A partir da criação do
Escritório Técnico da Cidade Universitária, o projeto foi realizado pelos
arquitetos Jorge Machado Pereira e Lúcio Costa. A partir de 1953, após a
inauguração da primeira unidade, o Instituto de Puericultura e Pediatria, novos
edifícios foram concluídos, tais como: Faculdade Nacional de Arquitetura,
Escola Nacional de Engenharia, Alojamento estudantil, Estádio Universitário,
Escola de Educação Física, Centro de Letras e Hospital Universitário Clementino
Fraga Filho.
Esta fotografia é de 1969.
Maquete do Instituto de Puericultura e Pediatria (1949/53) da Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro), localizado no atual campus do Fundão, pode ser considerado a obra mais madura e bem-sucedida de Machado Moreira - recebeu em 1953 o primeiro prêmio na categoria edificações hospitalares, na 2ª Bienal de São Paulo. Com sua horizontalidade, o prédio contrasta fortemente com a escala monumental dos outros edifícios da Cidade Universitária.
Neste prédio do Instituto Martagão Gesteira, tive aulas de Pediatria com o magnífico mestre Dr. Cesar Pernetta, que foi o paraninfo de minha turma da Faculdade Nacional de Medicina.
É o hospital pediátrico da UFRJ, conta com residência médica, curso de pós-graduação stricto-sensu e é um referência da Pediatria do Rio de Janeiro. Foi inaugurado na Ilha do Fundão em 1953 e foi o primeiro prédio ali construído.
A Faculdade de Arquitetura foi das primeiras a funcionar no Fundão, no início dos anos 1960. Dois grandes comentaristas do "Saudades do Rio", tia Milu (embaixadora plenipotenciária da Urca) e o Lavra, cursaram esta faculdade, coincidentemente na mesma turma.
A Faculdade de Arquitetura tinha um laboratório de fotografia para uso dos alunos e, convidado, fui várias vezes lá revelar meus filmes e copiá-los em papel. Foi o que me animou a comprar meu próprio laboratório.
Esta fotografia do Hospital Universitário foi tirada por mim, no início dos anos 70, numa dessas idas ao laboratório da Faculdade de Arquitetura.
Chamado atualmente de Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, a sua construção durou quase 30 anos: foi iniciada nos anos 50, sob a supervisão do arquiteto Jorge Moreira, mas só em 1977 o regimento geral do HU foi aprovado pelo Conselho Universitário. Foi, finalmente, inaugurado em 1º de março de 1978.
O projeto previa uma área construída de 220 mil metros quadrados e o funcionamento de 1.800 leitos (muito acima dos atuais leitos disponíveis). Lamentavelmente o hospital, que tem ilhas de excelência, enfrenta grandes problemas.
No dia 19 de dezembro de 2010, uma ala do Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho foi
implodida. A ala sul passou por uma avaliação
que revelou que a demolição seria mais econômica do que a manutenção. A
implosão, que utilizou 900 kg de dinamite, exigiu a interdição da Linha
Vermelha.
A ala em questão,
apelidada de "perna seca", sofreu um abalo estrutural e foi
interditada pela Defesa Civil antes da decisão de implodi-la.
Uma lástima.
O Centro de Tecnologia do Fundão em 1972, em foto do "Correio da Manhã".
O prédio da Faculdade de Engenharia. Aí se formaram dezenas de antigos colegas do Colégio Santo Inácio em 1971. Acho que o prezado Obiscoitomolhado já contou que se formou no Fundão em 1972.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirEu passei pela cidade universitária em janeiro no ônibus para Petrópolis e na volta. Praticamente é essa a minha "experiência" no local. Com a situação atual do campus, há um movimento para transferir aulas para o centro.
PS: minha irmã fez pós graduação no Cenpes da Petrobras nos anos 90.
ExcluirFF: exposição física até 30/07 e virtual sobre a ponte Rio Niterói.
Excluirhttps://cidadedeniteroi.com/agenda/a-historia-da-ponte-rio-niteroi-como-voce-nunca-viu-entrada-gratuita/
É uma pena que a universidade esteja enfrentando tantos problemas.
ResponderExcluirA falta de segurança é brutal, a falta de investimento em Educação é enorme há vários governos, pois o país não tem interesse que melhore, o transporte é pífio.
Entretanto há coisas fantásticas sendo feitas por lá. Tenho muitos amigos, profissionais de ponta, desenvolvendo trabalhos de pesquisa por lá, mesmo com muitas dificuldades.
Na área de Saúde dois conhecidos fizeram transplante de medula no hospital universitário com sucesso.
Duas amigas trabalham no Fundão. Uma faz pesquisas oceanográficas e a outra pesquisa alimentos. Ambas com pós-graduação na Europa.
Temos um grande potencial, mas o que vemos é o dinheiro para investimentos ser desperdiçado pelo pessoal do Legislativo, Executivo e Judiciário, seja federal, estadual ou municipal, de direita, de esquerda, de centro.
Dá pena ver a situação de penúria da UFRJ no Fundão, que está totalmente abandonada pelo governo federal. Vejo sempre nas reportagens na TV, salas voltadas para a utilização de microscópios, onde de 30 deles, só um funciona e os alunos têm que se revezar, tetos caídos, goteiras, ar condicionados pifados, um caos total. A área no entorno com pivetes e meliantes assaltando os estudantes, enfim, é o retrato do Rio de Janeiro, estado falido, onde 5 governadores foram presos por conta de toda sorte de desvio de recursos públicos. UFRJ já foi referência, hoje, é vergonha nacional.
ResponderExcluirTal como citado pelo Cesar, há alguns anos fui visitar um amigo internado no Serviço de Transplante de Medula. A estrutura do hospital dava medo. Elevadores, a maioria parados. Cheguei no andar indicado, atravessei grandes áreas totalmente abandonadas, em concreto aparente, com mesas e cadeiras enferrujadas.
ResponderExcluirMais adiante havia o Serviço de Transplante. Parecia coisa de primeiro mundo. Tudo limpo, ótima aparelhagem, funcionários uniformizados. Era como se entrasse em outro hospital. Meu amigo teve sucesso no tratamento.
Em 1980 o papa João Paulo II chegava em sua primeira visita ao Brasil.
ResponderExcluirEm 1986 estreava o Xou da Xuxa...
Em 1988 morria Abelardo Barbosa, o Chacrinha.
Em 1960 nascia Tony Bellotto.
Em 2002 morria Chico Xavier e o Brasil era pentacampeão mundial.
Hoje é dia do asteroide.
ExcluirOs comentários do Cesar e do Mauro Marcello que me procederam e que mencionam parte das mazelas que assolam o local, são oportunos, mas os porquês de as coisas chegarem a esse ponto precisam ser citados, e a maioria aqui sabe disso. O sucateamento de instituições de ensino superior faz parte de um grande projeto, projeto esse que é de amplo conhecimento e que gradativamente está conseguindo seu intento. Será que é preciso "desenhar?"
ResponderExcluirSim, sou da turma de 72. Em 1970, ano do tri, descobrimos que entrando em direção ao saco formado pela Ilha do Catalão, o aterro permitia irmos rodando de carro até o mar, naturalmente abaixando o matagal na marra.
ResponderExcluirEm nosso entusiasmo juvenil, chamávamos esse desmatamento de safari, durante o qual alguns de nós simulávamos barulhos da selva para dar um contexto africano à empreitada.
Era interessante partirmos alinhados da estrada e chegarmos em ordem diferente no mar, indicando uma navegação confusa. Nunca, entretanto, houve colisão.
Uma tarde qualquer descobrimos uma clareira no meio do matagal. Paramos para examinar a situação e o pecegonha (alcunha que não permitirá qualquer tipo de responsabilização) disse:
- Tenho três armas em casa, nós podíamos fazer um tiro ao alvo aqui.
Claro que sim, em plena repressão Médici, por que não praticarmos essa atividade ao ar livre?
Marcamos bem como retornar àquele paraíso, o pecê trouxe os 3 revólveres e alguma munição, e partimos em direção à clareira, decididos a abater rinocerontes e hipopótamos.
Chegando lá, descobrimos que alvos devem ser levados de casa, pois sem rinocerontes, nada numa clareira é alvo. Procura daqui e dali, surgiu a minha apostila de estatística do Professor Pardal, capa cor de rosa, um alvo perfeito.
Cedi a apostila, mas exigi que as últimas balas de cada arma fossem minhas. Acho que alguém acertou a apostila de raspão, mas ela estava praticamente sem ferimentos quando chegou a minha vez.
Decidido a não voltar com aquele atestado de inoperância para casa, peguei as 3 armas e fui para um duelo à queima roupa com a apostila. os dois primeiros tiros foram quase simultâneos, um em cada mão. O terceiro foi de misericórdia.
Se já contei isso aqui, desculpem, mas lembrar da Ilha do Fundão e esquecer disso, ou não celebrar, não dá.
Histórias que você só lê no "Saudades do RIo"!
ExcluirMuito boa.
O comentário do Dieckmann é mais um testemunho que retrata a tranquilidade que as pessoas tinham de circular por locais ermos sem qualquer preocupação de ser assaltadas ou assassinadas, apesar de estarem no auge do Governo Militar. Além disso, caso fossem surpreendidas, responderiam apenas pelo contido no artigo 19 da Lei das Contravenções Penais, já que o porte ilegal de arma de fogo não era crime: era como "jogar no bicho". Hoje em em dia quem mencionar as palavras "safari" e "bwana" em determinados ambientes pode ter sérias implicações criminais, pois a turma da lacração não perdoa.
ResponderExcluirserem
ExcluirBuana Joel, obrigado.
ExcluirA UFRJ é um patrimônio não apenas do Rio de Janeiro: é patrimônio da nação brasileira. Muitos jovens carentes tem na UFRJ a porta de entrada do sucesso profissional e da prosperidade.
ResponderExcluirRealmente, Seu Anônimo, porta de entrada para o inferno!
ResponderExcluirFALTOU COMENTAR QUE ALGUNS REITORES LIGADOS A PARTIDOS POLITICOS DESVIARAM DINHEIRO PÚBLICO DA UFRJ
ResponderExcluirRealmente REITORES E DIRETORES desviaram verbas do FUNDÃO
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Estive as duas últimas vezes no Fundão, quando meu sobrinho passou numa reclassificação e ele estava viajando com a minha irmã na Europa, tive que fazer a sua matrícula por procuração, deu muita dor de cabeça, mas consegui fazer a matrícula.
ResponderExcluirNesta época a Faculdade já parecia um muro de prédio abandonado de tantas pichações e frases políticas de esquerda, a sujeira era vista em todos os locas; banheiros, corredores e do lado de fora, montanhas de lixo e materiais empilhados.
Realmente uma vergonha para quem já visitou outras Universidades pelo Mundo afora.
Meu sobrinho está cursando Engenharia no Fundão. Passou para o terceiro ano. Faz parte de um grupo de carona e os cinco se revezam na ida e volta. Está satisfeito com o curso. Como seria pesado pagar uma faculdade particular como a PUC diz não ter o que reclamar.
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkkkkk!
ExcluirPrecisamos reflorescer as universidades federais sem, contudo, deixarmos de investir fortemente no ensino básico. Um ensino sem grandes complicações, mas um ensino DE VERDADE. Isso alinhado a salas simples, sem grandes luxos, porém limpas, com recursos suficientes de materiais, banheiros limpos, merendas simples e supridoras. E o principal: ensino eminentemente público, a educação tem e deve estar sob a batuta do Estado, de forma a promover a universalidade da população.
ResponderExcluirAcho que todos concordamos com isso. Mas quem manda no país discorda.
ExcluirSim, um ensino de verdade! Apesar de "Anônimo", você "tem estudo", não é nenhum néscio, e sabe bem que esses ítens são básicos, mas que precisam ser complementamos com professores qualificados e principalmente "despolitizados", pois atualmente as escolas públicas são antros de doutrinação política com exacerbada militância, o que fez do país o paraíso dos analfabetos funcionais, de portadores de fimose intelectual, e de "otras cositas más".
ExcluirSim, um ensino de verdade! Apesar de "Anônimo", você "tem estudo", não é nenhum néscio, e sabe bem que esses ítens são básicos, mas que precisam ser complementamos com professores qualificados e principalmente "despolitizados", pois atualmente as escolas públicas são antros de doutrinação política com exacerbada militância, o que fez do país o paraíso dos analfabetos funcionais, de portadores de fimose intelectual, e de "otras cositas más".
ExcluirEm 1969, quando eu trabalhava na CINCO, pegamos uma obra lá no Fundão. Se não me engano, era da pista de acesso aos dormitórios de alunos. Como a obra era fiscalizada pelo ETU ( Escritório Técnico da Universidade) e eu só trabalhava à tarde porque estava cursando a faculdade, a CINCO contratou um topógrafo da própria ETU. Eu ia lá todo dia mas não fazia nada. Ou estudava Cálculo II ou jogava batalha naval com o apontador, o Fernando Braga. Na época aquele prédio grande que ladeia a pista de acesso à ilha do Governador era um mero esqueleto.
ResponderExcluirA falta de investimento na Educação é um fato, mas as universidades públicas ainda são muito importantes, tanto para o ensino quanto para a pesquisa.
ResponderExcluirMuitos só falam de uma doutrinação esquerdista nelas e é fato que muitos professores são esquerdistas, mas muitos alunos, carentes ou não, ali estudam e se tornam grandes profissionais.
Não há a menor dúvida de que aqui no Rio as faculdades públicas de Medicina são melhores do que as particulares.
Na área de Direito, embora a PUC e a FGV estejam oferecendo bons cursos, a UERJ continua lá em cima em termos de ensino desta carreira.
Como dito em comentário acima, a Engenharia, e também a Arquitetura, a Economina, a Psicologia, etc, da UFRJ formam grandes profissionais.
O Joel tem razão e você reconhece a exist6de doutrinação político-ideológica nas faculdades, principalmente na área de Humanas. O problema é que isso fica incutido nas mentes dos alunos e eles levam tais ideias para a vida profissional. O resultado é o que vemos.
ExcluirAcredito ser interessante os trechos preservados da atual Ilha do Fundão que eram separadas antes do aterro que as uniu. Inclusive com algumas edificações remanescentes.
ResponderExcluirJá houve vários comentários em postagens anteriores sobre segurança pública de antigamente, mas nunca é demais repetir, as pessoas que tinham mais idade que eu nos tempos entre 1946 e 1964 sempre dizem que viveram em paz em qualquer trecho do Rio, sem precisar de um regime de exceção para transitarem tranquilamente pelas ruas de nossa cidade, a qualquer hora.
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