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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

RUA SÃO JOSÉ


 
A foto de hoje mostra um panorama da Rua São José, no centro da cidade, na década de 60.
Sobre o “Bar e Restaurante do Comércio Ltda” nada encontrei.
Já a Livraria São José, na Rua São José nº 38, telefones 42-0435, tem muita história.
Na época da foto fazia intensa propaganda no “Correio da Manhã”. Vendia “livros escolares novos e usados para todos os cursos. Oferecia lápis grátis aos estudantes.” Também em sua propaganda dizia “enviamos para todo o Brasil pelo serviço de reembolso postal e também atendemos a pedidos em carta com valor declarado, vale postal ou cheque”. Nestes tempos de Internet, tudo isto parece totalmente anacrônico.
A história da Livraria São José, segundo conta o “blog” Estante Virtual, começa em meados da década de 20 quando a Livraria Briguiet se instalou no número 38 da rua São José. Em 1939 ganhou o nome de “Livraria São José”.
No final dos anos 40 ganhou o comando de Walter Alves da Cunha e Carlos Ribeiro, o “Carlinhos”, e viveu seu período áureo, entre as décadas de 47 e 67. A livraria expandiu seu negócio e tornou-se editora, promovendo a primeira tarde de autógrafos do Rio de Janeiro (1954) no lançamento da obra "Itinerário de Pasárgada," de Manuel Bandeira.
E tornou-se ponto de encontro da nata de intelectuais brasileiros: romancistas, poetas, cronistas, jornalistas, juristas, políticos e até ex-presidentes do Brasil, como Marechal Eurico Gaspar Dutra, João Goulart e Marechal Castello Branco visitavam frequentemente o local.
Em 1967, a livraria já possuía 3 lojas na mesma rua! Em 1970, no entanto, Carlos Ribeiro e Walter Alves da Cunha decidiram se separar. Em 1974, com dificuldades financeiras, a livraria foi para a Rua do Carmo nº 61. Tomado por uma profunda depressão e tristeza com a mudança, e aconselhado pelos médicos, Carlos Ribeiro afastou-se da profissão e seus filhos o substituíram na direção da livraria. Em fins de 1979, Carlos decidiu vender o negócio por um preço acessível a seus antigos empregados: José Germano da Silva, Carlos dos Santos Vieira e Adelbino de Marins Espíndola que como ele aprenderam a vender e amar os livros.
 
Depois de mais de 70 anos de sucesso, em 2014, a Livraria São José encerrou suas atividades na Rua 1º de Março, nº 37, onde comprei, em seu "sebo", alguns bons livros sobre o Rio Antigo para a biblioteca do “Saudades do Rio”.
 
Notícias dão conta que teria reaberto numa sala de um prédio da Rua da Quitanda.
 
 

19 comentários:

  1. Era muito famosa esta livraria. Como ela muitas já desapareceram e restam poucas pois as grandes redes estão tomando todo o espaço. Discute-se muito se os leitores de livros estão desaparecendo e temo que sim. A novíssima geração está totalmente conquistada pelos iPads da vida e os livros não exercem a atração que exerciam décadas atrás. Com o brutal aumento da população a percentagem dos que leem ainda tem peso em números absolutos mas pouco a pouco o gosto pelo livro vai desaparecendo na minha opinião.

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  2. Só uma pessoa de bermuda e ainda assim porque aparentemente estava com gesso na perna. Ainda era o tempo em que todos se vestiam adequadamente embora o uso do terno já não fosse universal.

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  3. Calculo que as fotos sejam de meados dos anos 60.Os ternos já não são do famoso linho S 120 e a elegancia parece ficar um pouco de lado,mas longe dos bermudoes ,regatas e similares.O comentário do Plinio me parece real em relação as livrarias. Estao restritas as grandes redes e em shopping. Aqui em Vix nos últimos anos elas desapareceram. A grande rede parece estar acabando com as livrarias. Tenho um filho que compra bastante livros inclusive didáticos tudo pela grande rede.E a comodidade/ modernidade.***Vamos esperar algum comentarista falar sobre o restaurante.

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  4. Bom dia. Livro físico é insubstituível. Considerando que essa atividade está em desuso no Brasil e a inclusão digital não é acessível a todos principalmente nas escolas públicas, bem como o custo de computadores no país é alto, ficará difícil ao país acompanhar a modernidade.

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  5. Bela e triste ao mesmo tempo a saga da São José,mas acho que parte do problema são os preços dos livros a web e o pouco interesse dos brasileiros em geral pela leitura e pela idioma português. Vendo tv e as reportagens das emissoras em geral vê-se como se fala errado no Brasil.

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  6. Bom dia a todos. Detalhes observados nas fotografias, embora o povo ainda andasse melhor arrumado do que nos dias de hoje, já podemos observar um grande número de pessoas usando somente calça e camisa, já se vê até um de perna quebrada usando bermuda, coisa que em tempos anteriores quem estava usando gesso, normalmente descosturava a perna da calça que estava contundida. Já podemos ver a sujeira bem acentuada na rua e calçada, acho que até um cara de terno e usando tênis aparece na foto. Quando ao desaparecimento dia após dia de livrarias não só na cidade, mas pelo País inteiro, isso se deve não só ao fato do avanço da tecnologia, mas principalmente ao declínio da cultura no Brasil. Nos dias de hoje, é fácil encontrar jovens com 21 anos de idade e que frequentam ou frequentaram escola, que jamais leu um livro tanto na sua vida escolar, e principalmente por interesse pessoal e gosto pela leitura.

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    1. Parece que os comentaristas deste blog estão tomando chá de bom senso ao passo que o administrador pirou da batatinha.Outra publicação horrenda,com gente feia e mal vestida e lugar sujo e pobre que em nada resgatam a beleza do Rio de Janeiro. O comentarista Lino optou pelo politicamente correto e deu pequenas alfinetadas mas eu não deixo passar.Dois dias de penúria e cada vez mais Do Contra.

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  7. Minha área. Quantos livros comprados com Germano ! E as vezes esconder livro atrás de outros para encontrá-lo quando tivesse dinheiro para comprar. Frequentei a livraria da Rua do Carmo e da 1º de março. Tenho foto com ele no último dia de funcionamento. E as bibliotecas inteiras que ele comprava quando falecia advogado bibliófilo? Salvo engano no numero 70 tem uma placa num prédio de esquina registrando que ali funcionara o estudio fotografico de Malta(?) , Ferez(?). Bons tempos.

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  8. Sou freguês da Casa Urich e do Carioca na rua São José. Recomendo. Quanto ao livro físico concordo com o Joel pois são insubstituíveis.

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  9. Bom dia a todos.

    Fui frequentador assíduo do centro até 2010, desde pelo menos a década de 90, e era "rato" de sebos. Provavelmente passei por uma dessas "encarnações" da loja.

    Geograficamente falando, qual era a localização da livraria e do restaurante?

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    1. Como assim qual era a localização da livraria e do restaurante? Não sei o que o Augusto quis dizer mas poderia ser sistema solar, planeta Terra, hemisfério sul, país Brasil, estado da Guanabara, cidade do Rio de Janeiro, Centro, rua São José, número 38 para a livraria.

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    2. Sr. Curioso, na hora que fiz o comentário original estava sem acesso a ferramentas como o GSV, que me fez ver a localização atual do número 38, perto da Rua do Carmo, em frente ao Menezes Cortes. Já o Restaurante, ficaria no atual número 40, Edifício São José, com uma drogaria no térreo.

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  10. Não existem mais bibliotecas públicas como no passado. Pessoas pobres podiam estudar e se qualificar sem qualquer problema. Escolas públicas com professores bem remunerados! Não existe outra receita para o Brasil se solidificar como nação. Enquanto o horizonte do brasileiro médio continuar a um palmo à frente do nariz, ele será sempre refém dos Temers, dos Lulas, dos Pezões, dos Aécios, das Benexitas, e muitos mais. "A ignorância é a mais lúgubre das enxovias"...

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  11. Peralta, o implicante11 de agosto de 2017 às 12:02

    Do comercio não sei,mas da Indústria Tia Nalu conhece.

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    1. Peralta, ó implicante tolinho, só se for a antiga Estrada União e Indústria.
      Mas sei de um certo moleque que anda fabricando barbantinho fedorento (H2S) em quantidades industriais.

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  12. Lembrando também que os cebos de discos também sumiram inclusive havia um enorme perto da rua do Rosário.

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  13. Boa tarde a todos.
    No outro dia mesmo relembrei aqui no blog sobre um sebo que frequentava e muito na Rua da Carioca.
    Além de livros não ser hábito de brasileiros, mais uma herança maldita herdada dos portugueses, os livros no Brasil, mesmo nos sebos, são vendidos a preços fora do padrão de realidade da economia daqui.
    Outros fatores são o fato de que no conforto da internet, pode se baixar muitos livros gratuitamente e poupar da grana a ser gasto em livros, principalmente novos, pois não são nada baratos.
    E tem da própria questão que por inúmeras vezes já fora abordada aqui no blog e para não repetitivo, apenas prefiro mencionar sobre a degradação intelectual e social do país.
    Em um país onde as pessoas se viram pelo avesso e pagam mil Reais em um tênis de marca, mas não podem dar cinco ou dez reais em um livro pois acham que é muito caro.
    Para aqueles que se sentem afrontados quando se fala de Portugal, basta lembrar de que apesar de muitas coisas interessantes, Portugal pecou e muito pelo que transmitiu de ruim para essa terra aqui.
    Lembrem-se: Portugal foi o ultimo país da Europa a ter ensino público obrigatório.

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  14. Portugal pecou porque explorou este país até à exaustão. Trouxe para cá o lixo da sociedade de além mar. Pior do que isso foi tratar o Brasil como "sua senzala". Isso deixou uma marca inapagável e no meu entender é imperdoável. Pior do que isso é a idolatria que muitos tem para com Portugal, como se fôssemos devedores de tão deplorável status social. A dívida é impagável e Portugal não conseguiria paga-la nem em mil anos.

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  15. Fui frequentador assíduo da Livraria São José neste endereço. Lembro de uma filial sua, na Rua da Quitanda, sempre muito sortida. Bons tempos...
    Jaime Moraes

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