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quarta-feira, 29 de junho de 2022

EDIFÍCIO STANDARD


Revisitamos hoje o Edifício Standard, na Av. Presidente Wilson. Esta foto foi colorizada pelo Conde di Lido.

Os pais de nosso amigo Nelson Derani Gurgel se conheceram quando trabalhavam neste edifício. E ele relembra alguns aspectos:

 - Os gabinetes da presidência da companhia se localizavam no último andar.

- Havia um restaurante para funcionários dentro do prédio (de administração particular) em que a comida era tão ruim que apelidavam o prato do dia de "bonzo".

- Garçons circulavam por todo prédio, devidamente paramentados, duas vezes por dia, servindo cafézinho aos funcionários.

- Havia uma agencia do Citibank dentro do prédio para uso exclusivo dos funcionários.

- Frequentei o Ed. Standard de 1956 a 1983 e onde meu pai tomava o lugar do administrador do edifício quando ele tirava férias. A Standard Oil, depois Esso, tinha um capricho e xodó especial por este edifício, que era um mundo à parte, cheio de "prestadores de serviços", como os vendedores de gravatas, engraxates e até "corretor zoológico" exclusivo.

- Nos quase trinta anos que visitei o prédio ele era sempre impecável na limpeza, controle e organização.

O Edifício Standard em outra colorização do prezado Conde di Lido. A foto deve ter sido feita do alto do Edifício Lafond. Hoje funciona no local uma instituição do IBMEC. Foi, durante anos, conhecido como "o prédio da Esso", nome da marca que se popularizou neste país como símbolo de distribuidora de produtos derivados do petróleo. Uma curiosidade, notada pelo JBAN, que poucos se dão conta, é que "ESSO" é simplesmente como se pronuncia "S.O." (Standard Oil) em inglês.


O Edifício Standard no início dos anos 30, ainda em construção. A Av. Beira Mar em primeiro plano, com o enrocamento e a sequência das tradicionais rampas utilizadas pelos clubes de regatas situados na Rua Santa Luzia (eram quatro). Em segundo plano a Av. Pres. Wilson ainda com a edificação que anos mais tarde seria demolida para dar lugar ao moderno prédio da Embaixada, e posteriormente Consulado, dos EEUU. 


Foto garimpada pela Conceição Araújo. O projeto foi do arquiteto Robert Prentice. Foi dos primeiros edifícios no Rio de Janeiro a receber ar-condicionado central. 

Foto do acervo do Gustavo Lemos, o desfile do Colégio Aldridge, em frente ao Edifício Standard, no final dos anos 30. Entre as alunas a tia Lea, irmã do pai do Gustavo. À esquerda o antigo Pavilhão dos EUA da exposição de 22, demolido no início dos anos 50 para a construção da Embaixada americana.


Eram comuns os desfiles escolares nesta região nos anos 30. Aqui vemos o Batalhão do Colégio Santo Inácio em desfile na Semana da Pátria de 1936.


Esta foto foi postada pelo Rouen. É de janeiro de 1958 e estamos no inicio da área de escritórios da cidade, final da Av. Rio Branco (mais tarde “Downtown”). Temos ainda lotações que em breve seriam suprimidos do trânsito, eram da marca Mercedes, Deutz e alguns Chevrolets (detalhe para o que aparece em primeiro plano com bagageiro). Como construção temos o belo Ed. Standard da Esso, que está passando por uma reforma. 

Também temos atrás dele o prédio da Embaixada dos Estados Unidos (hoje consulado) e outro belo exemplo déco o Ed. Novo Mundo. 

(Publicação de Hoffman und Campe Verlag - Hamburg)



Foto do acervo de Gyorgy Szendrodi, do início dos anos 70. O belo “oval da Esso” pontificava sobre o Edifício Standard. O anúncio da Iberia estava instalado no Edifício Pan-América (Av. Calógeras nº 6). 


Foto do acervo de M. Rouen. No alto do prédio existiram vários luminosos a saber: STANDARD, STANDARD OIL CO., ESSO EXTRA MOTOR OIL, ESSOLUBE, ESSO simplesmente as letras, ESSO no oval azul e finalmente ESSO no fundo quadrado vermelho.


Foto do acervo de M. Rouen também dos anos 80.



24 comentários:

  1. O quase nonagenário edifício Standard serve de exemplo ao que poderia ser o centro histórico da cidade. Não se pode deixar de lamentar a falta de preservação de inúmeros prédios da região.

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  2. Belíssimos registros de outras épocas. Mostrei ao meu filho essas fotos por um motivo. Ele estuda nesse prédio que hoje sedia a Faculdade de Economia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais-IBMEC. No seu comentário ele fez ênfase a proximidade do mar junto ao prédio mostrada na foto 3, uma vez que hoje a orla está a uma boa distancia do imóvel. Falou que em principio o prédio parece intacto na arquitetura, não tendo "puxadinhos" ou outros apêndices arquitetônicos a não ser as janela que hoje são mais modernas. Quanto ao entorno, em fotos mais atuais, não tem grandes transformações. Um detalhe notado é que na foto 1 tem uma casa. Seria uma residência?

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    1. Na foto 1 é o mesmo antigo pavilhão citado no texto da foto 5.

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  3. É o pavilhão dos Estados Unidos na exposição de 1922

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  4. Olá, Dr. D'.

    O prédio também aparece em foto colorida do fotógrafo alemão Franz Grasser em visita à cidade na segunda metade dos anos 30.

    Em alguns lugares a marca da empresa é Exxon. Há uma música que cita a logomarca da Esso. Os especialistas irão lembrar.

    Na última foto, algo impensável nos dias de hoje, uma propaganda de cigarro. Na terceira, um raro registro do edifício Alhambra.

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  5. Muito boa postagem! O gerente está se superando a cada dia.
    Devia ser muito prazeroso trabalhar nesse prédio, com essa localização e todos os cuidados descritos (menos o “Bonzo não é ração, Bonzo é refeição.”).
    Pela terceira foto percebe-se a existência dos primeiros arranha-céus, inclusive um em forma de pirâmide, que acho não existe mais.
    Na foto 5 aparece o nome da concorrente Texaco.
    Pela foto 8 percebe-se que pouca coisa mudou dos anos 70 pra cá. Talvez só a presença do VLT, que passa em frente ao prédio.
    Ainda nessa foto, dá pra ver a pontinha de um equipamento de construção. Acho que era do metrô.

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  6. A estrutura da ESSO sempre priorizou os funcionários. O marido da irmã de meu pai ingressou na empresa como "office boy" no final dos anos 40 e na ESSO ascendeu funcionalmente através de cursos de gestão, de idiomas, e quando se aposentou no final dos anos 80 ocupava um cargo de direção. Um perfil comum às empresas Norte-americanas, onde a eficiência e a seriedade são obrigatórias. FF: Sugiro a que leiam a "Construção da Maldade", de Roberto Motta. O livro é imperdível e mostra as razões pelas quais a segurança pública chegou ao "fundo do poço" no Brasil e em especial no Rio de Janeiro.

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  7. Trabalhei nessa área deste o tempo de estagiário, em 1978. Em relação ao início do século enormes mudanças. Mais recentemente o fim do Monroe, da 3ª DP e a subida do prédio da Firjan, o fim do Pardellas. Fui advogado da Esso e ia ao prédio as vezes. Belíssima vista. è um local ótimo , a um passo do Aterro. Hoje local abandonado. Com a pandemia e o home office os alunos do IBMEC sumiram e muitos restaurantes quebraram. Até o Delírio Tropical , cujo prédio é do início do século, fechou.

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  8. Quanto ao Ed. Novo Mundo, foi recentemente restaurado e está impecável. Contudo, ainda está desocupado, provavelmente pelas razões que todos já sabemos.

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  9. Bom dia Saudosistas. Salve São Pedro. Hoje também é aniversário (4 anos) do meu neto Henrique "O Pensador", tá sempre com ar de quem está pensando na vida, rs, rs, rs. O prédio da ESSO como era conhecido pelos Cariocas marcou época na paisagem da cidade, quem transitava pela Av. Beira Mar e depois com a construção do Aterro, podia admirar o famoso letreiro da companhia no alto do prédio. O mais marcante destes letreiros na minha opinião foi o com o nome ESSO circundado pela elipse. Infelizmente acho que criaram uma lei que proibiu a instalação destes letreiros no alto dos prédios da cidade. Outro fato triste que mostra o esvaziamento da cidade, é a quantidade de empresas estrangeiras que deixaram o estado, fechando as portas para centena de milhares de empregos, pelos diversos motivos de conhecimento de todos os comentaristas. Vida que segue, as quadrilhas estão aí.

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    1. Isso aconteceu também na Venezuela, está acontecendo na Argentina, aumenta o desemprego, e muitos desses desempregados vão encontrar vaga de emprego no crime.

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  10. Revendo estas colorizações ditas do Conde di Lido e sabendo que hoje em dia ele alega que já não sabe mexer no Photoshop conclui-se que o JBAN tinha razão. Quem colorizava as fotos era o saudoso Vittorio, simpático cãozinho do Conde.

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  11. Bom Dia! Na foto 7 o lotação com bagageiro era o que transportava oa atletas do Vasco da Gama. É um Fargo com carroceria Metropolitana de 19 lugares.

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  12. Infelizmente quase não conheço esse trecho da Beira Mar, mas gosto das histórias da região.
    Sempre acho interessante ver a Esplanada do Castelo quase vazia como na foto 3.
    Na época das fotos dos desfiles a Texaco deu um jeito de colocar um posto de gasolina com uma placa enorme para mostrar presença ao lado da administração do concorrente.
    O tempo que nós estudantes ficávamos esperando quetinhos na "concentração" antes de desfilar era terrível, pelo menos no período de 1969 a 1973, quando a pressão foi grande no pós- acontecimentos de 1968.

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  13. Época em que o Rio era importante.
    Em algum site falavam que esse prédio foi o primeiro do Brasil com ar condicionado. Achei, site o Rioquepassou:
    "O Ed. Standard foi um prédio de escritórios muito avançado para época, inclusive inaugurando o sistema de ar-condicionado central em nossa cidade, e que quase foi abaixo para se contruir algum pavoroso prédio pós-moderno"

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  14. Acho que poucos leem as legendas das fotos.

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  15. Na foto 3, a esquina das ruas Santa Luzia e México ainda não tinha o prédio onde se instalou a 3a. Delegacia Policial e o Instituto de Criminalística, onde hoje é a FIRJAN. Ao lado ou bem próximo há um sobrado de pé-direito muito alto. No sopé da escadaria de madeira que dava acesso ao segundo andar havia uma estátua de Apolo, nu. No segundo andar, na hora do almoço funcionava um restaurante vegetariano; à noite, era uma boate gay. Dependuradas do teto havia muitas caixas de som e luzes coloridas, preparadas para a noitada.

    Os garçons do restaurante eram todos gays. Eu almocei muitas vezes lá, no período em que trabalhei no prédio da ECISA, na primeira metade dos anos 1990. Gostava da comida. Deixei de ir quando, um dia, vi um dos garçons com uma toalha dobrada no antebraço, como é costume dos garçons. Porém, ao retirá-la por algum motivo, observei que o antebraço dele estava cheio de feridas ou manchas esquisitas. Era a época da AIDS. Foi uma pena.

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  16. Nos tempos em que eu tinha carro, acho que nunca o abasteci em postos ESSO. Minha preferência era Texaco, depois Ypiranga e Shell. Raramente Atlantic. Petrobrás, jamais. Quanto à ESSO, não tinha nenhum motivo para evitá-la. Acho que foi mera coincidência.

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  17. Aliás, olhando bem a terceira foto, acho que o tal restaurante vegetariano era naquele prédio de 3 andares que se vê na foto. Diziam as más línguas que os gays, ao subirem as escadas para a boate noturna, alisavam o bilau do Apolo.

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  18. Em adendo ao comentário do Nickolas sobre o Ed.Novo Mundo, tive o prazer de participar do projeto de Climatização e renovação de ar do citado prédio. O interior está impecável com o restauro implantado. Inexplicavelmente o prédio ainda está vazio se não me engano depois de mais de 3 anos de concluída as reformas e restauração..

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    1. Caramba, que legal. Gostaria de conhecê-lo por dentro algum dia.

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  19. verdade. depois que o Vittorio se foi a minha vontade de fazer qq coisa tb se foi... Sem falta modéstia, são colorizações do final da minha participação. Estão muito boas. Aguardo comentários do mestre Nickolas....

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    1. Nobilíssimo Conde, como diria o dono do bar, estão estupendas!

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