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segunda-feira, 20 de março de 2017

PRAÇA DO JOCKEY



Nas duas fotos de hoje vemos as obras finais da construção da atual Praça Santos Dumont, em 1926, em frente ao Jockey Club Brasileiro, na Gávea.

Este local, na época, tinha o nome de Largo das Três Vendas (depois N. S. da Conceição e Ferreira Viana). No tempo do Largo das Três Vendas era também conhecido como do Hotel do Amaral, antes que ganhasse nova feição com o Jockey Club (inaugurado em 1926).
 
A Igreja de N. S. da Conceição (o prédio branco, ao fundo, na direção do bonde) teve sua pedra fundamental lançada em 1852 e fica na Rua Marquês de São Vicente (a rua perto do meio da foto superior). Esta rua, que vai da Praça Santos Dumont até a Estrada da Gávea, terminava na antiga fazenda do Marquês de São Vicente, cujo solar, no atual Parque da Cidade, está ocupado pelo Museu da Cidade. O bonde passa bem perto das construções na antiga Rua do Pau, que viria se transformar em várias ruas do Leblon.

A Rua Marquês de São Vicente já teve os nomes de Rua Boa Vista, Estrada da Gávea e Rua Visconde de São Vicente.
 
Chama a atenção como levavam à sério, naquela época, o aspecto da infra-estrutura. Podemos ver as manilhas empilhadas, talvez para drenagem ou abastecimento de água. Levavam em conta este detalhe, mesmo que esse local fosse um êrmo em 1926.

Atualmente, esta região constitui o "Baixo Gávea", com seus vários bares, onde se reúne uma multidão todas as semanas (tenho um amigo que "tem mesa cativa no Bar Hipódromo, tendo inclusive este endereço registrado no seu cartão de visitas).
 
E, vendo a foto, fica sempre a pergunta: aí é Jardim Botânico, Leblon ou Gávea? Tal como outras “fronteiras” como as regiões entre Copacabana e Ipanema, Urca e Botafogo, Barra e Jacarepaguá, cada um puxa a brasa para seu lado, conforme melhor lhe convém.
 
OBS: a foto inferior é um belíssimo trabalho do Conde di Lido, que conseguiu montar duas fotografias diferentes.

17 comentários:

  1. Bom dia a todos. Duas fotos espetaculares, conforme ressaltado no texto do Dr. Luiz D', a preocupação com a infraestrutura é vista na foto. Já li em algum lugar que este era o local que os primeiros moradores da Rocinha, vinham vender os seus produtos, só não sei dizer se esta foi a razão para o nome do local na época.

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  2. Bom dia a todos.

    Nunca tinha reparado nessa igreja nas vezes que passei a caminho do IMS. Recentemente tenho usado outro caminho e não passo mais pela praça.

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  3. Bom dia. As fotos retratam um tempo em que obras do poder público eram feitas para durar muito, o que não acontece atualmente. A Gávea, o Leblon, Ipanema, e Jardim Botânico, eram bairros "pouco valorizados", sem comparação com os dias atuais.## Lino Coelho, segundo consta, a "Rocinha" ou "pequena roça", tem seu nome devido aos produtos ali cultivados e comercializados em bairros próximos. A região era fértil e seus moradores, a maioria oriundos do nordeste, tinha as hortaliças, verduras, e legumes como seu ganha-pão. Bem diferente do grande entreposto de drogas que abastece atualmente grande parte da zona sul do Rio de Janeiro. Situação análoga existia em Jacarepaguá, antiga zona rural. A região do Tanque, Curicica, Pechincha, parte da Freguesia, e Taquara, eram uma enorme "horta", e sua produção abastecia grande parte da zona norte. A local conhecido como "Portugal Pequeno" e que hoje é ocupado pela Cidade de Deus, pertencia a dois portugueses que eram grandes plantadores de verduras. No início dos anos 60, época em que minha mãe lecionava em Jacarepaguá, eu , ainda não tendo idade escolar, a acompanhava e via a imensidão daquelas paragens, quase um paraíso, bem diferente do trânsito infernal e das horrendas favelas que hoje dominam a região.

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  4. Bom dia a todos.
    Interessante esses caminhões. Confesso de que nunca havia visto caminhões "pipas" muito antigo assim.
    Por mais que eu amplie da fotografia, não sei se são caminhões tanques ou aqueles caminhões usados para fazer asfalto.
    Agora, Rua do Pau? Essa é cômica.

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  5. Mais de 90 anos e o Jockey continua igual com suas tribunas. A preocupação com a infraestrutura foi evidente mas anos depois deve ter sido abandonada a manutenção haja vista as constantes enchentes na rua Jardim Botânico e na praça Santos Dumont.

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  6. Grande parte das casas possuíam fossas assépticas e somente a parte líquida terminava em esgotos pluviais o que evitava entupimentos e enchentes.
    Hoje muitos proprietário clandestinos ligam esgotos à rede pluvial.
    A visão do bonde me fez lembrar do Hélio Ribeiro. Foi dele o primeiro site que visitei após instalação da Net.
    Grande especialista na matéria e um ótimo comentarista.

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  7. Bom dia a todos !
    Duas fotos sensacionais que eu nunca tinha visto.
    Quanto ao ressaltado no texto, naquela época prevalecia a política como ela deve ser e não a politicagem de hoje em dia, que de boa política não tem absolutamente nada.
    É impressionante a degradação social que o Rio vem experimentando há décadas. E a isso ainda se tem coragem de chamar de "progresso"...

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  8. Estou totalmente perdido..Não consigo relacionar as fotos e nem imagino onde é o local hoje em dia.Um grande espanto!!!
    O automóvel seria um Ford?

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    1. Belletti, você nunca passou pelo Jockey nem pelo Jardim Botânico? Um espanto!

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    2. Lá não tem igreja evangélica.Não da pra arrumar algum.

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    3. Tirando aquelas palmeiras,não consigo ver nada relacionado ao Jardim Botânico.Quanto ao Jockey estive lá uma vez,mas o Pangaré me deu uma "barbada" pior que tarja verde....

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  9. O DI LIDO fez a proeza de também fazer uma fotomontagem minha onde na foto de "ontem" eu aparecia com 4 anos de idade sentado em ultimo lugar de uma turma de 6 gerações de nordestinos. Coisa rara. Bem numa segunda fotomontagem e passados 67 anos, a fila andou e já não sou o ultimo e sim o penúltimo atraz somente do Menezezão hoje com 9.5 e fumaça. Fica mais ou menos como sua foto da Gávea. Agora o Pastor que vem ao Rio como turista vem com essa que não conhece o local. Ora bolas o cara é Matusalém em vem com essa de juvenil?

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  10. Já estive nesta praça no bar do Alemão.Tem boas cervejas e a comida não decepciona,mas o preço é um pouco salgado como falava minha avó.

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  11. Na década de 60 ingerir carne bovina podia ter outros efeitos e surgiu a musica do Waldemar,que começou a falar fino e rebolar.Hoje a situação é outra e até agora nenhum comentarista se pronunciou se era melhor naquela época.

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  12. Tenho pesquisado muito sobre esse logradouro. Em filme, disponível no youtube sobre o dia da inauguração do Hipódromo da Gávea, 11 de julho de 1926, o locutor se refere à praça como Artur Bernardes. Naquela ocasião, Santos Dumont ainda se encontrava vivo (falecimento é em julho de 1932). Pergunto então: o Largo das Três Vendas passou a se chamar Praça Artur Bernardes em decorrência de toda a urbanização que a região sofreu por ocasião da construção do prado e veio só mais tarde, após a morte do pai da avião, a receber o nome atual - Santos Dumont? Se tal afirmativa estiver correta, em que data houve essa mudança de nome do logradouro?

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  13. Segundo Berger a Praça Santos Dumont teve alterado o nome em 12/08/1932. Pela existência de três pequenos estabelecimentos ou vendas, daí o nome Largo das Três Vendas. Ao ser erguida a Igreja de N.S. da Conceição da Gávea, cuja pedra fundamental foi em 28/10/1852 e terminada a construção em 1857, tornando-se a igreja matriz, passou o largo a se chamar Largo da N.S. da Conceição. No início do século XX, teve o nome de Praça Ferreira Viana por pouco tempo. O Dec. 2383 de 03/7/1926 lhe deu o nome de Praça Artur Bernardes, quando lhe foram incorporados a antiga Rua Martius e o trecho final da Rua Jardim Botânico, dias antes da inauguração do Hipódromo da Gávea. Em 1932 virou Praça Santos Dumont.

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  14. A Praça Santos Dumont é o lugar da minha infância, de muitas lembranças e saudades. Na Igreja de N. Sra. da Conceição da Gávea eu e meus irmãos fomos batizados. O Jockey e o Jardim Botânico eram os nossos quintais e a Praça, pouco frequentada, a nossa pista de bicicleta. Nos dias de corrida os bondes estacionavam um atrás do outro na rua 12 de Maio, hoje Major Rubens Vaz, nós aproveitavamos para subir e descer, pendurados nos estribos,puxando a cordinha da campainha como o trocador, ou mexendo na alavanca da direção como o motorneiro. Deixamos o"paraíso" numa choradeira, para irmos morar em Copacabana em 1953. Mas aí, já é outra história...

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