recentemente numa série como "Brazilian Charger RT", tratei logo de comprar duas cartelas de R$ 5,99, um verde, outro vermelho. Menção super-honrosa para a corujinha azul-céu, que hoje deve jazer em algum fundo de galpão na Pavuna ou na Baixada, caso não tenha sido comprada por belgas residentes e revendida como artigo premium para a Europa. Dúvida: a moto do Chips brazuca é uma Amazonas? Seu pneu parece "tala-larga" na foto 1.
ResponderExcluirSobre os ônibus, aparece curiosamente a linha 474, de tão má fama hoje, que alimenta a ira de boa parte dos cidadãos da Zona Sul devido às caravanas que transportam, um embate entre a cidadania e o degredo que até inspirou o Chico Buarque numa canção do seu novo CD.
Destaco aqui dois coletivos (464 Olaria) nossos onibus na época eram bem precários.
ResponderExcluirUma blitz nos moldes antigos, sem contenção, barreiras, ou armas ostensivas. Isso mostra o grau de civilidade e de respeito que a população encara as polícia. O ônibus 474 que hoje transporta hordas de "caucasianos" que se dirigem à zona sul para assaltar, certamente estava fazendo uma viagem tranquila. Ah, mas eu tinha esquecido um detalhe: Eram os "anos de chumbo" e os "tempos eram outros"...
ResponderExcluirPois é, eram tempos em que não era simplesmente por pura educação e sim por medo até do guarda da esquina, quanto mais vários em uma blitz. E também rolava uma "caixinha". Hoje é fácil comentar sobre uma época em que não se tinha nem idade para dirigir quanto mais visão sobre a realidade daqueles tempo.
ExcluirO comentário proferido contém uma afirmação lógica, óbvia e pertinente no tocante ao "medo até do guarda da esquina", já que é isso que está faltando na população, principalmente nos moradores de favelas, comunidades, e em especial na classe política. A máxima de que "onde há pau não há raça" nunca foi tão real e necessária. Embora a corrupção seja uma ação odiosa e reprovável, as tais "caixinhas" existentes na época soam como brincadeira de criança e não seriam capazes de "quebrar o país" como as que acontecem na atualidade. Quanto à última assertiva, é difícil ver uma mais infeliz, já que segundo a lógica do comentário, o fato de "por não ter idade" na época dos acontecimentos, ninguém poderia escrever ou comentar sobre a construção das Grandes Pirâmides do Egito, já que ninguém do nosso convívio viveu naquele tempo. E no caso do tempo da ditadura militar, em nasci em 1958 e além de vivenciar muita coisa, em 1976 completei 18 anos e tinha idade para dirigir. Aliás tive o bom senso de me "comportar adequadamente" e não correr o risco de levar "alguns cascudos"...
ExcluirCascudo no meu tempo era jogador cancheiro ou experiente.
ExcluirNa hibrida "Constituição cidadão" de 1988, a título de repartir atribuições, as forças de segurança foram enfraquecidas por razões óbvias. O trânsito ficou sob a competência das guardas municipais, onde seus agentes sem poder de policia e sem porte de arma, não assustam ninguém, e gastam seu tempo m correr atrás de camelôs multar veículos em operações duvidosas. Assim as "caixinhas" ficam com o prefeito e com as Empresas de ônibus. Hoje a falta de respeito às instituições policiais graças à políticos associados com o o crime organizado, o tráfico de drogas, inversão sexual, e toda a sorte de ilegalidades, com um judiciário e um Ministério público $empre con$cientes da$ nece$$idade$ do Brasil.
ExcluirBom Dia! Na foto três, os dois ônibus Metropolitana da Viação Paraense tem idades diferentes.Tive um vizinho que teve uma lambreta "saia e blusa" azul e creme igual a esta. Foi dele até que um dia um "cidadão oprimido pelas Zelite"precisou dela.
ResponderExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirEssa "freira" dita pelo Luiz e se for de fato a moça da foto 1 e 2, era uma mulher bem bonita, sem sombras de dúvidas.
Pela fotografia 1, ela me fez recordar de uma história de livro infantil chamada A Velha Contrabandista. Não me recordo do nome do autor.
A história era sobre uma senhora que todo dia passava no posto da alfandega, sempre com um saco e em cima de uma lambreta. Um belo dia, a autoridade a aborda tentando descobrir do que ela supostamente poderia estar contrabandeando. Pede para abrir do saco e constata de que só há terra, e assim em todas as próximas vezes em que passara por ali vira do mesmo.
Moral da história: A velha contrabandeava lambretas e sempre do mesmo modelo e cor para justamente não despertar suspeitas.
Do jeito que a rapaziada parou em cima dela na primeira foto, recordou-me dessa história.
Foram necessários 4 policiais para frear a moça.
Mulher de Lambretta era algo bem incomum. Provavelmente não tinha habilitação para duas rodas. Meu pai teve um Charger LS, irmão mais pobre do R/T. Ele comprou usado de um amigo em 73, que vendeu por uma ninharia, depois que os preços desabaram com a crise do petróleo deste ano. Rodei muito nesse carro.
ResponderExcluirHavia dois tipos de Lambreta:
ResponderExcluirA standart com a parte da frente mais baixa e a luxo mais incrementada.
A Vespa tinha o motor de lado e o centro de gravidade era inclinado.
Bem lembrado, mayc. A standard era uma espécie de Teimoso das scooters. E a Vespa usava engrenagens e não corrente como a Lambreta. O piloto de Vespa ficava ligeiramente inclinado, o que originou o folclore que ela provocava problemas na coluna. E a ISO, lembra?
ExcluirClassificar centro de gravidade como inclinado não me parece adequado. Possivelmente a intenção era dizê-lo fora de centro, descentrado em relação ao eixo longitudinal da motoneta.
ExcluirVocê entendeu o que eu quis esclarecer homo sapiens !
ExcluirA ISO é bem mais rara, não sei se sobrou alguma para rever.
ExcluirAnos 70 e naturalmente alguns carros importados de boa cepa já tinham desaparecido restando este amontoado de carroças que dominam as três fotos.Muita gente sente saudades destas latas-velhas que eram o máximo em termos de ruindade jogando a relação custo benefício na lata do lixo.Modelos antiquados,motores na faixa de 60 Cv,carburadores ,freios,caixas de marcha do tempo das diligencias e uma falta de conforto similar a banheiro de rodoviária sem falar nos itens de segurança mais ausentes que memória do Lulla e assim por diante.Vejam os autos de hoje e digam se dá para sentir alguma saudade.Só aqueles que adoram o cheiro de naftalina e bolor nos armários,mas eu continuo sendo Do Contra.
ResponderExcluirUm Charger RT custaria hoje 154.000 reais. Tinha um interior despojado para os carros de hoje em dia. Única diferença era que tinha direção hidráulica de série e bancos de couro individuais totalmente reclináveis, que fazia a alegria dos namorados da época. O grande ar-condicionado por baixo do painel era opcional.
ResponderExcluirE a gente acha os carros de hoje muito caros...
Coloquei esses dados pra provocar o "Do Contra"... rs rs
Wagner, quando vendi meu Corcel 1972 um amigo da Bolsa de Automóveis me sugeriu comprar um Charger igual ao da foto, vermelho. Pedi para experimentar o carro e sentei o sarrafo no Aterro. Juro que vi o ponteiro da gasolina andar para trás. Apesar de ser empolgante para época era ruim de curva e os pneus Wide Oval não davam conta nas freadas. Eram largos mas não eram radiais. Foi quando comprei meu Puma e nunca me arrependi. E depois que tive os Alfas e um Opala 250S turbo levemente preparado confirmei como o Charger era limitado.
ExcluirOs Dodges Dart e Charger possuíam motor oito cilindros e faziam cerca de 3,5 Km/l e após o "choque do petróleo" em 1973, possuir um carro desses só fosse um dono de posto de gasolina ou ser sócio da Petrobrás.
ResponderExcluirO texto A Velha Contrabandista, citado pelo Wolfgang, pode ser lido no endereço https://www.pensador.com/texto_a_velha_contrabandista/
ResponderExcluirDois pitacos sobre Dodge Dart. Hoje são vendidos por fortunas, assim como os Maverick V-8. Um absurdo, considerando o verdadeiro sentido de carroças que são. Segundo, apesar de beberrões, dizia o Joelmir Betting, que tinha um Dart, que o carro dele era movido à inflação, aí, já nos anos 80. Custava nada, e a desvalorização de um carro zero pagava todo o consumo de gasolina. Apliquei o método, só que em Galaxie, um carro muito superior a tudo que foi fabricado aqui até os anos 80. Também era carroça, mas tinha um jeitão real.
ResponderExcluirBoa noite a todos.
ResponderExcluirOs ônibus mostravam a padronização visual da época. Corrigindo o comentário do mayc, os ônibus são da linha 484. Ano passado, a linha foi encurtada pela prefeitura até o centro e teve seu número mudado para 284. Recentemente saiu a notícia que a linha seria reativada, mas até agora nada...
Sobre Dodge, atualmente o nome está em alta em Brasília, mas por outros motivos...