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terça-feira, 16 de novembro de 2021

REDE LAGOSTA

No Posto 8, em Ipanema, em frente ao nº 226 da Av. Vieira Souto ficava a Rede Lagosta, onde de 1962 até 2005 uma grande turma se reunia, chovesse ou fizesse sol, todo final de semana, para jogar vôlei.

Frequentei-a a partir de 1966, convidado pela turma de BNDE que tinha a rede, para completar algum time. Pouco tempo depois deixei de ser convidado, passando a “SÓCIO" (pagávamos uma pequena mensalidade para pagar o "seu" Luís, que armava a rede, para comprar bolas novas, marcações, a própria rede).

Foto: Revista Manchete


O "dono" da rede era o Celso, que morava bem em frente. Por volta das nove e pouco pegávamos as estacas na garagem do prédio dele e começávamos a montar a rede (estacas fixas e poço para bombear água foram só muito tempo depois). Era uma época em que ainda tínhamos que buscar não sei quantos regadores com água do mar, uma tarefa e tanto para molhar a areia que ficava fervendo.

 No par ou ímpar, dirigido pelo Celso, era uma vantagem escolher o Nilo,  o melhor levantador do grupo, além dos melhores “cortadores”. Depois, o time era completado pelo Carlos, pelo Café, pelo Aldyr, pelo Norton. Restou uma saudade imensa, mas todos já partiram. Também já nos deixaram ou estão desaparecidos o Ivo, o Fred Cafuringa, o Laranja, o Gonzaga, o João Batista, a Beth, o Adalberto, o Michel, o Paraíso, o Walter (da "esta red es conocida en España como la hacedora de puntos"), o Paulo Monte, o Antenor, o Osvaldo, o Getúlio, o Coronel Guido. O Arlindo vejo sempre por Ipanema, o Márcus também (o Edinho, irmão dele, que começou jogando conosco, foi vice-campeão em dupla com o Bernard num campeonato mundial), o Dominguinhos (que ia a todos os jogos do Flamengo comigo) sumiu. E do Gabriel Roberto, do Alvaro, de muitos que iam se agregando através dos anos.

Foto: site da Escola Americana.

E a turma que armava a rede na época da faculdade, nos meses de férias ficando o dia inteiro na praia? Um timaço de meninas bonitas como a Carmen, Verinha, Téia, Aninha, Virginia, Regina, Monica, Marli, Hélia, Sandra, Rita, Lucia, Beth, Maria, Vanda, Tininha, Regina, Sonia, Angela e tantas outras.

A turma da Medicina com o Augusto, o Claudio, o Renato, o Flavio, o Charles, o Tibira, o Ricardo, o Odone (e sua inesquecível prima, belíssima), só perdeu um deles. O grupo da Engenharia com o Luiz, o Ota, o Renato, o Alex, o Rogerio, o Oscar, estão todos por aí. O pessoal do Direito com o Alberto, o Lilico, o Afonso, o Adolfo (o A.A.A., pois todos seus nomes começavam por A).

Lembrança do Joel (do Sírio-Libanês), do Arafat, do Nelson, do Nico, do Paulo, do Asmie, do Julio, do Osvaldo ("Aranha", pelo número de vezes que fazia "mão na rede"), do Carlinhos, do Eduardo, do Flavinho, da Teresa, Verinha, Carminha, Raimundo, André, Marcelo, do Minhoca, do Serginho, do César, caramba, é muita gente.

Foto de Piotr Ilowiecki. 

Foto de um desses dias em que ficávamos de manhã à tarde jogando. Teia, Montera, Maria, Sonia, Márcus, alguém de costas levantando, Claudio e Charles, em ação.

Foto: acervo Luiz D´.


Claudio em ação.  

O Posto 8, numa reforma qualquer, mudou de lugar. O Bocaiúva, guarda-vidas que tanto agitou aquele trecho de Ipanema, já deve ter morrido. Durante a construção do "PIER" a rede ficou um tempo ocupada por um canteiro de obras. Por esta época a praia em frente à Farme virou reduto "gay". Monique Evans fazia sucesso com o "topless".

E o tempo foi passando, nasceram os filhos que brincavam na rede e se tornaram mascotes. 

Finalmente, como tudo na vida, a rede foi acabando. Quantas e quantas histórias em mais de 40 anos. E quantas amizades de vida inteira.

22 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Ainda desolado com a perda da postagem de ontem. Estava preparado para um novo comentário sobre a foto quando notei a ausência. Vida que segue...

    A postagem de hoje deve bombar por vários motivos, especialmente por trazer lembranças de círculos de amizade bem fortes.

    Infelizmente eu perdi quase todos os contatos com pessoal da época de infância, colégios e até do trabalho.

    A primeira foto pode ser traduzida como "mar de fuscas"... E algumas kombis. Era a invasão VW.

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    1. Augusto: Nos anos 50 quase toda esquina tinha aquela "patota" que soltava pipa e se reunia toda noite para jogar conversa fora. Na que eu fazia parte, eram uns 20. Hoje já oitentões, somos apenas três e as reuniões agora são pela manhã esperando o armazém abrir para comprar o pão.

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    2. Mauro, morei em Madureira até meus 17 anos (quase 18). Durante esse período alguns colegas foram se mudando. Por dois anos, fui alguns dias na semana por causa dos meus pais que só saíram de lá em 1991. Estou há mais de trinta anos aqui em JPA mas sem quase contato com os vizinhos, primeiro pelo horário de estudos e depois pelo de trabalho. Tinha mais contato esporadicamente quando ajudava no bar.

      Revi alguns colegas de primeiro grau em um grupo de FB. E olhe lá. De segundo grau e universidade, nem isso...

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  2. O Vôlei até um passado recente era um esporte voltado para as elites. Após o "boom" ocorrido no início dos anos 80, o Vôlei alcançou a imensa popularidade que possui atualmente. Mas não foi sempre assim, principalmente nas praias da zona sul.## A figura de Monique Evans e seu comportamento promíscuo me faz lembrar uma velha piada contada pelo saudoso Costinha em que um "cidadão" foi consultar um urologista acerca de um caroço que surgiu em sua genitália. O médico pediu que o paciente subisse em uma cadeira para examiná-lo e ao ver a cara de preocupação do médico o paciente perguntou: "É grave doutor? Vai precisar cortar?" Ao que respondeu o médico: "Não, pula da cadeira que ele cai sozinho".

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  3. Bom Dia! Na foto 1,uma festa para quem gosta de identificar automóveis. Se fosse hoje os reboques a serviço da Prefeitura não iam dar conta.

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  4. Falando em esportes, o Lino deve estar contente com a volta do Botafogo à primeira divisão em 2022. Enquanto isso, as colônias italiana e portuguesa estão em polvorosa. Pode até ter confronto direto na repescagem para a copa... Hoje pode ser a vez da Holanda (ou Turquia ou Noruega). Imagina o clima.

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  5. Redes eram núcleos sociais, eram literalmente as "redes sociais" da época. Joguei na da Garcia D´Ávila, a rede Champignon, em torneio do qual participou o querido Mauro Marcello. Bernardinho chegou a jogar lá. O dono era o Francisco...., não me lembro agora o sobrenome. Boa diversão.

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  6. Lembrei...Francisco Magarinos Torres. Um cara muito legal, que organizava campeonatos com troféus etc. Morava numa casa simpática na Rua Garcia D´Ávila que depois virou a loja Company.

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  7. Bom dia a todos. Impressionante como as amizades da infância e juventude ficam marcadas para a vida toda. Meu problema de joelho e depois o coração, me impediram de jogar a pelada do pessoal que frequentou e jogou no Aterro nos anos 70, até pouco antes da pandemia ela ainda ocorria todos os domingos no Campo 2. Do pessoal de Colégio temos um grupo no WA chamado Confere, este se reúne pelo menos uma vez no final do ano, onde é feito o Confere e saudamos os que não mais estão presentes, neste do próximo dia 11/12 teremos várias baixas devido a Covid, vida que segue a encarnação e as lembranças de histórias serão contadas, como acontece todos os anos.

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  8. Dia de reminiscências do Luiz. Lágrimas nos olhos, uma saudade imensa daqueles tempos e uma dose de depressão se farão presentes nele. Recordar o passado costuma ser doloroso, já que pela Segunda Lei da Termodinâmica tudo piora com o passar do tempo. Quem sabe alguns dos citados nas reminiscências sairão do armário e comentarão algo hoje.

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    1. O tempo é implacável e sua marcha é inexorável.## Tem muita gente aí que já "saiu do armário" e não sabe disso.

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  9. Na fase da Geração de Prata do vôlei, primeira metade dos anos 80, até faixa de propaganda da Telerj foi "confiscada" pelos fominhas desse esporte na época. O problema era ver, entre os poucos furos, o outro lado. Jogávamos até no meio de rua de pouco movimento.
    Como meninas também jogavam junto, os marmanjos ficavam mais entusiasmados para participar.

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  10. Consta no Facebook que hoje é aniversário do Gustavo.
    Parabéns! Felicidades!
    Tudo de bom!
    Que Deus o abençoe, o proteja e o ilumine sempre!

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  11. Impressionante a primeira fotografia (anos 70 ?); a pista ao lado da praia virava estacionamento, é isso mesmo?
    Frequentava normalmente a praia em Copacabana, tenho poucas lembranças da praia de Ipanema.

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    1. Estava engarrafada, não era estacionamento. O wue não tinha era calçada para caminhar

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  12. Boa tarde a todos!

    Na primeira foto fico imaginando a dificuldade de achar o próprio carro na época kkkkk.

    Em segundo lugar, mesmo a Rede Lagosta não existindo mais é legal ver que a tradição de redes na praia manteve-se até hoje, é bem comum ver o pessoal jogando vôlei, futvôlei e beach tennis na praia de Ipanema.

    Em terceiro lugar, não sei se esse comentário é bem-vindo, mas como curiosidade se pudessem comentar a idade de vocês embaixo do meu comentário seria legal, tenho essa curiosidade.

    Abraços a todos!


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    1. Eu, 74 anos.

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    2. Naquela época a variedade cromática dos carros era bem maior. Imagina um mar de fuscas branco, preto e prata como já foi em certa época a "variedade cromática". Só identificando pela placa ou outra característica.

      Hoje teria muito carro estacionado com placa camuflada...

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  13. Na primeira foto, é mais fácil dizer quais os modelos de carro que NÃO aparecem lá.

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  14. Nessa época eu estacionava o meu fusquinha branco na calçada do Supermercado na esquina da Prudente de Moraes ou Praça Gen. Osório. Como sempre chegava tarde e já estava tudo cheio, eu deixava a chave com o Negão da Mangueira que era quem tomava conta daquela área.

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