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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

AVENIDA PRINCESA ISABEL



O SAUDADES DO RIO ESTÁ EM TESTES ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE 2016


 Foto colorizada pelo Nickolas Nogueira, com texto do Andre Decourt: "Como todos sabemos a abertura da Av. Princesa Isabel foi extremamente tumultuada, principalmente no trecho após a Rua Ministro Viveiros de Castro, onde de fato o larguíssimo traçado ia encontrando um grande número de construções. Eram casas, lojas e prédios muitas vezes de 8 e 10 pavimentos, alguns com menos de 10 anos de construídos.


Sob custosas desapropriações a avenida foi sendo aberta, até chegar no quarteirão entre a Av. Atlântica e Copacabana. Alguns imóveis chegaram a ser demolidos, mas o que fazer com o conjunto de pelo menos 3 prédios residenciais, dois de frente para o  mar e um hotel, o famoso Vogue?


Para deixar os custos com as desapropriações ainda mais altos, dos prédios o mais velho, o Ed. Edmundo Xavier, tinha  20 anos, tendo sido um dos primeiros prédios com linguagem moderna construído na orla em 1932. Os demais eram do início dos anos 40, construídos antes dos planos definitivos da nova avenida serem definitivamente traçados. Nos planos anteriores a intervenção iria no máximo até a Ministro Viveiros de Castro.


Tudo levava a crer que a administração distrital nunca conseguiria resolver a questão, até a Boite Vogue se incendiar e destruir o prédio do hotel, condenando a estrutura e propiciando sua demolição. Com o imóvel mais caro do quarteirão destruído ficava muito mais fácil a administração pública desapropriar e demolir os prédios restantes, terminando assim a avenida.


Curiosamente como atesta essa imagem do acervo do Globo, o último prédio a cair foi o primeiro a ser construído, o Edmundo Xavier. Nessa imagem vemos as últimas lajes ainda empilhadas e alguns pilares de pé, na altura do primeiro pavimento. Em breve a avenida seria terminada. Certamente por debaixo da pista que vai para a praia e parte do canteiro central temos as fundações do velho prédio, como também devemos ter do seu vizinho, demolido antes."


Outra curiosidade é sobre o edifício Leão Veloso que também aparece na foto. Comenta o Andre: "O Ed. Leão Veloso, do qual vemos a sua parte de fundos após a sobra de terreno na direita da imagem, foi uma das estórias mais interessantes da cidade: onde o morador do apartamento térreo foi resistindo a todas as investidas de uma construtora para a compra de seu imóvel e assim ficou por mais de 10 anos. Como não precisava de elevador foi ficando por lá, enchendo a abandonada portaria de plantas como também a frente do prédio que ia caindo aos pedaços e acabava virando um ônus para própria construtora que era proprietária de 90% dos apartamentos. Me lembro que chegou uma hora que ela tirou as janelas dos pavimentos mais altos destruídas pela maresia que ameaçavam cair no calçadão. Por volta de 1984/86 o resistente vendeu seu apartamento, certamente pelo triplo do preço e deixou subirem aquela coisa azul horrorosa que está por lá, o Centro Empresarial ABC".



28 comentários:

  1. Talvez tenha sido esta uma das melhores intervenções Urbanística em Copacabana. Veja o visual?

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    1. Sr.Contra mão: Com sua extraordinária capacidade de observação do coletivo o bolor citado a essa altura deve está com cheiro de cueca de duas semanas de uso com chulé vencido e ainda assim o Sr. aparece na contra mão? Então é porque gosta disso tudo também. Diga-me então como pode ser do contra pelo simples fato de ser do contra?

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  2. Bom dia. De acordo com a narrativa, não é improvável que o incêndio da boate Vogue tenha sido criminoso. Naquele tempo a perícia criminal apenas engatinhava e não possuía os recursos atuais para embasar as investigações. Em 2014, uma novela da Globo chamada "Boogie oogie", sugeriu que esse incêndio tenha sido provocado. Mas se realmente foi um ato criminoso, vai ficar no campo das conjecturas...

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  3. Essa região de Copacabana já teve seu apogeu, mas há muito se encontra em franca decadência por várias razões, entre elas a prostituição e a quantidade de imóveis promíscuos. Na região mostrada, além de ruas como a Viveiros de Castro, Duvivier, Prado Júnior, Praça do Lido, entre outras, a quantidade de apartamentos chamados "conjugados" ou "quitinetes", é assombrosa e que por uma falha da administração do antigo Distrito Federal, tiveram sua construção permitida e francamente disseminada. Além disso, o tráfico e o consumo de drogas nessa região é grande devido ao número exagerado de boates voltadas para a prostituição, pois uma atividade está invariavelmente ligada à outra.A valorização dos imóveis nessa região é pequena, além de que quase todos não possuem vaga de garagem.

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  4. A Kombi, 3 Fuscas e um Plymouth 1957 datam a foto como posterior a 1958, Interessante o Renault 4CV, o popular "rabo quente", em primeiríssimo plano e um Morris Oxford a seu lado. Um Cadillac 54, azul e branco, define o final dos anos dourados e um branquíssimo Volvo 544 confirma que o comentarista gosta de futebol.

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  5. Lembro da saga deste resistente morador contra a construtora. Semelhante a outros casos como do dono da casa na praia do Leblon que resiste a qualquer proposta ou do dono da casa na esquina da Maria Quiteria com a Lagoa que obrigou a construtora a fazer um prédio em "L". Este ainda vai construir um restaurante na esquina que vai fazer barulho e confusão para os moradores.

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  6. Mais uma colorização e um texto sensacionais. Se o incêndio do Vogue foi criminoso o autor, se não for um psicopata, deve ter tido remorsos ao ver as cenas terríveis das pessoas morrendo queimadas ou se atirando das janelas.

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  7. A abertura da segunda pista da Princesa Isabel, o Corte do Cantagalo todos os túneis foram obras importantíssimas para Copacabana ao contrario da permissão para construir arranha-céus na avenida Atlântica e quitinetes e prédios sem garagem nas ruas internas.

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  8. Temos muitos casos de "resistencias" no Rio. O Mais curioso foi a ultima casa da Vila Mimosa no Estácio. Era um monumento dentro de um deserto.

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    1. E o Pastor passou perto da minha área. Marquei todos os postes da região que custou-me 30 garrafas de Cajuina das legitimas. Mesmo assim ele veio na surdina

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  9. Gostaria de saber o custo dessas desapropriações, e o custo final da obra.Devem ter sido astronômicos.

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  10. Certamente o custo deve ter sido astronômico. Ainda outro dia o Candeias lembrou que o prefeito Paes estimou a limpeza da estátua do Drummond em R$ 20 mil e um cidadão se adiantou e limpou a pichação. Disse ter gasto R$ 100... o Poder Público desde sempre...

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  11. Plínio, não só nas ruas internas como nas principais como Barata Ribeiro, Nsª de Copacabana, e até na Avenida Atlântica. Os apartamentos "conjugados" no Catete e na Glória são a maioria, bem em Botafogo e no centro também existem em grande número. O nome disso é corrupção, pois são interesses menores que acabam prevalecendo para benefício de alguns. Nesses apartamentos conjugados existem consultórios médicos, dentários, e "ateliers" diversos, mas sua grande maioria é de residências promíscuas. Lembro-me de uma situação ocorrida em um desses apartamentos no qual eu fui em uma diligência policial e dentro do imóvel, que devia ter menos de 30 m2, havia oito beliches e roupas amontoadas pelo chão. Uma pessoa mal podia se mover! Como o poder público pode conceder "habite-se" nessas condições? O tempo já começou a cobrar seu tributo, tendo em vista a degradação nesses imóveis. Copacabana ficará um bairro decadente, pois imóveis de bom padrão se mesclam com taperas...

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    1. Observador de Copacabana28 de dezembro de 2016 às 12:14

      Já li que em alguns destes locais há beliches alugados por horário: uns dormem à noite e outros durante o dia.

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    2. Mas a grande maioria é alugada mesmo por algumas horas.....

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  12. Já comentei que considero esta "chegada ao mar" uma das mais interessantes do Rio.Há pouco mais de 30 dias dei uma passada por aí e de fato a região anda um pouco "caida",como disse o Joel.Talvez em função do momento em que passa o Estado do Rio.Como Copa é o "Paraiso dos aposentados", a grana tá vindo fracionada e por aí vai....
    A história desta avenida dá mais que uma novela....

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  13. Bom dia ! Com os interesses envolvidos, dificilmente esse incêndio não foi criminoso...

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  14. Uma das coisas de que mais gostei, nesta nova moradia do Saudades do Rio, foi a ordem cronológica, que é a natural, ou seja, de cima para baixo. De parabéns o Dr.D, pela implementação e o PGomes, pela excelente idéia !

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  15. Os comentaristas do SDR são mesmo de outra galáxia.Quando menos se espera estão todos,especialmente as viuvas saudosistas,a elogiar a nova casa instalada.Aspecto moderno,nova paginação,ordem cronológica,fotos mais nítidas,chances de ampliação e assim por diante.Quer dizer,o bolor, o mofo e a naftalina só servem mesmo para atazanar.E depois acham ruim e perguntam porque continuo sendo Do Contra.

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  16. A casa é nova mas os personagens são os mesmos.Eis porque o SdR é impar.Mas está faltando gente.

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  17. Ficou show. A nitidez das fotos está ótima. Legal e vida longa.

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  18. Já fui 3 x aos "achados e perdidos" e não encontro Tia Nalu.

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  19. Boa tarde a todos. A colorização é espetacular, parabéns mais uma vez ao mestre Nickolas. Já quanto a finalização da ampliação da Av. Princesa Isabel, não haveria necessidade de grandes pendengas para a desapropriação se o estado usasse o direito constitucional, no qual diz que o interesse do estado prevalece sobre o privado. Logo bastaria que fosse desapropriado todos os imóveis pelo valor do imóvel que consta no IPTU.
    Muito se diz que no passado, quando o governo tinha interesse numa área e esta era habitada, logo ocorria um incêndio para que depois a obra fosse realizada. Se isso fosse usado nos dias de hoje, o Rio de Janeiro seria a Roma dos tempos modernos, pois mais da metade da cidade estaria em chamas.

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  20. Lino Coelho, o governo do estado da Guanabara tinha "grandes interesses" na área ocupada pela favela existente no morro do Pasmado e em 1964 ocorreu um grande incêndio que destruiu a favela. Mais tarde em 1969, os "grandes interesses" do estado da Guanabara fizeram com que uma tropa cercasse a valorizada área existente na Lagoa, área essa ocupada pela favela da Praia do Pinto, e misteriosamente a favela virou pó. Moral da história : "Onde há fumaça há fogo".

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  21. Boa tarde a todos.
    A estória contada pelo Joel me fez lembrar e muito as histórias sobre Nova York.
    Lá também acontece esse tipo de coisa nos chamados cortiços e flats da Grande Maça.

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  22. Boa noite a todos.

    Desde a década de 90, tivemos várias "reurbanizações" na região da baixada de Jacarepaguá...

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  23. Se não me falha a memória o João do Rio contou sobre hospedaria e residências no Bairro da Misericórdia em condições degradantes. Décadas depois tudo veio abaixo. Mais alguns anos foram algumas favelas. Será que um dia os prédios precários com conjugados em Copa, se não demolidos, pelo menos vão sofrer pelo menos reformas com ampliação de apartamentos.

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  24. Acredito que o ucraniano esteja, certamente, se referindo a niteroienses, é claro !

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