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sábado, 1 de abril de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: PELADA DE RUA


Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ". E de lá sai esta foto de uma "pelada" de rua, coisa que já quase não se vê pelo Rio.

Quando era garoto ainda conseguíamos montar uma na Rua Cinco de Julho, em Copacabana, entre Dias da Rocha e Raimundo Correa.

As regras variavam mais algumas delas eram comuns à maioria das "peladas":

- Em três vira e em seis acaba. Ou acaba quando não há mais luz, ou estão todos cansados, ou quando a mãe chama para tomar banho e jantar.
- Um par ou ímpar decidia quem escolhia primeiro.
- Os dois melhores não podem jogar do mesmo lado.
- Era uma vergonha ser escolhido por último.
- Um time joga com camisa e outro sem camisa.
- Penalty em gol é gol.
- Se não tinha quem quisesse jogar de goleiro tinha rodízio ou o pior ia para o gol.
- O dono da bola joga no time do melhor jogador.
- Na hora do penalty podia trocar o goleiro.
- Não havia juiz. Esperava-se honestidade por parte dos jogadores.
- Bolas duvidosas eram ganhas "no grito". O "é nossa!" era famoso.
- Bola prensada é da defesa.
- Chuva não atrapalha.
- Quem "isola" a bola tem que ir buscar.
- Duro era quando a bola caía na casa de um vizinho mal-humorado.
- Às vezes, mesmo com uma goleada, a "pelada" acabava com um "quem faz, ganha". Se estava empate o jeito era o "vai a dois".

PS: os "peladeiros" podem lembrar outras regras.










28 comentários:

  1. Bom dia. Acho que essas eram as regras básicas das peladas de rua. Quando aparecia um "dono da bola" com um "courinho" novo arranjava-se logo uma vaga para ele. Geralmente era ruim de bola mas tinha seus direitos. Nada pior do que jogar naqueles tempos com uma "bola de bazar", dura como só ela, apesar de ser de borracha. Por sinal certa vez uma dessas bolas caiu na casa de uma vizinha ranzinza que ameaçou corta-la à faca. Na hora respondi que se isso acontecesse jogaríamos com os pedaços. Outra vizinha que assistiu ao diálogo logo tratou de ir à minha casa e dizer à minha mãe que eu era muito educado para jogar bola com aquela turma. Um exagero, claro.

    Salvo engano essa foto parece com a da rua de Quintino onde o Zico jogava peladas.

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  2. Acho que já vi esta foto numa revistas Placar numa reportagem sobre o Zico. Lembro que as balizas eram feitas com chinelos de borracha, com pedras ou tijolos. A discussão se a bola passara dentro da baliza ou não era frequente. Muitos craques de bola começaram nessas peladas de rua ou em terrenos baldios.

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  3. Lembro-me que na minha rua a Cotingo na Tijuca do lado do São José
    o pelada era mais complicada pois a rua era ladeira e quem jogava subindo ficava na desvantagem por isso o sorteio antes do jogo. O gol era sempre a parede de alguma casa e o poste ou árvore e o ¨campo¨era de paralelepípedo ,jogar descalço nem pensar e a bola era a G18. Bons tempos.

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  4. Bom dia. Marco da Yparraguirre, minha avó morava na Pinheiro da Cunha e às vezes eu participava com meu primo da pelada que acontecia naquele larguinho que faz a confluência com a Cotingo. O paredão a que você se refere é o muro alto de uma casa que fica na Pinheiro da Cunha de frente para a rua Cotingo. É o local mais "plano"...

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    1. Quem diria caro Joel. Nesse largo nós armávamos uma rede de vôlei e pintamos a quadra nos paralelepípedos,depois dos jogos guardávamos a rede e os mastros na garagem do nosso vizinho Thiago Alberto. Tempo bom.

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  5. Salvo engano,o escanteio podia ser cobrado com as mãos..
    Na rua onde morava e eram disputadas as peladas,a Rádio Patrulha(Policia Civil)dava umas incertas sempre a pedido de algum vizinho que não tolerava a gritaria e os palavrões.A presença eventual de autos determinava um "para a bola"....

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  6. Minha rua de pelada chama-se Teresina. Plana, uma raridade em Santa Teresa, calçada com paralelepípedos, o que foi um melhoramento e tanto em relação ao pé-de-moleque anterior. Pouquíssimo movimento, o "para-bola" valia para carros e senhoras. Ou crianças. Civilizadíssimo. Rodízio no gol era a regra, quem chegava depois, automaticamente ia pro gol. Balizas de qualquer sapato, tijolo não havia.
    A garagem do meu prédio era uma baliza perfeita para a linha de passe, na falta de quorum e a grade do portão ia afundando a cada petardo. Ninguém reclamava de palavrão e raramente havia discórdia. Se batia na parece, era lateral.
    Só jogava a minha turma, com idades bem parecidas. Não havia peladas de mais velhos ali. Eles jogavam nos campos de areia, o Águia e no terreno da casa da Laurinda Santos Lobo, hoje Parque das Ruínas. Não adianta me perguntar como era porque nunca joguei em nenhum dos dois e nem fui ver, embora o campo do Águia ainda seja uma praça de esportes e atividades para terceira idade, entre a Felício dos Santos e a Áurea.

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    1. No Campo do Águia jogava também o pessoal do time do Capri, principalmente do time juvenil.

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  7. Bom dia a todos. Hoje o fundo do bau é de uma coisa que fiz muito na minha infância e adolescência. A maior pelada de rua que vi e não cheguei a participar devido não ter jogado por nenhum dos dois times, se realizava quase todos os domingos pela manhã na R. Ubaldino do Amaral, onde até torcida em pé na calçada tinha para assistir a pelada, e não era pouca gente, se bobear tinha mais gente do que jogos de times pequenos do Campeonato Carioca, os poucos carros que ficavam estacionados na rua, os seus proprietários vinham retirá-los e também ficavam para assistir, a pelada. Era um time contra como se chamava na época, entre o time Brasileirinho da Vila Rui Barbosa e o time do Americano da Henrique Valadares, jogo cheio de rivalidade não só pela hegemonia no local, mas principalmente pelos craques de cada time, se na Vila tinha os craques Ronaldo, Zézinho, Pirica, Gilsinho, Zé Augusto, no time da Henrique tinha Rogério, Baratinha, Beto Português, Pelé. Comentário a parte, qualquer um destes caras jogariam hoje em qualquer time do Brasil. Outra particularidade nesta pelada, é que ela nunca aconteceu em um dos campos do morro de Sto. Antonio, Campo de Santana ou no Aterro, muito embora os dois times jogassem sempre nestes campos.

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    1. Isso deve ter mais de sessenta anos! A Henrique Valadares era de terra! Tá velhinho hein, Seu Adelino?

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  8. Essa é a rua Lucinda Barbosa, em Quintino, mais conhecida como a "rua do Zico". Frequentei muito a região quando criança, brincando na rua Columbia e adjacências, que fica do outro lado da linha férrea em relação à rua da foto. Lembro uma vez que a garotada tava sem fazer nada, e um deu a ideia: "vamos lá na Lucinda ver se o Zico tá lá...". Atravessamos a passarela, caminhamos mais uns quarteirões e chegamos: o Zico não tava, esperamos uns minutos na rua vazia que só, e voltamos. Jogar bola na rua é subúrbio na veia! Uma das minhas memórias afetivas mais marcantes!

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  9. Colaborador Anônimo1 de abril de 2017 às 11:20

    A rua da foto é mesmo a Lucinda Barbosa em Quintino. Luiz, quanto à postagem de ontem (que só li agora) a tal Clínica que existia em Botafogo na década de 60 podia ser a Casa de Saúde e Maternidade São Clemente que tinha convênio com o falecido INPS, só que, se a memória não me falha, ficava na esquina com Sorocaba.

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    1. Esta que citei era mesmo na esquina da Mariana. Levei um grande amigo que quebrou o úmero jogando futebol no colégio para lá. Esta que você citou não ficava num prédio com tijolos vermelhos na parede?

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    2. Colaborador Anônimo1 de abril de 2017 às 13:10

      Não Luiz, as paredes eram brancas, pesquisei no google e achei essa foto....https://www.flickr.com/photos/8264320@N04/516827758

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    3. Não me lembrava desta Casa de Saúde. O prédio de tijolos vermelhos era do outro lado da Sorocaba. A da Mariana era no prédio que está lá até hoje, abandonado.

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  10. Outra pelada que joguei e que ficou famosa, era com o pessoal do time da minha rua aos sábados a tarde no aterro campo 1 ou 2, sempre que não tínhamos jogos contra. Era o time do pessoal mais velhos com idade acima dos 21 anos, se chamava Academia e os mais novos abaixo dessa idade, e se chamava Boi com Abóbora. Essa pelada valia uma caixa de cerveja e era paga pelo time que perdesse o jogo naquele dia. No meio do ano e no final do ano era programado um jogo e quem perdesse além de pagar a caixa de cerveja, tinha que comprar todos os ingredientes para a feijoada na semana seguinte e do churrasco do final de ano na semana seguinte. Nos dias da realização da feijoada ou do churrasco, sempre se ouvia as mesmas gozações, nunca comi feijoada ou churrasco com gosto de pato.

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  11. Expressões de peladas muito comuns, Chuta pro mato, que o jogo é de campeonato, Bola no alto não sai, Mão em gol é gol, Quem chutar a bola mais alto, vai ganhar uma cocada, Em pelada não tem vantagem, Beque da roça, Esse é um Armandinho (jogador firuleiro, mas medroso), Pereba (jogador ruim de bola, só jogava para completar o time ou se era o dono da bola), se lembrar de outras postarei mais tarde.

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  12. Boa tarde a todos.

    Nunca fui chegado a peladas de rua. Além de ser um jogador horroroso, se é que podia ser chamado de jogador, achava o piso muito "duro"... Era muito difícil achar um trecho de rua calmo o suficiente, mas havia um pedacinho de rua, na Mendes de Aguiar, que ainda dava para usar como "campo". Preferia o terreno na casa de um vizinho, que ainda tinha grama. Mas, infelizmente, depois foi " interditado" para virar mais uma casa. Havia outra opção em uma vila perto de casa, na mesma rua, com paralelepípedos, também torturante.

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  13. Na época em que estava no IPHAN surgiu uma questão entre os aficionados por futebol sobre qual seria a pelada mais antiga praticada no Rio. Eu suspeitava que eram as do Centro mas não podia confirmar. Com a edição do livro sobre o Morro do Castelo foi publicada uma foto em que há garotos jogando futebol no morro antes da demolição. Daí conclui-se que as peladas do Centro de certa forma foram as herdeiras das praticadas naquela região, possivelmente as mais antigas. No filme "Garrincha, Alegria do Povo" há uma introdução que mostra alguns locais de peladas como na praia de Copacabana e no Centro, inclusive na Av. Almte. Barroso e no local onde hoje é a Catedral Metropolitana, na Av. Chile. Joguei certa vez nesse último local que o Lino disse ter sido o campo do time de nome Flamenguinho, salvo equívoco.

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    1. Mestre DoCastelo, o campo que você se refere, onde hoje se situa a Catedral, era o campo do V.M. (Vem Manso), o campo do Flamenguinho, ficava transversal ao campo do V.M. dando frente para a R. do Lavradio, onde hoje tem um CIEP.

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  14. Boa tarde a todos,
    Hoje em dia a criançada joga pelada no PlayStation e no XBOX.
    Há braços

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  15. Nasci e fui criada no alto de uma ladeira. Pois contra qualquer lei da Física ali acontecia diariamente uma pelada. Meu irmão era um dos jogadores. Eu às vezes assistia, do alto de uma jabuticabeira, no jardim lá de casa, que ficava bem acima do nível da rua.
    A ladeira era de paralelepípedos. Quando tinha enxurrada, formavam-se crateras; quando subia um carro, todo mundo parava e deixava passar. Em geral, era lá para casa, uma das últimas da rua.
    Joelhos ralados era o mínimo. A pelada juntava todo mundo, num tempo em que todos se conheciam.
    As casas foram desaparecendo, edifícios foram construídos, o casario que havia ao lado de casa foi derrubado, o morro virou favela, a pelada acabou e todos se tornaram estranhos.

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    1. Nalu, minhas peladas mais frequentes na infância eram jogadas também em uma ladeira, a r. Bolívia, no Engenho Novo. Até hoje lembro da cara de espanto das pessoas que com muito esforço subiam a elevação vendo os meninos voando com a bola. E a preferência era escolher jogar para cima pois a bola prendia nos pés. A tabela era feita usando as paredes das casas. Uma coisa inimaginável nos dias de hoje.

      No Castelo tudo mudou com os espaços abertos do Aterro. A pelada mais famosa era a de final de ano, valendo um garrafão de um vinho tinto pavoroso. Mas se fosse um Chateau sofisticado não faria a menor diferença. A disposição era total em vencer o adversário. E havia mais um condimento. Normalmente de um lado eram os chegados a uma "marijuana", do outro, do qual eu fazia parte, os "biriteiros", estes sempre os vencedores. Não que do lado do "pessoal da fumaça" não houvesse gente boa de bola mas, sabe-se lá porquê, se enrolavam em discussões e a gente só fazendo gols.

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  16. Boa tarde a todos!
    Ah, Nalu, é cruel mas é verdade.

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  17. Bastavam 4 "peladeiros" para começar, 2 para cada lado e gol de 1 passo, traves de havaiana ou pedra e não valia gol de bolas chutadas de longe. Aos poucos chegava mais gente e a cada 2 entrava um para cada lado até que se pudesse ter goleiro e aumentar a "baliza" (às vezes o mais fraquinho da turma podia entrar mesmo que o time dele ficasse com um a mais). Eu pessoalmente preferia o mínimo de 3 para cada lado para ter opção de jogada. Aliás em quadra esse era até o número ideal para quem gosta de mais velocidade. Pelo menos nos tempos que as regras do Futebol de Salão eram outras. Nos tempos de adolescente, na minha rua, se a minha turma mais entrosada conseguisse ficar no mesmo time, após o par ou ímpar para a escolha, conseguíamos supera times que tinham maiores talentos individuais, porém sem conjunto nenhum. Os craques "marrentos" bufavam nessas derrotas para os "mais ou menos".

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  18. E por falar em vôlei, também tivemos alguns jogos na rua. O fato de ser permitido jogar com meninas no time deixava os cavalheiros mais afoitos, querendo "se aparecer" para as damas. Uma vez, na falta de uma rede oficial, alguém arrumou uma faixa de propaganda da agora extinta Telerj que só tinha alguns furos em toda a sua extensão. quase não se via o outro lado e quase todas as jogadas do adversário eram de surpresa e praticamente só se defendia "no susto".

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  19. Nas peladas da minha rua não tinha goleiro.

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  20. Na minha área quando não havia goleiro se usava "
    golzinho".

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