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sábado, 4 de julho de 2020

PEDREIRAS 6







Prosseguindo com a série sobre pedreiras do Rio, idealizada pelo Carlos Paiva, vemos hoje fotos de pedreiras localizadas em Ipanema (esta parte da Lagoa oficialmente é considerada Ipanema).

A segunda foto, acho que do acervo de Mario Peixoto, mostra a Pedreira do Procópio, localizada no início da Rua Alberto de Campos, que começa 130 metros antes da Rua Farme de Amoedo (foi uma das únicas fotos do Concurso Sherlock Holmes que não teve acertador).

As últimas duas fotos, do acervo do Correio da Manhã, mostram a pedreira no Morro do Cantagalo, na sua face voltada para a Lagoa, vizinha à Rua Gastão Bahiana.

Na terceira foto, de meados dos anos 50, vemos que apenas dois dos edífícios do primeiro bloco de prédios estava pronto.

Na quarta foto, por volta de 1960, vemos mais prédios no local (quem aparece nesta foto é o diretor de cinema italiano Roberto Rosselini, num dos campos de futebol da Favela da Catacumba, onde jogavam os times do Brasil Novo e do Sete de Setembro).


Em meados dos anos 60, houve uma intervenção muito importante da Secretaria de Obras / Geotécnica em vários morros do entorno da Lagoa. Lembro do grande susto (parecia que um prédio estava caindo) quando deslizou uma enorme pedra no vão entre os edifícios de números 2120 e 2142 (vão este visto à esquerda de Rosselini) destruindo completamente o carro importado do Almirante Alvaro Alberto,  morador do 2120. Por muita sorte um de nós que sempre jogávamos bola por ali não foi soterrado. Foi então realizada uma retirada de pedras soltas, além de fixação de outras. Mas o problema voltou a se repetir recentemente, obrigando aos moradores do Ed. Maracanahu, no nº 2120, a abandonarem o prédio temporariamente. As obras de contenção estão em andamento neste momento.

15 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Alguns dias atrás ouvi que moradores de um prédio na Lagoa saíram de seus apartamentos por causa de algumas pedras que ameaçavam rolar do Cantagalo. Teriam vinculado às obras do metrô. Só que faz tempo que elas pararam. Na década de 60 houve uma obra de escoramento no alto da pedra do Cantagalo, devidamente registrada pela Revista de Engenharia da GB.

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  2. A "revitalização" do espaço urbano conhecido como Lagoa Rodrigo de Freitas é uma evidência de que quando existem ações racionais, sem outras intenções ocultas que não o crescimento da região, é possível ter resultados admiráveis. Mas "outras pedreiras" existem em regiões "menos afortunadas" e que se encontram em regiões bastante "depauperadas". Uma dessas pedreiras compõe a esquina da antiga Avenida Automóvel Club com a Estrada de Botafogo, que liga Pavuna a Costa Barros, num local conhecido como "Morro da Pedreira". Mas os interesses do Estado sempre andaram de "marcha ré" em regiões como essa. Por que será?

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  3. O que estaria fazendo o Rosselini no local?Admirando a Catacumba?Idealizando um documentário?
    FF:Fiquei assustado com o que vi na TV com a galera ai do Rio invadindo botecos e similares após a liberação dos espaços..A diferença entre a gelada de casa e a da esquina é um espanto!!!!

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  4. Ter uma janela de cara com uma pedreira não deve ser agradável nessa cidade tropical.
    A Rua Alberto de Campos ainda é o principal acesso ao prédio que foi projetado para ser um hotel panorâmico e onde só o bar chegou a abrir?
    Hoje tem uma Faetec ou algo similar no local.

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  5. Não sabia dessa visita do Rosselini ao Brasil e nada encontrei nada indicando sobre ter vindo a trabalho. Se veio com a Ingrid Bergman ela ficou bem escondida, porque na época o relacionamento foi considerado escandaloso.

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  6. Vendo essa série, descobri porque viver no Rio é uma grande pedreira!!

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  7. Paulo Roberto, Rosselini veio ao Rio em agosto de 1958 para "encaminhar demarches para a filmagem de uma película baseada no livro "Geografia da Fome", de Josué de Castro."
    Sobre o cinema nacional disse que gostou do filme "O Cangaceiro".
    Sobre Ingrid Bergman preferiu ficar em silêncio por ser "assunto particular". Já estavam separados.
    Em 19 de agosto Josué de Castro ofereceu-lhe um coquetel em casa.
    Dos próprios filmes disse gostar dos que fizeram menos sucesso. Participou ainda de um seminário sobre cinema no MAM e depois partiu para São Paulo.
    Estas informações estão no "Correio da Manhã" de agosto de 1958.

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    1. Uma interessante passagem pelo Brasil.
      Na semana passada mesmo assisti pelo Youtube gratuito Roma, Cidade Aberta e Alemanha Ano Zero, que mostram a realidade e os efeitos da guerra quando tudo era muito recente.

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    2. "Geografia da fome" mostra o "verdadeiro Brasil", mas o "verdadeiro Brasil sem máscara" pode ser visto em "Os Sertões". Euclides da Cunha "arrebentou" quando descreveu "o povo nordestino". Se fosse hoje em dia as "ongs de Freixo iriam à justiça" cobrando indenização, etc. Fico aqui pensando se Dilermando de Assis não era do PSOL...

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    3. Verdade...o sertanejo é antes de tudo um forte! Ainda que eivado das ultrapassadas teorias determinísticas de seu tempo, ainda ali escapa o reconhecimento à resiliência do povo nordestino que merece todo nosso respeito. Bem lembrado!

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    4. "O sertanejo é um forte". Se isso fosse verdade, deveria "fortalecer sua terra". Entretanto "enfraquece a terra dos outros" ocupando morros, poluindo lagoas, destruindo a ordem pública, e favelizando a cidade. Deveria haver aqui um passaporte interno como na URSS de Soljenytsin. Não tem emprego ou qualificação? Que retorne para sua terra.

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    5. Acho que somos todos um pouco nordestinos, seja pela miscigenação, seja pelo exemplo de força da vida que luta contra as agruras do sertão. Apontar o dedo pro sertanejo, no fim do dia, é apontar o dedo pra si mesmo. É uma espécie de negacionismo da própria responsabilidade sobre os problemas de "sua terra". Longa vida aos cariocas cabra da peste! :)

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    6. Típica retórica "ôca" e sem qualquer fundamentação prática. Não se trata aqui de "miscigenação" ou qualquer componente racial e sim de "modus vivendi". É estimular a cultura do atraso, o linguajar tosco e ininteligível que é repetido mas nunca corrigido, a ausência de estímulo à educação, e principalmente elogiar tais práticas sob a alegacão de que são "características regionais".

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    7. Quando voltarmos atenções e esforços para combater educação precária e interesses escusos que pregam a manutenção do atraso em favor de interesses eleitoreiros, aí sim estaremos cuidando das reais questões do país. Mas quem generaliza e joga a culpa naqueles que buscam melhor condição de vida, tão somente cumpre um oco (sem acento, já que devemos corrigir os erros) papel de marionete nas mãos dos que realmente lucram com tudo isso.

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  8. Sinais dos tempos...

    1 - Serra e PSDB criticam Lava-Jato;

    2 - Nervosinho toma as dores dos boêmios do Leblon;

    3 - Evangélicos não querem Feder na Educação...

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