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quarta-feira, 24 de março de 2021

RESTAURANTE E BAR BOLERO

Vemos  o Bar e Restaurante Bolero, que ficava em Copacabana, na Avenida Atlântica nº 1910, entre as ruas República do Peru e Fernando Mendes. O antigo telefone era 37-9915. Esta rara fotografia noturna do Rio de antigamente, mostra o Bolero, que era conhecido, segundo o Conde di Lido, como um reduto da prostituição em Copacabana. Neste imóvel funcionaram as boates Espírito da Coisa, Catavento, Bolero e, mais recentemente, o bar Top Beer. O carro parece ser um Chevrolet Bel Air 1952 cujas saias traseiras foram retiradas, me disse um especialista.

Nesta foto já publicada por aqui vemos o toldo do Bar Bolero mais ao fundo na foto. Era uma “Help” dos anos 50 e 60.  Em identificação feita pelo obiscoitomolhado vemos, de frente, um Buick 1952, com para-brisas único. Mais atrás, o que parece ser um Henry J, de cor clara, e um Oldsmobile escuro. De traseira, inconfundível, um Henry J, com a janela traseira dividida e muitos cromados, provavelmente de 52 em diante. Um lindo Cadillac 50 conversível, um Chevrolet 49, com uma Rural americana escura ao lado. Mais à frente, visível logo após o Buick, um Jaguar Mk VII preto.


 Nesta foto mais recente vemos o letreiro "Boite Restaurante Bolero". Nos jornais da época eram muitos os registros policiais relacionados com acontecimentos dentre deste local. A boate do segundo andar tinha pequenas luzes no assoalho. Consta que na tentativa de recuperar o lugar, diferentes artistas se apresentavam na boate. Entre eles o cantor Cy Manifold (lembram-se dele?) e Suzy King, a mulher-faquir e encantadora de cobras.  

Suzy King foi protagonista de inúmeros eventos como desfilar fantasias no Baile dos Artistas, passear semi-despida montada num cavalo na Av. Rio Branco, além de exibições de jejum. Na ocasião, em 1959, assinou um contrato para bater o recorde mundial de jejum numa urna na Galeria Ritz, em Copacabana. A proposta era ficar 110 dias sem comer. A firma contratante colocou o Nocaute Jack para vigiar Suzy King. O caso acabou na delegacia, pois houve um grande atrito entre vigilante e vigiada, pois esta foi surpreendida burlando o jejum combinado.


22 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    O texto diz que o restaurante FICAVA na Avenida. O que está hoje no local? Algum estabelecimento do tipo, só que com outro nome? Não passo pela Atlântica há mais de três anos.

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  2. Em tempo: depois de comentar que eu li com mais atenção o texto do primeiro parágrafo, que respondia a minha dúvida...

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    1. Na última vez que passei por lá o local estava para alugar. Fica no Edifício Veneza.

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    2. https://diariodorio.com/casa-de-samba-copa-bacana-e-nova-atracao-da-avenida-atlantica-na-zona-sul/

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  3. Bom Dia! No meu tempo de taxista, conduzi por varias vezes uma criatura que cantava nas boates e inferninhos de Copa e na Cidade também. Um dia ela encontrou um "alguém"que depois de alguns encontros resolveram juntos tentar uma vida a dois.Tinha tudo para dar errado,mas deu certo.Não por coincidência foram morar perto de onde moro. Casaram-se, e hoje ela com seus mais de 80 anos está viúva com duas filhas adotadas e alguns netos.

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  4. Nunca fui ao "Bolero" por uma simples razão: apesar de gostar de muito de mulher, nunca gostei de locais de prostituição ou de "pré-michê", e como nunca fiz uso de bebida alcoólica nem tinha atração por "profissionais do sexo", era um local "fora de minha rota. Mas sei de estórias de vários tipos que ocorreram no Bolero. Nos idos de 1975 um de meus primos e seu amigo estiveram na boate e comeram, beberam, e tentaram sair sem pagar. Foram impedidos pela segurança, e meu tio foi acordado às 3:00 e teve que comparecer à 12ª D.P para resolver a situação. O ano era 1972 e "os tempos eram outros". FF: Tive a informação de que no próximo feriadão haverá uma manifestação de camelôs e ambulantes na orla de Copacabana. Segundo tal informe, irão armados de porretes. A conferir...

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    1. 1969... primera visita al Bolero... y logo também...
      Teve muitas lindas mulheres jovens, que não eram profissinais - e como solteiro, e na epoca da liberdade sexual (ainda não levamos o susto do HIV), a nossa ajuda fincanceira era bemvinda... Precisar de prostituir-se tem muitas faces... a pura sobrevivência é uma delas - serguramente com Covid-19.
      Teve Show de Samba e se Vc. queria ficar sozinho não foi perturbado.
      Coincidencia foi, que muitos anos mais tarde bailé Tango Argentino no mesmo local, que depois de ser Restaurante agora queda fechado faz tempo.

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  5. Desnecessário informar que o DI LIDO era frequentador constante do espaço. Ele e sua turma invadiam e ficavam até o dia amanhecer. O perfume Lancaster denunciava. Agora quem eram os seus companheiros só o JBAN é que sabe. Cartas para redação.

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  6. Luiz, você tirou do fundo do baú o grande cantor Cy Manifold, nascido na Guiana, tendo chegado ao Brasil em 1961, sempre cantando em inglês. Faleceu em dezembro de 2008. Era figura constante no programa Flavio Cavalcanti, na extinta TV Tupi, bem como nas noites cariocas. Lembro de meu pai comentando: "esse cara canta prá caramba!". Boa lembrança.

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    1. Falar em "fundo de baú" lembrei de Pedrinho Rodrigues, que era vizinho no Largo da Segunda Feira. Fazia o estilo "Nat King Cole" versão cabocla e tinha um vozeirão. Cantava na casa de Show "O bigode do meu tio" de propriedade de Garrincha e que depois virou "La Boca". Corriam rumores que Pedrinho seria um dos donos do "La Boca". Morava em uma casa de "altos e baixos" próximo ao Club Municipal. Quanto a Cy Manifold, se ele nasceu em 1961 eu nasci em 1985...

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    2. Joel,o Mauro Marcello não disse que o Cy nasceu em 1961, mas que chegou ao Brasil em 1961.

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  7. Bom dia a todos. Copacabana tem tantas histórias em seus inferninhos algumas policiais, outras românticas e de ficção, que poderiam ser contadas em um livro ou um filme. Frequentei a boate Plaza nos anos 70 vi acontecer muitas dessas histórias.
    PS. Um local que poucas vezes vi postagens no SDR foi o restaurante e boate Roda Viva na Urca.

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  8. Nas décadas de '70 e '80 dei muitas canjas em boates da zona sul mas não as de Copacabana. Meus redutos eram o Leme e o Leblon. No Bolero, salvo engano, só estive uma vez e de passagem. Nada contra o ambiente mas tinha que ter música ao vivo. O Leme era mais rico e variado em matéria de casas noturnas. E foi em uma dessas que conheci o Cy Manifold. Foi na boate que sucedeu ao Drink, na Av. Princesa Isabel, cujo nome não me lembro neste momento (o nome homenageava um personagem boêmio alemão). Tinha uma pista de dança de cerâmica preto e branca, com um piano no canto. Foi umas primeiras na região a ter escaninhos individuais com chave onde os clientes podiam guardar suas garrafas de uísque. Até descobrirem que elas estavam esvaziando mais rápido do que seus donos bebiam. O Cy era muito simpático e se exibia também sapateando. Seu filho andou se apresentando em tempos mais recentes. Havia também outro personagem oriundo das Guianas que era pianista na noite. De dia lecionava inglês em empresas, inclusive na Gillette.

    Conheci muitos personagens curiosos e bizarros na noite do Rio, assim como uma quantidade de causos que daria para preencher um livro. Mas além de uma ou outra contribuição para blogs sobre o tema há muito desisti desses registros. Mas aqui alguns exemplos: Raul Vital Brasil, neto do famoso cientista, louco de pedra mas muito educado, sabia de cor o nome completo dos frequentadores noturnos habituais. Tinha uma coleção de cobras em seu apartamento, inclusive peçonhentas, e vez por outra as levava para passear na noite, aterrorizando suas acompanhantes. Houve um caso famoso no velho Au Bon Marchê que contei no passado em outro fotoblog. Paulinho "Assobiador": Nunca ouvi uma palavra desse sujeito. Para tudo ele respondia com um assovio. Luiz Paulo Gartner Cesar: Paulinho Comandante, piloto da Vasp e um dos maiores mentirosos que conheci na vida. Era apaixonado por uma frequentadora da noite que sempre rejeitou suas investidas. Certo dia ela o abordou e perguntou se ele ainda queria sair com ela. O impacto foi tão grande que o Paulinho tomou um porre e teve que ser socorrido por coma alcoólica.

    E esses simples exemplos só da região do Leme e adjacências. No Leblon seriam outras histórias.

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    1. Lembrei do nome da boate: Graf Bobby. Pesquisei e parece que era um personagem pândego de origem austríaca.

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  9. Minha mãe era cantora da noite nos anos 60 e 70 e fez muitos shows cantando na Bolero e pelo que ela contava, muita gente que ficou famosa depois passou por lá como: Alcione que surgiu na noite tocando piston, Rogéria fazia show lá também !

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  10. Me divertia muito na bolero sensacional tinha um amigo que era guia turístico e nos divertimos bastante com as meninas

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  11. Já curti muito na época da boate Café Del Mar era maravilhoso festa open bar geral muito louco gostaria de saber o q vai ser agora aquele espaço maravilhoso

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  12. Eu morei em cima do Bolero toda a minha vida até casar. Era um ponto conhecidíssimo pelos turistas que chegavam aqui. Hordas de marinheiros estrangeiros lotavam o lugar buscando as moças que ali frequentavam e faziam shows no andar de cima.
    Mas não havia muita concorrência e a gerência era de una familia portuguesa que estava sempre presente no comando, sabe como é.
    O chope era de barril e a cozinha funcionava 24 horas. Uma fábrica de dinheiro.
    Mas, com a morte dos donos a coisa virou e hoje está o que está. Fizeram grandes investimentos ali mas como diz o artigo do JB de 2009, a má gestão venceu.

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    1. A partir de 27/10 será o Copa Bacana, que promete incendiar as noites em Copa. Vamos conhecer!!!

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  13. No mesmo lugar, existiu a Boate Realce, não foi citada nos comentários? Nome do Gerente Sr Wilson Ferreira, na época, se eu não me engano, o proprietário, era Sr Oscar!

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