Espero que os especialistas em ônibus comentem/corrijam as informações desta postagem.
Os primeiros auto-ônibus trafegaram a partir de 1908, fazendo o percurso da Praça Mauá ao Passeio Público, com algumas viagens extraordinárias para a Exposição Nacional na Praia Vermelha.
Em 1911 estabeleceu-se uma linha regular entre o centro da cidade e a Praia Vermelha. Depois foi inaugurada a ligação por ônibus entre a Rua dos Beneditinos e a Praça da Bandeira. Os ônibus não evoluíram muito até o início dos anos vinte. As linhas pouco numerosas, com carros a combustão, serviam basicamente o centro da cidade.
Entre 1918 e 1928, a população do Rio foi servida, na Avenida Rio Branco , por uma linha de ônibus elétricos, operada pela Light. Eram chamados de "auto-ônibus" e percorriam a Av. Rio Branco de um extremo a outro. Eram providos de rodas de borrracha maciça e como o sistema de tração era elétrico (acumuladores), sem barulho, sem vibração, nem fumaça.
Em 1923, os chamados "auto-ônibus do Lopes", de propriedade do comerciante Manoel Lopes Ferreira, passaram a alcançar distâncias maiores, chegando até bairros como a Tijuca e o Leblon (face aos seguidos desastres foram apelidados de "auto-decapitação"). Os subúrbios também passaram a ter suas linhas de ônibus, operadas por Mario Bianchi.
Em 1926, a Light entrou no serviço de ônibus movidos a gasolina, com os carros da Viação Excelsior, como o que aparece hoje em foto abaixo. Faziam o percurso no percurso entre o Centro e Botafogo (Club Naval-Pavilhão Mourisco), ao preço de 400 réis por passageiro. Todos os veículos eram providos de regulador de velocidade, freios de segurança, caixa coletora para recebimento de passagens, assentos forrados de veludo.
Em 1928 a Excelsior inagurava, nas linhas Estrada de Ferro-Lapa e Club Naval-Leopoldina, os chamados carros imperiais, de dois andares, o famoso "chopp-duplo".
FONTES: Andre Decourt, Maxwell (PUC), W. Stiel, C. Dunlop, Nickolas Nogueira, Helio Ribeiro, A.L. Frusca.
Localizado no Largo da Glória vemos um monumento com 10m de altura e um pedestal de granito de 6 faces, encimado por Pedro Álvares Cabral e dois outros personagens da nossa história: Pero Vaz de Caminha e Frei Henrique Soares, de Coimbra. De autoria do escultor Rodolpho Bernardelli, este monumento foi inaugurado em 1900 por ocasião dos festejos comemorativos do 4º Centenário do Descobrimento do Brasil.
O ônibus é um "Jacaré" da Viação Excelsior. Motor
Daimler, chassis Guy e carroceria feita nas oficinas da Light em Triagem. Começaram a circular em 1927. O carro é um Chevrolet 1934.
Esta foto já apareceu num "Onde é?". Vemos a Rua Desembargador Isidro, na Tijuca.Chama a atenção, além do simpático casario, a movimentação de veículos na rua. No meio temos um ônibus da Viação Excelsior, que passa por cima das linhas de bonde, do seu lado direito vemos um pequeno caminhãosinho carregado com caixas amarradas por cintas, do lado esquerdo está estacionado um elegante automóvel. O fotógrafo se encontra de costas para a Praça Saens Peña.
Segundo Mme. Frusca, do lado direito havia o famosíssimo armarinho "Mme. Rosa", que vendia aviamentos diferenciados, como golas e punhos de rendas, luvas, flores para ornamentar lapelas e chapéus, botões em cristal, ou cravejados com marcacita (o strass da época) além de fazer serviços de plissé, ajour, etc. É mais arborizada atualmente. As palmeiras e a belíssima luminária que se vê do lado esquerdo já não existem mais.
Esta rua é paralela à Rua
Conde de Bonfim e termina no encontro do final de várias ruas: José Higino,
Clóvis Bevilacqua e Bom Pastor, quase em frente ao Colégio Batista Shepard e à
Rua Sabóia Lima (no final da qual começa a Reserva Florestal da Tijuca).
Estupenda colorização feita pelo Nickolas Nogueira, a partir de uma fotografia publicada pelo Andre Decourt. É de autoria do fotógrafo da ABI, Ferreira Junior e faz parte do acervo de Sidney Paredes. Vemos um ônibus da Linha Club Naval-Laranjeiras, na Rua Teixeira de Freitas, Lapa, ao lado do Passeio Público.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirDaqui a pouco vou pegar um ônibus, subir a serra e ficar até domingo em Petrópolis. Está no "pacote" da semana. Vou com a minha irmã, que tem direito a descontos.
Dependendo da qualidade de conexão, vou comentar mais ou menos até lá.
Boa viagem e estadia, e que a temperatura esteja de fato mais agradável do que no Rio.
ExcluirNa terceira foto, o carro é um Oldsmobile 1936. As aletas laterais do capô são inconfundíveis.
ResponderExcluirNas duas últimas fotos, o homem de paletó marrom é o mesmo; ou é fiscal, ou ônibus dele ainda não chegou...
ResponderExcluirAugusto, como está Petrópolis? Já arrumaram a cidade depois daquelas enchentes?
ResponderExcluirQuanto aos ônibus no Rio só digo que os serviços na Zona Oeste são umas porcarias, desde que eu me entendo por gente. Não atende à demanda, conservação dos carros, muitos ainda sem ar condicionado, etc. Pra não ser injusto, deu uma boa melhorada com os BRTs; a linha Gentileza-Deodoro pela Transbrasil foi "bola dentro".
Estranho mesmo esse ônibus não terem farol. Na certa, não rodavam a noite e não acredito que as ruas eram tão bem iluminadas assim naquela época. Mas como controlar que a última viagem não pegaria o cair da noite?
ResponderExcluirQuantos cariocas frequentam a Biblioteca Nacional. Confesso que há muito tempo não vou dada à facilidade de pesquisar jornais pela internet.
ResponderExcluirCadê o Nickolas? As colorizações dele fazem falta.
Faltou um ? na primeira frase de meu comentário.
ResponderExcluirDurante três anos eu pegava diariamente o 409 no Largo da Segunda-feira para ir ao Colégio Impacto cuja sede era na Desembargador Isidro. Naquele tempo a Haddock lobo e a Conde de Bonfim funcionavam em regime de mão-dupla, e o ônibus na Praça Saens Pena entrava à esquerda na General Roca e virava à direita na Desembargador Isidro. Na foto aparecem os trilhos da linha Aguiar-Fabrica saindo da General Roca {fora da foto} e seguindo pela Desembargador Isidro, Percebe-se que na foto os trilhos seguem em direção ao fotógrafo, pois até 1940 os trilhos de bonde vindos da Conde de Bonfim também "abraçavam" a Praça Saens Pena e seguiam pela Desembargador Isidro. Com as obras realizadas em 1940, os trilhos foram suprimidos do lado esquerdo da Praça e o trajeto da linha Aguiar-fábrica passou a ser pela Rua dos Araújos, General Roca, e em seguida à esquerda na Desembargador Isidro. Foi por ocasião dessa reforma que foi inaugurado em 1940 o Cinema Olinda.
ResponderExcluirO 409 antigamente tinha o número 29. E o nome da linha era "Fábrica de Chitas - Horto Florestal". Agora parece que é "Horto - Praça Saens Peña".
ExcluirEsse número 29 já tinha sido usado pela linha Muda x Mauá, da Viação Cruzeiro do Sul, segundo site do Marcelo Almirante. Tenho fotos de vários ônibus dessa linha, alguns do tipo "gostosão", dentro da garagem situada na Muda, quase em frente à rua Garibaldi.
Entre 1918 e 1928 a Av.Rio Branco então já era atendida por um veículo "light" sobre ... borracha (VLB).
ResponderExcluirSobre pneus. VLP. A sigla existe.
ExcluirBom dia Saudosistas.
ResponderExcluirHoje é dia de acompanhar os comentários e aprender um pouco sobre o transporte coletivo da cidade através dos ônibus.
Uma iluminação melhor nas principais vias públicas é o mais provável motivo da dispensa dos faróis nos "Jacarés" da Light.
ResponderExcluirMelhor, claro, considerando-se os padrões da época.
Imagino que a empresa exigia uma boa dose de cautela a mais de seus motoristas, para as viagens após o anoitecer.
Espero que os ônibus elétricos, os de baterias, voltem em grande quantidade antes de completar 100 anos de ausência.
Já tem outras cidades investindo bem nesse modelo.
As fotos 1 e 2 estão comprimidas lateralmente. O ônibus não era tão estreito e curto como aparece nas fotos, nem as pessoas eram tão magrinhas.
ResponderExcluirEm algumas fotos dá para ver a placa do ônibus. Nos primórdios dos carros no Brasil, não havia regulamentação nacional sobre as placas. As primeiras eram quase quadradas, de bom tamanho, pretas com números brancos ou prateados. Com o passar do tempo, cada Estado criou seu próprio sistema, de modo que era uma bagunça geral. Só o que era comum a todos eram as cores: fundo preto com caracteres brancos ou prateados.
ResponderExcluirAlguns Estados tinham placas ovais, outros adotaram o formato retangular. Em alguns Estados havia o nome do município na placa, em outros, não. O ano do emplacamento também era adotado por alguns e por outros não. O município podia vir por nome extenso ou por código numérico. Zona total.
Aqui no DF, as placas adotaram a partir talvez do início da década de 1920 o formato retangular, com uma letra e de 1 a 5 algarismos. A letra podia ser "P" para veículos particulares, "A" para os de aluguel (táxis, ônibus e caminhões) e "C", muito difícil de ser vista em fotos, e não sei se significava "caminhão" ou "carga".
Só em 1941 foi estabelecido o padrão totalmente numérico a nível nacional, bem como adotadas as cores laranja com algarismos pretos, vermelha com algarismos brancos e branca com algarismos pretos. Já descrevi isso aqui, minuciosamente, em postagens anteriores.
Na década de 1950 os ônibus mais confortáveis eram os "gostosões" da GM e os Twin Coach, da Fageol. Eram importados. Eu gostava muito de andar nos "gostosões", embora isso fosse raro porque na época o transporte preferencial eram os meus amados bondes.
ResponderExcluirHavia uns Twin Coach na linha 102 - Saens Peña x Largo do Machado. Já foram postadas fotos deles aqui no SDR. As linhas 109 e 110, da Auto Viação Nacional, uma empresa muito antiga, usavam uns Volvo que volta e meia ferviam no calor do Rio. O abastecimento de água era feito por um bocal na frente do ônibus, logo abaixo do para-brisa. Quando a água fervia embaçava o vidro e o motorista era obrigado a parar e os passageiros tinham de desembarcar.
ResponderExcluirQuando comecei a trabalhar, maio de 1964, o canteiro de obras em que eu estava lotado ficava na esquina das ruas Dezenove de Fevereiro e Mena Barreto. Eu morava na Tijuca. Pegava o ônibus 26 - Usina x Mourisco, saltava no ponto final e ia a pé subindo a Voluntários da Pátria. Aí o Fontenelle acabou com a linha. Passei então a pegar a 29, citada em outro comentário meu hoje. Saía de casa, subia a rua José Higino até a Praça Gabriel Soares, ponto final da linha, e ia até a São Clemente, saltando e entrando na Dezenove de Fevereiro.
ResponderExcluirDurante todo o período em que trabalhei na construção civil, o trajeto mais longo que tive de fazer foi para Acari: ia a pé até a Praça Saens Peña (cerca de 1,2km de distância), pegava o 638 - Saens Peña x Marechal Hermes, saltava na estação do Méier, atravessava para o outro lado e no Jardim do Méier pegava o 688 - Méier x Pavuna, que dava a volta ao mundo até chegar a Acari.
ResponderExcluirOutro trajeto longo era quando trabalhei no Largo do Tanque: ia a pé até a Saens Peña e pegava o 636 - Saens Peña x Gardênia Azul.
ResponderExcluirJá mais recentemente, entre março de 2009 e novembro de 2010, trabalhei no IBGE de Parada de Lucas. Aí o trajeto era também muito longo: pegava o 639 - Saens Peña x Jardim América, no ponto aqui em frente de casa. O bichinho percorria 14 bairros: Engenho Novo, Méier, Todos os Santos, Abolição, Piedade, Quintino Bocaiúva, Cascadura, Madureira, Turiaçu, Rocha Miranda, Colégio, Irajá, Vista Alegre e Cordovil. Como eu ia no contrafluxo, o trajeto durava cerca de 1 hora na ida e 1:10h na volta.
ResponderExcluirAugusto, "deu mole".
ResponderExcluirHoje é o "Dia Nacional dos Aposentados" !
Parabéns ( ????????? ) aos comentaristas nessa condição.
Hoje estava com outras prioridades...
ExcluirAté 1972 a única linha de ônibus que utilizei além das circulares da zona sul foi a 455 : Méier - Forte (de Copacabana) para ir ao Maracanã e à Escola Técnica.
ResponderExcluirAlgumas vezes eu ia de trem, porque amo esse meio de transporte. Então eu ia a pé até a estação do Engenho Novo (cerca de 900 metros), ia de trem até São Cristóvão e baldeava para a linha de Gramacho ou Saracuruna. Aí as estações percorridas eram (posso esquecer alguma): Triagem, Manguinhos, Bonsucesso, Ramos, Olaria, Penha, Penha Circular, Braz de Pina, Cordovil, Parada de Lucas.
ResponderExcluirVou contar um caso ocorrido com um conhecido, ex-jogador amador de basquete. É um sujeito alto, afro-descendente, mas não muito parrudo. Ele trabalhava no fórum do Castelo e um dia marcou com um amigo, também ex-jogador amador de basquete, idem afro-descendente, magro, para irem até a Zona Sul. Encontraram-se no ponto de ônibus na avenida Augusto Severo, onde há uma passarela que liga ao aeroporto Santos Dumont. É o último ponto antes de o ônibus entrar no Aterro do Flamengo.
ResponderExcluirNão lembro qual linha pegaram, mas ou era a 404 – Rio Comprido x Jardim de Alah ou a 474 – Jacaré – Ipanema. Logo que embarcaram, notaram uns caras esquisitos, cerca de cinco. Estavam distribuídos em vários bancos diferentes, uns lá perto do motorista, outros lá atrás, e ficavam olhando uns para os outros. Meu conhecido e seu amigo sentiram a barra: eram assaltantes.
Lá pelas tantas, ainda no Aterro, um dos bandidinhos veio e sentou-se no banco à frente dos dois ex-jogadores. Aí virou-se para eles e perguntou:
- Vocês são “cana”?
Eles responderam que não. O bandidinho então perguntou:
- Vocês se incomodam se fizermos um servicinho aqui?
- Vocês é que sabem – responderam eles enigmaticamente.
O bandidinho ficou com a pulga atrás da orelha. O ônibus seguia o trajeto, os demais olhavam a toda hora para o tal, que devia ser o chefe do bando, e ele hesitava em dar a ordem de início da pilhagem.
O resultado: o ônibus saiu do Aterro, o bando desembarcou no primeiro ponto da Praia de Botafogo e meu conhecido viu que eles estavam dando bronca no tal chefe, por não haver dado a ordem de assalto.
Lendo os comentários do Helio sobre os longos percursos das linhas de ônibus e pela grande extensão e amplitude da "malha" rodoviária, fico ainda mais convencido que desgraçadamente "trocamos" o metro pelo ônibus.
ResponderExcluirDeu no que deu ...
Um bom e extenso metrô, VLT's em percursos selecionados, trens suburbanos em boas condições e ônibus circulares, tudo integrado.
ResponderExcluirReceita perfeita.
Já era.
Mário, 13:44h ==> a linha 455 - Méier x Forte de Copacabana é muito antiga. O site do Marcelo Almirante registra seu início em 1948, pela Viação Glória, com o número 133. Era apelidada de "navio negreiro", não sei por qual motivo. Peguei muito esse ônibus, entre 1973 e 1975, para ir a Copacabana ou Ipanema, todo sábado e domingo.
ResponderExcluirHélio, naquele tempo era um navio, mas atualmente há uma "esquadra inteira". Nos dias de verão recebe o "reforço" de trens da linha 2 do Metrô.
ExcluirMas nada se iguala às linhas que saem do Jacaré.
ExcluirEra de cor creme com listras marrom. Depois passou para a Viação Verdun.
ResponderExcluirQuando a famigerada CTC foi criada em substituição às linhas de bonde, para a Tijuca inauguraram a 215 - Carioca x Uruguai, fazendo parte do percurso do bonde 68 - Uruguay x Engenho Novo; a 217 - Carioca x Andaraí, para o 70 - Andarahy x Leopoldo; a 219 - Praça 15 x Usina, para a 66 - Tijuca; a 231 - Lins x Praça 15, para a linha 75 - Lins de Vasconcellos.
ResponderExcluirAtualmente só restou a 217, mas acho que o percurso é diferente. Não existem substitutas para as demais, exceto a 231, que agora é 232 - Castelo x Lins, depois de ser durante muitos anos Lins x Praça 15. A empresa é a Viação A. Matias, uma das melhores do Rio há décadas. Teve uma época em que a pintura deles era verde com desenho de flores (margarida), o que lhe rendeu o apelido de Doriana. Era um tempo em que a frota tinha muitos Mercedes-Benz monoblocos. Não restou nenhum. Hoje só dá CAIO na frota. CAIO é abreviação de Companhia Americana Industrial de Ônibus, fundada em 1945. Agora se chama CAIO Induscar.
Minha esposa trabalhou lá durante o ano de 1982, nas instalações em Olaria, na rua Maria Rodrigues.
Foi uma solução pífia. As linhas 66 e 68 foram extintas em 09 de Setembro de 1964 e a matéria de O Globo de 11 de Setembro mostra o caos formado pelas filas no centro da cidade em razão da insuficiência dos ônibus que substituíram as linhas de bonde. Só linha 66-Tijuca transportou mais de um milhão de passageiros, e a solução proposta pela CTC nunca poderia dar certo. Quanto à linha 70 Andaraí-Leopoldo, ainda em Julho de 1964, ela teve uma redução drástica do percurso, pois passou a circular apenas subindo e descendo a Rua Leopoldo, tendo o seu "ponto final" na esquina com Barão de Mesquita, e para o restante do trajeto o usuário deveria tomar o 68 Uruguai-Engenho Novo na esquina da Barão de Mesquita para chegar ao Centro da Cidade. A passagem do que restou da linha 70 custava Cr$ 10,00.
ExcluirCesar, 08:21h ==> a primeira vez que frequentei a Biblioteca Nacional foi em 1992, durante a construção do meu sítio. Fui pesquisar como fazer uma fossa séptica. Na época ainda eram fichas em arquivos de aço. Localizei um livro sobre o assunto, porém era em francês. Achei que não conseguiria entender, mas por incrível que pareça consegui essa façanha, com apenas meus três anos de francês na época do Pedro II.
ResponderExcluirPor volta de 2008 voltei lá algumas vezes, pesquisando sobre bondes.
Mas minhas pesquisas mais produtivas foram no Arquivo Nacional e no Museu da Imagem e do Som lá do Castelo. Do Arquivo Nacional consegui 258 fotos de bondes; do MIS, 380.
Em ambas essas instituições passei várias semanas lá dentro. No AN teve período em que eu ia 3 vezes por semana. Vocês podem não acreditar, mas pesquisei 346 pastas, num total de 14.684 fotos.
No MIS também fui muitas vezes. Com meu conhecimento de Informática, usei um tipo de pesquisa avançada disponível no aplicativo deles, para localizar melhor as fotos.
O acervo da AN é bem diferente do MIS: no AN são fotos do extinto jornal Correio da Manhã, portanto relativamente recentes; no MIS são fotos do Augusto Malta, período de 1907 a 1928, aproximadamente. Portanto, não há sobreposição de períodos entre esses acervos.
Outra fonte de pesquisa para mim foi o acervo do jornal Última Hora, guardado no Arquivo Público do Estado de São Paulo. O período era principalmente década de 1950, especialmente a primeira metade, já que o restante não estava digitalizado. Pesquisava pela Internet, no site deles. Lá consegui 103 fotos.
ResponderExcluirOs acervos do Correio da Manhã e do Última Hora, por serem jornais, focavam muito em acidentes envolvendo bondes. Já o do MIS era documentacional desse meio de transporte, não havendo fotos de acidentes.
ResponderExcluirAtualmente tenho 1441 fotos de bondes, sendo que se incluir as outras companhias (Ilha do Governador, Campo Grande, Niterói, São Cristóvão, Vila Isabel, Jardim Botânico antes da criação da Light), aí o total é de 1620.
ResponderExcluirTalvez se lembrem que entre 1962 e 1965 anotei todos os números de ordem de bondes da Light/JB que vi circulando. Foram 1127 números, um percentual muito alto do que havia na época. A falha maior foi na JB, pois comecei a anotar em agosto de 1962 e a JB foi extinta em maio de 1963, poucos meses depois. E como eu morava na Tijuca e era adolescente na época, tive pouquíssimas oportunidades de ir à Zona Sul anotar meus amiguinhos de lá. Uma parte dos que obtive foi no cemitério do Caju, quando os bondes da JB foram levados para lá.
ResponderExcluirNas duas incursões aos bondes jogados no Caju, eu entrava na cara de pau na área da DLU onde eles estavam guardados. Aí passava pela cerca de arame e ficava andando no meio dos meus amiguinhos, anotando os números que eu ainda não tinha. Na segunda vez que fui lá, um vigia quis saber o que eu estava fazendo ali. Perguntou se eu era da imprensa. Difícil explicar minha presença, não?
ResponderExcluirO fato é que ele me aconselhou a sair porque eu poderia levar um tiro por acharem que eu era ladrão. Aí tive de abandonar meus amiguinhos e não voltei mais lá.
Um conhecido meu, amante de bondes como eu, me contou um caso interessante: no ano de 1944 foram criadas duas linha expressas de bonde, que eram a Tijuca e a Uruguay x Engenho Novo. Ambas partiam da Praça Tiradentes e não paravam em nenhum ponto intermediário. A Tijuca tinha a primeira parada na Praça Saens Peña e a Uruguay só na esquina desta rua com a Conde de Bonfim.
ResponderExcluirNo caso em questão, esse conhecido pegou o expresso da Uruguay. Esta linha percorria a Presidente Vargas, entrava na Machado Coelho, daí ia pela Haddock Lobo e Conde de Bonfim, etc. A Tijuca ia pela Frei Caneca, Salvador de Sá, Estácio de Sá, Haddock Lobo e Conde de Bonfim.
Na esquina da Machado Coelho com Haddock Lobo, ambos os trajetos se encontravam. Esse conhecido estava no Uruguay expresso e quando ele ia chegando na tal esquina, vinha um Tijuca pela rua do Estácio. O motorneiro dele não permitiu que o Uruguay, por ser expresso, entrasse primeiro na Haddock Lobo. Com isso, o expresso se deu mal, porque iria ter de se arrastar atrás do Tijuca, que não era expresso.
Inconformado, o motorneiro do Uruguay seguiu o Tijuca até a intercessão com a Aristides Lobo. Ali, em vez de seguir em frente, como era o trajeto normal, ele entrou na Aristides Lobo, depois à direita na Barão de Itapagipe, percorreu-a em desabalada carreira, entrou à direita na rua Aguiar e assomou na Conde de Bonfim, bem à frente do Tijuca molenga. E cumpriu o restante do trajeto tranquilamente.
Outro caso que ele me contou envolveu um 69 – Aldeia Campista e um 70 – Andarahy x Leopoldo. Ambos partiam da Praça Tiradentes porém tinham trajetos diferentes até a Praça da Bandeira, quando o 69 seguia Mariz e Barros, dobrava na Ibituruna, depois General Canabarro, São Francisco Xavier, Barão de Mesquita até a Pereira Nunes e daí em diante.
ResponderExcluirJá o 70 saía da Praça da Bandeira, ruas Pará, Senador Furtado, Amapá, General Canabarro, São Francisco Xavier, Barão de Mesquita até a rua Leopoldo.
Portanto, havia um trecho em comum entre as ruas General Canabarro e Barão de Mesquita, até a Pereira Nunes.
No horário que esse meu conhecido pegava o 70, este saía alguns minutos antes do 69 lá da Praça Tiradentes. Porém seu percurso era mais longo e pegava mais tráfego. E o motorneiro do 69 nesse horário era um molengão.
Um dia, o 70 ia chegando na esquina da General Canabarro com Ibituruna quando viu o 69 molenga se aproximando do mesmo cruzamento. Se ele entrasse na sua frente, o 70 teria de ir se arrastando atrás dele. Acontece que havia uma parada um pouco antes do cruzamento e um fiscal que ficava ali. O motorneiro do 70 não hesitou: acelerou o bonde, ignorou o fiscal e os passageiros que iam embarcar ou desembarcar naquele ponto, saiu disparado e passou a frente do 69.
Parece que a turma do SDR não era muito de andar de ônibus. Cadê o Arqueobusólogo? O Mauro Xará já sumiu há muito tempo. Pena.
ResponderExcluirCansei por hoje. Já escrevi demais, não quero ficar com tenossinovite. Vou escutar música.
Será que o pessoal é tão elitista assim?
ResponderExcluirA ultima vez que andei de ônibus no Brasil foi no segundo semestre de 2005.
ResponderExcluirE não foi elitismo e sim circunstâncias que me permitiram isso.
Em viagem, foi em abril/2019 em Londres.(aí foi economia mesmo.)
Vocês podem não acreditar, mas pesquisei 346 pastas, num total de 14.684 fotos. Só esta frase mostra a organização do Helio. Absolutamente impressionante.
ResponderExcluirSe fosse o Conde eu não acreditaria, mas sendo o Helio eu acredito.
Chegamos por volta de meio-dia mas o "check-in" foi somente às 14hs. Enquanto isso fomos almoçar. Depois de um descanso fomos ao Museu Imperial comprar ingressos para amanhã. Passamos também na casa da Princesa Isabel, mas somente amanhã estará aberta ao público. Passamos em frente à catedral, mas já estava fechada. Depois minha irmã me arrastou até a mesquita da cidade. Chegamos há pouco no hotel e ainda vamos comer alguma coisa.
ResponderExcluirMinha irmã quer ir amanhã ao Quitandinha. À tarde vamos ao Museu Imperial e à casa da Princesa Isabel.
Enquanto estávamos no Museu Imperial caiu uma chuva rápida.
WB ==> 07:31: algumas lojas vazias com anúncio de ALUGUEL ou VENDA. Mas, no geral, bem movimentado. Se fosse em outra circunstância olharia as lojas de roupas. Os preços pareciam interessantes.
ResponderExcluirDizem que a visita à fábrica da Bohemia é legal. Se sua irmã é religiosa tem (ou tinha) o Trono de Fátima.
ResponderExcluirEla esteve da outra vez. Não está muito disposta a ir desta vez. Domingo talvez iremos ao Palácio de Cristal e à casa de Santos Dumont antes de voltarmos para o Rio. Ela nem sabia do Trono. É muito lugar para ir em pouco tempo.
ExcluirNada como sair da rotina. De vez em quando é bom.
ResponderExcluirPela pouca quantidade de comentários sobre o tema (exceto do Helio), dá para desconfiar que ônibus não é o meio de transporte preferido pelos cariocas.
ResponderExcluirVocê está por fora, amiga, andar de ônibus é minha especialidade. Conheço de todos os tipos e trajetos, principalmente entre a zona oeste, Praça XV, e Madureira. Não gosto de carros .
ExcluirBoa noite a todos!
ResponderExcluirAugusto, estive em Petrópolis em julho do ano retrasado, utilizando o benefício de duas diárias gratuitas da Appai, fiquei no Hotel Ibis, em Bingen, uns 10 minutos de carro do Centro. Foram 3 dias bem aproveitados, o tempo estava bom, sol durante o dia, em torno de 22°, mas após as 19h, caía para uns 10°. Visitei pelo menos uns 10 locais turísticos, inclusive a Catedral, o Museu Imperial e a Fábrica da Bohemia, que é interessante, a cada 3 paradas na fábrica você ganha 1 Chopp de diferente sabor para degustar enquanto conhece a história da Fábrica. Ao final, tem um bar bacana, com música ao vivo, a noite. Fiquei pouco tempo no bar, pois já estava um gelo de frio. O Quitandinha também vale uma visita (é gratuita a entrada). Tem belos salões, dá pra ficar 1 hora no local, não mais do que isso. No último dia ainda fui ao Castelo de Itaipava, que nunca tinha visitado. Como fui no meio da semana, a cidade estava tranquila e pude aproveitar vários locais.
Bom passeio a você e sua irmã.
Para encerrar o tema, circulava uma piadinha política em 1865 que o Lacerda planejava criar mais duas linhas : a Muda-Castelo e a Castelo-irajá
ResponderExcluir1965
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