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segunda-feira, 1 de junho de 2020

BOTAFOGO - LARANJEIRAS 3


Terminamos esta série sobre o “corte da Rua Farani” e sobre a antiga Rua Guanabara, atual Pinheiro Machado, falando sobre a “amputação” ocorrida no Estádio do Fluminense. Para isto contamos com fotos do acervo do Correio da Manhã, do acervo do prezado João Carlos (que há muito anda sumido do “Saudades do Rio”, mas com quem tive o prazer de tomar um café há pouco tempo), do Andre Decourt e outros.

Nesta foto vemos o estádio do Fluminense, em Laranjeiras, em 1934. Foto do livro "O Rio pelo alto". Projetado pelo arquiteto Hypólito Pujol Junior, o estádio foi inaugurado em maio de 1919, com o jogo Brasil 6x1 Chile. 

À esquerda, no alto, vemos o corte da Rua Farani, fazendo a ligação desde a Praia de Botafogo. A sede assim como seu campo são obras de 1918, quando o Brasil foi indicado como sede do Sul Americano e não tinha um campo para promover o certame. O F.F.C. assumiu a responsabilidade e, através de Arnaldo Guinle, com a ajuda de um empréstimo realizado junto ao Banco do Brasil as obras começaram. Em 21 de janeiro de 1919, o Cardeal Dom Joaquim Arcoverde benzia as novas instalações, participando da festa de entrega da piscina aos associados.

Em 11 de maio de 1919, o Estádio de Álvaro Chaves era inaugurado com a partida entre Brasil e Chile. Era o primeiro estádio construído no Brasil para grandes espetáculos. Sua capacidade era de 18 mil espectadores. O Brasil venceu a partida por 6 x 0 e, ao final do Sul Americano, em decisão contra o Uruguai, nosso país conquistava seu primeiro título internacional ao vencer o Uruguai na segunda prorrogação de um jogo que terminou 2x2 no tempo normal. Com os times se arrastando em campo Friedenreich fez o gol do título.


Foto provavelmente de 1958, mostra o estádio completo, antes do início do alargamento da Pinheiro Machado. O pequeno prédio no canto esquerdo da foto ainda está lá.  A fotografia mostra uma parada no campo do Fluminense que foi usado para muitos eventos além do futebol.  Creio que foi aí que Villa Lobos comandou um imenso coro formado por alunos das escolas do Rio de Janeiro.


Nesta foto vemos uma tranquila Rua Pinheiro Machado, com o belo calçamento. 


Foto do acervo do João Carlos. A seção das arquibancadas do estádio do Fluminense F.C. que ficava atrás do gol foi eliminada em 1962 para permitir o alargamento da Rua Pinheiro Machado.  Mais adiante, na continuação da mesma rua logo após o Palácio Guanabara, foi aumentado o corte no morro que se vê na foto para facilitar o acesso a Botafogo. A parte demolida era idêntica aos fundos e à parte da lateral. Só na frente não existe essa fachada, pois é justamente onde construíram o salão nobre.


Em 1961, após 2 anos de entendimentos iniciados com a Prefeitura do antigo Distrito Federal e, posteriormente com o Governo do então Estado da Guanabara, o Fluminense teve parte de seu terreno desapropriado pela Sursan, em uma faixa de terreno situada na Rua Pinheiro Machado.




20 comentários:

  1. Tive problemas com a formatação das legendas, mas me parece que estão legíveis.

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    1. É Pinheiro Machado sim, veja que a fachada forma um ângulo em relação à rua.

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  2. Bom dia a todos.
    Luiz, eu acredito que a terceira foto seja na Rua Álvaro Chaves. Confere por favor.

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  3. Bom dia, Dr. D'.

    O estádio fez 100 anos em 2019. Infelizmente foi mutilado. A Pinheiro Machado vem presenciando dias turbulentos. Salvo engano, o FFC lançou um livro sobre o centenário do estádio incluindo fotos da demolição dessa parte do estádio.

    Falando em clubes de futebol, 16 atletas do CRVG testaram positivo para Covid-19, mas, mesmo assim, parte do elenco se reapresenta hoje. É o começo do estouro da manada...

    PS: achei interessante um comentário sobre o "humor" de uma das rodas do caminhão de uma das fotos de ontem.

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  4. Uma região bucólica que acabou se tornando uma das mais turbulentas.## E como será o futebol sem público? Vejo que sem público, sem patrocínio, e sem imagem, muitos clubes vão "quebrar", principalmente aqueles que possuem elenco milionário. Não há formula mágica e aqueles que investiram milhões, ainda que de forma oculta, irão "recolher o capital investido" e o clube não terá como manter seus compromissos. Simples assim.

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  5. Fantástica a sequência de fotos. Um belo estádio que, no entanto, estava no caminho do progresso. Me parece que a mutilação acabou por condenar o logradouro ao seu estado atual, privado de jogos oficiais. Com o trânsito da atual Rua Pinheiro Machado parece impensável mesmo realizar uma partida de futebol ali, embora jogos tenham ocorrido no Estádio da Álvaro Chaves até os anos 90, incluindo uma final de Copa do Brasil (1992).

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  6. Olha gente, essa "amputação" foi mais uma aberração que se cometeu no Rio contra o Patrimônio Histórico. O Estádio era lindo e hoje seria uma relíquia dentro do espaço urbano. Mas como falaria o Sr.Contra mão: As viúvas carpideiras estão inconsoláveis. A modernidade é o que interessa. E tome bota abaixo.

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  7. Concordo com o Anônimo aí de cima. O blogspot tem estado ótimo com muita informação e excelentes fotos. Pena que o número de comentários tenha diminuído pois mais pessoas poderiam contribuir com informações.
    Parabéns Dr. D´
    Assisti há muito tempo alguns jogos neste simpático campo. Também vi aí nas Laranjeiras provas de atletismo e de water-polo.

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  8. No início dos anos 50 minha mãe participou dos Jogos da Primavera que aconteciam nesse estádio. Um bonde especial parava na rua Mariz e Barros e levava as alunas do I.E para as Laranjeiras. FF: os EUA estão revivendo 1968 com os conflitos que se alastram em grande parte do país. A coisa está complicada por lá. Tomara que não respingue por aqui...

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    1. Você acha que não??? Já respingou. Vide ontem. Já respingou até na França, Inglaterra, e Alemanha. Eu vi algumas imagens pela TV e fiquei impressionado. Está sendo pior que o blackout de 1977 em Nova York. Vi pessoas invadindo lojas, saindo com três caixas de tênis Nike debaixo do braço. O pior foi uma senhora na cadeira de rodas. Esvaziaram o extintor de incêndio nela. Como diria o Belletti: "Um espanto"!

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    2. Esse tipo de tensão se agrava nos EUA em razão do racismo arraigado e tradicional que acontece lá. Aqui o discurso que existe é para incitar uma luta de classes que nunca foi assumida. Lá o racismo existe abertamente há 250 anos. Os eventos como a Marcha da Liberdade em Selma no ano de 1965 e a existência de oeganizaçoes racistas clandestinas tornam as coisas bastante dramáticas. A Klan não é uma piada e é sempre uma ameaça. A Guarda Nacional volta e meia entra em ação. No Brasil há mais galhofa e pilhérias do que racismo proprianente dito, apesar das tentativas da esquerda.

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    3. Se não respingou, deveria respingar. O entendimento do respeito a todos, sem distinção de qualquer coisa, não pode ficar restrito só para alguns países.

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  9. Nunca entrei no estádio. No máximo estive aí perto.Boas fotos e lembro muito da Revista do Esporte mostrando fotos tiradas aí dos craques Castilho,Pinheiro,Maurinho entre outros...

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  10. Nunca entrei nesse estádio!
    Acho que jogos do campeonato carioca poderiam acontecer sem problemas nos finais da tarde de sábado e domingo.

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  11. Nos anos 90, mais precisamente em 1986 e 1987, o Botafogo mandou alguns jogos contra os times pequenos no Estádio das Laranjeiras. Era um programa aprazível. O Estádio em seu formato original era realmente muito bonito, especialmente a parte que foi derrubada, voltada para a Rua Pinheiro Machado

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    1. Lembro de nessa época o Botafogo usar o campo de Mal. Hermes com certeza para treinos, mas não tenho certeza se usou para jogos. Isso bem antes de Caio Martins...

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    2. Sim, om Botafogo mandava seus jogos no campo da Rua Xavier Curado, em Marechal Hermes, de 1976 até meados da década de 80. A utilização do Estádio Caio Martins, começou no final dos anos 80.

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  12. Boa noite a todos. Joguei minha última pelada em um campo de dimensões oficiais no campo do Fluminense, já era formado, acho que também já estava casado, a barriga já começava a crescer, estava no auge da fumaceira, chegava a 3 maços por dia, muito previsível o que aconteceu, depois de 2 ou 3 vezes que peguei na bola e já não conseguia realizar o que a cabeça pensava, pedi para sair, devia ter uns 10 a 15 minutos de jogo, com certeza foi a última vez que joguei um jogo em campo oficial. Meu filho quando cresceu me colocou o apelido de craque do passado, todo mundo fala, mas só alguns viram jogar.

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