Hoje,
15 de novembro, é feriado nacional pela Proclamação da República.
Para
os fanáticos rubro-negros o motivo poderia ser também o aniversário do
Flamengo.
As
fotos de hoje mostram minhas carteiras de sócio, desde os anos 50, como “aspirante”,
depois como “proprietário” e, finalmente “remido” (após 50 anos de vida
associativa).
Na
adolescência, ao lado de Alex Molina, Sueli Martelotti e Oswaldo Aranha Neto,
fiz parte da “diretoria mirim” do Flamengo. Tivemos até uma foto publicada na
primeira página do “Jornal dos Sports”, tendo ao fundo a estátua de Gilberto
Cardoso, no estádio da Gávea.
Reproduzo
o que era a Gávea naquela época: “A portaria era em frente à Praça N.S.
Auxiliadora pois não havia a Rua Gilberto Cardoso - a Favela do Pinto ficava
colada no terreno do Flamengo.
Logo
após a entrada, à esquerda ficava o velho ginásio, sob a arquibancada do campo
de futebol. Ali assisti a jogos de basquete do espetacular time do Algodão, do
Waldir Boccardo, do Godinho, treinado pelo Kanela. No time feminino
destacavam-se a Norminha, a Angelina, a Luci, a Didi. Também o vôlei era
imperdível, com o Lucio, o Feitosa, o técnico Sami Meliskhi, além do Jonjoca,
que foi meu técnico no juvenil. E o time feminino comandado pela Leila, Norma
Vaz, Marina, Rosinha O´Shea.
À
direita da entrada ficava a Gerência, com o "seu" Nelson e o Jarbas
(antigo ponta-esquerda da década de 40). Logo após o pequeno bar e restaurante,
tendo em frente uma quadra de futebol de salão, onde jogávamos com o Antonio
Henrique Bria e o "Pelé", que se transformaria no Paulo Cesar
"Caju", que anos depois brilharia na seleção nacional.
Junto
à favela ficava o Depto.Hípico, com os cavalos de salto. A maior estrela era o
"Oiram", cavalo do campeão José Mário Guimarães. Em frente à
portaria, a pista de bocha, comandada pelo Gandini. Do outro lado da quadra o
Depto. Médico, com os Drs. Paulo San Thiago, Madeira e Pelosi, os massagistas
Luiz Luz e Luiz Borracha (antigo goleiro).
O
campo de futebol não tinha alambrado. Acompanhávamos os treinos: físicos e
técnicos, às terças e quintas, "coletivos" de titulares e reservas,
às quartas e sextas. Ficávamos atrás do gol devolvendo as bolas G-18 que caiam
na "geral".
Numas
salas do 2º andar do ginásio havia a sede dos escoteiros, chefiada pelo Betim
Paes Leme. Não havia a Rua Mario Ribeiro e o terreno do Flamengo ficava colado
no do Jockey. Desse lado ficava o vestiário do futebol, com seu inconfundível
cheiro de éter e cânfora, além do ruído das chuteiras no chão de cimento. Para
um menino era fantástico ver passar os craques da época, como Dida, Indio,
Evaristo, Zagalo, Joel, Dequinha, Rubens, Moacir, Pavão, Tomires, Jadir, Jordan
e tantos outros. Em volta do campo treinava o campeoníssimo do atletismo José
Teles da Conceição e o fundista Sebastião Mendes.
A
memória trouxe nomes que encontrava sempre como Fadel Fadel, Hilton Santos,
Helio Mauricio, Ivan Drumond, Aristeu Duarte, delegado Jarbas Barbosa, Batista
(gerente da Casa Meira), Martelotti (que tinha um restaurante na Visc. de
Pirajá, ali perto do Astória, acho que chamado “Velho Pescador”), Miceli (sua
filha Luiza Helena foi uma atleta de destaque), Ox Drumond.
Lá
perto da Lagoa, a garagem do remo, com o amigo de meu pai, o Buck (que quase me
"matou" quando foi meu técnico).
Por
onde andarão meus colegas Oswaldo Aranha, Alex Molina e Suely Martelotti, da
"diretoria mirim"?
Saudades
dos jogos dos juvenis, com o time campeão formado, entre outros, por Edmar,
Adilson, Norival, Clair, Gerson (que foi, anos depois, campeão do mundo),
Beirute, Manoelzinho, Germano (que casou com uma condessa e foi para a Itália),
do Carlinhos.
Gávea
do Mauricio Farah, funcionário que mais tempo trabalhou no Flamengo, e que
morreu esta semana. Do “Galo” rememorando os jogos da primeira metade do século
XX, do Aristóbulo, do “seu” Pereira (sempre de terno branco acompanhando todos
os jogos de juvenis), do Edgar (da “comissão do muro”, que levou anos para
cercar o terreno do Flamengo).
Todo
4 de Julho a Embaixada dos Estados Unidos fechava o clube para uma grande festa
para a colônia americana. Só uns privilegiados conseguíamos entrar nesse dia
para aproveitar Coca-Cola e sanduíches de graça, além de ver os fogos de
artifício ao final.
A
sede do Flamengo era pouquíssimo freqüentada nessa época e conhecíamos todo
mundo. Explorávamos, em brincadeiras de "polícia-ladrão", todos os
espaços sob a arquibancada. Durante os treinos íamos para as modestas cabines
de rádio e fingíamos irradiar a partida. Nos domingos chegávamos cedo, para
assistir aos jogos dos juvenis, que começavam às 9 horas.
Não
havia o conjunto de piscinas. Aproveitávamos o espaço livre para jogar bolinha
de gude e soltar pipa. Depois, nos anos 60, com a retirada da favela, a
abertura da Rua Mario Ribeiro (que deslocou o campo de futebol algumas dezenas
de metros para longe do Jockey), a abertura da continuação da Av. Borges de Medeiros
(com o deslocamento da garagem de remo para o local atual), a construção do
complexo de piscinas e do vizinho condomínio Selva de Pedra, tudo mudou.”
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Uma grande postagem.Muito boa a apresentação de documentos originais e marcantes para o portador.Relatos interessantes do ambiente da casa rubro negra.O mais interessante do Flamengo são sentimentos emanados nas suas vitórias e ou derrotas.Quando triunfa determina grande prazer nos aficionados.Quando perde prazer para os adversários. Um espanto....O futebol hoje anda melhor que antes,mas sem agradar de todo,mas isso é coisa para o Corneteiro Velho.
ResponderExcluirAinda sou do tempo de : Garcia, Leone Pavão, Jadir, Dequinha,. Beto... e vai por aí! Uma vez Flamengo...
ResponderExcluirGarcia, Marinho e Pavão; Servílio, Dequinha e Jordan; Joel, Rubens, Índio, Benitez e Esquerdinha. Campeão carioca de 1953. A primeira equipe do Flamengo que conheci e decorei a escalação.
ExcluirTem muita coisa que não foi dita. E a minha charanga?
ResponderExcluirJaime de Carvalho.
ExcluirNoticias na mídia informam que os filhos de João Gilberto conseguiram a interdição judicial do cantor que parece estar enrolado financeiramente após alguns desmandos em contratos assinados e não cumpridos.Uma das ex do cantor era alvo maior das discórdias e desmandos segundo filhos.O certo é que este artista sempre primou por comportamentos estranhos e falta de respeito com contratantes e mesmo seu publico.Não foram poucas as vezes que deu chiliques no palco ou fora dele não comparecendo para os compromissos.Bem feito para quem o idolatra.
ResponderExcluirO palpiteiro, para não dizer outra coisa, que fez o comentário acima desconhece o teor do processo e vem abordar um assunto totalmente fora do contexto da postagem. Sua única informação sobre a lide é o que foi veiculado em matérias recentes. O referido intérprete é um cidadão de 86 anos, portanto um idoso que necessita de amparo legal, que vinha sendo explorado pela companheira/esposa. A ação proposta pelos parentes visa a sua proteção, não a sua exploração, como estava ocorrendo. As extravagâncias do cantor são conhecidas mas não justificam comentários medíocres. A propósito, assim como há um fio tênue entre a genialidade e a loucura também existe entre a mediocridade e a ignorância.
ExcluirConcordo e assino embaixo o comentário de 13:19. Os prejudicados pelo cantor o processaram quando entenderam necessário e foram ressarcidos na forma da lei. Quem não tomou as providências legais a tempo amargou o prejuízo pois "dormientibus non sucurrit ius".
ExcluirAs ações e comportamento do também cantor e compositor Tim Maia poderiam até sob o ponto de vista legal serem consideradas como "extravagâncias"?
ExcluirComo sou bem informado digo que a interdição é provisória e vale por 120 dias e o cantor vai ser avaliado por um médico perito nomeado pelo juiz.
ExcluirComo disse certa vez o Lino, quem refresca bunda de pato é lagoa, mas vou dar uma luz a esse curioso incauto. Ambos praticaram as mesmas irresponsabilidades mas além de estilos musicais diferentes não se pode comparar Tim Maia com João Gilberto. O Tim aqui no Brasil beirava a marginalidade e na América foi preso por furto.
ExcluirUma diferença abissal é o potencial de voz do Tim Maia com João Gilberto.Um é cantor de fato o outro considerado um pato fanhoso.
ExcluirPara informação desse DJ de araque o curioso é que Tim Maia se revelou um dos maiores fãs do João Gilberto que de fato não tinha voz potente, na linhagem de outros intérpretes. Essa foi uma das características da bossa nova. Mas sua batida do violão revolucionou a interpretação do samba. Mas aqui existem palpiteiros que não tocam nem campainha.
ExcluirAlguém ainda lembra da "Violada no palco"?
ExcluirA Lei 8078/90 conhecida como "Código de Defesa do Consumidor", veio regular relações de consumo e por fim à seguidos atos irresponsáveis como o citado. Virtuosismo e genialidade não podem servir de desculpas para irresponsabilidade e desonestidade. Deve-se desconfiar de pessoas que "se acham" e que se julgam acima das outras. Dizem que ele é esquizofrênico. Mas duvido que rasgue notas de R$ 100,00.
ResponderExcluirFalando em República: Estranho o caso do jornalista Willian Waak no caso de racismo num episódio ocorrido há um ano , colocando um jornalista internacional em desgraça,ou será que as verdades e opiniões que ele e os entrevistados no programa que comandava (Globo News Painel) muito bom por sinal, incomodava a emissora a ponto de pegar esse gancho sobre racismo e expurgar o jornalista
ResponderExcluirda empresa.
A Record entrevistou o responsável pela divulgação do vídeo. Trata-se de um ex-funcionário afrodescendente que, descontente com o comentário, resolveu divulga-lo. Só não disse a razão disso acontecer um ano depois...
ExcluirO meu pai, agora com 90 anos, apesar de 3 irmãos tricolores mais velhos, escolheu o Flamengo nos tempos de Leônidas da Silva e Domingos da Guia, dupla que fez a torcida rubro-negra aumentar ainda mais no final dos anos 30. A Rádio Nacional se encarregou de difundir pelo Brasil a paixão pelo Fla e outros clubes cariocas. Depois vieram os tri no Carioca e os tempos de Zico & cia., até chegar ao Hexa do Brasileirão.
ResponderExcluirFalar nisso, espero que o Flu consiga adiar pelo menos por mais uma rodada o hepta do Curíntia.
Desconhecia que neste espaço alguém como o anônimo de 13.19 já estivesse tão afeito ao processo de interdição do cantor João Gilberto. Repassei a informação como informado no texto que está na mídia. Que o referido cantor é um senhor de idade não é novidade e não vejo porque o comentário possa ser taxado de medíocre. O referido anônimo parece ter alguma ligação com o cantor e tenta justificar ações por ele realizadas quando ainda era aparentemente responsável pelos seus atos.Ao que sei teve uma pendenga brava com o Banco Itaú por não cumprimento de contrato.Mas não são informações confirmadas e o anônimo poderia até esclarecer já que parece conhecedor profundo do assunto e talvez um dos admiradores do cantor.Não gostar dele e especialmente seus atos é democrático.
ResponderExcluirPelo menos parte de torcida do Flamengo não está comemorando o aniversário do clube.Hoje no treinamento uma galera foi lá demonstrar insatisfação com o momento atual e nominar alguns integrantes de barca,incluindo o Rodrigo Caetano.A verdade é que o clube investiu muito e hoje só tem a Sul Americana antes considerada filha sem pai.O rol incluindo Muralha,Gabriel,Vaz,Araujo,Romulo,Mancuello poderia ter outros como Geuvânio,Pará,Rodolpho e ainda colocar nos eixos outros que podem jogar mais.
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