Authochrome de Marc Ferrez garimpado pelo H. Hübner. Estamos no início da Av. Rio Branco, com a Casa Mauá à esquerda. Era legitima representante da arquitetura eclética do início do século 20. A Casa Mauá, uma casa comercial, foi demolida no final da década de 80 para a construção da horrenda torre de vidro, o RB1.
À direita vemos o prédio onde havia um enorme letreiro da Casa Hanseática.
Também vemos o monumento ao Visconde de Mauá, Irineu Evangelista de Sousa, que se ergue no
extremo norte da Avenida Rio Branco, à entrada da Praça Mauá. É obra de Rodolfo
Bernardelli. Compõe-se de uma coluna dórica de 8 metros e 30 centímetros de
altura, talhada em granito. A pedra fundamental do monumento foi lançada
no dia 30 de abril de 1904, no início das obras da Avenida Central (Rio Branco,
hoje), pelo Clube de Engenharia. A inauguração ocorreu no dia 1 de maio de 1910.
Postal da coleção do
Klerman W. Lopes. Edic. Da Directoria Regional dos Correios e Telegraphos do Districto Federal.
Vista do Centro com o Edifício "A Noite". Foi o primeiro arranha-céu da
cidade, construído no fim da década de 20 e também o primeiro a ser
construído com o moderno concreto armado. Seu estilo art-deco estava mais para
construções norte-americanas do que para as francesas que ainda existiam na
região. Foi sede de inúmeras repartições públicas como o INPI, escritórios, do jornal A
Noite e da Rádio Nacional. O edifício possui 22 andares, correspondentes a 30
de um prédio moderno, devido a seu pé-direito ampliado.
A foto é anterior a 1945,
pois ainda existia o canteiro central da Av. Rio Branco. A estátua de Mauá
ainda dava as costas para a avenida. Depois foi alterada a posição e passou a
ficar de costas para o edifício de A Noite. Depois foi mudado para mais perto
do mar, quase no estacionamento do "Touring", no eixo da Rodrigues
Alves. Mas também saiu de lá, provavelmente para não ficar debaixo da
Perimetral. O ônibus que aparece na foto é o apelidado de "Sinfonia Inacabada"?
Vemos a região em um dos estupendos trabalhos de GUTA (Carlos Gustavo Nunes Pereira), um artista precocemente falecido. Eventualmente comentava no "Saudades do Rio" do provedor Terra. Era irmão de um colega de colégio. Guta era um grande artista que em suas pranchas apresentava um mesmo local do Rio através dos séculos.
Esta foto, da Comp. Melhoramentos de São Paulo - Indústrias de Papel, é do acervo do Rouen. Deve ser dos anos 50. Fica aqui o desafio para obiscoitomolhado, pois quando o Rouen a publicou houve muitas divergências sobre os automóveis.
Sim, aquela coisa horrenda na terceira foto é o modelo de ônibus apelidado de "sinfonia inacabada". Foi lançado pela Grassi, que no entanto se redimiu no futuro projetando bonitas carrocerias. Na época o motor dos ônibus era saliente, com capô fora do habitáculo dos passageiros. Esse modelo tinha o motor dentro do habitáculo, dando a impressão de que faltava algo. Daí o apelido.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirComecei a frequentar esporadicamente a Praça Mauá no início dos anos 90. Logo, não vi a Casa Mauá. Mas vi a construção do RB1.
Passei a ir mais vezes depois da última reforma, com a abertura dos novos museus e a implantação do VLT.
O biscoito vai ter trabalho hoje.
Além do "Sinfonia Inacabada" - adoraria ter visto um, a edição de hoje traz um desafio a este farináceo leitor. Acho que o Sr. Blogueiro quis saber se eu lia o texto até o final...
ResponderExcluirNa verdade, não sei a razão das divergências, pois não vejo, entre os automóveis visíveis qualquer polêmica quanto à identificação.
Estamos abordando a última fotografia, onde aparecem, da esquerda para a direita, um Jaguar Mark V azul metálico (sem a saia traseira), de 1949 a 51, um Mopar cinzento 49-50, aí encontramos dois automóveis de identificação difícil, um cupê azul dos anos 50 e um conversível meio escondido, de 1940, quase certamente um Buick.
Depois, dois carros pretos, um Citroën 11 Légère, já pós-guerra e um Mercedes-Benz 220, de 1952. Mais atrás, vemos um Austin A-40, preto, de traseira, de 48 a 51, um lotação Mercedes-Benz 312 e um Chevrolet metalizado, 46-48.
Na bela pintura do GUTA, um saudável Flxible da Unica dá um passeio pouco ortodoxo pela Praça Mauá, já que o retorno dele se fazia pela Rodoviária Mariano Procópio. Em outras palavras, ele não devia dar um rolé naquele lado (talvez alguém levasse borboletas para os decoradores do Número 1...).
O carro grená é um Dodge Wayfarer Sedan 2 portas, 50, muito raro por aqui, com aquela carroceria fast-back única.
Diante da diversidade de cores existentes em carros que aqui rodavam no passado e tendo em vista que eram todos importados, fico imaginando a dificuldade das oficinas em razão da dificuldade da obtenção das tintas originais para reparos, principalmente "retoques". Atualmente existem "trocentas" lojas de tintas automotivas por metro quadrado, mas no passado deviam ser raras.
ResponderExcluirAo menos com a reforma da Olimpíada voltou a ficar bonita,se vai durar...já é outra história.
ResponderExcluirJá não está durando. Há centenas, talvez milhares de placas de granitos das calçadas soltas ou quebradas. Os canteiros estão abandonados, cheios de lixo e mato. Ocupação desordenada de camelôs e food trucks. Bancos quebrados.
ExcluirNa última foto, o cupê azul não seria um Škoda?
ResponderExcluirNa foto do Guta, aparece de frente um "Camões". Os demais ônibus (fora o da Única) são GM "gostosões". Estranho o da direita, com faixa vermelha hirizontal. Parece a pintura da Auto Viação Nacional, mas ao que me lembro ela não tinha "gostosões" na frota e as duas linhas que eu me lembro ela operava, a 109 e 110, não passavam pela Praça Mauá.
Não é Skoda, com certeza. Cheguei a pensar que pudesse ser um Fiat 1400, mas também não é. Não parece ser americano, pelo porte. Havia poucos cupês na Europa nesse tempo e a maioria era encarroçada, o que abre muito o leque e dificulta a pontaria do chute.
ExcluirAs edificações em estilo americano destruíram a romântica Avenida, mas o Edifício A Noite está perdoado por pertencer à Pç. Mauá.
ResponderExcluirExiste um Museu da Rádio Nacional e nem sei se é só virtual. Mas quase com certeza não é em sua antiga sede.
O motorista estacionou o ônibus da Única e está indo resolver alguma coisa no porto.
No meio da Rio Branco, "saia e blusa" em vermelho e amarelo, parece ser um Camões.
O problema, Paulo, é que os arquitetos contratados para projetar edifícios Art Déco no Rio se limitaram às mínimas bases do estilo. Na américa, pp em NYC temos exemplos belíssimos de edifícios Art Déco, totalmente diferenciados dos nossos que são rudimentares. Eu moro no Lido, uma referência em prédios Art Déco, eu mesmo moro em um, que foram desfigurados pelos responsáveis. O meu prédio é um exemplo disso. Pouca coisa foi preservada. Até a porta de bronze foi vendida para um farro-velho por um dos síndicos. Temos um teto no hall de entrada todo de vitrais, tapado por um teto rebaixado em gesso. Há 40 anos tento fazer com que se recupere essa joia. O Art Déco predominante na região tem elementos indígenas, o que não é o melhor do estilo.
ExcluirFF: A postagem de ontem teve como foco os cinemas da Cinelândia. No ensejo presto minhas homenagens póstumas ao ilustrador Benício, responsável por inúmeras imagens dos seus cartazes de cinema e capas dos populares livros de bolso. Ele foi também um frequentador daquela região e cliente do salão Itajubá, do barbeiro Emir, onde tive a oportunidade de conhece-lo. https://veja.abril.com.br/cultura/ilustrador-benicio-morre-no-rio-de-janeiro-aos-84-anos/
ResponderExcluirA quem interessar mais detalhes sobre o ilustrador falecido. https://universohq.com/noticias/faleceu-o-ilustrador-benicio/
ExcluirBom dia a todos. Um dos locais do RJ que mais sofreram reformas ao longo dos anos, sendo a última na época pré Olimpíadas, sendo que a obra foi feita a toque de caixa, na semana passada passei pela região e o piso de pedra já está quebrado em grande parte de toda a área reurbanizada, devido ter sido mal colocado, como constatei na época, muitos estavam soltos o que causou a quebra deles em grande parte do calçamento com a passagem de veículos. Se fosse em outro País, poderia ser uma área de grande atração turística, como chegou a ser durante o evento, aqui vai ser destruída com o passar do tempo para que no futuro seja feita uma nova obra de reforma geral.
ResponderExcluirAqui no Brasil é assim, construção, reforma geral, sim, manutenção de conservação não, isso não dá dinheiro para o Prefeito, pelo contrário só gasta dinheiro da Prefeitura.
As ilustrações do GUTA mostrando a evolução arquitetônica de determinados locais da cidade são fantásticas.
ResponderExcluirNo foco, mas saindo um pouco dos comentários convencionais, na Rua Barão de Piraquara, em Realengo, existia um terreno com uma grande torre que era a "repetidora" da Rádio Nacional, cuja frequência original saía do Edifício A Noite da Pça Mauá. Atualmente no local foi construído um condomínio de casas.
ResponderExcluirOse transmissores principais da Rádio Nacional ficavam às margens da Av. Brasil à altura de Parada de Lucas. Tendo sido fartamente noticiada sua invasão pelos militares em 01/o4/64
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