O “post” de hoje apresenta fotografias da revista Fon-Fon e do acervo de Afranio Costa, além de textos pesquisados no “Correio da Manhã” e em um artigo de Eduardo Ferreira, que tem um “blog” sobre o assunto.
O Revolver Club foi uma iniciativa
do "sportman" Alberto Braga. Foi criado em junho de 1914. Tinha
"stands" de tiro na Rua Fonte da Saudade, na Lagoa. Braga não só
cedeu o terreno, mas também custeou a construção do estande de tiro. De linhas
sóbrias, com apenas oito “boxes”, o primeiro estande de clube construído no Brasil
seguiu o modelo europeu, com um piso superior utilizado para observar o
andamento da prova sem incomodar os competidores.
Destacavam-se como
atiradores o Alberto Braga, Eugenio George, Afranio Costa e o tenente Guilherme
Paraense.
O acesso ao clube para as
provas matutinas era feito através dos autos-avenidas da linha Largo dos Leões,
das 8 às 9 da manhã, de Mauá e que chegam até à porta do "stand",
informava o “Correio da Manhã”. Anos depois a indicação era usar o bonde
"Jardim Botânico".
As competições eram disputadas por agremiações como o Tiro Brasileiro do Leme, o Tiro de Nictheroy, Tiro Brasileiro da Pavuna, Tiro Brasileiro de Friburgo, Tiro de Revolver Icarahy e Tiro Vasco da Gama.
As características do
estande e do clube foram muito bem descritas por um interessante artigo da
época da fundação do clube:
“A situação da sede
social, além de aprazível, é apropriada para o tiro, pois a parte final da
linha de tiro é fechada por um “para balas” natural. A construção do stand é de
estilo moderno, proporcionando aos frequentadores excelente conforto. A linha
de tiro, além de optimo aspecto, presta-se perfeitamente ao tiro, pelas obras
nellas effectuadas, resultando a máxima segurança e commodidade aos atiradores,
durante os exercícios. Nas trincheiras do abrigo estão dispostas, em
aperfeiçoados apparelhos, nove alvos que funcionam com rapidez extraordinária,
auxiliados pela installação electrica. Há também um alvo a 15 metros para
aprendizes, quatro a 25 e igual número a 50 metros, para atiradores
classificados.”
Em 1919 foi inaugurado o
"stand" de tiro do Fluminense Futebol Clube, local onde no final do
século XX fiz meu curso de tiro.
Exemplo de reportagens que saíam com frequência no "Correio da Manhã" sobre as competições de tiro no início dos anos 20.
Em 1920 foi no
"stand" do Revolver Club que se realizaram as eliminatórias para as
Olimpíadas da Antuérpia, na Bélgica, com destaque para Guilherme Paraense, que
acabou por conquistar a primeira medalha de ouro olímpica para o Brasil, na
modalidade de pistola rápida. Afranio Costa conseguiu uma medalha de prata. A ida até o local de competição foi uma odisseia,
levando quase um mês. Foram na 3ª classe do navio Curvello, desembarcaram em
Lisboa e pegaram um trem até a Bélgica.
Ao chegarem em Bruxelas,
parte das armas e munição da equipe foram roubadas. Afrânio Costa, Sebastião
Wolf, Dario Barbosa, Fernando Soledade e Guilherme Paraense chegaram ao campo
de Beverloo, onde estavam concentradas as equipes de tiro esportivo. Os
brasileiros tinham apenas 200 munições calibre 38, quando cada atleta
precisaria de 75. Com tantas dificuldades durante a viagem, desde más condições
de sono, fome, até o furto de seus armamentos, a equipe brasileira de tiro
chegou aos jogos de moral baixa e não imaginava a reviravolta que aconteceria. A
delegação norte-americana cedeu parte de seu arsenal: 2 mil cartuchos e duas
pistolas Colt, feitas especialmente para os competidores americanos usarem nas
olimpíadas. Uma atitude de fair-play que dificilmente seria vista nos dias de
hoje.
Conta ainda o Eduardo Ferreira que uma das modalidades mais animada e concorrida registrada nos anais da história do “Revólver Club” era a prova de duelo, onde cada dois atiradores, por vez, “batiam-se” entre si, vestidos com longas e pesadas batas e portando máscaras de esgrima para se protegerem. Tal qual um duelo do século XVIII, os competidores se postavam inicialmente de costas um para o outro e a um sinal do juiz, iniciavam a contagem das passadas regulamentares, cerca de dez passos, voltavam-se um contra o outro e disparavam imediatamente.
ResponderExcluirOs armamentos usados pelos dois contendores eram antigas armas de duelo, carregadas com uma bala de cera. Os atiradores iam sendo eliminados pelo local do “impacto da cera” e que estivesse mais longe do “coração” de pano vermelho costurado sobre a bata. Era proclamado campeão aquele que superava o último concorrente. Essas foram, certamente, as primeiras provas de “paint ball” realizadas no Brasil, revestidas da maior segurança possível, foram as precursoras da modalidade duelo, atualmente conhecidas como tiro rápido.
Clubes de tiro existem atualmente em todo o mundo e o Rio de Janeiro não é diferente. Até pouco tempo atrás comprar uma arma de fogo era um ato corriqueiro e as lojas possuíam armas em exposição. Em lojas como a Mesbla era possível comprar um revólver ou uma espingarda, preencher a documentação, e em dois ou três dias o revólver estava disponível na loja. Até 1997 portar uma arma de fogo ilegalmente não era considerado crime e sim uma "contravenção penal", prevista no Artigo 19 da Lei de Contravenções penais. A variedade de modelos à venda era pouca, sendo apenas de revólveres de calibre até .38 e carabinas diversas.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirHoje só irei acompanhar os comentários.
FF: o "Apolinho" ganhou um baita presente de aniversário antecipado ontem à noite.
Bom Dia ! muito interessante o primeiro comentário, por certo os outros também o serão. Nos anos 50 teve no parque da Penha coisa parecida. fazia fila para participar.
ResponderExcluirA partir de 2019 o acesso à posse de arma de fogo pelo cidadão comum cresceu de forma exponencial e por justas razões. A campanha de desarmamento com entrega voluntária de armas promovida por governos anteriores só aumentou violência, pois apenas cidadãos "de bem" entregaram suas armas, enquanto bandidos e traficantes de drogas, muitos a serviço de políticos, não só não entregaram suas armas com adquiriram armas mais sofisticadas na certeza de que encontrariam pouca ou nenhuma resistência em suas ações criminosas. Em 2005 em um "referendum" para decidir sobre a proibição do comércio de armas de fogo em todo o território nacional, a população brasileira teve um momento de lucidez e votou contra. Ainda bem, pois se fosse aprovado estaríamos atualmente em uma situação insustentável.
ExcluirJamais imaginei ter havido um clube de tiro na Fonte da Saudade. Terá durado até quando? O local devia ser quase deserto na ocasião. .
ResponderExcluirNunca me interessei por clubes de tiro, embora tivesse uma pontaria considerada excepcional pelos meus instrutores do Curso de Formação de Reservistas no Colégio Militar. Um deles disse que em uma guerra eu provavelmente seria franco atirador. Meu triângulo de tiro ela milimétrico. No antigo parque de diversões de São Conrado uma vez ganhei todos os prêmios possíveis. Primeiro atirei com a espingarda de ar comprimido os cinco tiros em um alvo para verificar o desvio, sempre um pouco para a direita e para cima. Depois foi uma festa. Hoje um dia não conseguiria acertar um elefante mesmo usando a metralhadora do Scwhastznegger no Terminator II.
ResponderExcluirO recente massacre de 19 crianças no Texas perpetrado por um jovem de 18 anos chocou o mundo inteiro. O choque é duplo: primeiro, pelo massacre em si; segundo, pelo aspecto rotineiro que este tipo de crime adquiriu nos Estados Unidos, que já vem analisando a possibilidade de se reduzir a liberação de armas de fogo.
ResponderExcluirPrefiro seguir mais uma linha de países como o Japão, Austrália e Reino Unido, que restringem bastante o uso de armas de fogo por civis.
Sigo a lógica: "quanto mais armas, mais mortes". Ademais, liberação de armas atende bem a vários "lobbies", que o que menos se preocupam é com vidas humanas.
Wagner quem vai avisar aos bandidos que eles não devem usar armas?
ExcluirBom dia Saudosistas. Hoje é dia de acompanhar os comentários.
ResponderExcluirAgora temos armas compradas por "cidadãos de bem" legalmente após 2019 nas mãos das facções criminosas.
ResponderExcluirTenho muitas reservas aos ditos “cidadãos de bem”.
ResponderExcluirEles existem????
ExcluirGosto dos novos "liberais" arma pode o resto não.
ExcluirCreio que como vai nossa sociedade a Lei do divórcio não seria aprovada nos dias de hoje, sorte que quem assinou foi um PR da ditadura ou com certeza alegariam que divórcio e coisa de comunista.
Na Europa qualquer roceiro tem uma arma em casa, ela serve para ele caçar e para defender a sua propriedade. O problema das armas no Brasil é que só os bandidos as possuem, o que lhes garantem poder atacar qualquer cidadão sem que tenham receio de sofrerem uma reação. Outra besteira que se fala tanto no Brasil, são os ataques com armas por desiquilibrados mentais a pessoas em locais públicos, que sempre ocorrem nos USA, porém ninguém fala ou contabiliza as mortes que ocorrem no Brasil devido aos marginais, nem contabilizam a quantidade de chacinas ocorridas em locais dominados pela criminalidade (traficantes / milicias), que matam muito mais do que a quantidade de assassinatos realizados por estes franco atiradores, que comumente morrem após o crime, aqui os bandidos permanecem vivos e quando raramente são presos, em pouco tempo estão soltos e voltando a praticar crimes.
ExcluirA constituição da Suíça prevê que o cidadão receba do Estado aos sete anos um fuzil para sua autodefesa e também do Estado. Isso vem desde os tempos de Guilherme Tell e persiste até os dias atuais. Nem Adolf Hitler ousou desrespeitar a neutralidade suíça durante a segunda guerra mundial. A taxa de roubos, furtos, e homicídios lá está perto de zero e trata-se do pais seguro do mundo. Não vou entrar em detalhes das teorias gramscistas e leninistas que prevêem o desarmamento total das populações para posteriormente subjuga-las e cujo objetivo bem conhecido, teorias essas que encontram adeptos "neste sítio", mas entendo que países como EUA e Israel são exemplos a serem seguidos como modelo de segurança do cidadão. Se não gosta de armas não as compre, porém respeite o direito de outros de querer compara-las.
ResponderExcluircompra-las
Excluiro Guilherme Paraense era primo do Gustavo Lemos...
ResponderExcluirQuinta-feira é dia de faxina aqui em casa e por isso só agora estou podendo enviar comentários. Como o tema é instigante, trabalharei por tópicos.
ResponderExcluirSOBRE A FOTO DE HOJE ==> para mim foi uma surpresa saber desse clube em tão priscas eras, ainda mais aqui no Rio. No sul do país, entre os colonos alemães, esse tipo de clube era (e ainda deve ser) muito comum, já que nas nações germânicas - e não só nelas - a caça era uma atividade tradicional. Esse tipo de clube, no sul, se chama Schutzverein, literalmente "clube de tiro".
SOBRE CLUBES DE TIRO ==> de 2019 para cá foram abertos quase mil clubes de tiro. A desculpa é aumentar a segurança individual. A verdade é que essa história de armamentismo é igual ao bambu vergado: ora vai para um lado, ora para outro. Depois da era do desarmamento, chegou a era do armamento desenfreado. Para os bandidos, nada disso faz diferença: continuam comprando à vontade suas armas, e cada vez mais poderosas e letais.
ResponderExcluirCAC ==> em 2018 havia 117.467 CAC's. Em 1º de julho desde ano, o número é 673.118. São em maior quantidade que os 406 mil PM's da ativa e os 306 mil homens das Forças Armadas. Por que os CAC's têm autorização para possuir 30 armas e mil cartuchos anuais. Vão usar todas essas armas e toda essa munição nos estandes de tiro? É para se defenderem? De quem? Ou o objetivo é estarem preparados para alguma guerra civil ou para defenderem a ferro e fogo o governo que os incentiva?
ResponderExcluirA FALÁCIA DA PROTEÇÃO ARMADA ==> há duas hipóteses: ou você usa arma apenas em casa, ou a porta nas ruas. Em ambos os casos, arma não é garantia de proteção. Bandidos e baratas são altamente adaptáveis e resistentes. Bandidos possuem QI acima de 160, por isso e em virtude de sua capacidade de adaptação não conseguem ser extintos. Nem eles nem as baratas. Hoje em dia a moda está se expandindo no sentido de os bandidos invadirem sua casa quando você está ausente ou entrarem nela levando como refém algum outro morador que estava chegando ou saindo na hora. Pergunto: adianta você ter arma em casa?
ResponderExcluirE se você porta arma no seu carro, ela só lhe servirá se você conseguir prever o assalto e se forem poucos bandidos. Cada vez mais os assaltantes agem em grupo, muitas vezes em dois carros, dos quais saltam logo 4 ou 5 bandidos, todos se posicionando em torno do carro da vitima e apontando armas (às vezes fuzis) para o pobre infeliz. Adianta ter uma arma no carro?
Ontem, a um quarteirão daqui de casa, um senhor de 73 anos foi morto por dois bandidos numa moto. Eles cercaram o Jeep Compass do senhor, que estava com uma pistola entre as pernas, no banco. Provavelmente os bandidos perceberam isso e fuzilaram o senhor, sem levar nada. Ou seja: a arma dele, ao invés de protegê-lo, foi a causa de sua morte.
Isso quando os bandidos não levam tudo da vítima, inclusive sua arma. E se desconfiarem que se trata de policial, ainda o matam.
Pergunto: tem certeza de que portar arma realmente lhe garante segurança? Respondo: sim, em alguns casos, que a cada dia se tornam menores em virtude da adaptação dos bandidos.
A situação é preocupante e mesmo diante dos fatores mencionados por você eu me sinto mais seguro portanto uma arma de fogo, e sempre na cintura. Não há forma mais segura e não me arrependo disso. É uma questão de ponto de vista.
ExcluirSOBRE GRITO DE CAÇA ==> quando pensamos em caçadores, normalmente nos vêm à memória aqueles cavaleiros ingleses, caçando lebres, raposas ou faisões. Mas caça há em vários países pelo mundo afora. Há algumas décadas havia aqui no Brasil um desodorante cujo nome era Tallly-ho. Eu achava o nome estranho. Muitas décadas depois fiquei sabendo que Tally-ho era o grito dado pelos caçadores ingleses quando avistavam seu alvo, normalmente raposa, embora haja algumas pequenas divergências quanto ao momento e objetivo do grito. Durante a II Guerra, os pilotos da RAF usavam esse grito quando acertavam um avião alemão.
ResponderExcluirSOBRE TALLY E BANANAS ==> na mui conhecida canção do Harry Belafonte, "Banana Boat Song (Day o)", de 1956, a letra num inglês arrevezado tem no refrão a frase "Come Mister tally man, tally me banana", um pedido ao indivíduo contador para contar a quantidade de bananas colhidas.
ResponderExcluirA CAÇA NO CANCIONEIRO ==> as músicas tradicionais alemãs podem ser agrupadas por assunto: há as de marinheiro, as de andarilho, as que cantam as belezas de sua terra, as que falam da saudade de casa, e as de caçadores. Há várias destas, e de memória agora me vêm as seguintes: "Ein Jäger aus Kurpfalz" ("Um caçador de Kurpfalz"), "Ein Tiroler wollte jagen" ("Um tirolês quer caçar"), "Ich bin ein freier Wildbretschütz" ("Eu sou um franco-caçador"). Sem contar aquelas que citam caça ou caçadores em sua letra, como a animada e bela marcha "Im Wald im grünen Walde" ("Na floresta, na verde floresta"), que em um trecho da letra diz "Der Förster und die Tochter / die schossen beide gut. / Der Förster schoss das Hirschelein /....". Não há palavra equivalente a Förster em português. Ela se refere a alguém que mora dentro da floresta. Vou chamar de "floresteiro" para fins de tradução aqui. Então, a letra diz "O floresteiro e a filha / ambos atiram bem. / O floresteiro atira no veadinho / ..."
ResponderExcluirMINHA EXPERIÊNCIA COM ARMAS ==> a primeira vez que atirei foi no Exército. Usamos um mosquetão .30", um revólver e uma pistola .45" e uma metralhadora INA também .45". Lembro até hoje o número do meu mosquetão (cada aluno tinha o seu): 14.096. Depois, durante o treinamento de Escrivão de Polícia, atirei com um revólver .32" e com uma espingarda (seria esse o nome?) de nylon, calibre .22". Até que eu não era zarolho.
ResponderExcluirEm meados dos anos 1970 comprei de um vizinho uma pistola Beretta 7,65mm, que nunca usei. Como minha atual esposa não queria arma em casa nem pintada de ouro, tive de deixá-la na casa da minha mãe, que morava com minha tia. Em 2018 ambas haviam falecido e levei a arma para casa, mas minha mulher exigiu que eu me desfizesse dela. Sem saber o que fazer, dei-a para meu barbeiro. Este só ficou com ela durante uns 10 dias, tendo tido grandes pesadelos desde então. Por isso, devolveu-ma. Novamente sem saber o que fazer, e sem querer levá-la de volta para casa, atirei-a embrulhada num jornal no rio Jacaré, que passa perto de casa. Errei a mira e ao invés de a arma cair dentro d'água caiu no capinzal da margem. Dois ou três dias depois, passei por lá e o jornal já não estava mais ali. Alguém deve ter pegado a pistola. Errei ao não tentar desmontá-la e jogar as peças em locais diferentes. Mas não queria entrar com ela novamente dentro de casa, para não desagradar minha mulher.
QUANDO APONTEI A ARMA PARA A CABEÇA DE UM CARA ==> por volta de 1975, eu ainda solteiro, minha família viajou e fiquei sozinho em casa. Era um sábado. Já no início da madrugada, ouvi vozes baixinho na vila onde moro, que na época não tinha portão de acesso e que faz divisa no fim dela com a traseira do clube Vitória, situado em outra rua. O muro divisório era baixo e o clube dava festas com frequência. Esse muro é justamente colado na minha casa. Eu estava vendo filme na TV, na sala, e vi a silhueta de gente passando na frente da casa. Abri a porta e havia uma garotada tentando escalar a grade da minha janela para alcançar e pular o muro para entrar no clube. Dei um esporro e eles foram embora. Mas eu sabia que iriam voltar.
ResponderExcluirNão deu outra: pouco depois, novamente as vozes. Então subi para o segundo andar, cujas janelas na época eram de veneziana. Peguei o revólver .32" do meu tio e fiquei espreitando um cara que estava escalando a grade da janela para chegar ao muro. Quando ele já estava quase em cima, abri a folha da janela, apontei o revólver para a cabeça dele, gritei um palavrão, ele deu um salto e acho até que machucou o tornozelo, e saiu correndo da vila. Dei um tiro para o alto, acordando alguns moradores. A turma que queria escalar o muro ficou lá na rua, gritando palavrões para mim. Mas não voltaram a tentar o feito.
Apontar uma arma para alguém não é uma decisão fácil. Em Dezembro de 2020 eu estava às 8:00 na rua Santo Afonso na Tijuca aguardando a abertura do laboratório no qual faria um exame de COVID -19. Ao meu lado estavam outras pessoas, todas de "certa idade". Ao lado ficam as Lojas Americanas de onde alguns seguranças retiraram um "cidadão" que havia furtado algumas mercadorias, e colérico, pegou duas pedras portuguesas e passou a ameaçar as pessoas na calçada. Chamei dois PMs para retirarem o homem, o que fizeram, levando-o para a esquina da Major Ávila. Dez minutos depois o "cidadão" retornou com as duas pedras e foi na minha direção. Eu já estava dentro da galeria que é estreita quando o homem obviamente drogado entrou com as pedras dizendo entre outras coisas que iria me matar. Rapidamente saquei a pistola e apontei para o homem. Não é preciso dizer que foi um pânico geral, com senhoras gritando, e um "corre corre" total. O "cidadão" largou as pedras e correu, desaparecendo da vista de todos. E o mais surreal de tudo é que já dentro do laboratório uma senhora de certa idade acompanhada de seu filho adolescente veio na minha direção e disse: "O senhor devia ter vergonha, o homem é carente e merece atenção", ao que respondi: "Senhora, vá morar com ele, leve-o para a sua casa, e vtnc." Não tinha outro jeito, a adrenalina ainda "estava forte".
ExcluirO governo tirou o controle das armas e munição do Exército, ao que consta. Com isso, o sinal está verde para qualquer um que tenha licença comprar armas e munição e repassá-las para os bandidos. Ainda outro dia foi noticiado que um integrante do PCC conseguiu autorização para comprar armas. Vejam só a que nível chegamos: os bandidos obtêm autorização legal para comprar armas. Melhor do que trazê-las escondidas do Paraguai ou de outro lugar qualquer, sujeitos a apreensão ou a ter de pagar propina para passarem com elas.
ResponderExcluirFalta de controle só interessa a bandidos, a militares que repassam munição e armas para eles e para CAC's que fazem o mesmo. No fim, o grande beneficiado é o bandido, seja o de carteira assinada, seja o informal.
Na Suíça, estando o sinal fechado para pedestres, ninguém atravessa a rua mesmo que não passem carros. Lá, em alguns lugares, não é permitido dar descarga no vaso sanitário entre 22h e 5h - e respeitam.
ResponderExcluirNão há cobradores nos ônibus e todo mundo paga. Você pega o jornal e deposita o dinheiro numa urna. Todos pagam e ninguém rouba. E por aí vai.
Em país assim é possível todos terem armas.
Falou e disse. É isso aí mesmo. Não dá para comparar a Suíça com a tropicaliente Bananolândia. Há muitos intere$$e$ em que a população se arme. Não só interesse político como dos fabricantes de armas.
ExcluirPois é, fazer uma comparação totalmente incongruente entre Brasil e Suiça ultrapassa os limites de uma dialética falaciosa, ou, pra ser mais popular, é como comparar jacaré com abacaxi...
ExcluirAnônimo, em seu comentário das 15:46 você disse "quase tudo!" Só faltou acrescentar que "com exceção de povos com o DNA do povo brasileiro. Viva Charles Darwin!
ExcluirUma coisa que nunca entendi é por que se permite a fabricação de simulacros de armas. Quantas pessoas já foram roubadas por bandidos usando armas "de brinquedo"? Quantas talvez tenham morrido, ou por ataque cardíaco/AVC ao verem uma arma dessas apontada para si ou por sofrerem acidente ao tentarem escapar do assalto? Se eu tivesse poder para tal, não tergiversaria: quem fosse pego com arma (real ou simulacro) e não tivesse o devido porte, seria fuzilado incontinenti. No ato. Sem mais delongas, sem mimimi. Mas isso é sonho.
ResponderExcluirO único canal da NET de que sou fã é o ID Discovery, que só conta casos reais de crimes ocorridos nos EUA. É imensa a quantidade de crimes praticados com armas de fogo, já que lá qualquer garotinho de 2 anos pode ter uma (exagero, claro!): é marido matando mulher, mulher matando marido, filhos matando pais e avós, fora os serial killers. Os motivos podem ser vários: pegar o seguro da vítima, livrar-se do cônjuge por estar traindo ou sendo traído, ou para ficar com a guarda dos filhos, briga por herança, mero desequilíbrio mental, etc. É vapt-vupt: escolhe uma das várias armas que possui em casa e fuzila o outro.
ResponderExcluirE é facílimo você contratar um sujeito qualquer para matar outra pessoa, já que ele mesmo tem seu arsenal próprio.
Aparentemente, entretanto, não é comum matar as pessoas em assaltos nas ruas, como aqui.
Alguém mal intencionado diz que se o povo estiver armado uma ditadura não se instala. Mas o inverso também se aplica: um povo armado favorável a uma ditadura impede que ela seja derrubada.
ResponderExcluirMas a verdade é que nenhuma ditadura se mantém se não tiver o apoio das Forças Armadas. Nem é derrubada se tiver o apoio delas. E aqui na Bananolândia essas forças estão do lado de quem? Logo, a oposição pode implantar uma ditadura? E se não pode, para que armar o povo?
Um CAC tem direito a 30 armas. Essa é a quantidade de integrantes de um pelotão de infantaria. Se um CAC resolver arrebanhar 30 adeptos e armá-los, terá um pelotão à sua disposição. E sendo mais de 670 mil CAC's, no limite teremos quase 20 milhões de pessoas armadas por eles.
ResponderExcluirAlém disso, quem garante que o CAC compra armas para si mesmo? Pode perfeitamente comprar em seu nome, para os amigos. Quem controla isso? Ninguém.
Como também pode comprar para a bandidagem. Basta fazer seu arsenal particular, vendê-lo para os bandidos e dar parte de roubo.
Cidadão de bem e como "mulher honesta" artigo já suprimido do código penal.
ResponderExcluirSobre compra de arma , nosso PR tirou a obrigatoriedade de numeração do lote das munições, isso ajuda é muito a policia.
Hoje, atiradores podem ter até 60 armas, sendo 30 de uso restrito, como fuzis. Em relação à munição, cada CAC pode comprar 180 mil balas ao ano. Os caçadores podem comprar até 30 armas, 15 de uso restrito, e 6 mil balas.
180 mil, isso diz tudo pra onde vai.