A Rua do Passeio começa
na Praça Mahatma Gandhi e termina no Largo da Lapa. A antiga denominação era
Rua Dr. Joaquim Nabuco. Segundo Paulo Berger, nos meados do século XVIII
chamou-se aquele caminho de Ilharga da Ajuda e no vice-reinado de Luís de
Vasconcelos (1775-1790), o qual mandou aterrar a lagoa do Boqueirão e construiu
o Passeio Público, obra de Mestre Valentim, começou a ser conhecido como “caminho
para o Passeio Público ou do Boqueirão”.
O Passeio Público foi
inaugurado em 1783. A denominação de “Rua do Passeio Público” foi alterada por
proposta do vereador José Carlos do Patrocínio, em sessão da Câmara Municipal
de 28/01/1892, passando a se chamar Rua Dr. Joaquim Nabuco. Finalmente, pelo
Dec. 1165 de 31/10/1917, que aprovou a nomenclatura dos logradouros públicos,
ficou estabelecida a denominação de Rua do Passeio.
FOTO 2: Esta fotografia mostra a
região da Rua do Passeio, com o Passeio Público à esquerda. Ao fundo vê-se um
bonde já com tração elétrica, dividindo espaço com um solitário automóvel e
dois veículos puxados por burros. Bem ao fundo da foto, com esforço, são vistos
os Arcos da Lapa. À direita, o início da construção do bairro Serrador.
FOTO 3: Em frente ao cinema Palácio cariocas bem vestidos têm à disposição um filme em Cinemascope, som magnífico, estereofônico, x faixas direcionais e de alta fidelidade. O filme era estrelado por Clifton Webb.
FOTO 4: Vemos o grande movimentos dos bondes nas vizinhanças do prédio da Escola de Música. Fotos do terminal de bondes que havia à esquerda já foram publicadas.
FOTO 5: O bonde "Laranjeiras", nº de ordem 611, na Rua do Passeio em 1936. O prédio da Mesbla estava no término da construção. O Edifício Mesbla seria residencial e comercial.
Em cartaz no Cinema Palácio o filme "Vingança de Mulher" (Dressed to thrill), com a sueca Tutta Rolf e o galã Clive Brook. Sobre o filme: “Rendendo um culto admirável ao amor de uma mulher, este filme luxuoso e moderníssimo, marca a estreia de Tutta Rolf, num romance lindíssimo de sacrifício e renúncia de um coração amantíssimo de mulher que um dia jurou vingança ao homem a quem dedicara toda a sua afeição, toda a grandeza sem limites, do seu sincero amor.”
FOTO 6: Vemos a Rua do Passeio em
1941. Provavelmente a foto foi tirada a partir do Hotel Serrador. À direita
vemos o Cine-Teatro Palácio (onde, em "alta", se pode ler que estava em cartaz o filme "No mundo da
lua") e o prédio da Mesbla. A Rua do Passeio tinha mão-dupla (o automóvel
que se dirige para a Lapa é um Citroën) e uma guarita para guarda de trânsito (coisa do tempo em que havia ordenamento no trânsito carioca). Na época não havia grades em torno do Passeio Público. Os trilhos dos bondes
foram retirados em 1939.
Em “`Passado Perdido”, Cagney é o industrial Steve Bradford, agora na meia-idade, que volta à sua cidade natal para encontrar o filho ilegítimo, que havia deixado em um orfanato vinte anos atrás. Logo ele entra em conflito com a diretora atual da instituição (Barbara Stanwyck), que quer impedí-lo de burlar as leis de adoção e possivelmente arruinar a vida do seu filho agora adulto.
Segundo Obiscoitomolhado o Land-Rover série I passa impávido pelo Volvo PV444, um carro muito bem apreciado no Brasil e nos Estados Unidos. Mais atrás, um Mercury 1952, espera a água baixar. O ano de 1952 foi um salto no design da Ford e toda a linha se beneficiou do novo estilo. Esse Hard-top Mercury Monterey frequentou a minha lista de mais desejados.
Atrás do 10 está um De
Soto 46-48, um Austin estacionado e um carro escuro difícil de identificar. Aí
é a calçada do Plaza, onde eu via os filmes de Tarzan, do tempo do Gordon
Scott.”
Quanto à discussão de ontem achei o comentário de 18:51 do Mário perfeito. Com educação, respeito e bom senso, além das exceções citadas, se pode falar de tudo.
ResponderExcluirQuanto à rua do Passeio acho que atualmente não tem o brilho de outrora tal como o Centro em geral.
Nas fotos de hoje vemos a ilha dos bondes e a guarita para ordenar o trânsito das quais não tenho lembrança. Já deviam não existir quando comecei a ir na cidade.
Dos cinemas acho que foi no Palácio que assisti Lawrence das Arábias. É um filme longo e lembro vagamente de ter tido um intervalo no meio do filme.
Cesar, você tem razão quanto ao filme Lawrence das Arábias. Era uma maratona de quase 4 horas e tinha um intervalo. O curioso é que neste intervalo muitos iam ao banheiro ou iam comprar algo na bombonnière e embora não houvesse lugares marcados todos voltavam para seus lugares ao fim do intervalo.
ResponderExcluirOutra coisa: como está atualmente o prédio do Automóvel Clube do Brasil? Era um prédio maravilhoso e tinham até uma grande pinacoteca por lá. E também era palco de grandes festas de casamento.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirApesar de ter sido frequentador assíduo do centro até 2017, esse trecho em particular não era um caminho usual. Mas fui algumas vezes no prédio da Mesbla, já como Lojas Americanas. Passei uma vez depois de ter ido ao Circo Voador em 1986. Meu irmão ia na Rua das Marrecas.
A foto 1 vai fazer 85 anos.
ExcluirFalando nisso, há exatos 85 anos foi apresentado em uma feira nos EUA o primeiro automóvel com ar condicionado.
ExcluirA rua do Passeio tem em minha memória que nos idos de 70/72 tinha o hábito de ir nas noites de sábado ao colossal Metro Passeio, assistir filmes, e de quebra passear "distraidamente" pela calçada para tirar fotos instantâneas dos fotógrafos de rua. Depois sempre fechava a noitada com lanches na sorveteria da Mesbla, onde servia um belo Sundae. Bons tempos...
ResponderExcluirO Mário em seu comentário das 18:51 disse tudo. Infelizmente há pessoas que se deixam influenciar por esse "cidadão anônimo" e acabam por desistir de comentar. Mas há um outro anônimo que desde os tempos do Docastelo lhe fazia coro e continua no Blog. O Luiz é uma pessoa de mente aberta e saberá lidar com esse "mero aborrecimento".
ResponderExcluirCesar e Eduardo:
ResponderExcluirO intervalo (Intermission) era necessário para troca dos rolos do filme.
As durações de alguns filmes:
Lawrence da Arábia: 216 minutos.
Ben Hur: 212 minutos
Doutor Jivago: 197 minutos
Todos esses tinham intervalo.
O site a seguir, de leitura rápida, é muito interessante:
https://cafequenteesherlock.blogspot.com/2013/12/curiosidades-cinefilas-overture.htm
Faleceram Quincy Jones e Agnaldo Rayol.
ResponderExcluirDo segundo faz tempo que não ouvia falar. O primeiro um CRAQUE!
ExcluirO documentário 'A Noite Que Mudou o Pop" da Netflix sobre os bastidores da gravação da canção/vídeo "We Are The World" mostra uma faceta muito interessante do trabalho do Quincy Jones, responsável pela produção musical.
ExcluirA gravação foi durante a madrugada, após o American Music Awards de 1985 e tinham só aquela noite para faze-la.
Na entrada do estúdio Quincy advertiu os artistas com a seguinte frase: “Deixe seu ego na porta”.
Eu vi no JH reportagem sobre ambos. O Quincy Jones foi um fenômeno e o Rayol, guardadas as devidas proporções, também. Obviamente este último era mais fácil de acompanhar mesmo o seu estilo não sendo o mais atraente para mim. Quincy Jones tinha várias conexões com a música brasileira, incluindo um desfile pela Portela...
ExcluirEssas informações atribuídas a Paulo Berger são muito interessantes. A origem é algum livro? Há dessas informações de todos os bairros?
ResponderExcluirFalando em cinema e compositores, estreou dia 01 na Disney + o documentário "A Música de John Williams", sobre o qual já se falou aqui.
ResponderExcluirEm mais de quatro décadas de carreira, Williams assina temas clássicos como Tubarão , Star Wars , Superman , E.T. , Jurassic Park , a saga Indiana Jones, A Lista de Schindler e muito mais.
Imperdível para que gosta de cinema (e música).
Na área cercada na foto 2 existia o convento da Ajuda, certo?
ResponderExcluirA guarita mais elevada para o (extinto) guarda de trânsito seria ótima. A bandalha na cidade não tem hora nem lugar. Não se ouve mais o "silvo longo" dos guardas, embora nas definições do Código Nacional de Trânsito ainda exista: "SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusivamente pelos agentes da autoridade de trânsito nas vias, para orientar ou indicar o direito de passagem dos veículos ou pedestres, sobrepondo-se ou completando sinalização existente no local ou norma estabelecida neste Código." Ainda existe regulamentação sob consulta: https://www.gov.br/participamaisbrasil/-regulamentacao-sinais-sonoros-gestos-agente-transito-condutor-ciclista
Parece fora de foco da rua do passeio, mas o comentário está tangenciando a guarita da Foto 6.
O filme em exibição na foto 3 é "O mundo é da Mulher" com Clifton Webb, Van Heflin e Lauren Bacall , Ele foi exibido no cine em julho de 1955 ( data da foto)
ResponderExcluirBom dia Luiz, só para registrar, o nome do cinema da foto 3 era Palácio e não Palace como descrito.
ResponderExcluirIa fazer a mesma pergunta do GMA sobre a área cercada ser o Convento da Ajuda depois da demolição.
ResponderExcluirOs apitos dos guardas entraram em desuso. Assim como os guardas de trânsito "boné branco" também sumiram.
Quando criança o meu destino no Passeio era sempre a Mesbla, puxado pela mão da minha mãe.
ResponderExcluirNem precisa dizer que detestava o tempo perdido em seções de roupas e, se tinha, a de calçados, que se não era lá, era em alguma sapataria da região.
Minha primeira carteira de motorista internacional (chamada já há um bom tempo de Permissão Internacional para Dirigir - PID e emitida pelo DETRAN) foi obtida nesse Automóvel Club do Brasil, o DETRAN na época não oferecia o serviço.
ResponderExcluirQuanto à Escola de Música da UFRJ, quando estive na FUJB, participei de uma pequena obra de restauração do auditório Leopoldo Miguez.
Na juventude fui no Metro Boa Vista, ver Indiana Jones e a Arca Perdida, no Palácio vi Cabra Marcado Para Morrer, documentário que teve sua produção interrompida pela "Redentora", voltando 20 anos depois já com atualizações sobre a vida da família retratada.
ResponderExcluirSe não me falha a memória foi lá que vi também Amor Estranho Amor, com Vera Fischer, Tarcísio Meira e uma modelo que tinha ficado famosa após namorar o Pelé.
Dentro do Passeio Público andei comprando moedas antigas para a coleção do meu pai, todas estrangeiras porque entre as nacionais só se fosse do tempo do império, de custo alto, fora do alcance. Do período da república eu acho que não falta quase nada.
ResponderExcluirIsso tem mais de 40 anos, esse tipo de comércio deve estar na Praça XV.
Infelizmente nunca entrei no Passeio, só passando em torno. Minhas notas e moedas antigas foram em parte compradas na Praça XV, mas não na feira de sábado, em uma banca que havia na esquina da Sete de Setembro com Rua do Carmo ou em lojas de numismática. Parte herdei do meu pai, mas muito pouco.
ExcluirNão há dúvida que a área cercada que aparece na foto 2 pertencia ao antigo Convento da Ajuda. Basta observar a espessura de parte limítrofe com a Senador Dantas. Calculo que a data dessa foto esteja entre 1912 e 1916. Eu tenho uma foto de 1909 mostrando o Teatro Municipal ainda em obras e na qual um bonde circula na futura Cinelândia passando "rente" ao muro do Convento da Ajuda.
ResponderExcluirMário 11:01 - o documentário, de apoio a causas humanitárias, é absolutamente imperdível.
ResponderExcluirEduardo 09:56 - os livros do Paulo Berger podem ser comprados na "Estante Virtual". Conheço o do Centro e os dos bairros da Zona Sul.
Mário 10:01 - John Williams está ao lado de Ennio Morricone como um dos grandes das músicas de filmes. Há outros.
Nardini 10:15 - obrigado pela informação.
Colaborador Anônimo 10:26 - obrigado. Nas outras citações o nome "Palácio" apareceu. Nesta citada foi culpa do estagiário.
GMA, WB e Joel - sim, este espaço era onde ficava o Convento da Ajuda. Aí também funcionou durante algum tempo, antes dos cinemas, um parque de diversões.
Do tempo de paredes extremamente grossas e com uma enorme área construída, esse convento deve ter gerado uma quantidade absurda de entulho, cujo destino foi um aterro qualquer, junto com terra de mais algum morro que foi retirado da paisagem carioca da época.
ResponderExcluirBoa tarde Saudosistas. O Passeio Público seria um belo parque se tivesse manutenção e vigilância, para quem trabalha no Centro descansar após o almoço.
ResponderExcluirAs foto mostradas do local são de excelente qualidade, principalmente se olharmos a época em que foram realizadas.
Fui muito aos cinemas Palácio e Metro Boavista, vi ótimos filmes nestes cinemas.
Os prédios ao seu redor, como o antigo automóvel clube, poderiam ser restaurados e abrigar algum tipo de centro cultural ou mesmo uma atividade comercial, pensando bem centro cultural ali não daria a menor procura pelo público.
Convento da Ajuda e Ladeira da Ajuda.... nenhuma proximidade! Só o nome?
ResponderExcluirQuando morei em Botafogo em 1965 sempre ia com minha mãe "à cidade", e uma ida ao restaurante da Mesbla era obrigatório, e para isso tomávamos o ônibus elétrico na Voluntários da Pátria. Também íamos à região do Passeio quando para a consulta com o pediatra, cujo consultório era no Edifício Darke na Senador Dantas. O consultório do Dr. Mário Gonçalves da Fonseca parecia saído de um filme em preto e branco do tipo "Farrapo humano" ou "Os Intocáveis (a série).
ResponderExcluirMorreu o grande fotógrafo Evandro Teixeira.
ResponderExcluirMais um para o obituário do Jornal Nacional.
ResponderExcluirLembrei-me de um amigo que não vejo há muito tempo que dizia quando sabia da morte de alguém famoso:
Excluir" Pô, está morrendo gente que nunca morreu antes ! "
Que nunca morreu antes? Há controvérsias.
ExcluirNão deu outra. Último bloco do JN foi sobre os três.
ExcluirO GMA comentou sobre a Ladeira da Ajuda, um dos acessos ao Morro do Castelo, que também foi chamada de Ladeira do Seminário.
ResponderExcluirConsta que começava na Rua da Ajuda, que por sua vez começava próximo ao Convento da Ajuda, antes da construção da Av. Central.
Boa Ajuda!
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