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domingo, 27 de maio de 2018

ZEPPELIN




No aniversário do JBAN, nada como fotos do Zeppelin para homenageá-lo e relembrar os tempos do “Voando para o Rio”.
 
Na primeira foto (seria uma montagem?) vemos o Graf Zeppelin - LZ127 sobrevoando o Palácio Tiradentes. Ele é mais alongado, a cauda termina em ponta e a gôndola abriga a cabine de comando e de passageiros. Media cerca de 275 metros. A foto poderia ter sido tirada do edifício do JB na Av. Rio Branco? A parede branca do lado direito seria do Ed. Guinle? E a fachada neoclássica do lado direito seria daquele prédio grande que havia na esquina da Rua do Ouvidor? Há uma série de casas na parte de baixo da foto que devem ser na Sete de Setembro. Mas é interessante a série de telhados "europeus", com águas-furtadas, que parece ser uma "vila", porque não passa nenhuma rua por ali.
 
A segunda foto é uma cópia do bilhete de uma viagem do Zeppelin em nome do proprietário de famosa mansão em Copacabana, William Nordschild, em 1º de julho de 1933, Friedrichshafen, Pernambuco, Rio de Janeiro.
A terceira foto mostra o Graf Zeppelin em 25 de maio de 1930, pousado no Rio.
Foi a primeira viagem entre a Alemanha, de onde decolou de Friedrichshafen no dia 18 de maio, e a América do Sul. Após pousar em Recife no dia 21, chegou ao Rio no dia 25, onde desceu no Campo dos Afonsos. Os alemães construíram o campo de pouso de 80 mil metros quadrados em Santa Cruz, onde edificaram um hangar de 270 metros de comprimento, mais de cinquenta de altura e outros tantos metros de largura. Recebeu o nome de aeroporto Bartolomeu de Gusmão, atual Base Aérea de Santa Cruz. No local instalaram, ainda, uma fábrica de hidrogênio para abastecer os dirigíveis e uma linha ferroviária, ligando-o à estação D. Pedro II.
Na última foto, em mais uma estupenda colorização do Reinaldo Elias, vemos o Graf Zeppelin em 25 de maio de 1930, no hangar de Santa Cruz.  O Zeppelin tinha mais de 200m de comprimento, 5 motores, transportava 24 passageiros e cerca de 45 tripulantes e um volume de 105.000 m³, sendo o maior dirigível da história até a data de sua construção em 1928. Sua estrutura era baseada numa carcaça de alumínio, revestida por uma tela recoberta por lona de algodão, pintada com tinta prata, para absorver o calor. Dentro dela, existiam 60 pequenos balões inflados com gás hidrogênio, juntamente com os seus 5 motores Maybach, com 12 cilindros, desenvolvendo até 550 HP (máximo) cada, alimentados com um combustível leve, o Blau Gas e gasolina, que o mantinham no ar, a uma velocidade de até 128 km por hora. Tinha capacidade de carga para até 62 toneladas.
Quem observava de fora a silhueta elegante e inconfundível do Graf Zeppelin, não imaginava o conforto que a gôndola proporcionava para os passageiros. Possuía banheiros, sala de jantar e estar, cozinha, e salas de rádio e navegação. O Graf Zeppelin, contava ainda com 10 camarotes, com dois beliches cada um, que confirmavam a fama de "hotel voador". A passagem, na época, custava 6.590 réis. Não era permitido fumar a bordo durante toda a viagem. Era verificado no embarque se nenhum passageiro portava isqueiros ou fósforos.
Os números da obra para a construção do aeroporto em uma área de cerca de 80.000 m², doada pelo Ministério da Agricultura, no bairro de Santa Cruz, eram faraônicas: o hangar, assentado sobre 560 estacas de sustentação, media 270 m de comprimento e tinha 52 m de largura interna, todo ele construído com peças de aço trazidas semi-prontas por navio desde a Alemanha. O vão livre central tinha 70 m. Os portões, em ambas as extremidades, eram constituídos de duas folhas. O portão principal, no setor Sul, podia ser aberto em apenas seis minutos, com o auxílio de motores elétricos. Tudo isso já estimando a sua utilização para a operação do Hindenburg D-LZ129, de dimensões ainda mais extravagantes do que as do já extraordinário Graf Zeppelin.
Cerca de 5.000 homens trabalharam alternadamente na construção do complexo aeroviário do hangar. Um terço da mão de obra era de origem alemã. O brasileiro Augusto Mouzinho Filho, que esteve presente desde o início das obras e durante todo o tempo em que o Zeppelin frequentou o Brasil, contava que a Luftschiffbau Zeppelin pagava um tostão para cada metro quadrado do terreno e 16 contos de réis para cada viagem que realizasse para o Rio. Uma espécie de taxa de utilização do aeroporto, estipulada de "pai para filho", e que servia para amortizar os 30.000 contos de réis que o governo havia adiantado à própria empresa, encarregada ela mesma de construir o hangar via Companhia Construtora Nacional Condor.
 As novas instalações previam ainda a construção de uma usina com capacidade de produzir 3.000 m³ de hidrogênio por dia, além de depósitos de gasolina e óleo, mastro de amarração e outras instalações. No ano seguinte, graças aos recursos financeiros liberados pelo governo brasileiro, somados à preciosa tecnologia alemã, o Aeroporto Bartolomeu de Gusmão, como seria batizado, em Santa Cruz, estava praticamente concluído. No momento do pouso, mais de uma centena de homens postavam-se disciplinadamente espalhados pelo terreno, aguardando ansiosamente pelo momento em que os cabos de bordo fossem lançados. A proa era então atracada a uma torre de amarração telescópica de até 21,5 m de altura e a popa era engatada em um carro gôndola, que trazia o dirigível para o interior do hangar, onde então os passageiros podiam desembarcar em total segurança.
Fonte: http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/a-memoravel-passagem-do-zeppelin-pelo-brasil_737.html#ixzz4VudeFkqf

10 comentários:

  1. Não vi o Zepelim vondo, mas fui no aniversário de 80 anos do hangar. Impressionante de qualquer ponto de vista. E muito bom verificar o carinho de nossa Força Aérea na manutenção da construção e na preservação da história.

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  2. Tenho inveja de quem conseguiu voar no Zeppelin. A vista de cima do Rio naquela época deveria ser algo estonteante. Também é difícil para mim imaginar o tamanho dele, pois mais de 250 m de comprimento é coisa como mais de um quarteirão da praia de Ipanema ou do Leblon.

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  3. Não voei no Zeppelin mas em um dirigível similar em 2000. A base era no aeroporto de Jacarepaguá. A sensação era indescritível.

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  4. Nos anos 40, muitos moradores dos subúrbios ao observarem o sobrevoo de alguns dirigíveis "Blimp" acreditavam ser o Zeppelin... Lembro disto!

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  5. Parabéns ao grande JBAN com votos de felicidades e saúde.A homenagem é justa e feita na medida certa:montagens,montagens,montagens...

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  6. Boa tarde.

    Facada! No bolo de aniversário...

    Durante a época em que tivemos corridas de F-Indy na cidade (aliás está acontecendo neste momento as 500 Milhas de Indianápolis), era normal aparecer por estas paragens o dirigível da Goodyear, algo que vi algumas vezes. Em 2002 a governadora colocou no ar um blimp para monitoramento.

    Recentemente apareceu na cidade um dirigível em testes para transporte de cargas. No dia da fortíssima ventania que assolou a zona oeste da cidade, ele estava no Campo dos Afonsos e foi arrastado até a rede aérea da Supervia em Deodoro (ou arredores).

    A última foto (a colorização) não pode ter sido tirada em Santa Cruz, se era de 1930, já que no parágrafo anterior é dito que o pouso foi no Campo dos Afonsos e o hangar só ficou pronto anos depois.

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  7. O hangar só ficou pronto em 1936. O campo, certamente bem antes.

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    1. Entendo, mas faria sentido descer no Campo dos Afonsos e depois ir para Santa Cruz?

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  8. Alguns links interessantes sobre as viagens dos dirigíveis na década de 30.

    http://brasilianafotografica.bn.br/?p=12075

    http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/visualizar-grupo-trabalho/146

    http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/visualizar-grupo-trabalho/147

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  9. Fica o agradecimento tardio pela homenagem

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