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quinta-feira, 1 de abril de 2021

RESTAURANTE CASTELO DA LAGOA - CHICO´S BAR

Nesta foto do húngaro Gyorgy Szendrodi vemos o restaurante Castelo da Lagoa, do Chico Recarey, sócio de Pedro Gonzalez Mendes, segundo o JB. O endereço era Av. Epitácio Pessoa nº 1560, Lagoa, telefone 2523-3514 (150 lugares). Das 18h ás 3h30, de terça a domingo. Cc.: todos. A foto é de 1970 ou 1971.

O Castelo da Lagoa era um bom restaurante, inaugurado em 1970. A decoração foi de Luís Lopes e tinha caricaturas de Juarez Machado. A equipe inicial contava com os “maitres” Ricardo e Martins, tendo como chefe de cozinha Eduardo. Tinha mesas espaçadas, apresentava o cardápio em português, francês e espanhol, com uma variedade enorme de pratos (o que nunca é bom sinal). Na década de 1990 com os problemas enfrentados por Chico Recarey o complexo restaurante/bar foi fechado e o prédio demolido.

A casa da esquina da Rua Joana Angélica, rua que na época da foto tinha mão da lagoa para a praia, ao contrário de atualmente, ainda permanece lá, mas o terreno do demolido Castelo da Lagoa permanece vazio há alguns anos. Certamente um “imbróglio” familiar. Salvo engano pertencia ao empresário Benjamin Rangel. A casa da esquina é uma das últimas deste trecho da Lagoa.


 

Em meados dos anos 70 foi inaugurado o Chico´s Bar. Durante muitos anos teve como pianista o consagrado Luizinho Eça. Muitos cantores se apresentaram lá, como Leny Andrade (nos últimos tempos tinha um artista que tocava violão muito bem, mas esqueci o nome). A foto é da capa do LP “Chico´s Bar - Sivuca e Toots Thielemans” tirada na entrada do Chiko's Bar, anexo ao Restaurante Castelo da Lagoa em 1985/1986.


29 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Como a região está fora da minha jurisdição, ficarei acompanhando os comentários.

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  2. Bom Dia! Esse Restaurante era anunciado pelo Teófilo Vasconcelos na irradiação das corridas ou estou enganado? Faltam 33 dias.

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  3. Teófilo, acho eu, morreu antes da abertura do restaurante. Não seria o Ernani Pires Ferreira?

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  4. Em 1985/86 eu não o frequentava apesar de ficar a 300 metros da casa de minha então noiva, já que o preço era salgado. Era uma época profícua para as máfias de empresários espanhóis. O "Bateau Mouche" três anos mais tarde são a prova disso...

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  5. Frequentar o dueto Castelo da Lagoa - Chiko's Bar era um programa caro e na época, como eu era novo, só ia a convite de meus pais, quando aproveitava para levar a namorada da vez e fazer uma presença. Nos finais de semana, o restaurante bombava e para entrar no Chiko's Bar tinha que fazer reserva antecipada, tamanha era a procura para assistir o ótimo pianista Luisinho Eça. Nesta época, Chico Recarey era um dos reis da noite, juntamente com Ricardo Amaral. Este então, onde botava a mão, virava ouro.

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  6. Cheguei a ir lá algumas vezes, bem como ao Castelo da Lagoa. E que dupla de músicos essa! Sobre o Sivuca tenho uma história interessante. Mau amigo e colega de Furnas, Adilson Tavares, era um bom cantor e tocava cavaquinho e violão muito bem. Um dia disse que não podia mais tocar em casa por causa de seu novo vizinho. Perguntaram se ele reclamava e a resposta foi não, tratava-se do Sivuca e ele tinha vergonha de tocar. Foi aconselhado a procurar fazer amizade com ele e foi o que aconteceu. Tocaram juntos várias vezes depois disso.

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  7. Fui a esse restaurante logo após a sua inauguração quando nem música ao vivo havia. A curiosidade então ficava por conta do barman português de Coimbra que tinha o hábito de corrigir o cliente quando este pedia um uísque "on the rocks": - O senhor quer dizer "sobre as pedras"?

    Mas o incidente mais constrangedor ocorreu com o excelente pianista Luizinho Eça, conhecido pelo seu temperamento instável. Nessa época eu frequentava com regularidade o Chico's Bar e além de assíduo cliente tinha dado uma ou outra "canja" com a anuência de outros músicos famosos que de vez em quando por lá apareciam. Meus amigos pessoais, o baterista João Palma e o baixista Tião Neto, ambos componentes de famosas bandas (Tom Jobim, Sérgio Mendes etc.) foram alguns exemplos. Ocorreu que certo dia por lá apareceu um amigo doublê de arquiteto e pianista amador, Paulo Henrique, conhecido como PH, que aproveitou o intervalo dos músicos e, como era seu hábito em outras casas noturnas, sentou-se ao piano e começou a tocar temas populares como as composições de Noel Rosa. O público presente, já meio calibrado, acompanhou os temas cantando e, como era normal acontecer, o ambiente virou uma festa.

    O que ninguém esperava foi a reação do Luizinho Eça que, indo em direção ao PH, perguntou em tom agressivo se ele gostava mesmo de tocar piano. Resposta afirmativa, replicou: - Então porque você não vai estudar, fdp?. Diante dessa atitude restou a elegante resposta do PH: - Tem razão, sempre se pode estudar mais. Você gostaria de ser meu professor?. Poucos ouviram o inusitado diálogo, inclusive eu. Esperei o próximo intervalo e quando o LE saiu para fumar fui tirar satisfações, cobrando o ato deselegante. Como esperado ele não gostou e quase partimos para as vias de fato, o que seria lamentável sob todos os aspectos. O resultado foi que deixei de frequentar a boate por um bom tempo, apesar de ter sido informado por alguns amigos músicos da manifestação de arrependimento do pianista em face do ocorrido.

    A fama da qualidade das atrações musicais dessa casa noturna rendeu a produção de um CD pela editora musical Biscoito Fino com artistas que por lá se apresentaram. Participaram da produção Leny Andrade, Nana Caymmi, Johnny Alf, o pianista Edson Frederico e o pianista titular da casa, Luiz Eça.

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    1. Eu minha mulher éramos assíduos à Casa. Além das eventuais atrações internacionais curtíamos a Biba, Celeste, Erasmo, Edson Frederico e o pianista Luis Carlos Vinhas (titular e não o Eça). Depois que o que funcionava na Lagoa foi fechado, abriram uma filial na Barra, mas não vingou. Pena!

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  8. Acho que fui uma vez ao Castelo da Lagoa e infelizmente nunca ao Chco´s Bar. A boemia desinteressada, da bossa nova , do uisque , do papo, da cantada, da conversa, sumiu!. Qual o bar nesse estilo hoje (antes da pandemia)? Nenhum! Creio que só bar de hotel. Conheço Ricardo Amaral, um craque. Tinha sócio gerente que cuidava de concretizar os sonhos, o Milton Padial, grande figura, que já faleceu. Minha contagem é p ser vacinado. Sou da safra de 1958 , devo receber minha dose por volta de 16.4.

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  9. Existe algum restaurante desse tipo em Vila Isabel, Tijuca, Ramos, ou Madureira, ou só na zona sul?

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    1. No início dos anos '80 participei da implementação do primeiro restaurante/bar com música ao vivo no Grajaú, na Praça Malvino Reis, chamado Duka's Bar. Gente do naipe do trompetista Maurílio, da orquestra Tabajara, ou do violonista Romero Lubambo, hoje considerado um dos maiores do planeta, eram frequentes no local. Na Tijuca havia um bar semelhante na r. Santo Afonso, mais ou menos na mesma época. Apesar da qualidade dos músicos que se apresentavam nesses locais nenhum deles poderia ser considerado como um típico piano/bar nos moldes da zona sul.

      Se bem me lembro o único bar que tinha um piano acústico era o Bar do Abrahão, fundado por um veterano Rei Momo, Abrahão Reis, que após seu falecimento passou a ser gerenciado por seu filho Wagner, responsável pela atração musical da casa. Era o Wagner na voz/violão e a viúva fazendo os quitutes árabes na cozinha. O Wagner faleceu e o bar foi vendido. Hoje com o nome de Bar do Momo fica na rua Gen. Espírito Santo Cardoso, nº 50A, Tijuca..

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    2. Se minha memória não me trai, a churrascaria do Tem Tudo, em Madureira, tinha shows de música. Ou algum outro estabelecimento do local.

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  10. A propósito, que fim levou o Chico Recarey? O cara tinha vários empreendimentos e chegou a ser cidadão honorário da cidade...

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    1. Tanto quanto eu saiba, o "Rei da Noite", o galego "Cidadão Honorário", mantém um 'low profile' desde que foi condenado, nos anos 10 deste século, à prisão domiciliar por "não pagar direitos trabalhistas" a ex-funcionários e mesmo "furto de energia elétrica" no seu restaurante em Ipanema.
      "Sic transit gloria mundi" [Tomás de Kempis].

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    2. Francisco Recarey, o ex garçom, apelidado de "Rei da Noite" por estar à frente de alguns empreendimentos de casas noturnas, restaurantes etc., na verdade nunca passou de um "testa de ferro" da chamada "máfia espanhola" que dominava redes de restaurantes, hotéis/motéis e casas de prostituição. O "chefão", que tive a oportunidade de conhecer, era um espanhol que chamavam de Pepe. O Chico era apenas um peão que segurava os "rabos de foguete" dos chefes (acabou segurando um "torpedo"). Enquanto isso alimentava a fama de "mecenas das artes", o que não era bem assim. Não passava de um explorador de artistas, particularmente dos músicos que tinham que bajular o espanhol para ter um lugar ao sol. Isso fora seu filho, um mau caráter metido a empresário do setor, que faltou pouco para o Tim Maia encher a cara dele de porrada quando o encontrou em seu escritório (do Tim) com os pés em cima de sua mesa. O "síndico" mandou o gajo tirar os pés mas o cara fingiu que não era com ele. Tiveram que segurar o gordo que, a essa altura, já estava cheio de "wakamoto". Uma pequena amostra do que rolava naquele ambiente.

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    3. Ou seja, o bã bã bã acabou na lona. Realmente, a frase em latim faz todo sentido...

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    4. Então eu uma jovem boêmia de Copacabana do posto cinco, frequentava o Terraço Atlântico ou melhor: O Sobre as Ondas , onde tinha música ao vivo com a orquestra de Osmar Milito. Lá bebia meu whisky fumava meu maço de cigarros e batia altos papos com músicos amigos e até muitos já famosos. Mas lendo aqui sobre o Chico Recarey lembrei de ter uma estreita amizade com o Espanhol conhecido por Dom Pepe Pose. Sempre batiamos muito papo e bebiamos juntos nosso doze anos . E só agora estou sabendo que aquele homem lindo, fino, inteligente, bem humorado que sempre lá estava a me fazer companhia era o chefão da Máfia Espanhola e chefe do então (Famoso) Chico Recarey. 🤦🤦😜🤔🤣

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    5. A casa caiu com o naufrágio do Bateau Mouche, o turismo no Rio também tinha a mão da Máfia espanhola

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  11. vamos lá com as minhas estórias.... O Castelo da Lagoa era um ótimo restaurante e foi lá que comemoramos o último aniversário da minha mãe, já em cadeira de rodas debilitada por um câncer de reto que a levou pouco tempo depois. Foi o último restaurante a fazer o "frango a Kiev" como de ser, recheado com manteiga ao invés de patê como fazem agora.
    Quanto ao Chico's bar, era frequentador assíduo desde o tempo do Luiz Eça que era meu amigo. Depois da sua saída, vários pianistas ocuparam o local, inclusive outro amigo meu, Luiz Carlos Vinhas, com quem fiz canjas memoráveis, principalmente na música "eu sei que vou te amar" onde eu recitava a poesia do Vinícius. Depois, apareceu outro pianista, me falta o nome, que, inclusive, contratei para tocar na festa de 100 anos da PGRJ. Ao acabar a festa, fomos todos para o Chico's acabar a noite até as 6 da manhã.
    Outro fato interessante ocorreu numa noite que fui com amigos e lá estava, num canto, o Tony Bennet. Na minha mesa estava o Fernando Pinto, hoje cirurgião plástico, que tinha sido vocalista dos Analfabeatles e , com a cara cheia de uísque, pediu para cantar "I left my heart in San Francisco". O Bennet se levantou, deu um beijo no Fernando e deu uma canja de umas 5 músicas. Belos tempos!!!!

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    1. Ele era testa de ferro sim, mas ficou rico. Mora até hoje na Vieira Souto e vivem desse dinheiro. O filho tb mora com ele

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  12. Uma pequena contribuição: esse restaurante (Castelo da Lagoa) aparece numa cena (com Cláudio Marzo) na novela "Pão Pão, Beijo Beijo", capítulo 22A.

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  13. Eduardo Lages foi pianista no Chiko's Bar... alguém tem alguma história a respeito?

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  14. E a cantora Celeste que cantaba no Chico's bar? Alguém sabe dela? Nunca mais soube.

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    1. Conheci meu finado marido lá no Chico' s ; uma épocamto feliz! (2004) namoramos e 2 anos após , nos casamos; isso tdo na festa Livre , leve e solta; onde as promolters eram a Fátima e Grace, experts na realização desse tipo de evento! Era emoção pura, Dj Márcio Marques! Q saudades ! Pena q acabou!

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    2. Marilene Batista Gomes de Pinho31 de agosto de 2023 às 10:48

      Bom seria se algum empresário tivesse a brilhante idéia de abrir no Rio de janeiro outra boate de Flash back do mesmo naipe do Chico' bar! Mtas emoções vividas naquele lugar! Fátima e Grace , q saudades; grandes promoters! Dj Márcio Marques então; nem se fala! O máximo! Mtad saudades!

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    3. A violência do Rio atual, a famigerada e segregacionista Lei Seca, que agride os direitos constitucionais do ir e vir, e da presunção de inocência, impossibilitam empreendimentos do gênero. Somam-se a isso a mediocridade musical que assola o país, o alto custo da noite e idade avançada dos poucos sobreviventes das noites no Chico's e só restam lembranças.

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    4. Fui frequentador de finais de semana, tanto do Castelo da Lagoa quanto do Chico's Bar. Quanto aos comentários que aqui lí, gostaria de deixar algumas observações:
      - Não sei, ou não sabia, quanto à situação do Chico, à época. Apenas o que posso dizer que ele era extremamente atencioso e educado comigo e com a minha mulher, que sempre me acompanhava.
      - O maitre sr. Martins procurava nos atender em todas as nossas solicitações, também com extrema educação. E a comida era, sempre excelente e não tão cara para os padrões das casas da época.
      - Classificam o Chico's Bar, a meu ver, errôneamente, como
      boate, quando na verdade era um bar com atrações musicais, sempre de boa qualidade, com "canjas" memoráveis de artistas internacionais.
      - Alguém, em um comentário anterior mencionou a Celeste. Que cantora sensacional. Espero que esteja bem e com saúde e sucesso.
      - O maitre do bar, o Orlando, era outro gentleman.
      Concluo dizendo que só tenho boas lembranças estas casas, e, lamento não mais existirem similares.

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  15. Eitaaa....que Saudades,aqui quem tá na telinha é um dos maitres dessa bela fase o maitre Heleno Camilo hoje morando em São Paulo e revivendo belos momentos de Glorias desde 1978 do antigo 706 passando pelo An Deux trois,Mistura fina,Jazz Mania,Vogue e terminando sua fase Exatamente na Pizzaria Guanabara,onde até hoje temos contatos com seus velhos companheiros.

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