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terça-feira, 13 de junho de 2017

BONDE


Esta foto do bonde de nº de ordem 6 foi enviada pelo prezado Helio Ribeiro. Vemos o bonde com reboque trafegando na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Santa Luzia.

Curiosidade: em 15/04/1902, às 17h30, quando mais intenso era o movimento de bondes da Cia. Jardim Botânico, rompeu-se um fio da rede de tração elétrica, paralisando por completo o respectivo tráfego.

Ficaram então todos os bondes subitamente imóveis e nos largos da Carioca e do Machado o povo foi se aglomerando rapidamente. Houve esperança de que aquela interrupção fosse rápida mas tal não aconteceu.

De repente, do meio da multidão, veio o grito de "QUEBRA!".

Muitos bondes foram destruídos e veio, para conter a turba, numerosa força de cavalaria.

O tráfego foi restabelecido às 19h10, voltando os bondes a circular.

Mas a revolta continuou e um grupo queimou um bonde em frente ao Palácio do Catete, exigindo a intervenção do próprio Chefe da Polícia, Dr. Edmundo Moniz Barreto.

Outro incidente se deu na Rua Voluntários da Pátria exigindo do delegado Dr. Paulino de Carvalho, com auxílio da patrulha de cavalaria, intervir, não antes dos turbulentos destruírem o bonde.

22 comentários:

  1. Que cidade bonita era esta do Rio de Janeiro. É o prédio do Supremo Tribunal Militar?

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  2. Belos prédios, mas deles nada sobrou e no lugar do tradicional bonde elétrico e aberto agora temos os bondes também elétricos porém fechados e chamados de VLT.
    Só que no caso da foto o bonde já estava tomando o rumo da Av. 13 de Maio para depois contornar o Hotel Avenida Central.

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  3. Bom dia. Esse prédio deu lugar a um prédio, mas qual seria? Naquele tempo a civilidade e a educação do povo carioca já dava mostras! Depredação de bondes aconteceria também em 1904 por ocasião da revolta decorrente da obrigatoriedade da vacinação. Essas manifestações eram espontâneas. Hoje em dia, as depredações e os incêndios de ônibus praticados por moradores de favelas são orquestrados por traficantes que agem a mando de políticos, cujo objetivo é desestabilizar a ordem vigente e promover o caos.

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  4. Longe de duvidar da localização, mas na Rio Branco não passava bonde; ou estaria o bonde na calçada do Convento?

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  5. Bom dia a todos. Que belas construções.
    Em que ano foram demolidas?
    E a Seleção Brasileira tomou um café da manhã lá na Austrália.

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  6. Segundo consta,nos anos 50 também foram registrados alguns movimentos contra os bondes em função do serviço precário oferecido,ou não?Embora considere o bonde um assunto fantástico,sempre questiono o seu funcionamento como "um todo".Recentemente vi alguns documentários no YouTube e a coisa parecia sofrível.Com a palavra os especialistas.

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    1. Nos anos 50, o mais conhecido é o movimento estudantil contra o aumento da passagem, mas o serviço precário também pode ter sido motivo.
      Com certeza algumas linhas tinham que acabar, mas algumas poderiam estar por aí, principalmente nas avenidas mais largas e o VLT prova que é possível. Li na internet que o maior movimento é na hora do almoço.

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    2. O Hélio Ribeiro é o "papa" do assunto, mas vou dar alguns pitacos. Embora os motivos sejam semelhantes no país, vou falar apenas pelo que ocorreu na Guanabara. A deterioração do serviço de bondes foi uma ação orquestrada durante anos pela administração do D.F e depois pelo governo da Guanabara. A Light ficou durante anos seguidos sem poder aumentar o valor da tarifa, e isso foi a causa principal da deterioração de serviço já que não havia investimento. Daí o serviço ser precário. Em 1960 terminaria a concessão da Cia Jardim Botânico e em 1963 a da Light, e ambas demonstraram não querer renová-las. O resto todos já sabem. Com a mesma tática o governo federal destruiu e extinguiu a malha ferroviária brasileira, sempre deixando de investir para em seguida desacreditá-la junto ao público para então extingui-la. E atualmente, com exceção dos subúrbios, não existem mais trens de passageiros no Brasil. O bonde se modernizado, estaria prestando bons serviços atualmente. Veja o caso dos V.L.T.s, que nada mais são do que bondes modernos. FF. O MPRJ entrou com uma ação cível no Tribunal de Justiça para que o serviço de V.L.T.s fosse desativado, alegando que apresentava "perigo para a população. É claro que o pleito não foi considerado pela justiça e o MPRJ foi derrotado em sua pretensão. Não é difícil imaginar que "outros interesses" estivessem por trás do pedido do MPRJ. Afinal ele como "fiscal da Lei", tem como atribuição constitucional, "zelar pelo interesse público." Só que o conceito de "interesse público" na ótica do MPRJ causa espécie, já que esse mesmo "zeloso e operoso fiscal da lei", permitiu que Sérgio Cabral e sua quadrilha destruíssem o Rio de Janeiro, ficando "impassível" ou algo mais durante Seis Anos.Foi preciso que o eficiente M.P.F fizesse um brilhante trabalho para desbaratar tal quadrilha...

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  7. E o bonde de Santa Teresa? Funcionado e ainda restrito no percurso e nos horários?

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  8. Os VLTs, bondes modernos do Rio, me encantaram quando estive aí. Funcionam muito bem, são confortáveis, com curtos intervalos e nos livram de penosas caminhadas como, por ex., da Sete de Setembro até o SDU.
    Esse negócio de quebrar bonde é coisa do Duduco...

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  9. Considerando que a data da foto esteja correta é preciso levar em conta que a Av. Rio Branco foi inaugurada em 07/09/1904. Portanto na referida data, 15/04/1902, a Pr. Mal. Floriano Peixoto, nome original, nem existia. Daí a posição do bonde. Quanto às antigas edificações a da direita era o primeiro residencial luxuoso da cidade, o edf. Lafond, hoje o comercial edf. Rio Branco. O da esquerda estou na dúvida mas, salvo engano, era próprio militar, pois deu lugar ao Clube Militar.

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    1. Não sei a data na foto. A data mencionada foi citada apenas para relatar uma curiosidade nos primeiros anos do século XX. Daí a confusão.

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  10. Boa tarde a todos.
    Nunca havia visto dessa foto antes. Muito bonita por sinal.
    Nem também conhecia tais edificações.
    Confesso de que eu acreditava de que a primeira revolta popular no Rio de Janeiro fosse da Revolta da Vacina em 1904.
    Essa revolta contada pelo Luiz D. não conhecia.
    Em 1958 houve da revolta contra o aumento da passagem das barcas.
    Penso que em todas as manifestações populares sempre há aproveitadores, e não é só aqui não, é no mundo todo.

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  11. Joel,gostei das suas explicações. Os documentários que vi no You Tube só mostram a parte negativa da atividade,parecendo no caso,uma propaganda governamental com o objetivo de mandar o serviço para longe.Não sei se os VLTs implantados no Rio estão agradando a população como "meio de transporte",mas para nosotros como turista, é show.Não sei se no esquema atual daria conta de uma demanda maior.Nas cidades europeias em que vi transporte similar também não posso dizer da sua eficiência,pois como turista muda a coisa.Para avaliar só o dia a dia...Grato pelas informações.... Quanto ao FF,ouvi esta cantilena e entendi como "brincadeira".Tem horas que o MP parece uma DP daquelas bem arcaicas....

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    1. Belletti, o V.L.T está "incomodando muita gente", mas é um excepcional transporte de massas e apesar de a sua lotação ser de 430 passageiros, só anda lotado. Mas existem "mistérios a serem desvendados". A Linha 2 está "temporariamente" com ponto final na Praça no Campo de Santana, apesar de que seu traçado definitivo está pronto e em condições de funcionar. Segundo um "passarinho me contou", a referida linha 2 ao cruzar a Presidente Vargas e diversas ruas da região, se conecta com a Linha 1 na região do Santo Cristo, e com isso muitas linhas de ônibus que circulam no centro do Rio perderiam público, pois essa ligação faria com que muitas pessoas deixassem inclusive seus carros em casa. Isso sem contar que essa ligação desagradaria o tráfico de drogas na região, pois traria muito policiamento e muita visibilidade. E como no Rio e no Brasil a politica, o tráfico, os interesses escusos, o judiciário, e o ministério público andam "abraçados", tudo é possível. Eu costumo afirmar com total convicção que a única afirmação pela qual eu "ponho minha mão no fogo" é que que minha mãe "não é mais virgem"...### Paulo Roberto, o caso dos bondes de Santa Teresa é mais grave porque ocorreu um deliberado múltiplo homicídio, nunca apurado com seriedade, e onde interesses escusos do antigo Secretário de Transportes, por sinal "homem da Fetranspor", faziam parte da lama que foram os governos de Sérgio Cabral. Até hoje a "reforma" se arrasta e o trajeto é pífio.

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    2. E o culpado pelas seis mortes foi o...motorneiro que também morreu.

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  12. À esquerda o Clube Militar. Na outra esquina o Edifício Lafond.

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  13. Rara foto do bonde carioca,mas pelo que eu sei não havia bondes na Rio Branco. Pelo jeito o ¨quebra quebra¨ vem de longe.

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  14. Aqui Helio Ribeiro. Infelizmente a foto não está datada. Obtive-a no Museu da Imagem e do Som. Com base na explicação do Docastelo quanto à ainda não existência da Praça Floriano, e comparando com textos e fotos da Internet, cheguei às seguintes conclusões, que espero estejam corretas:

    a) o edifício-sede do Clube Militar (o da esquerda na foto) foi inaugurado em 1910, o que delimita a data mínima da foto. Já o Lafont data do início da década de 1910, não servindo de balizamento, já que o ano de sua construção não consegui descobrir.

    b) até 1911, quando o convento de N.Sra. da Ajuda foi demolido, havia um estreitamento na que é atualmente a Praça Floriano.

    c) em virtude desse estreitamento, os bondes da Jardim Botânico, provenientes da Zona Sul, faziam um percurso que ia até quase a rua Santa Luzia, quando então dobravam à esquerda, junto à avenida Rio Branco, para então se dirigirem para a rua 13 de Maio. Se olharmos bem a foto, veremos que o alinhamento do carro-motor não é o mesmo do reboque, indicando que o bonde estava no fim de uma curva.

    d) assim, retifico a minha informação dada ao SDR de que o bonde estava na Rio Branco. Na verdade, houve uma linha singela nessa avenida, durante as obras de abertura. Não tenho maiores informações sobre ela, mas há fotos na Internet que mostram bondes circulando na linha. Não sei se por coincidência, as fotos sempre mostram os bondes se dirigindo para o fim da Rio Branco (ainda em construção).

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  15. Aqui Helio Ribeiro. Por incrível que pareça, desde a inauguração dos bondes a burro no Rio, em 1868, o preço da passagem era de 100 réis para alguns percursos e 200 réis para outros. Tenho fotos datadas de 1941 em que o preço da passagem ainda era de 200 réis, sendo logo a seguir convertido para 20 centavos de cruzeiro, após a mudança do padrão monetário, em 1942. Portanto, de 1868 a pelo menos 1942 o preço da passagem permaneceu o mesmo. Não há como culpar a Light pela deterioração dos serviços, principalmente durante os anos da II Guerra, quando houve limitação de importação das peças que eram usadas nos bondes e que provinham dos EUA.

    Quanto a depredações de bondes, por causa de aumento de passagem, houve várias, sendo as piores as de maio de 1956 (dias 17 e 31), promovidas principalmente por estudantes. Outra grande depredação ocorreu em 10/10/1961. Greves dos bondes (e às vezes dos transportes em geral) também houve várias. Como é de praxe, tão logo o governo assumiu o serviço de bondes, a primeira medida foi aumentar o preço das passagens, o que era negado à Light. Canalha é canalha, sempre.

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  16. Continuo a mandar a corneta só para sapear aquele anônimo enjoado: amanhã é dia de queda.Se não ganhar muito bem da Ponte Preta o Zé Ricardo vai ser rifado levando o Muralha junto.A sorte é que o Emerson não vai jogar,pois se estivesse em campo e metesse um gol seria festa completa.A derrota de hoje será a salvação amanhã.

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  17. Boa noite !
    Na minha modesta opinião, vários foram os motivos para o não funcionamento dos bondes como desejado. Um deles foi o aumento de automóveis rodando na cidade, para o que, com a implantação da indústria automobilística, esse ponto fôsse bastante agravado. Neste aspecto, a pá de cal (não levando em consideração o lado político/comercial que, tenho certeza que aconteceu, o que foi demonstrado pelo congelamento das tarifas), foi a falta de linhas dedicadas, exclusivas para o bonde, o que fez com que, praticamente, o trânsito urbano, principalmente no centro da cidade, se transformasse em um nó, sem possibilidade de ser desatado.

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