Total de visualizações de página

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

NATAIS DE ANTIGAMENTE

Dia de Natal era dia de brincar com os presentes que Papai Noel tinha deixado. Nos início dos anos 60 esta Monark, estacionada na calçada da Avenida Epitácio Pessoa, perto do Corte do Cantagalo, na Lagoa, foi um dos melhores de todos os tempos.

 Era uma das "tops" da época - super-confortável, sem marchas. Tinha os acessórios clássicos: espelho retrovisor, buzina a pilha, selim acolchoado com o escudo do time preferido (com franjinhas!). Com amigos, nas saudosas e longas férias de verão, fazíamos "O CIRCUITO", em muitas tardes. Saindo da Lagoa, subíamos a Rua Montenegro (atual Vinicius de Morais) até a Praia de Ipanema. Ali, pela calçada deserta (não havia a febre de caminhar como hoje), até o final do Leblon. Dobrávamos na Avenida Visconde de Albuquerque, indo até o Jockey Clube (não havia a avenida que margeia a Lagoa, entre o Jardim de Alá e o Piraquê). Começávamos a voltar pela Rua Jardim Botânico, costeando o muro do Jockey, até a Rua General Garzon. Ali dobrávamos à direita para pegar a Lagoa até a Igreja de Santa Margarida Maria. Virávamos para o Humaitá, descíamos a Rua Voluntários da Pátria (perigosíssima), pegávamos a Rua Real Grandeza, ao lado do cemitério, para atravessar o Túnel Velho (ainda com uma só galeria, mão e contra-mão). Neste trecho às vezes dava para "pegar uma carona" com o bonde (logo, logo o trocador vinha nos expulsar pois aquela manobra era perigosa). Vinha, então, a melhor parte do circuito, que era descer a ladeira da Rua Santa Clara. Como ainda não havia sido feito o Túnel Major Rubens Vaz, dobrávamos na Rua Cinco de Julho, depois na Pompeu Loureiro, até a famosa Praça Eugênio Jardim. Subíamos o Corte do Cantagalo e voltávamos ao ponto inicial na Lagoa. Dava para fazer tudo isso numa hora e meia. 

A foto nos mostra minha amiga Beth, em 25/12/1948, toda feliz com o presente que Papai Noel deixou. Mal podia se mexer dentro do vestido engomado que não podia ficar sujo até terminar o almoço de Natal. Segundo ela conta a foto é da casa onde morava, na Rua Alberto de Campos, entre as ruas Gorceix e Farme de Amoedo. Como as mamães vestiam bem suas filhas naquela época.

 

Esta fotografia foi enviada em 2011 pelo prezado Renato Libeck, um grande colaborador do “Saudades do Rio” naquela época. O texto que acompanha a foto é o seguinte: "O garoto no carrinho amarelo é meu sobrinho e afilhado. Os outros 3 são meus filhos. A mais velha hoje está com 25 anos e é Biomédica em Ribeirão Preto. Caríssimo amigo Luiz, caso você queira postar a foto, sinta-se à vontade. Revirando os meus arquivos encontrei esta foto feita por mim em 1991. Este quarteto era conhecido como os BATUTINHAS. A alegria deles inspira e nos conclama a entrarmos no clima de Natal. Afinal o Natal é um dia muito esperado e compartilhado pelas crianças. Desde já eu e minha família, desejamos a você e aos seus, um maravilhoso Natal e um Ano Novo repleto de felicidades e alegrias. Os BATUTINHAS estão aqui do meu lado e desejam o mesmo a todas as crianças do Rio de Janeiro e do Brasil. Um abraço cordial do amigo mineiro Renato Libeck."


12 comentários:

  1. Nos velhos tempos havia bons brinquedos para Papai Noel trazer, só não gostávamos era de ganhar roupas. Entre os bons posso citar um pião, um ioiô, um jogo de bola de gude ou de botão. Uma espingarda de chumbinho, por mais politicamente incorreto que seja, um "courinho nº 5", um revólver de espoleta para lutas entre mocinhos e índios. Jogos de mesa, como a víspora, o ludo, o jogo de varetas ou o de cartas, o tabuleiro de “jogo de preguinhos", a difícil de ganhar pista de corridas de cavalo acionada por uma manivela, os aviões da Revell ou um "Forte Apache". Um arco e flecha ou um saco de bolinhas de gude. Raquetes de ping-pong também faziam sucesso embora a bola às vezes amassasse e tivesse que ser colocada em água quente para voltar a ser utilizada.
    E sempre éramos lembrados para valorizar o presente recebido, pois havia crianças que não ganhavam nada.
    Hoje em dia o interesse das crianças, em grande parte, é pelos jogos eletrônicos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. vc tem razão. Os brinquedos na nossa época eram sensacionais e a gente morria de felicidade ao recebe-los. Me lembro a minha felicidade quando ganhei a pista de cavalos a manivela. Foi minha companheira por anos. Cada amigo tinha um Stud e as corridas eram sensacionais. Hoje é só videogames, que eu odeio.
      Belas lembranças!

      Excluir
  2. Bom Dia! As fotos trazem à lembrança os bons tempos da infância.A minha bicicleta dos anos 60 ainda está viva,atualmente mora em Lambari,na casa da minha filha FF Como sempre assim que começou a clarear os despertadores ( maitacas) começaram a fazer barulho.

    ResponderExcluir
  3. Olá, Dr. D'.

    Exceto por um velocípede vermelho, que nem sei se foi "herdado", geralmente ganhava roupas. Minha madrinha às vezes dava dinheiro, mas minha mãe confiscava para eu não comprar "besteiras"...

    Outras exceções foram um cofrinho de metal em formato de casa (ironia), uns carrinhos de plástico em anos esporádicos e uns Playmobil. Eu " sofria"...

    Quando eu era pequeno havia reunião de Natal e até de Ano Novo. Por alguns anos não ocorreram mas depois da minha vinda para JPA voltaram a acontecer por agora quase todo mundo morar perto. As últimas sempre eram alternadas na casa da minha irmã ou no apartamento da minha prima. Algumas foram no apartamento do meu primo, no mesmo prédio, antes de ele se mudar para Niterói. No começo eram por volta de vinte pessoas. Hoje (ano passado) foram umas dez, contando mesmo da família.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pegando um gancho no comentário do Augusto, eu tinha umas tias que tinham mania de presentear com meia ou cueca. Nada me irritava mais do que isso. Falava sempre com a minha mãe que criança gosta de ganhar brinquedo, seja ele qual for.

      Excluir
  4. Lembro que um dos melhores Natais nos anos 60 que eu e meu irmão caçula tivemos, foi um que, quando acordamos, nos deparamos com o Forte Apache montado na sala de estar, com muitos e muitos cowboys montados, outros tantos de pé e muitos índios montados e também de pé. Sensacional e emocionante! o Forte Apache foi o sonho de consumo de 9 entre 10 garotos nos anos 60. E no ano seguinte, tivemos o mesmo impacto ao acordar e ver o Autorama Monza, da Estrela, em forma de 8, e curvas inclinadas, que vinha com os carros Ford J e Ford GT. Agradeço a Deus por meus pais terem podido nos proporcionar com aqueles ótimos presentes à época.

    ResponderExcluir
  5. A bicicleta seria uma "Monark Brasiliana"? Brinquedos como os modelos "Kikoler", mais conhecidos como Revell eram disputados mas a variedade de modelos era paupérrima. Quem tinha acesso aos modelos importados fazia a festa. Quase todos em escala 1/72. Espingardas de chumbinho Rossi eram vendidas na Mesbla ou na Seara, além das diversas lojas de armas da Guanabara ou do antigo Estado do Rio. Sobre bolas de gude, em especial os "olhinhos", podiam ser encontrados muito mais baratos em casas de ferragens, a maioria delas em instalações depauperadas espalhadas pela cidade. Arcos de diversos tamanhos e flechas com ponta de metal podiam ser encontrados na Mesbla ou Sears, mas meu sonho era uma Besta, que não era vendida no Brasil.

    ResponderExcluir
  6. Uma das decepçõesque eu tive foi quando ganhei no Natal um brinquedo chamado "disco voador": tinha uma base com um cordão que se puxava. No topo você encaixava um disco com hélices. Puxando o cordão, as hélices giravam e o disco subia. Vinha com dois discos.

    Logo após ganhar o presente, fui para o quintal, encaixei um disco, puxei o cordão e ondisco foi subindo, subindo ... e caiu em cima do telhado do vizinho. Resultado: perdi o disco.

    ResponderExcluir
  7. Fora isso, sempre ganhamos (eu e meu irmão) brinquedos, embora simples. Eu pedia frequentemente cinturão com revólver. Uma vez meu tio, que trabalhava nas Pioneiras Sociais, nos deu 9 bolas de borracha. Em pouco tempo todas furaram.

    ResponderExcluir
  8. A primeira foto não é anterior a 1963, foi tirada em frente ao 1924 da Epitácio Pessoa, e mostra que era comum deixar uma bicicleta estacionada no descanso, algo surreal atualmente; seria furtada ou seu dono seria arrancado dela e esfaqueado.

    ResponderExcluir
  9. Presentes eram oscilantes. As vezes autoramas, outras bem menos significativas. Me lembro de um trem elétrico com locomotiva que acendia farol. Creio que a lembrança mais antiga foi a compra de bicicleta na loja... Gabriel Habib (ainda existe?) no Centro, creio que no Saara. Almoços de família dia 25, geralmente num clima de verão daqueles. O Natal no Rio era simpático. FF: com esse "toró" lendo o livro sobre o Samuel Wainer. Muito de um Rio anos 60 interessante.

    ResponderExcluir
  10. Fez lembrar um grande amigo, infelizmente já falecido, Jorge Velloso, filho de um dos donos da extinta Casas da Banha (Velloso). Ele colecionava brinquedos antigos e é possivel ver alguns desses brinquedos em alguns restaurantes no Centro da Cidade.

    ResponderExcluir