Total de visualizações de página

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

BOIADAS


 
Descobri esta foto, do acervo do Correio da Manhã, nos arquivos e, pelos meus alfarrábios, não foi publicada ainda no “Saudades do Rio”. Entretanto, não sei sua origem, nem quem fez os comentários que veremos a seguir. Falha nossa. De antemão peço desculpas por não identificar a fonte.

Foto: Rua Visconde de Inhaúma- 1949 – Correio da Manhã 

Na época que se seguiu ao término da II Guerra Mundial, em 1945, os ônibus eram escassos e as passagens caras. À custa da mecânica desgastada, devido à falta de peças para reposição, era comum os veículos enguiçarem a cada momento.

O sistema de se utilizar de carros particulares para o transporte de passageiros, dando origem a época dos “Lotações”, estava no começo, pois os automóveis padeciam dos mesmos problemas da frota de ônibus, no que se refere à falta de peças. Por esta razão, a Prefeitura havia permitido as “Boiadas”, nome dos caminhões que transportavam para os subúrbios, passageiros nas suas carrocerias.

Estes viajavam sentados em longos bancos ou em pé, agarrados em varais que serviam também para esticar uma lona, imprescindível em dias de chuva.

Para fazer a cobrança e dar sinais ao motorista para paradas e partidas, acompanhava os passageiros um auxiliar com um apito, semelhante àqueles dos juízes de futebol.   

Gostava de esperar papai chegar do trabalho, vindo na carroceria de um velho Volvo, trajando um terno azul marinho e gravata, junto com outros vizinhos, incluindo o “seu”  Luiz, sempre de roupa  branca, gravata borboleta vermelha  e pasta na mão, todos descendo da escadinha na parte posterior da carroceria.

Na foto, o ponto de “Boiadas”, na Rua Visconde de Inhaúma, podendo se observar no centro e à esquerda duas delas com seus passageiros. Tal sistema de transportes foi utilizado até 1950, quando surgiram os primeiros “Lotações”.
PS: A FOTO E O TEXTO FORAM ENVIADOS PELO PROFESSOR JAIME MORAES, A QUEM O SAUDADES DO RIO AGRADECE.

14 comentários:

  1. Boiada eu não conhecia, bom aprender logo de manhã. O caminhão que aparece é um Chevrolet Gigante, de 1941 a 1947. O sedã grandão é um Buick 1947-48; estava na dúvida com Oldsmobile, mas a grade baixa e a fechadura lateral do capô, bem visível ao lado do homem de branco, encerraram a questão.
    Na frente do Buick, um raro cabriolé europeu, parece um Wanderer 37; fora o pneu, nenhuma peça disponível para reposição. Um sério candidato a enguiços. E na frente dele, o rabinho de um Cadillac 41 (meio chutado, mas com grande chance).

    ResponderExcluir
  2. Esse é o legítimo e genuíno "pau de arara", um "modal" ainda usado em várias regiões longínquas do Brasil. Trabalhadores rurais "usufruem" desse transporte tosco mas único em certas regiões. Meu avô falou uma vez desses caminhões mas eles eram raros, segundo ele. Isso por várias razões. Uma delas é que o Rio possuía ramais ferroviários que contemplavam praticamente todas as regiões suburbanas e adjacentes. Para as regiões de Itaguaí e Mangaratiba havia o "Macaquinho", Inhomirim e Guapimirim tinham uma quantidade de trens bastante razoável, e os "subúrbios de Niterói" possuíam linhas ativas. O serviço de bondes era também bastante abrangente. Afinal a cidade era bem menor. Para se ter uma comparação, o bonde 91 fazia o "rodo" no Largo da Freguesia e além era a "imensidão". Atualmente à partir dali temos CDD, Curicica, as Vargens, e parte da região do BRT. Não é "coisa pouca" em termos de distância. Portanto tais caminhões não faziam tanta diferença...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ontem eu fui almoçar no Recreio e após a Serra de Jacarepaguá eu tomei o caminha da Freguesia, mencionada no comentário anterior. Estrada do Gabinal, "parte da CDD", e a "variante" da Ayrton Senna são "um espanto", principalmente o "retão" que termina na Abelardo Bueno. Passar ali à noite só de helicóptero...

      Excluir
  3. Sei não,mas ao ver a foto eu jurei tratar-se de dia de eleições.Deveria ser um espanto o cidadão vestido como o descrito no texto na carroceria do caminhão,mas a necessidade faz o sapo pular...

    ResponderExcluir
  4. "Boa sorte a todos".

    Pensei que veria vários ruminantes desfilando pelo centro, mas era somente mais uma faceta dos cariocas para apelidar coisas do cotidiano.

    Todo dia aprendemos mais alguma coisa no SDR.

    ResponderExcluir
  5. Os bondes não supriam essa deficiência ?

    ResponderExcluir
  6. Bom dia a todos. Não conhecia este termo boiada, este tipo de transporte de pessoas em caminhão eu conhecia como pau de arara, me lembro ainda criança de ver alguns destes caminhões transportando pessoas. Pergunto ao biscoitomolhado, o caminhãozinho que está iniciando a curva teria quase que o tamanho de um SUV de hoje? E o asfaltamento e nivelamento da rua desta foto, uma maravilha, não temos nenhuma rua atualmente no RJ que não possua ao menos 3 buracos, e com estas chuvas de Natal deverão ser triplicados.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. As SUV grandes são tamanho do Buick, mais altas. O caminhão é médio, mas é do tamanho de um micro-ônibus de hoje, como os de Santa Teresa, ou o Mauá-Fátima.

      Excluir
  7. Com relação aos buracos mencionados pelo Lino, não custa lembrar que a prefeitura é administrada por evangélicos, já que o prefeito é um "bispo". Daí percebe-se a administração municipal é uma "obra" permanente. Seja na saúde, na "ordem pública", seja no trânsito, as "obras" são constantes, diárias, e em quantidades industriais. A única ação digna de aplausos do Prefeito Crivella foi o decreto que suspendeu a cobrança de pedágio em um dos sentidos da Linha Amarela. Foi apenas por um dia, já que a "obra judicial" que suspendeu o decreto de Crivella teve forte$ motivo$ e foi realizada com a urgência nece$$ária. Afinal a Justiça no Brasil é como alguns "sítios" cujo "prazer" tem o seu preço. Existam alguns no Edifício São Borja e um bem famoso em uma rua das Laranjeiras, mas cada um tem o prazer que merece, não é mesmo?

    ResponderExcluir
  8. FOTO E TEXTO DA POSTAGEM IDENTIFICADOS: vieram do Professor Jaime Moraes.

    ResponderExcluir
  9. Tragédia em Vitória com o assassinato do ex-governador CAMATA.

    ResponderExcluir
  10. Grande zorra na Praia do Canto,menos de 500 metros da igreja com o assassinato do Camata.Passo diariamente de carro onde ele foi executado mas hoje a igreja não fez milagres.Conheci o Camata pessoalmente,o que não era nenhum privilegio já que ele conhecia todo mundo,e nos anos 70 tínhamos mais contatos.Depois virou político de calibre maior....Como foi divulgado,brigou com um assessor e a coisa rendia....

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A viúva Senadora Rita Camata merece um ombro amigo para chorar.

      Excluir
  11. Lembro muito dos caminhões vindo pela Avenida Brasil tanto em direção ao Centro quanto em deixando da região central da cidade com os muitos trabalhadores braçais em suas caçambas, atendendo a rincões onde havia poucos ônibus. Daí serem chamados de "Paus de Arara", igual aqueles que traziam os nordestinos para o eixo RIO-SP.
    E por falar na Estranha Cidade do Sudeste, mais uma.
    A LATAM e a American Airlines deixaram de usar o Rio no tradicional RIO-EUA.
    Agora ambas as Companhias irão concentrar dos voos só por SP.
    E mais uma vez perdemos.
    Está dando nojo viver no RJ.

    ResponderExcluir