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terça-feira, 28 de setembro de 2021

TIJUCA

Hoje temos fotos familiares (daquelas encontradas em gavetas ou álbuns esquecidos) da Tijuca, enviadas pelo Sergio Baena. Nesta primeira vemos a Praça Saenz Peña. A partir de 1911, o antigo Largo da Fábrica das Chitas foi rebatizado como Praça Sáenz Peña, em homenagem a um presidente argentino. O novo logradouro foi inaugurado pelo prefeito do então Distrito Federal, Bento Ribeiro, tendo a praça ganho, à época, o seu primeiro projeto paisagístico, de inspiração francesa.



O menino que aparece nas fotos é um primo do Sergio Baena. Brinca no balanço. Ao fundo vemos o Cinema Olinda, na Praça Saenz Peña nº 51. Chegou a ter 3500 lugares. Foi o maior cinema do Rio ao longo de cem anos de exibição cinematográfica.


Outro aspecto da Praça Saenz Peña, ponto de encontro dos moradores do bairro. Vários cinemas, comércio, a maior concentração do mundo de consultórios de ginecologistas por metro quadrado, tinha pontos comerciais que eram lendários, como o Café Palheta.

Um dos tradicionais cartazes do Rotary Club, que ficavam espalhados por vários bairros do Rio. Nas mãos do menino um exemplar da Revista do Esporte, com um craque vascaíno na capa.


As ingênuas comemorações na Praça Saenz Peña pela conquista da primeira Copa do Mundo pelo Brasil, ao vencer a Suécia por 5 x 2, em Estocolmo, em junho de 1958. Em qual cinema passava o filme "SOS Noronha", uma produção francesa do diretor Georges Rouquier, estrelada por Jean Marais, Daniel Ivernel, Yves Massard, Vanja Orico, José Lewgoy e Ruy Guerra.? No Carioca? Provavelmente os mergulhadores se machucaram ao cair neste laguinho.


 Nesta foto podemos ver, se procurarmos bem, nosso comentarista Menezes comemorando com o tio a vitória do Brasil. Ao fundo uma loja Ducal. Pergunta para obiscoitomolhado: o Chevrolet com pneus banda branca poderia ser um táxi? Esta era a pista em direção ao Centro. A Ducal ficava quase ao lado do cinema Olinda que hoje é o Shopping 45. O paredão à direita seria a empena do Cinema Olinda.

28 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Tirando parcas idas ao Café Palheta, a Saens Pena sempre foi local de passagem ou para pegar ônibus. E mesmo assim não muito frequentemente.

    Hoje Vila Isabel faz 149 anos. Sem polêmicas, espero.

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  2. Em tempo: na quarta capa da revista parece ser a foto de uma mulher e na quinta foto uns mergulham e outros só fingem.

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  3. A primeira é do final dos anos 50. O prédio azul e branco da Sloper na General Roca aparece bem, mas o atual prédio do Banco do Brasil na esquina com a Conde de Bonfim ainda não aparece. Ainda na General Roca e atrás das árvores aparece o ponto final do S-76, atual 638. Na última foto no lugar da Ducal existe uma pequena agência da CEF. Do lado direito está a esquina da Soares da Costa onde existe atualmente o Shopping 45, mas no época da foto havia uma casa na esquina e ao lado dessa casa o Cinema Olinda. Ainda na esquina da Soares da Costa havia anos 70 uma filial da lanchonete Rick.

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  4. Na Praça Saens Peña e arredores havia inúmeros ciemas. Na praça em si: Bruni Tijuca, Metro Tijuca, Tijuquinha, Carioca, América, Rio e Olinda. Nos arredores: Britânia, Art Palácio Tijuca, Cinema 3, Eskye, Tijuca Palace e um outro cujonnome esqueci e ficava em frente ao Cinema 3.

    O Joel pode confirmar ou retificar essa relação.

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  5. Em 1871, há exatos 150 anos era promulgada a Lei do Ventre Livre em uma das regências da Princesa Isabel. Quatorze anos depois seria promulgada a Lei do Sexagenário.

    A do Ventre Livre "libertava" os filhos dos escravos nascidos a partir daquela data, mas o segundo artigo garantia aos donos uma "indenização" de prestação de serviços gratuitos até o "liberto" completar 21 anos... A do Sexagenário era outra piada porque raríssimos escravos chegavam àquela idade.

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    1. Carregamos esse fardo da escravidão mal resolvida até hoje. Devemos acrescentar a abolição em 1888 sem nenhum tipo de indenização ou ajuda aos escravos. Escravidão I e II do Laurentino Gomes demonstra a crueldade da escravidão.

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  6. Bom Dia! Tijuca foi sonho de consumo de muita gente. Conheci uma garota que apelidou o Andaraí onde morava de Tijuca.

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  7. Ainda na primeira foto e no canto direito está a esquina com a Major Ávila e o Cinema Carioca. Os trilhos de bonde viram à direita na Major Ávila (atual rua das flores) e ali era o retorno dos bondes que vinham do Méier. Ainda no canto direito está o Café Palheta.## Respondendo ao Hélio, faltou o Cine Santo Afonso na Rua Barão de Mesquita ao lado da igreja do mesmo nome. Em 1964 foi inaugurado um cinema com o nome de Bruni Tijuca na Rua Major Ávila 455 na Praça Vanharghen. Porém em 1968 foi inaugurado um outro cinema com o mesmo nome na galeria do novo prédio construído na esquina da General Roca ao lado do Cinema Metro. O primeiro Bruni inaugurado em 1964 foi desativado nos anos 70 ou 80, não posso precisar a data. O Tijuca Palace funcionou na galeria do prédio 214 da Conde de Bonfim. Ele iben posterior ao restante, já que esse prédio ficou concluído em 2965 ou 66 e por algum motivo o cinema não foi logo inaugurado. Já o Cinema 3 ficava em frente ao Tijuca Palace e foi inaugurado nos anos 70. Naquela mesma Galeria foi inaugurada em 1979 a Discoteca Mamute. Quando eu ainda era muito criança, lembro perfeitamente da demolição que havia no terreno onde seria construído o prédio 214 onde funcionou o Tijuca Palace.

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  8. Se o gerente autorizar, sugiro a leitura do artigo do Leo Aversão no Globo de hoje, sobre uma Copacabana que não existe mais, mas que pode ser estendido a outros bairros, como até a Tijuca do post de hoje.

    https://oglobo.globo.com/cultura/memorias-de-uma-copacabana-que-nunca-vai-se-apagar-25214826

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  9. Justiça seja feita, o comentário das 08:15 é perfeito e "acertou na mosca" um tiro na hipocrisia que rege a sociedade brasileira. E vou além utilizando um termo que procuro evitar: nas "elites brasileiras". Em 1871 os os "nascituros libertos por força de Lei" em razão do que foi explicado pelo comentário, nada mais eram do que agregados que por força do texto legal eram forçados a permanecer no local do cativeiro dos pais. A lei dos Sexagenários era ainda mais hipócrita, já que no Século XIX a expectativa de vida de um homem normal era de pouco mais de cinquenta anos. Poucos passavam dessa idade. Mas esses tristes episódios ocorreram graças ao comportamento pusilanimidade e dúbio de D.Pedro II, pois o Imperador "empurrou com a barriga" o grave problema que era a escravidão no Brasil. Não teve têmpera e determinação para enfrenta-lo e aí "deu no que deu".

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  10. Havia uma história sobre um fato ocorrido na praça, na década de 1960. Vou contar como ouvi. O Joel talvez possa efetuar alguma correção.

    Havia uma turma de playboys que se reunia na porta do Café Palheta. Um deles era conhecido como Robertinho. Um dia, passou uma garota e ele lançou um gracejo pesado para ela. Esta falou que iria se queixar com o pai, e que este daria uma lição ao engraçadinho, ao que o Robertinho falou: " Eu me garanto".

    Não demorou muito e o pai da garota, militar, chegou e perguntou quem havia mexido com a filha. O Robertinho se apresentou. O pai sacou um revólver e disse que iria dar um tiro nele. O Robertinho virou a bunda e mandou o pai atirar. O que ele prontamente fez.

    A partir desse dia, ele ganhou o apelido de "Robertinho me garanto".

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    1. Havia realmente nos anos 50 e 60 uma turma de jovens arruaceiros que "fazia ponto" no Palheta, mas desse fato especificamente eu não tenho conhecimento. Meu pai costumava frequentar a sinuca do Palheta, mas não se envolvia em "curriolas" desse tipo. Não custa acrescentar que desde os anos a Praça Saens Pena era policiada por duplas de Policiais Militares do D.F. Em 1961 Lacerda manteve esse modelo de policiamento no Estado da Guanabara. ## Com relação aos 149 anos de Vila Isabel, tudo teve início quando João Batista Vianna Drummond adquiriu as terras da Fazenda do Macaco, de propriedade da Princesa Leopoldina, filha de D.Pedro II, no ano de 1871 em suaves prestações anuais. Ocorre que naquele mesmo ano a princesa faleceu e João Batista, o Barão de Drummond, nunca mais pagou um ceitil sequer. O resto da história todos conhecem é de domínio público.

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  11. Fui cutucado e respondo: havia muitos táxi usando pneus de banda branca, mas esse Chevrolet não parece ser preto, o que reduz muito a possibilidade. Este comentário é para a foto 6. na foto 2 aparecem um Chevrolet 39, este sim com a maior pinta de ser táxi, pois a placa vermelha está visível e um Chrysler 50-51.

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  12. O Tijuquinha era um cinema fuleiro situado bem no centro da praça, entre os cinemas Carioca e Metro Tijuca. Foi demolido por volta de 1965. Nunca entrei nele e apesar de haver passado na frente do dito cujo milhares de vezes, não tenho a menor lembrança de como ele era. No seu lugar foi erguido o Shopping 344.

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    1. Hélio, o "Tijuquinha" funcionou como cinema até 1966. Depois de um tempo fechado funcionou como loja de frutas, o "Tijuquinha das frutas". Foi demolido no final dos anos 70. Tenho uma foto de 1971 mostrando o velho cinema com bancadas de frutas e o outdoor "Tijuquinha das frutas". A Confeitaria Tijuca era bastante concorrida no final dos anos 50, quando se transformou no restaurante "Lá Bella Itália". A antiga Confeitaria Tijuca ocupava duas lojas "de frente de rua". Quando encerrou suas atividades em uma das lojas passaram a funcionar as "Lojas Americanas" e a na outra funcionou o "Lá Bella Itália". Em 1972 mesmo após o fechamento do restaurante, um pequeno quiosque funcionou ali com o nome de "Lá Bella Itália discos", uma loja bem concorrida. Atualmente ambos os imóveis são ocupados pelas "Lojas Americanas". Com relação aos cinemas, um fato rumoroso ocorreu no Cinema Eskye em 09 de Maio de 1964, quando após uma operação do antigo DOPS foi baleado e preso dentro do cinema o terrorista Carlos Marighella. Foi durante uma matinê e o filme exibido era "20 quilos de confusão". Naquele tempo a Galeria do Eskye era fechada e não tinha saída para a rua Soriano de Souza. O tumulto foi grande. Esse fato foi relatado com a matéria "Um tiro no cinema" da Revista Piauí.

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  13. Na classificação do IDH dos bairros do Rio a Tijuca está em 18°, ficando atrás dos bairros da ZS, da Barra e de alguns da ZN. Mas o interessante é que não há correspondência com o valor do m2 desse bairro. Aliás, além da Tijuca existem alguns bairros na cidade "supervalorizados" pelas imobiliárias, como Méier, Vila da Penha, Valqueire, Jardim Guanabara e outros. Sinceramente, não consigo ver tanta diferença desses bairros para o entorno em perímetro próximo. Coisas do mercado...

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    1. Acho que o IDH da Tijuca é impactado negativamente pelas suas favelas, e em sentido contrário, os outros bairros mencionados, não tem ou quase tem não favelas.

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    2. A Tijuca tem várias favelas e isso obviamente causa um impacto negativo, mas dizer que Méier e Vila da Penha não tem favelas? O Méier é sufocado pelas favelas do Complexo do Lins por um Lado, pelo "Rato Molhado", e pelo Jacarezinho, sem contar a "rebarba" do morro do Dezoito, e a Vila da Penha é cercada pelos Morros do Juramento, Juramentinho, e pelas favelas da Penha e do Alemão. Os programas Vila Isabel, Grajaú, e Tijuca Presente, fornecem uma segurança relativa. Mas não existe local onde não haja favelas e o consequente "chorrilho" de efeitos deletérios decorrente da existência dessas "comunidades". A verdade é que não se pode "tapar o sol com a peneira" com os discursos liberais e humanitários de sempre" e que reduziram o Rio ao "Estado terminal" em que se encontra...

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  14. O Café Palheta ainda existe, porém como um simples balcão dentro de uma dad várias filiais das Drogarias Venâncio existentes na praça e imediações. Quem te viu, quem te vê.

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  15. O título da quinta foto pode ser 10 segundos antes da tragédia. O lago, além de ser raso, tem os canos do chafariz. Com certeza bateram com a cabeça.
    O cinema onde hoje é a Igreja Universal era o Carioca. A entrada dele é exatamente igual hoje, com colunas. O letreiro era dentro do cinema, em cima das bilheterias, e ficava de frente para a Major Ávila e não para a Praça.

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  16. O cinema Carioca foi inaugurado em 1941 e possuía 1.119 poltronas. Ficava na Rua Conde de Bonfim, 338 Tel.: 228-8178

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  17. É uma lástima quem conheceu a Pça. Saenz Peña nessa época e vê agora. Hoje é um local bastante perigoso para andar após às 20h. Reduto de pivetes que andam em bando afrontando todos, inclusive a polícia. E após o término da era dos grandes cinemas, do Palheta, nada foi criado para substituir o local agradável que era a região, hoje temos grandes drogarias. Quem morava na Tijuca ou bairros vizinhos, a Pça. Saenz Peña era o ponto central. Poderíamos ir de bonde ou de ônibus, era pertinho. E se fóssemos de carro sempre encontrávamos um local para estacionar, sem sofrer a ação dos malditos flanelinhas de hoje. Contentemo-nos com os shoppings, com estacionamento a custo extorsivo, e que nem de longe conseguem ter o glamour que foi a "Saenz Peña"

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  18. O triste fim dos cinemas da praça e arredores: Eskye ==> Casa & Vídeo; Art Palácio ==> Lojas Leader; Bruni Tijuca ==> Laboratório Labs A+; Metro Tijuca ==> C&A; Tijuquinha ==> Shopping 344; Carioca ==> Igreja Universal; América ==> Drogarias Pacheco; Rio ==> filial da CEF; Olinda ==> Shopping 45; Cinema 3 ==> ficava dentro do Shopping 229, não sei o que há no local dele atualmente; Tijuca Palace ==> dentro de uma galeria, acho que atualmente é um curso qualquer; Britânia ==> sempre foi minúsculo e dentro de uma galeria menor ainda. Não sei o que há no local hoje em dia.

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  19. O blog de hoje me trouxe muitas saudades e me entristece pensar o que aconteceu com a Praça Saenz Peña, de sua glória anterior, que agora não resta nada.

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  20. Tenho imensa saudades da minha infância na praça Sãens Peña.
    Quando tinha por volta de 12 ou 13 anos, em 1962 e morava na rua Desembargador Isidro, eu ia todas as noites, por volta das 19.00hs e pegava o bonde que levava para o Alto da Boa Vista . Subia e descia no mesmo bonde , para relaxar antes de ir dormir . Não havia qualquer sinal de violência, distúrbio ou contratempo e uma criança como eu podia simplesmente pegar o bonde, e viajar sozinha até o Alto e voltar , em paz. E nos fins de semana, comia a pizza mais gostosa de toda a minha vida , na Bella Italia ! Era outro mundo !

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