A série "Esvaziando o arquivo" contém fotografias que foram garimpadas e que constam nos meus alfarrábios como não publicadas no "Saudades do Rio".
FOTO 1: A foto mostra o terreno do Jóquei, que ia até à margem da lagoa. À esquerda, a ilha do Piraquê. A ligação da Borges de Medeiros do Piraquê ao Flamengo, conhecida como "Belém-Brasília" só seria concluída no final dos anos 60, início dos anos 70.
FOTO 2: Procissão de N.S. de Fátima pela Rua do Riachuelo.
FOTO 3: Apressados e elegantemente vestidos os transeuntes atravessam a rua perto do Largo da Carioca.
FOTO 4: Atravessar a Av. Rio Branco no sinal é para os fracos.
FOTO 5: Que rua é esta? Que bonde é este?
FOTO 6: A Rua Visconde de Pirajá até os anos 60 era assim. Mão única e calçamento com paralelepípedos. Nela havia os cinemas Ipanema, Pirajá, Pax, Bruni-Ipanema e Astória.
FOTO 7: O lotação Usina-Leblon. Os mais jovens, quando escrevem sobre o Rio antigo, se referem a ele com "A lotação", no feminino.
FOTO 8: Vemos a esquina da Av. Atlântica com Av. Princesa Isabel. Havia um posto de gasolina em cada lado da esquina. O que aparece na foto e outro onde ficava a boate Fred´s, depois o Meridien e hoje o hotel Hilton.
FOTO 9: Tumulto no Largo de São Francisco. Alguma greve?
Cada uma das fotos merecia um comentário.
ResponderExcluirA 1 nos faz pensar o que seria o tráfego na zona sul se não se pudesse contornar toda a lagoa.
A 3 e a 4 mostram a indisciplina dos que vivem no Rio. Os pedestres não respeitam as faixas de atravessar as ruas, nem os sinais.
A 7 lembra a velocidade dos lotações, o pedido de ir abaixado no corredor do lotação quando estava cheio, o roubo das fichas que deviam ser depositadas no coletor ao lado do motorista na hora de pagar e descer.
A 9 lembra as greves dos anos 50 e 60.
A 10 me deixa a saudade dos antigos postos que hoje estão em lugares diferentes e que vendiam cachorro-quente e guaraná caçula no térreo.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirMinha irmã frequenta o Jockey por causa do Rio Open e do Rio Gastronomia.
A foto do Largo de São Francisco pode ser de algum movimento estudantil ou de protesto contra os bondes.
A foto 10 pode ser até da demolição do posto.
Dia do comerciário e supermercados estão fechados. Ontem foi o dia da operadora de caixa. Mas os mercados funcionaram normalmente.
O dia do comerciário é comemorado na terceira segunda-feira de outubro.
Atravessar a Rio Branco em alguns pontos hoje "perdeu a graça"...
ExcluirHoje é dia de trabalho, eu devia ter sido comerciário...
ResponderExcluirFoto 3, um Jaguar Mark V no Largo da Carioca! Um Chevrolet de praça - não se vê a placa, mas só motorista de praça andava com o braço de fora...uma camionete Dodge 51 está estacionada na calçada do Tabuleiro.
O ângulo da foto está estranho para mim, com esse trilho fora do Tabuleiro, mas o casarão da Senador Dantas, o casario da PE e a encosta confirmam a localização.
Foto 4 - o furgão Dodge de entrega, lavanderia, etc. Havia tantos, não sobrou nenhum. Uma informação dispensável, pois atrás dele está um Renault Colorale, ou Prairie e um Simca 8 estacionado, também não se vêem por aí..
Já o cupezão Dodge tem mais sorte, ainda se acha.
Foto 6 - Ford 1951 e uma Rural. E mais nada. O vazio.
Foto 7 - Lotação em cima de LP-312, bicudinha.
Foto 8 - hoje é dia de Jaguar! O carro preto atrás dos trabalhadores é um Jaguar Mark VII, havia muitos, trocados por suco de laranja e algodão. Na frente parece ser um Oldsmobile 1949 e menorzinho, um Studebaker 1947.
Foto 9, pilotis da casa Lutz Ferrando, em frente ao quiosque-gare. Nunca comi o pastel do quiosque, mas peguei muito bonde aí.
Foto 10 - Leblon? a proximidade da montanha e os degraus me indicam isso.
Além dos textos introdutórios, copio todos os comentários relevantes na planilha Excel. Não sei quem herdará todas essas informações, nem se haverá interesse, mas é a história do Rio contada por seus moradores.
ResponderExcluirFoto10, o Posto 10, em frente a Rua Carlos Góis. Era comandado pelo guarda vidas Jacaré, que também era figurante nos programas humorísticos da Globo, tais como "Balança Mas Não Cai", "Faça Humor Não Faça Guerra" e "Viva o Gordo".
ResponderExcluirMauro, acho que o Miro também era "banhista" do Posto 10. Ele também trabalhava no Piraquê como técnico da escolinha de futebol para crianças.
ExcluirSim, Luiz, bem lembrado o Miro, você está correto.
ExcluirA torre da Igreja de Fátima ainda com andaimes de obra. O sobrado enorme à direita ainda existe, mas prédios foram construídos dos dois lados da igreja, que atualmente está muito escondida. O jornal O Dia já foi um de seus vizinhos.
ResponderExcluirPor falar em jornal, o letreiro d'O Globo me confundiu na foto do Largo da Carioca. Pelo que já vi antes, a antiga sede do então vespertino ficava à esquerda, fora da foto.
Estou quase apostando que na foto 5 o bonde estava na Rua do Rosário, sendo que a luz do sol não permite ver a igreja ao fundo.
Lá pelos anos 60 o gerente da Lutz Ferrando do Largo de São Francisco era o Batista. Rubro-negro fanático, era aconselhável visitar a loja nas segundas-feiras seguintes a grandes vitórias. Era puxar papo sobre o jogo e depois, sutilmente, pedir um desconto que sempre era conseguido. Aproveitando a ida lá não era mau ir ao Bob´s ou à confeitaria Manon.
ResponderExcluirAcredito que na foto 10 aparece o posto de salvamento que existia em frente ao falecido Caneco 70, quase em frente à Rua Rainha Guilhermina. Observem a proximidade do posto com a Avenida Niemayer, e o desnível da Avenida Delfim Moreira em relação à faixa de areia.
ResponderExcluirNão se fazem mais feriados como antigamente. Ninguém os respeita mais. Dia do Comerciário e a Praça dos Três Poderes funcionando a todo vapor. Ah, entendi: ali se homiziam comerciantes, e não comerciários.
ResponderExcluirNão entendi direito o ângulo da foto 3. Aparentemente o fotógrafo está na rua Uruguaiana esquina com Carioca. Daí os trilhos de bonde, pois houve época em que eles trafegavam pela Uruguaiana. A curva nos trilhos seria a ligação desta rua com a da Carioca.
ResponderExcluirAcho que achei o ângulo. A esquina aparente é da Rua Bittencourt da Silva, os trilhos remanescentes do caminho antigo até o Hotel Central.
ExcluirAparece a pontinha do Tabuleiro e a distância para a Bittencourt da Silva me parece mais razoável do que da Rua Uruguaiana. os carros estariam estacionados na quele prédio que teve a Freitas Bastos, e O Globo.
Uma coisa que sempre me intrigou: a França foi berço de tantos escritores, pintores, filósofos, pensadores famosos, o que indica uma tendência à excelência nas Artes. Mas em matéria de design automotivo antigo, essa excelência não se materializou. Os carros franceses eram de feios a horrorosos. Prêmio especial para o Citroën 2 CV. Outros exemplos eram o Simca da foto 4, o Renault Juvaquatre, o Renault 4 CV "rabo quente", o Citroën da Gestapo e o "cara de sapo".
ResponderExcluirO "rabo quente" era o anti-Raimunda: bonito de cara e feio de b... . Já o Citroën da Gestapo era até simpático, mas bonito não era. O "cara de sapo" era famoso, cheio de novidades, mas seu apelido já diz o que se pensava dele.
A Inglaterra não ficava muito atrás, porém ainda havia alguns modelos que se salvavam. O patinho feio era o Ford Prefect, sem desmerecer o Vauxhall 1948. Mas o Ford Anglia, o Morris Oxford, o Standard Vanguard eram passáveis. Alguns modelos da Vauxhall e da Jaguar eram até bonitinhos, outros eram horríveis.
ResponderExcluirOs da Triumph, idem: alguns bonitos, outros os feios.
ResponderExcluirJá os modelos americanos da década de 1950 primavam pela beleza, salvo alguma provável exceção, que sinceramente não me vem à cabeça agora. Na década de 1960 começaram a descambar, mas ainda havia muitos modelos bonitos.
ResponderExcluirOs carros orientais (japoneses e coreanos) sempre foram austeros, sem frescuras ou rebuscamentos desnecessários. Nem lindos, nem feios. Até nas dimensões eram compatíveis com o físico dos habitantes de seus países de origem: nada de banheiras.
ResponderExcluirQuanto à foto do lotação Usina x Leblon, lembro muito bem deles e dos Usina x Copacabana. A linha Usina x Leblon existe até hoje, sob número 415; a Usina x Copacabana foi reduzida para 413 - Muda x Copacabana e existiu até recentemente. Usei muito seus ônibus para ir e voltar à praia do Arpoador. Há uns 9 anos foi extinta e substituída por 213 - Muda x Candelária.
ResponderExcluirNa época da CTC criaram a 416 - Usina x Forte, via túnel Santa Bárbara. Não durou muito. Eram Mercedes-Benz monobloco.
ResponderExcluirEu lembro dessa linha nos anos 80, talvez como CTC. Atualmente tem a 426 da Alpha, também via Santa Bárbara. Vi muitas vezes enquanto trabalhei na rua Itapiru.
ExcluirAntigamente havia a linha 11, que mudou várias vezes de nome: Tijuca x Ipanema (Bar 20); Tijuca x Jockey Club; Tijuca x Gávea e finalmente Muda x Copacabana. Segundo levantamento do Marcelo Almirante, em 1950 o número da linha passou a ser 111. E é com esse número que eu me lembro dela.
ResponderExcluirHelio, onde está o bonde da foto 5?
ResponderExcluirNão sei, Anônimo. A foto tem muito pouca resolução. Se ao menos desse para ver o número da linha, poderia servir de pista.
ExcluirMuitas linhas iniciavam no subúrbio e terminavam na Zona Sul, fosse em Copacabana, Ipanema, Leblon, Gávea, Mourisco, Lagoa, Urca e até Horto Florestal. Eram tantas que nem dá para listar aqui.
ResponderExcluirPassei algumas vezes naquele trecho da rua do Riachuelo quando ia trocar selos do jornal O Dia por produtos. Geralmente antes de ir para o trabalho na rua Itapiru.
ResponderExcluirHavia um limite informal para ligação de bairros da zona norte com a zona sul? O "mais longe" até hoje, que eu saiba, é a Abolição. Nada de Cascadura ou Madureira. Claro que existiu a 755 Cascadura X Gávea, depois 465, extinta pelo BRT, mas era "pelo outro lado".
Não entendi a pergunta, Augusto.
ExcluirAo meu ver sempre houve um limite informal para a ligação por ônibus entre as zonas norte e sul, via centro ou não. Por exemplo, atualmente temos linhas da Abolição e Penha para a zona sul, mas nunca teve de Madureira ou Cascadura. Corre um boato de que a 457 seria estendida até o terminal de Cascadura, mas nada certo.
ExcluirAugusto, eu nunca havia atentado para esse detalhe. Mas você tem razão.
ExcluirFF: Acabei de ler que Santa Catarina, e em especial Florianópolis, tem a maior comunidade russa no Brasil. A imigração disparou após o início da invasão da Ucrânia, com as famílias migrando em busca de dupla cidadania e para evitar a conscrição dos filhos para a morte quase certa nos campos de batalha ucranianos. Por sinal, ontem fiquei surpreso ao saber da existência de três tipos de drones usados pela Ucrânia:
ResponderExcluir1) drone de observação ==> voa sobre a área em conflito para localizar tropas ou veículos russos.
2) drone de ataque aéreo ==> sobrevoam soldados, veículos ou outros alvos e deixam cair granadas sobre eles.
3) drone kamikaze ==> possui um projétil acoplado embaixo dele, parecido com o usado em canhões. Uma câmera vai filmando a trajetória e mostrando-a ao militar que manobra o drone. Localizado um alvo, o drone vai direto até ele e se choca com o dito cujo, provocando a explosão do projétil.
Ontem assisti a um vídeo mostrando esses kamikazes atacando veículos e soldados. Estes se desesperam vendo o drone vindo em sua direção. Não tem como escapar. A expressão de medo e horror no rosto da vítima é impressionante. Alguns tentam bloquear o impacto com o fuzil. Não adianta. Um outro entrou num casinha (banheiro externo) para se esconder. O drone entrou lá e o explodiu.
Dois soldados tentaram se esconder atrás de uma moita de uns 8 metros de diâmetro. O drone foi atrás deles. Aí eles começaram a correr em volta da moita, desesperados, com o drone os seguindo. Após alguns instantes um deles se cansou e parou. Foi morto. O outro tentou fugir mas novo drone kamikaze foi atrás dele, em campo aberto. Mais uma baixa russa.
No vídeo, há muitas cenas filmadas pelo próprio drone kamikaze e dá para ver o rosto da vítima, apavorada. Em outras cenas, um drone de observação mostra perfeitamente a trajetória do kamikaze em direção ao alvo e a explosão que se segue, naturalmente com o resultado embaçado por exigência do YouTube.
ResponderExcluirA fotografia mostra o bonde numa rua muito estreita e com um único trilho para bonde. Isto deve reduzir bastante a busca pelo local. Eu fico com a impressão que é uma daquelas ruas do centro da cidade perto do mosteiro de São Bento.
ResponderExcluirO letreiro dele lembra o do bonde número de ordem 469. Havia muitas ruas do centro com trilhos únicos. Cito algumas (sem entrar no mérito se tem ou não características de ser a da foto): Misericórdia, Buenos Aires, Alfândega, Visconde de Itamaraty, Senador Dantas, Luís de Camões, Constituição, Gomes Freire, Carioca, Assembleia, Sete de Setembro, Ramalho Ortigão, trechos da Primeiro de Março, Conselheiro Saraiva e Dom Gerardo; Senado, Moncorvo Filho, Santana, trecho da Frei Caneca; General Caldwell, Vinte de Abril, André Cavalcanti, Resende, a atual Alexandre Mackenzie, Andradas, rua do Teatro, Lavradio, Marquês de Pombal e algumas outras.
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