A foto 1 é do acervo do Correio da Manhã e a foto 2 é de autoria do pai
do Andre Decourt.
Corria o ano de 1967 e o Estado executava grande desapropriação no
Catumbi. A Comissão de Moradores, encabeçada pelo padre Mário e com sede na
Igreja N.S. do Salette, se opunha, fazia manifestações, pendurava faixas.
A rua desta foto parece ser a Emília Guimarães. Outras ruas como
Coqueiro, Dr. Agra, Bento Salgueiro, Chichorro, Pedro Mascarenhas, Van Erven,
Valença, Padre Miguelinho, José Bernardino e João Ventura também protestavam contra
o Estado.
Em 1947, durante o Governo Dutra, na administração do prefeito Ângelo
Mendes de Moraes, começou a construção do túnel Catumbi-Laranjeiras, como parte
da Linha Lilás, iniciativa que resultou num plano de alinhamento e projeto de
alargamento das ruas do Catumbi. As obras ficaram paralisadas por 14 anos,
mantendo em “suspense” os moradores.
Em 1961 as obras recomeçaram e o bairro começou a se valorizar pela
possibilidade de ficar mais próximo de Laranjeiras, Copacabana, Botafogo e
Cosme Velho. A população alegava que o Estado pretendia desapropriar todo o
Catumbi a baixo preço para depois revender por somas fabulosas.
O texto da
segunda foto é do Decourt: “Essa foto faz parte de um razoável conjunto de
imagens onde meu pai à época como um dos arquitetos responsáveis pela expansão
do sistema viário da cidade tentava preservar uma parte do conjunto urbanístico
do Catumbi e Cidade Nova da destruição que era planejada no local.
Vemos em
primeiro plano a esquina das ruas do Catumbi com João Ventura. Nessa época a
Rua do Catumbi era um das vias de descida do transito do Túnel Santa Bárbara,
tendo ganho alguns elementos do mobiliário urbano do túnel como o sistema de
iluminação por luminárias que usavam lâmpadas fluorescentes, as quais nessa
imagem não aparecem.”
No final o
que aconteceu foi uma grande destruição do bairro do Catumbi.
PS: interessantes
o Gordini e o Corcel dos primeiros tempos.
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Durante muito tempo esta região virou uma terra arrasada. Atualmente ali pela altura da Cidade Nova muitos prédios foram construídos e há bastante comercio e restaurantes por ali. Já a parte mais próxima do Sambódromo ainda ficou muito degradada. Também o aumento da violência contribuiu para piorar a situação. Louvável a luta do pai do Decourt em humanizar a região. Sempre gostei desse modelo de Corcel.
ResponderExcluirA primeira foto é tipica dos anos 60 e o Gordini é uma referência. Desapropriação parece ser um problema sempre,onde normalmente parece que o poder público quer ferrar o contribuinte e alguém sempre levar vantagem. Um espanto!!
ResponderExcluirFF:ontem em Brasília a coisa ficou meio que tragicômica.Lembrei das torcidas xingando o juiz.Um novo espanto!!.
Assim como a Av. Pres. Vargas, a chamada "Linha Lilás" fez o seu "arrasa quarteirões".
ResponderExcluirProvavelmente muitos rumaram para as favelas.
Interessante que a história se repete, sempre com a cidade enfrentando os mesmos problemas, e bairros sendo destruídos e desvalorizados, nunca ao contrário salvo onde o poder aquisitivo e o interesse politico é maior. O Catumbi nunca se recuperou.
ResponderExcluirBom dia. Uma pequena correção" A foto colorida não pode ser de 1967, já que o Corcel foi lançado no Brasil no segundo semestre de 1969. Já a primeira foto certamente é de 1967. O Catumbi praticamente deixou de existir como bairro no decorrer de 50 anos. O túnel Santa Bárbara foi inaugurado em 1964 mas o seus acesos na época eram limitados, mas suficientes para a época. Os imóveis situados no final da rua dos Coqueiros foram demolidos antes da inauguração e a linha de bondes Itapiru-Barcas, cujo "rodo" ficava no final da rua, foi a primeira linha da zona norte erradicada em 1963. O lado esquerdo da rua do Catumbi e outras menores foram literalmente arrasados com a construção do complexo viário do viaduto 31 de Março. Um conjunto residencial popular foi construído no no entroncamento da rua dos Coqueiros e Dr. Agra, ocupando grande parte da região. Quem não conheceu a região até o final dos anos 70 não tem ideia da dimensão do "estrago".Por outro lado, a quantidade de favelas criadas naquela região faz do local uma região de altíssimo risco. Transitar de carro ali é temerário.
ResponderExcluirO Corcel foi lançado em 1968. O modelo cupê que aparece na foto em 69.
ExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirPor mais de dez anos passei pelo Catumbi indo ou voltando do trabalho. Vi a cicatriz causada pelas obras, primeiro do túnel e elevado e depois do Sambódromo.
Cheguei a postar fotos da construção da Linha Lilás no finado fotoblog.
Bom dia senhores. Tive uma agradável surpresa com a publicação das fotos no dia 24/6(Fundo do Bau)da premiação do Concurso Sherlok do ano de 2010. Já se passaram 7 anos e a grande maioria da foto ainda está firme e forte entre nós.Eu,com muitos quilos a mais, DI LIDO e seu charuto, Dr.D'(esse não mudou nada), JBAN, Tio Lino, Tia Nalu e outros que agora a memória me foge, estávamos lá no Degrau confraternizando. Como diria o Do Contra: Bons tempos...com cheiro de naftalina.
ResponderExcluirGuardo inúmeras fotos dos encontros do SEMPRE sejam na Sede Campestre, sejam nos barzinhos da vida.
O Catumbi foi praticamente devastado como também o Largo do Estácio. Coisas da modernidade.
Essa rua Van Erven é acesso a uma grande favela. Lembro dela pela frequência que este endereço constava nos pedidos de ambulância do Souza Aguiar.
ResponderExcluirOs acessos à Santa Teresa pela rua Paula Matos, Padre Miguelinho, e demais ruas, possuem segurança precária e que tenta usa-las para fugir de engarrafamentos, coisa que muito fiz, sofre serio risco.
ResponderExcluirO Corcel I parece uma transição entre os modelos da década de 50 e os da década de 80. O projeto, iria substituir o Gordini, foi herdado da extinta Renault do Brasil pela Ford. O motor chegou a equipar o Gol numa versão 1000 com injeção eletrônico pela AutoLatina.
ResponderExcluirO projeto do Corcel foi herdado pela Ford quando comprou a extinta Willys Overland do Brasil, que manteve vários projetos com a Renault francesa, p.ex.,Willys Interlagos (Renault Alpine). Nessa época, a Renault nem cogitava em ter filial no país.
ExcluirReginaldo Martins
Reginaldo, obrigado pelos esclarecimentos.
ExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirO problema maior não é se o bairro foi ou não arrasado. O problema maior é a favelização que ocorre em todo o Rio de Janeiro, especialmente na Baixada e Zona Norte, bem como a violência em níveis de guerra que enfrentamos.
Não sei o porque e isso não é exclusivo do RJ não, mas em muitas cidades do Brasil e do mundo, sempre que se constrói um viaduto ou túnel o entorno fica completamente desvalorizado.
É algo que acontece e preocupa não somente moradores das imediações mas o próprio Governo e a iniciativa privada quando constrói essas coisas. O que fazer ao redor ou como manter a qualidade ao redor é que é o grande X da questão.
Outra coisa e só para implicar: Se a primeira fotografia é de 1967, e em 1967 vivíamos nos chamados Anos de Chumbo, Ditadura, Repressão, e o que mais assim desejarem, como conseguiram fazer da manifestação se isso era proibido, por mais que ainda não tivesse ocorrido do AI-5, o que de fato só ocorreria em fins de 1968? Como conseguiram, é a dúvida.
Wolfgang, vou tentar responder a sua pergunta, se a gerência não passar a tesoura. Protesto havia e era permitido, desde que não houvesse baderna. E nesse caso, "o pai comia". Se você conhece os fato ocorridos naquele tempo, a esquerda radicalizou a partir de 1968, e o resto você já sabe. Hoje tudo é permitido, desde passeatas agressivas, passando po incêndios em ônibus causados por moradores de favelas, até a ação dos Black Blocs comandados por políticos. Tudo é permitido, e o resultado você conhece. Antigamente havia respeito, e ocasionalmente algum estudante levava uns cascudos dos militares em passeatas, mas fazia parte do jogo.
ExcluirEm tempo: Os erros na postagem anterior se devem ao fato de o comentário ter sido digitado no ônibus em que estava.
ExcluirA passeata dos Cem mil foi pacífica e sem incidentes e foi a última antes que as " coisas esquentassem" e a daí até a promulgação do A.I 5 em Dezembro, as ações violentas foram continuas.A morte do garçom Edson Luís baleado por um P.M em Março foi o começo de tudo.A imprensa noticiou que Edson Luis era estudante, mas era apenas um garçom.
ExcluirEsse negócio de estudante levar cascudo era comum,mas os militares da P.Aeronáutica eram odiados.Patrulhavam a praça 15 e arredores e quando aparecia algum "gajo" metido a valente...
ExcluirNão sou Do Contra mas essa velharia tinha que desaparecer.Só havia ali "anexos de prostíbulos",clubes decadentes,"pontos de bicho",cheiro de mofo e bolor,esgotos furados,casas do tempo do onça caindo aos pedaços,e muita sujeira,sem contar com aquele horroroso cemitério.Já foi tarde.
ResponderExcluirBom dia a todos. Conheci muito bem esta área antes do bota a baixo e agora. Se antes era ruim, hoje com certeza é muito pior. O problema da região não foi o bota abaixo, mas sim a complacência das autoridades do governo do estado, que fizeram vistas grossas a favelização desta região, assim como outras regiões da cidade que também foram favelizadas. E se hoje a cidade está quase que 50% favelizada, daqui as 20 ou 30 anos estará praticamente 100% favelizada. Sem um governo de pulso forte para mudar esta situação, fazendo uma limpeza do legislativo, executivo e judiciário, o Brasil brevemente se transformará numa Venezuela com exponencial proporcional ao seu maior tamanho territorial em relação a tal País.
ResponderExcluirTriste País é o Brasil, com estas pessoas que hoje ocupam o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
Tia Nalu sempre foi contra desapropriações.Agora é contra ilações.
ResponderExcluirBoa Tarde! Hoje os jovens Esquerdomaniacos mesmo sem terem vivido na época falam mal dos anos de Chumbo. Bons tempos! Nessa época se podia andar tranquilo de madrugada,podia ver uma corrida de submarino numa boa,Tinha emprego para escolher,ninguém confiscou poupança de ninguém,o IPTU não aumentou,ninguém congelou os preços.Tinham os descontentes sim. Prova está na primeira foto. Se tivesse uma lei obrigando a empreiteira antes de iniciar a obra construir primeiro os prédios para o reassentamento,as demolições aconteceriam sem protestos.
ResponderExcluirAo contrário daquele outro Anônimo que falou algumas bobagens referentes ao Sampaio,este de hoje que comentou as 11.00 hs é uma pessoa de bom senso.Como se costuma dizer aqui mesmo no fotolog,ele roubou meu comentário,falando a pura verdade sobre a região.Olhem bem para a primeira foto e deixem de observar as faixas e os autos.O que vai restar?Um local totalmente insalubre e decadente e que estava fadado a viver dias piores.Se as favelas tomaram conta da área é outro departamento.Pelo menos hoje apareceu uma alma que concorda com Do Contra e não fica resgatando as velharias de antanho em nome da nostalgia.Tenho que ser a favor deste comentário,mesmo sendo Do Contra.
ResponderExcluirUm tio avô que morava perto da rua Dr.Agra me dizia que o Catumbi foi em séculos passados um local muito elegante,com casarões suntuosos e muitos sobrados onde moravam famílias de posses e que o escritor Machado de Assis fazia esta referência em suas obras.Dizia ainda que a coisa começou a ficar complicada quando o bairro foi invadido por ciganos que passaram a ficar ali em caráter quase permanente,para desespero dos antigos moradores.O Tunel parece que veio complicar e também as comunidades vizinhas.Nunca levei estas histórias do meu tio a sério.
ResponderExcluirPeralta, ó implicante fedelho, qual ilação, qual nada! Com tia Nalu é pão pão, queijo queijo.
ResponderExcluirKKKKKKK lendo o comentário que fala dos ciganos lembrei dos velhos tempos do SDR lá no Terra,onde a comentarista Alcyone vivia em guerra com uma leva deles lá no Jardim Eulina.Um espanto!!!!
ResponderExcluirMorei aí, em 1960 e frequentava a Igreja Batista de Catumbi que ficava do lado esquerdo de quem vem da Frei Caneca. Creio que, depois da Rua Valença havia uma ligeira subida, onde morei. A paisagem está irreconhecível. Considero que para modernizar não precisa tanta descaracterização.
ResponderExcluirMorei na Rua Catumbi, 103 em uma vila, ao lado da Vidraçaria Salete, se tiver fotos dos anos 60 e puder enviar-me agradeço.
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