CONHECE ESSAS FERRAMENTAS? (2), por Helio Ribeiro
A postagem de hoje é uma
continuação daquela de ontem.
1) ENXÓ
Deve
ser uma ferramenta muito pouco conhecida pelos visitantes. Serve para desbastar
madeira. O nome provém do latin asciola, significando
pequena enxada de carpinteiro. Também
me desfiz de uma recentemente. Era parecida com a da foto.
2) MÁQUINA DE FURAR
Até
poucas semanas eu tinha guardado uma dessas da foto, porém me desfiz dela. Não
sei se foi uma boa medida. Há muitos anos possuo duas máquinas elétricas, sendo
uma com opção de martelete. A outra não tem essa opção, porém sua rotação é
controlável de zero até o máximo, dependendo de quanto se aperta o gatilho
dela. Esta última comprei na Sears, em fins da década de 1970 ou início da de
1980.
3) TRENA DE LONA
Essa mostrada até poderia ser foto da que tenho em casa. Exatamente igual. Comprimento de 20 metros. Como topógrafo eu usava uma trena de aço, de 50 metros de comprimento. Hoje em dia as trenas são de metal flexível, porém só de 2 metros de comprimento. Há também as de raio laser.
4) PLAINAS
Meu padrasto tinha
esses dois tipos, sendo que a plaina da parte superior da foto não era
exatamente igual à dele, mas parecida. Quanto à da parte inferior, da famosa
marca Stanley, era precisamente igual à da foto. Meu padrasto trabalhava numa
firma chamada Mercantil Mineira Importadora, na rua do Lavradio 144, que
importava ferramentas. Assim ele conseguiu essa Stanley, que ainda conservo na
caixa original. Da outra me desfiz.
5) SARGENTO
É uma ferramenta destinada a prender com firmeza uma peça de madeira, metal, plástico, etc, para que se trabalhe nela, seja limando, serrando ou outra atividade qualquer. Normalmente o sargento exige uma bancada ou mesa como lugar onde ele pode ser fixado. Há vários tipos de sargento, tanto no formato quanto no tamanho
6) FORMÃO e GOIVA
Formão dispensa explicações. A goiva é um formão cuja lâmina é em forma de meia-lua ou de V. É usada para fazer entalhes em madeira. Tanto os formões quanto as goivas se apresentam em diversas larguras de lâmina, formato de cabo, etc.
7) ARCOS DE SERRA
Há muitos tipos diferentes desses arcos. Dependendo do tipo, podem ser usados para cortar madeira, metal, plástico, etc. Na foto, o da parte superior é exatamente igual a um dos que tenho, herdado do meu tio. O da parte inferior, em forma de U, era meu terror na escola primária e no Colégio Pedro II, onde era usado para fazermos trabalhos manuais em madeira compensada. Eu detestava esses trabalhos. A serra usada por esse tipo de arco é muito fina e empena com facilidade.
8) NÍVEL DE BOLHA D’ÁGUA
Acho que dispensa explicações. Há alguns tipos diferentes. O do topo da foto é bem antigo. Herdei um assim do meu padrasto. O segundo é um Stanley que comprei numa loja na Central do Brasil, por volta de 1984. Deixei de herança para minha ex. O terceiro é um Guepar que comprei há pouco tempo.
Hoje em dia se usam
aparelhos a laser para indicar nível. Eventualmente pode ser usado nível feito
com mangueira transparente de jardim, cheia d’água, se possível com anilina
para dar contraste. Também é um tipo de nível bem preciso. Usei muito isso
durante as obras do meu sítio, ajudado por minha ex.
Nível de
mangueira é excelente para distâncias maiores, só sendo superado pelo de laser.
Porém este último pode se tornar inviável dependendo da distância e da
claridade do local, que pode impossibilitar a visão do feixe de laser. O nível
de mangueira exige duas pessoas, uma em cada extremidade dela. Não há limite de
distância para seu uso, porém é preciso evitar a formação de bolhas na água,
pois isso provocará erro na medida.
9) TARRAXAS
Usadas para abrir rosca
em tubos de PVC ou de ferro, dependendo do tipo de tarraxa. Na foto, a da parte
superior é para PVC e a da inferior é para ferro. Eu tinha dois jogos de
tarraxas para PVC, da Tigre, para diâmetros diferentes. O jogo para diâmetros
maiores o ladrão roubou do meu sítio. Não levou o menor. Acho que ao me separar
deixei o menor para minha ex.
Meu tio possuía um jogo
para tubos de ferro. Era muito pesado. Os braços eram roscáveis no corpo da
tarraxa e tinham um comprimento de cerca de 50cm cada. Chegamos a usá-lo para
abrir rosca em tubos de ferro para água quente na minha antiga casa no Engenho
Novo. Anos depois me desfiz dele.
Hoje em dia os tubos de
água são soldáveis, dispensando rosca. Há ainda umas tarraxas extremamente
vagabundas à venda, individuais, ou seja, não fazem parte de um jogo. Você
compra especificamente para um diâmetro de tubo. Mas é preciso fazer muita
força para abrir a rosca, pois o braço delas não é em forma de T e é muito
curto.
Abaixo um exemplo dessa
porcaria.
10) MARRETA
Dispensa explicações. Há marretas de vários tamanhos de cabo e peso. Muito usada por pedreiros para quebrar paredes, juntamente com talhadeiras. As marretas de grande porte são usadas para quebrar pedra em obras civis ou em pedreiras.
11) LIMA e GROSA
Limas e grosas são ferramentas
bem parecidas e são usadas para desbastar materiais: as grosas se destinam a
desbaste em madeira e as limas em metais ou plásticos. Todas se apresentam em
várias formas de seção transversal: chata em ambos os lados, chata de um lado e
meia cana do outro, totalmente redondas, triangulares, quadradas.
A foto abaixo mostra um
conjunto de grosas com três tipos diferentes de seções transversais: meia cana,
redonda e chata.
A principal diferença entre lima e grosa é o tipo de superfície de desbaste: nas limas as ranhuras são de espaçamento pequeno e nas grosas são mais espaçadas. Por sua vez, mesmo nas limas há dois tipos de espaçamento: quando bem pequeno ela é chamada de murça; quando maior, de bastarda. As murças dão um acabamento mais fino, as bastardas mais grosseiro
A foto abaixo mostra
uma grosa na parte superior e uma lima na inferior.
--- FIM DA POSTAGEM ----
Meu avô não tinha enxó, nível de bolha d’água ou tarraxas. Eu tenho uma trena igualzinha à da fotografia, herdada do meu sogro.
ResponderExcluirOntem, lendo os comentários, fiquei impressionado com as habilidades do Helio.
É um polímata, é um polifacético.
Como diz o Ptolomeu da Escolinha do Professor Raimundo: "Nem tanto, mestre, nem tanto". Apenas sou curioso e interessado e procuro aprender as coisas. E tive como mestres meu tio e meu padrasto. Mas hoje estou decadente. Não tenho mais nem disposição nem vigor físico nem paciência para fazer o que já fiz antes. Ainda não cheguei ao ponto de chamar um eletricista para trocar uma lâmpada, mas quem sabe este será meu triste fim.
ExcluirEsses fundos do baú têm sido muito interessantes. O pessoal mais jovem não tem a menor ideia de muitas dessas ferramentas.
ResponderExcluirQual é a diferença entre plaina e enxó?
Após breve consulta ao dicionário devo dizer que concordo plenamente com o gerente quanto à classificação dada ao Hélio, que sempre se mostrou uma pessoa com conhecimentos múltiplos e multifacetada.
ResponderExcluirDito isto, informo que não tenho qualquer das ferramentas mostradas na postagem de hoje. (procurei ontem a trena de aço de 2 metros que eu tinha certeza que ainda tinha e ... sumiu.)
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirDas ferramentas de hoje não tenho o enxó nem a trena de lona (só a de metal - uma de 1m, no chaveiro, e duas de 5m). O enxó eu vi uma vez em ação.
Uma vez precisei abrir rosca em um cano de PVC e comprei uma tarraxa da foto de baixo. Está em algum canto da casa. As outras eu não conhecia.
Sobre furadeiras, fora a manual da foto, meu pai tinha uma Bosch desde Madureira, mas não era de impacto. Em um Dia dos Pais, há mais de 25 anos, dei uma de impacto Black & Decker. As duas ainda estão aqui. A de impacto foi usada semana passada.
ResponderExcluirMeu pai também tinha um jogo de serras-copo para furos circulares em madeira e uma serra tico-tico. Essas ferramentas eu nunca usei.
ExcluirTambém tenho um conjunto de serras-copo. Usei muito pouco, apenas para furar traseira de racks para passar fiação.
ExcluirBom dia a todos!
ResponderExcluirExcelente postagem dupla do Hélio. Só posso comentar hoje após a leitura da de sábado e de todos os comentários.
Meu pai chegou ao Brasil em 1954, para trabalhar nas obras e em pouco tempo se tornou um pedreiro de "mão cheia", logo promovido a mestre de obras. Praticamente todas as ferramentas mostradas estão ainda no quarto dos fundos da casa da minha mãe. Um verdadeiro arsenal, algumas até duplicadas. Quando vai alguém fazer algum conserto, mostro o quarto das ferramentas e os olhos dos pedreiros chegam a brilhar, tamanha quantidade de peças.
Legal, Guilherme. Mas olho vivo com as ferramentas. Já tive algumas que sumiram não sei como. Talvez roubadas durante obras em casa.
ExcluirNesses dois dias deixei de postar algumas ferramentas óbvias como chaves de fenda, alicates, martelos, e algumas não tão óbvias mas de uso restrito, como raspilhas, descascador de fios, espátulas, talhadeiras, ponteiros, riscadores de azulejos e outras.
ResponderExcluirCesar, 07:41h ==> enxó e plaina tem utilização completamente diferente. A enxó pode ser usada na carpintaria e na agricultura; a plaina, só em carpintaria ou marcenaria.
ResponderExcluirAlém disso, há as seguintes diferenças:
1) a enxó é usada em madeira bruta, para desbastá-la ou aparar ou fazer pontas. A plaina é usada em madeira lisa ou aparelhada, para tornar sua superfície perfeitamente plana.
2) a enxó trabalha à base de golpes fortes na madeira, no sentido de cima para baixo e em direção ao corpo do operador, traçando um arco no espaço. A madeira costuma estar inclinada. A plaina trabalha num sentido de vai e vem, cortando na ida e retornando sem cortar, normalmente numa superficie de madeira horizontal e relativamente já plana.
3) a enxó pode ser usada em madeira não plana, como galhos de árvore. A plaina, só em madeira já parcialmente plana.
4) cada golpe da enxó tira uma lasca que pode ser relativamente grande e você não tem como controlar esse tamanho nem a espessura dela. Já cada passagem da plaina tira uma lasca bem fina de madeira, de espessura de frações de milímetro e comprimento variável.
Vou colocar links para você ver o uso dessas ferramentas.
Qual o motivo do nome de um tipo de marreta ser chamada de "sexta-feira"?
ResponderExcluirNão consegui uma explicação boa para esse nome. Tem uma versão na Internet, mas não me convenceu.
ExcluirCesar, 07:41h ==> link de uso da enxó; https://www.youtube.com/watch?v=Y_jTSdL800I
ResponderExcluirCesar, 07:41h ==> link de uso da plaina manual: https://www.youtube.com/watch?v=z3vKYFPLCXY
ResponderExcluirA respeito de marretas, elas existem com vários comprimentos de cabo e vários pesos na parte de impacto. Para trabalhos caseiros dá para usar uma de 0,5 kg e cabo curto (cerca de 30cm). Mas em pedreiras e obras o cabo é bem maior e o peso idem, precisando ser manejada com as duas mãos e num arco bem longo, começando na parte de trás da cabeça e golpeando com muita força.
ResponderExcluirLembro que na CINCO houve uma obra em que era necessário partir rochas do solo. Uma máquina perfuratriz, usando brocas longas (mais de 1 m de comprimento) fazia furos na rocha. Depois vinha o pobre operador da marreta, quando talhadeiras eram colocadas nos furos e ele dava marretadas nelas, a fim de partir a rocha. Não me lembro o peso da marreta, mas existem de até 10 kg. Não à toa, o operador da marreta tinha um físico de halterofilista. Teve fim trágico, levando um choque forte e ficando abobalhado e meio paralítico. Sem ligação com o trabalho de marreta.
A respeito do meu comentário acima, lembro que um peão tinha de manter a talhadeira ou ponteiro no lugar, para ser golpeada pela marreta. Obviamente havia o risco de o marreteiro errar o golpe. Por isso o peão segurava a talhadeira ou ponteiro com um alicate longo, parecido com uma torquês, de modo que sua mão ou braço não fosse atingido no caso de a marreta errar o alvo. Senão seria fratura exposta, na certa.
ResponderExcluirObrigado pela explicação Helio.
ResponderExcluirQuanto mais comprido o cabo da marreta, menor esforço para o mesmo resultado. Aplicação de física.
ResponderExcluirO mesmo vale para chaves de fenda ou Philips.
ExcluirAfinal, disse Arquimedes:
Excluir"Dê-me uma alavanca suficientemente grande e moverei o mundo."
(No caso da alavanca, um ponto de apoio também é necessário)
ExcluirAri Toledo com 87 era velho mas Washington Olivetto com 73 era um broto.
ResponderExcluirLi há algum tempo o livro dele DIRETO DE WASHINGTON, muito interessante.
ResponderExcluirFoi um dos grandes da publicidade brasileira e mundial.
Morreu cedo.
Os comerciais da Vulcabras, do cachorro da Cofap, do casal Unibanco, do Hitler para a Folha de São Paulo, do primeiro sutiã para a Valisere, são icônicos.
ExcluirBoa noite Saudosistas. Mais uma bela postagem do Mestre Hélio.
ResponderExcluirAcho que de todas ferramentas mostradas ontem e hoje, só não lembro de ter usado o serrote de bico e o de corte interno, muito usado por fabricantes de joias e também por artesãos que trabalham com pedras, o enxó também com certeza jamais usei.
Todos os demais usei ou nas fábricas ou em casa, tenho um grande armário em um dos quartos de empregada aqui em casa, que está cheio de ferramentas, quando algum profissional vem aqui em casa fazer serviço, é comum emprestar alguma ferramenta que o mesmo não tem.
Na época de estagiário trabalhei em chão de fábrica, onde aprendi a operar diversos tipos de máquinas, desde máquinas de usinagem, estamparia e solda.
Enquanto isso, em Botafogo:
ResponderExcluir"A Performance, em parceria com a SIG Engenharia, anuncia o projeto “Enseada”, um residencial de alto padrão com 44 apartamentos no centro de um dos cartões postais da cidade. A construção será realizada em um terreno de esquina que pertencia à Basílica Imaculada Conceição, que foi desmembrado.
espaço, localizado abaixo do viaduto de acesso à Rua Pinheiro Machado e com fundos voltados para a Universidade Facha, abrigava anteriormente um prédio de poucos andares, utilizado como moradia para as freiras e que estava em desuso.
ExcluirPessoal garimpa qualquer espaço que possa ser usado.
ExcluirAlgumas propagandas do W. Olivetto foram lembradas nas postagens de algumas semanas atrás sobre o tema.
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