As
fotos de hoje são do Circuito da Gávea, o “Trampolim do Diabo”, em 1936.
O
trajeto compreendia a Avenida Niemeyer, Estrada da Gávea (ao lado da Rocinha), Rua
Marquês de São Vicente (Gávea), Avenida Visconde de Albuquerque, retornando à Avenida
Niemeyer. As provas eram de 20 voltas sobre o circuito de 11160 metros, no
total de 223,2 km. A 1ª corrida foi em 1933, tendo vencedor Manoel de Tefé, com
a impressionante velocidade de 67 km/h. Anos depois a largada passou a ser na
Rua Marquês de São Vicente, na Gávea.
Na
primeira foto vemos um desenho da época, reproduzindo o difícil traçado deste
circuito (fonte:”Circuitos de Rua, de Paulo Scali).
Na
segunda foto, do acervo do Correio da Manhã (como as demais), vemos membros da
Polícia Especial colocando precárias grades de proteção (em várias partes do
percurso não havia proteção alguma).
A
terceira foto mostra o carro de Geraldo Severiano, o “Raio Negro”.
A
quarta foto mostra o grande placar que ficava no Leblon, junto ao Hotel Leblon,
bem no início da Avenida Niemeyer, bem como uma ambulância da Assistência
Municipal.
A
quinta foto mostra a elegância do público às margens do canal da Visconde de
Albuquerque.
Esta
prova de 1936, o 4º Grande Prêmio da Cidade do Rio de Janeiro, foi vencida por
Vittorio Coppoli (com o tempo de 3h56min32s3/10, com média de 70,776 km/h),
seguido por Ricardo Carú, Manuel de Teffé, Cícero Marques Porto e Norberto
Jung.
Fato
curioso desta edição, segundo o Scali, foi a presença inédita de uma mulher: Mlle.
Hellé-Nice, pseudônimo da francesa Marriette Hélène Delangle, acrobata e dançarina
de cassinos, que se tornou hábil volante de carros de corrida. A moça, que
competiu com um Alfa-Romeo, chocou a sociedade carioca ao fumar em público e a
vestir um maiô de duas peças.
PS:
recebi, de alguém que não se identificou, um novo “link” para o livro do Plano
Agache: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_obrasraras/or1355316/or1355316.pdf
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terça-feira, 14 de novembro de 2017
CIRCUITO DA GÁVEA - 1936
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Esse circuito deveria ser espetacular ,tanto pela dificuldade como pela extensão. Seria hoje a o grande premio de Monaco ou a Nurburgring do Rio de Janeiro.
ResponderExcluirPena que não foi pra frente.
As fotos são espetaculares, o circuito era dificílimo, a segurança era mínima tanto para os corredores quanto para os assistentes. Chega a ser inexplicável como isto era autorizado na época, mas a carga de adrenalina era altíssima.
ResponderExcluirPlínio, as corridas de ruas sempre foram muito populares até ocorrerem acidentes fatais como os que aconteceram em Petrópolis em 1968. A partir desses trágicos eventos as proibições dessa prática começaram a surgir no resto do país.
ExcluirEu morava na General Artigas na época e assisti a duas corridas. A lembrança mais forte que me vem à mente era o cheiro da descarga das "baratinhas". Era porque misturavam óleo de ricino à gasolina para aumentar a octanagem.
ExcluirEssa Mlle. Hellé-Nice devia ser da pá virada. Em que lugar ela chegou na corrida?
ResponderExcluirO que é esta coisa branca na lateral do carro do Raio Negro?
ResponderExcluirEra o apoio do estepe. O Raio Negro foi o "precursor" do Lewis Hamilton.
ExcluirConcordo com o Plinio na questão da segurança,um grande espanto.Outro espanto para a época a ação desta francesa chamada Marriéte que deveria provocar um grande ciúme nas madames da época.Lá no Ceará,Estado,tinha um circuito de bodes amestrados.
ResponderExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirLuiz. Na terceira foto seria o primeiro corredor negro da História do automobilismo no Brasil?
Em tempos de Jesse Owen isso causava um certo desconforto, mesmo no Brasil. E só vai desaparecer por completo quando as escolas públicas de qualidade forem uma constante aqui no Brasil. Isso só será uma realidade dentro de pelo menos 200 anos. Até lá continuarão a valer o preconceito, as "cotas raciais", e estelionato político.
ExcluirBom dia a todos. As fotos são extraordinárias, incluindo aí a do próprio circuito da corrida. Com estas fotos podemos ver o quanto as pessoas não tinham a menor noção do perigo que corriam, desde os "piloucos" até a plateia que assistia essas provas de loucura e irresponsabilidade. Talvez a pouca velocidade desenvolvida por estes carros a época não transparecesse o risco que corriam. Ainda bem que com os acidentes que vieram a ocorrer, estes tipos de provas foram proibidas.
ResponderExcluirVida superinteressante! Leiam:
ResponderExcluirhttp://www.autoentusiastas.com.br/2015/08/helle-nice-a-historia-da-piloto-francesa/
Aparentemente a Cia. Terrenos do Leblon Ltda. era o principal patrocinador da corrida.
ResponderExcluirTodo esse público mesmo um ano depois do acidente fatal do Irineu Correa, petropolitano que era considerado um dos melhores pilotos do Brasil. Enterrado em Petrópolis, os jornais da época noticiaram que admiradores iriam construir um monumento sobre seu túmulo. Não descobri se foi realizado.
Chico Landi seria o próximo destaque do automobilismo brasileiro, mas fama mesmo só no final da década de 40, com corridas ainda no Circuito da Gávea.
O povo do outro lado do canal tinha mais segurança, mas os pilotos...
É possível localizar a Tya Alcyone com sombrinha e a Tia Nalu com um pano na cabeça, ambas se protegendo do sol.
Mapas antigos indicam a existência de uma tal Praia da Gávea (no de hoje não aparece esse nome), que hoje os jovens não sabem qual seria. E existe um Cabo Dois Irmãos que eu ignorava o nome. Aqui no SDR a gente sempre aprende.
Hellenice teve uns tantos acidentes e durante a guerra foi considerada "do outro lado", mas depois foi inocentada. Em São Paulo, teve um acidente grave, com morte de assistente. Acho que valia mais pelo charme.
ResponderExcluirQuanto às ambulâncias, na minha infância eram mesmo chamadas de assistências, mas em boa hora mudaram o nome.
Mais um post campeão do Saudades, com muita coisa pra comentar. A foto mais carregada de simbolismo, penso eu, é a do Raio Negro. Um negro participando de corridas de carro na década de 30! Os eugenistas da época, que infelizmente não eram poucos, devem ter se contorcido de raiva. O carro do Raio Negro é um Bugatti?
ResponderExcluirA foto do guardinha ajeitando a cerca de arame farpado e tocos de madeira guarda certa inocência, rs, rs, rs. E, finalmente, comento a altura do morro Dois Irmãos, 533 metros, um paredão de rocha sobre o mar, um emblema dessa parte do litoral brasileiro em que oceano, pedra e floresta formam um cenário inigualável mundialmente, em que pese a destruição...
Eram "outros tempos". Se esse evento fosse realizado hoje em dia, seria necessário pedir "autorização" ao chefe do tráfico da Rocinha para que a corrida fosse realizada "sem maiores problemas". Mas em 1936, a presença da temida Polícia Especial de Filinto Muller, conforme mostra a foto, era a garantia de um evento tranquilo...
ResponderExcluirTia Nalu contra o Raio Negro apostava no Flecha Ligeira.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa tarde !
ResponderExcluirEm primeiro lugar, um forte abraço para obiscoitomolhado que aniversaria hoje !!! Felicidades, Roberto !!!
Suponho que Manoel de Tefé e Manuel de Teffé foram a mesma pessoa...
Parabéns, Dieckmann!
ResponderExcluirParabéns ao mestre Dieckmann, saúde, paz, sucesso e muitas felicidades.
ResponderExcluirBoa tarde Dr. D' e demais comentaristas. Perdoe-me por não ter me identificado. Com estou permanentemente logado no Gmail, acreditei que o nome iria automaticamente, mas por alguma distração, não foi. Pesquisei o link originalmente postado do Plano Agache no Google e surgiu como resultado o postado acima, completo. Material de primeira qualidade. Farei uso de minha impressora Epson Ecotank e procederei a impressão a um custo muito reduzido. Esta obra merece ser encadernada e colocada na estante.
ResponderExcluirParabéns ao Dieckmann pelo aniversário!
Fora de foco: A "casa está caindo" no Rio de Janeiro. Com a devassa feita pela P.F. na Alerj e segundo as declarações de fontes do M.P. Federal que dão conta que a casa faz parte de uma grande quadrilha, tudo leva a crer que Sergio Cabral é "boi de piranha": Enquanto as atenções estão voltadas para ele, a quadrilha continua a agir no Estado.
ResponderExcluirParabéns Dieckmann, feliz aniversário!
ResponderExcluirParabéns ao Dieckmamm! A piloto Hellé-nice ficou tão famosa por aqui, que milhares de Elenices foram batizadas até hoje no Brasil e poucos sabem a origem do nome.
ResponderExcluirQue joguinho sem vergonha. E a seleção Inglesa jogou sem 7 titulares. Ou eu desaprendi tudo de futebol ou não entendo nada de futebol. Eu acho o Neymar e o Marcelo dois jogadores de grande habilidade, principalmente o Neymar, mas como são burros jogando futebol.
ResponderExcluirO seu O BISCOITO MOLHADO agradece as efusivas lembranças do natalício, que se traduzem em carinho insofismável. Quanto ao carro do Raio Negro, o melhor seria consultar o livro do paulo Scalli, mas enquanto não faço isso, parece-me um Studebaker de 8 cilindros em linha, visto o comprimento do Capô.
ResponderExcluirNão era Studebaker e sim, Hudson.
ResponderExcluirAcreditando na possibilidade da existência aqui nesse Blog de gente mais "antiga" que eu, fico aqui me lembrando que uma vez, não me lembro do ano, mas sei que o vencedor da Corrida foi pelo Barão não sei o seu nome, meu pai me levou para ver essa corrida. Assisti-a na altura do início da Visc. de Albuquerque. O Chico Landi participou dessa corrida, e não me lembro se o Fangio também.
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