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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

PRAÇA TIRADENTES





 
Nesta foto de Malta vemos a Praça Tiradentes por volta de 1915. Por esta época a Praça Tiradentes era o ponto de convergência dos transportes públicos existentes na época e, por isso, estabeleceram-se ali bares, teatros e cafés-restaurantes, consolidando-se a região como um polo de lazer e referência da boemia carioca.
O prédio maior, todo branco, é o do Rio Hotel, cuja inauguração ocorreu em 1913. Atrás do prédio do Rio Hotel um pequeno prédio com um "out-door" onde se lê "Crhen".
Em frente ao hotel, separado pela Rua da Carioca, o prédio da Camisaria Progresso, que desapareceu num grande incêndio em 1958.
 
A seguir dois pequenos sobrados espremidos entre a Camisaria Progresso e o antigo prédio do Derby Clube Paulista (neste local funcionava anteriormente o Teatro do Plácido, fechado em 1824, por ter sido a Marquesa de Santos impedida de assistir a um espetáculo. Nesta ocasião, para vingar sua amante favorita, D. Pedro I, apesar de seu apreço pela arte cênica, comprou imediatamente o teatro, destruiu as instalações com seus homens de armas, exigindo o despejo da companhia). Possivelmente nesta época o prédio do Derby já possuía outra finalidade que não a sede social, pois o prédio na Av. Rio Branco já estaria concluído.
Ao fundo vemos uma pequena parte do Morro de Santo Antonio, demolido em 1954.
 
O bonde de nº de registro 360, cujo letreiro talvez seja “Silva Manoel”, recolhe passageiros no meio da Praça Tiradentes.



23 comentários:

  1. Lembro bem do incêndio da Camisaria Progresso; seus donos moravam em Santa Teresa e houve muito comentário, embora não fossem conhecidos da minha família. As duas casas baixas ao lado da Camisaria ainda estão lá e, em uma delas, fica a Adega do Pimenta, filial Tiradentes.
    Interessante aparecer, na parte inferior da foto, um bonde saindo da Sete de Setembro e outro entrando, as sombras se misturam.
    No letreiro ao fundo me pareceu estar escrito CAHEN, uma pena não sabermos se era capoteiro, livreiro, ou que profissão teria. Fui no Google e... "O conde Louis Raphael Cahen d'Anvers era um banqueiro francês"; houve um Cahen banqueiro, chique e fica mais uma profissão.

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  2. Trabalhei muitos anos nessa região e tudo atrás do hotel na primeira foto foi arrasado, mas ainda existe uma pequena rua fechada com uma grade e que mantém as características daquele tempo. Na rua da Carioca, no lado direito e nos fundos do casario existente, ainda existem restos do Morro da Santo Antonio. Essas fotos são de 1915 e o quiosque que servia de estação de bondes e que ficava ao longo da calçada ainda não havia sido construído. Estive na semana passada na Praça Tiradentes e fiquei muito decepcionado com a Rua da Carioca, pois cerca de 70% das lojas está fechado e o movimento é quase nenhum. Um dos maiores absurdos urbanísticos que conheço é a tal Avenida República do Paraguai, já que vai do nada para lugar nenhum.

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  3. Bom dia, Luiz, pessoal,
    E o Rio Hotel aiinda está lá, relativamente bem preservado. No local da Camisaria Progresso, há uma espécie de boate,que parece só ter movimento bem tarde da noite.
    Apesar da praça, como entendemos hoje, ser do tempo do Império, o ecletismo dos primeiros momentos da República domina as construções da foto. É digno de nota (e de admiração, pelo tamanho)o grande ornamento neobarroco do prédio junto ao bonde, que possui até mesmo uma luminária.Aumentando bastante a foto, existe algo como um sol no centro dele.
    O prédio truncado na borda esquerda deve ser aquele com uma grande mansarda, que ainda existe, junto ao trilho do VLT.Detalhe interessante, a camisaria tinha uma bandeira no topo, seria o "brasão" da casa?

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  4. A resolução das fotos antigas é um assombro. Lembro de uma exposição em que ampliaram partes uma foto até quase o tamanho natural e a resolução se manteve quase perfeita. Lembrando que fotos dessa época ainda tinham problemas em relação ao tempo de exposição.

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  5. Como diz o gerente: foto estupenda.
    E D. Pedro I, hein?

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  6. Boas informações e este Cahen tem nome de bailarino ....Vou pegar o bonde e mais tarde passo recibo.

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  7. O que vem "salvando" a região é o VLT, que trouxe um tratamento urbano mais apurado por parte da Prefeitura. A rua da Constituição por onde o VLT circula tem um trânsito de carros quase nulo, mas isso é ótimo para a cidade. Há reclamações generalizadas desse excepcional meio de transporte, reclamações essas que partem de taxistas, empresários de ônibus, e pessoas que desconhecem as funcionalidades de uma cidade civilizada ou vivem em regiões onde o transporte principal é o "alternativo": Vans, Kombis, e "cabritinhos", que só podem ser encontrados em locais como Ilha do Governador, Realengo, Bangu, Curicica, CDD, e toda a região do BRT.

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  8. Bom Dia! Dizem as má línguas que a atitude do Pedroca foi democraticamente imposta pela mocreia.

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  9. Bom dia!
    Esta história de Pedro I parece fantasiosa.

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  10. Pedrinho era vingativo quando tratava da amante...
    Impressionante , havia bondes em quase toda a cidade.

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  11. Enviei comentário mais cedo,mas a remessa está está confusa na hora de mostrar que não sou robô..Grande espanto!!!
    Este Cahen dizia antes,tem nome de bailarino.O Ceará,individuo,atesta com fidalguia.

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  12. Se querem conhecer a verdadeira face de Pedro II, leiam "Mauá o empresário do Império" de Jorge Caldeira. Verão quão desprezível foi esse homem, responsável em grande parte pelo atraso do Brasil.

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  13. Voltei.A Tia Nalu está ali e como sempre parece querer pegar o bonde andando...

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  14. De acordo com reclames em edições do Jornal do Brasil da época, tínhamos o leiloeiro José Cohen. E exatamente ali na Rua Silva Jardim, nº 3. Com também falam em penhora, com certeza os leilões eram dos objetos não resgatados.
    O hotel, cujo prédio está bem conservado atualmente, se não me engano já teve outros nomes, Paris se não me engano. Ou foi França? Rouen que não foi.

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    1. Apesar de durante anos passar em frente a esse hotel, nunca adentrei em suas dependências. Está bem conservado, o preço das hospedagens é modesto e seu "público alvo é de "poucas posses". E não poderia se de outra forma, já que na calçada oposta da rua Silva Jardim bem em frente e no local onde havia o Cine São José, existe o moderno hotel IBIS, estabelecimento moderno, de três estrelas, e de certa forma incomparável ao velho hotel. ## Com relação ao comentário das 07:52, a tal "boate" só funciona em dias incertos à noite, fica na Rua da Carioca e não no local da Camisaria Progresso e o que dá essa impressão é o tamanho das filas que chegam até lá. Ela é voltada para um "público diverso": Emos, gays, lésbicas, travestis, fanchonos, transsexuais, e outros anormais...

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    2. Joel, no maps, o espaço físico da tal boate é o mesmo da camisaria.Inclusive, os dois sobrados menores da foto de hoje, ainda existentes, são encostados nela. Creio que a entrada, e consequentemente,o endereço, seja pela rua da Carioca.
      Passei lá à noite meses atrás, e vi a fila a que vc se refere. De fato, é um pessoal meio "estranho" mesmo.

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  15. Tinha feito uma verdadeira peça oratória sobre essa praça nos seus aureos tempos. Mas na hora de publicar houve alguma coisa. que pena. FF> O Pastor ia gostar do comentario, pois envolviam as grandes vedetes da época, meu avÔ, pagé do Menezes e os primeiros bailes do enxutos. Foi lá que o Pastor iniciou sua carreira. Vamos ver agora como vai sair o comentário.

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  16. O golpe do habeas corpus não colou.O golpe do Juiz de plantão não deu certo. O golpe da fuga no cemitério deu errado. e a armação de hoje?

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    1. Mauro xará, o que dirão os "doutrinados"? Nenhum desembargador do TRF 4 se atreveu a conceder habeas corpus. Os tempos são outros e Mourão está de olho. Para muitos 1968 "não acabou"...

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  17. Será que tem algum comentarista que viu a Praça Tiradentes com grades? Quem é da antiga sabe a resposta.

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  18. O ponto de encontro da "Eunucaria Saltitante" é o antigo Cine Ideal, parcialmente destruído para a abertura de uma passagem entre a Sete de Setembro e a Carioca. Atualmente, ali funciona uma venda de plantas,vasos e adubos. Dizem que o teto do Ideal podia ser aberto em tempos de calor, como agora.Deveria ter sido preservado, para não ser o que é. Depois que o cinema fechou, nos anos 60, ali existiu uma sapataria.

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  19. Boa tarde a todos. Praça Tiradentes local que conheci bem durante a minha infância. Desfazendo alguns mistérios, na primeira foto, a área cercada vista no alto do morro de Santo Antônio, era um pomar dos padres da igreja, subi lá talvez centenas vezes, para pegar manga, goiaba, pitanga, amora, carambola, e também tomei muitas corridas do cachorro policial dos padres, corríamos e pulávamos na rampa do morro pelo lado de onde hoje é ocupado pelo BNDES. O Cahen, depois funcionou até a década de 60 na rua da Carioca, em uma loja logo ao lado do Rio Hotel, onde hoje funciona um Centro Cultural, fazia leilões durante todo o dia de peças de cama, mesa, banho e tapetes, tipo o Shoptime hoje na TV. A camisaria Progresso após o incêndio perdeu um dos andares, funcionou ainda com este nome até meados dos anos 60 ou início dos 70, depois passou a ser uma filial da Sapataria Sapassos, cuja a loja matriz ficava quase na esquina da Praça Tiradentes com Avenida Passos, e havia entrada pelas duas ruas. O prédio da esquina da R. Silva Jardim em frente ao Hotel, ele já havia sido demolido no começo dos anos 60, mas no local funcionava um mercado, onde se vendia de tudo, frutas, peixes, carnes de charque, etc. Ainda vi em pleno funcionamento os Teatros João Caetano e Carlos Gomes, Cine Teatro São José. E um centro comercial importante ao redor da Praça, que hoje infelizmente está com grande parte das lojas fechadas.

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