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quarta-feira, 21 de abril de 2021

PAISSANDU ATLÉTICO CLUBE (1)

Com informações de V. Iorio e P. Iorio vamos falar do Paissandu Atlético Clube, hoje localizado no Leblon, na Av. Afranio de Melo Franco. Nesta foto, datada de 1911, de dentro do Paço Isabel, vemos a Rua Paissandu com suas palmeiras imperiais e, à direita, o "ground" de "cricket" do Paissandu Atlético Clube. 

Este clube foi fundado em 1872, com o nome de Rio Cricket Club. Estabeleceu-se na Rua Berquó, hoje Rua General Polidoro, esquina de 19 de Fevereiro, em Botafogo. O Rio Cricket Club foi a primeira agremiação destinada à prática de esportes terrestres no Rio de Janeiro. Hoje é, também, o terceiro mais antigo clube social em atividade nesta cidade, superado apenas pela Sociedade Germânia, fundada em 1821, e pelo Real Sociedade Clube Ginástico Português, fundado em 1868. Só em 1880 o Rio Cricket Club saiu de Botafogo, indo para o terreno alugado da Rua Paissandu. Este terreno era propriedade do Conde D´Eu e ficava em frente ao Paço Isabel, residência da herdeira do trono do Brasil, a Princesa Isabel. Hoje, esta casa é o Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Em 1875 houve uma cisão entre os fundadores do Rio Cricket Club resultando na nova agremiação sob o nome de Paysandu Cricket Club, que veio a se tornar o Paissandu Atlético Clube. 

Uma panorâmica que mostra a posição das quadras, em 1902, ao lado do campo de "cricket" do Paysandu Cricket Club. Nos terrenos deste clube realizavam-se os BAAS (British Amateur Athletic Sports), uma série de competições esportivas, principalmente entre a colônia britânica do Rio de Janeiro. Com a queda do Império, em 1889, o clube passou a viver momentos de incerteza, pois foi proposta a desapropriação do Palácio Isabel e dos terrenos vizinhos.

Em 1906 o clube participou do primeiro Campeonato Carioca de Futebol (LMSA) e em 1912 foi campeão. Em 1914 abandona a prática oficial do futebol.


E. Pullen assim descreve o local do campo: "Vindo do mar, em 1899, o campo era situado no lado esquerdo do topo da Rua Paissandu. Suas fronteiras eram, ao norte, um pedaço de terreno baldio que, depois, tornou-se o campo de Flamengo; ao sul, a casa do Sr. De Lisle, gerente do London & River Plate Bank, que tinha um grande jardim; ao leste, a Rua Paissandu; e a oeste, a pedreira, que funcionava durante os dias de semana e impunha uma rotina constante de remover as pedras que, com a explosão, vinham parar dentro do clube. De cada lado da estrada, havia duas fileiras de palmeiras e, à direita, havia outro terreno baldio coberto de mato, que servia como depósito de lixo. O campo deste lado era limitado por uma cerca de arame (que não era farpado). Protegendo a pedreira e separando-a do nosso campo havia uma valeta rasa e, ao lado, arame farpado.

As belas palmeiras da região davam um charme ao local. O Rio Cricket, após a separação do Paissandu, mudou-se para Niterói. Ambos os clubes disputavam partidas no chamado "Clássico dos Ingleses".


Foto do campo de "cricket" junto à pedreira. A história continua amanhã com a mudança do clube para instalações na Rua Siqueira Campos, em Copacabana.

18 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Acompanharei as aulas e os comentários. Dia para aprender.

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  2. Sensacional esta série de fotos, salvo engano, inéditas, sobre a evolução histórica do Clube Paissandu. Viver no Rio de Janeiro, à época, era muito bom!

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  3. Essas imagens mostram um outro Rio, não o que conhecemos. Aliás conhecemos cada vez menos e daqui a alguns anos não conheceremos mais. Essas imagens são uma prova do quanto a influência Anglo-saxônica foi benéfica ao Rio de Janeiro. Onde existem clubes e agremiações de origem Anglo-saxônica existe a certeza de civilidade. O futebol se popularizou e "saiu do controle". A região da Paissandu foi totalmente mutilada e descaracterizada. Uma foto publicada no SDR na semana passada mostra a região com uma configuração irreconhecível se comparadas com as atuais.

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  4. Bom Dia! Uma curiosidade: Acredito que as palmeiras foram transplantadas. Parece que estão com uns 10 metros de altura. Certa vez assisti a plantação de uma na Av. Presidente Vargas com mais ou menos este tamanho e vi o trabalho que deu. Naquela época com os recursos bem menores,como terá sido o transporte e fixação das mesmas?

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  5. Bom dia a todos. Vamos acompanhar os comentários. O Paissandu e o Rio Cricket ambos ainda em funcionamento nos dias de hoje.

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  6. Mauro, era muito bom mesmo, presumo. Tínhamos menos gente no mundo, com falava um antigo comentarista do SDR, e de fato tudo tinha um esmero que hoje só encontramos raramente. As Palmeiras Imperiais por exemplo são cada dia mais raras. Na rua Paysandu ainda temos algumas, mas na Presidente Vargas são raríssimas. Agora, para minha surpresa, vejo na foto n.1 que a rua Paysandu tinha esse belo portão fechando o acesso. Fiquei sem entender, mas como isso é história tudo tem um motivo.

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    1. Ilusão de ótica, na verdade o portão era do palácio e a atual Pinheiro Machado era muito estreita.

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    2. A Pinheiro Machado foi alargada em 1962/63 em razão da abertura do Túnel Santa Barbara, e de cara "cortaram uma fatia" do estádio do Fluminense e uma parte do terreno do Palácio Guanabara. A pista de rolamento original da Pinheiro Machado é a atual pista em direção ao Catumbi.

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  7. O Luiz deveria alterar o nome do blog para Saudades do Rio A, pois o Rio B que não é mostrado é deplorável.

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  8. Muito interessante a história do único clube que aparece na lista de campeões cariocas que não disputa nada no futebol.

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  9. Cruzei a faixa de chegada.... Segunda dose hoje... Vou para o pódio.. kkkk

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  10. Nunca fui sócio de clube nem frequentava nenhum. Por isso não tenho nada a acrescentar nessa série de postagens.

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  11. Será que este Paissandu tem alguma coisa a ver com o outro, o do Pará?

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  12. Conheço razoavelmente bem o Rio Cricket. Meu bisavô foi um dos fundadores. Vamos ver o que vem amanhã.

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  13. Assim como informa o site do Paysandu paraense, acredito que o clube carioca também tenha se inspirado na conquista da cidade uruguaia, feito realizado por brasileiros e uruguaios Colorados contra os Blancos, que na ocasião detinham o poder no Uruguai.
    Mas, coincidentemente, o clube do Pará foi fundado dois anos depois da conquista do campeonato carioca pelo nosso Paissandu, têm as mesma cores e, a confirmar, o mesmo uniforme de listras verticais.

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