Em
02/12/1959 o teatro Jardel apresentou a revista "Vou à lua de
lambreta", escrita por dez autores e dirigida por Geysa Boscoli. No elenco
muita gente nova como Rosinda Rosa, Rosemarie Sulquer, Castro Filho, Rubens
Leite, Francisco Serrano, Nestor Montemar, tendo à frente Evilazio. A atração
extra do espetáculo é o sorteio de uma lambreta, que é realizado todas as
noites. Os nomes dos contemplados vão sendo depositados em urna lacrada para o
sorteio final, que será no último dia do espetáculo.
Na
década de 50, anos depois do fechamento dos cassinos, virou uma febre o teatro
de revista. Teatros como o Recreio, o Carlos Gomes, o Regina, o João Caetano, o
República, o Glória e o Serrador abrigavam peças de teatro de revista. Também
os teatros Jardel e o Follies, além de, por algum tempo, o Cinema Alvorada em
Copacabana, exibiam este tipo de teatro.
As
vedetes apareceram em profusão e nomes como Angelita Martinez, Anilza Leoni, Mara
Rúbia, Virginia Lane, Aizita, Annik Malvill, Blanche Mur, Brigitte Blair, Betty
Faria, Marly Tavares, Consuelo Leandro, Ida Gomes, Carmen Verônica, Celia
Coutinho, Diana Morell, Delly de Azevedo, Valentina, Gina Le Feu, Darlene
Glória, Elizabeth Gasper, Eloina, Esmeralda Barros, Evelyn Rios, Gigi do
Baccarat, Lady Hilda, Luely Figueiró, Lenita Bruno, Lucia Lamour, Lygia
Rinelli, Maria Pompeu, Dorinha Duval, Miriam Pérsia, Marilu Bueno, Nancy
Wanderley, Norma Benguell, Marina Montini, Márcia Rodrigues, Marivalda, Nelly
Martins, Nédia Paula, Odete Lara, Nádia Maria, Rosinha Lorcal, Renata Fronzi,
Rose Rondelli, Silvia Fernanda, Sonia Dutra, Sandra Sandré, Sonia Clara, Sonia
Muller, Thelma Elita, Vanja Orico, Vera Vianna, Wanda Moreno, Wilza Carla, Yolanda
Ferrer, Zélia Martins, se destacaram. Eram fotografadas por grandes profissionais
como Ávila e Mafra.
Fotos: acervo Correio da Manhã
|
Que saudade das tardes de sábado passadas nos teatros da praça Tiradentes assistindo a shows de vedetes. Além de mulheres lindíssimas havia um festival de gargalhadas com as apresentações de comediantes do tope de um Colé ou de um Costinha. Este, sem a censura da televisão, se soltava e fazia chorar de rir. O único cuidado que o espectador deveria ter era se sentar num local estratégico para escapar do número de plateia que o Costinha fazia. O escolhido sempre passava vergonha ainda mais se, em vez de ficar quieto e aguentar a gozação, resolvia responder. Aí o Costinha, com toda sua experiência, o colocava no bolso.
ResponderExcluirGrande resgate.Lembro que muitas destas vedetes faziam sucesso também no radio e mais tarde migraram para a Tv.Presenças constantes na Revista do Radio e como certinhas do Lalau.
ResponderExcluirEsse fato comentado pelo Plínio já ocorreu com o meu pai. Costinha já tinha tido alguns problemas com ele, já que ele era uma "caneta pesada" e fazia cortes ou mesmo censurava a peça inteira. Estava ele como espectador na segunda fila quando Costinha reparou na bota que meu pai usava e perguntou a ele: "Bonito seu sapato, que modelo é?, ao que respondeu o meu pai: "Bota"; ao que retrucou Costinha: "Sua esposa vai deixar?". O teatro veio abaixo e meu pai nada pode fazer a não ser rir também. Muitas dessas vedetes eram "caçadoras de dotes" ou "alpinistas sociais". Normalmente pessoas de origem humilde, buscavam "na platéia" algum profissional liberal, político ou empresário para "realizarem seus sonhos e quem sabe um casamento vantajoso". Muitas delas viraram atrizes de teatro e televisão e conseguiram bons casamentos. Um caso digno de registro foi o de Maria Angelica Gugani", a "Angelita Martinez". Dona de um corpo fantástico, "muito gostosa" em linguagem atual, foi amante de João Goulart quando o mesmo era Vice-Presidente da república. Era mantida em um apartamento em Copacabana "discretamente", até que resolveu trocar seu "ilustre benfeitor" por um indivíduo tosco e primário, mas dono de um "instrumento" de 24 cm {segundo Ruy de Castro}. Seu nome: Manuel dos Santos, o popular "Garrincha". Essa "troca" teve momentos rocambolescos, com direito a tiros de revolver dados por Jango na porta do apartamento da vedete, em um episódio que mostrou a simplicidade e a primariedade da sociedade brasileira da época. FF. Morreu Rogéria, o travesti.
ResponderExcluirBom Dia! De todas as Vedetes, acho que só Zaquía Jorge foi homenageada com um samba que ainda hoje se ouve.
ResponderExcluirFalar de Rogeria seria fora de foco?
ResponderExcluirDe todas as vedetes citadas somente duas estiveram ao alcance das minhas mãos. Como relatado em outra ocasião, uma delas foi a Zélia Martins que em um Baile das Atrizes no Hotel Glória praticamente me arrancou de uma cabine telefônica e trocou de roupa enquanto eu fingia que vigiava. Outra foi a Angelita Martinez que conheci quando ela visitava um vizinho que era do meio artístico e morava na Av. Beira Mar. Na ocasião, ainda muito jovem, a visão daquela baixinha de corpo estonteante acabou por me intimidar e fiquei mudo. Apesar do aparente interessante da atriz/vedete a coisa não foi em frente e passei meses me lamentando. Quando contei o episódio para a turma de início não acreditaram. Depois da confirmação tive que suportar as inevitáveis gozações. Outras que tinham parentes ou amigos na região e vez por outra as via eram a Nélia Paula e a Anilza Leoni, esta com uma parente que morava na Av. Calógeras.
ResponderExcluirHá uma história que envolve a atriz Sônia Dutra, filha do político Eloy Dutra, passada no Castelo. Ainda no período do regime militar ouvi de um militar do serviço de informações da Aeronáutica que foi articulado um encontro íntimo entre a atriz e o então ministro Mário Andreazza no edf. Girau, situado ente os consulados da Itália e da França. Esse prédio foi erguido por uma francesa que foi cortesã no tempo do governo Vargas. Era sabido que todas as unidades desse edifício, hoje comercial, funcionavam como "garçonieres" que eram alugadas a políticos e empresários. Uma delas foi escolhida como local do encontro. Segundo o tal agente o ministro foi informado que deveria se acautelar pois o encontro teria a intenção de tentar obter informações sigilosas. Parece que o objetivo não foi alcançado devido ao alerta e o consequente mutismo do ministro.
Lamentei muito o passamento da Rogéria, moradora do Leme, que conhecia há muitos anos da noite carioca. Recentemente consegui uma antiga publicação onde há uma foto dela quando ainda era maquiadora. Infelizmente não houve tempo de ser publicado no seu recente livro de memórias. Pessoalmente era muito simpática e receptiva. Que descanse em paz.
Sobre a segunda foto: http://www.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/walter-pinto/bastidores-do-teatro-de-revista/
Quando Rogéria foi ao programa do Jô ele comentou que antes de ser famoso ele a chamou para o maquiar. Rogéria se negou dizendo que só maquiava gente importante.
ExcluirBom dia a todos. Falar de vedetes bonitas e gostosas é chover no molhado, todos os homens sempre tiveram alguma simpatia por uma delas, logo vou comparar estas mulheres com corpo e jeito de mulher, com as modelos atuais. Hoje as modelos além de serem esqueletos andantes, algumas delas recebem um adjetivo para definir a sua beleza duvidosa, "beleza exótica". Já quanto as peças de teatro de revista, frequentei muito o Carlos Gomes, onde quase sempre na semana de estreia dessas peças, antes de irmos jogar sinuca no Guanabara ou Guarani, assistíamos a peça em cartaz.
ResponderExcluirDocastelo: Rogéria sería a mesma que cantava na Radio Nacional, no Programa Manoel Barcelos? Era anunciada,entrava sempre de vestido longo, cantava e ia embora sem falar nada. Certa vez ouvi dizer que era dublagem.
ResponderExcluirPrezado Mauro, agora você me despertou uma dúvida. O auge do programa Manoel Barcelos, que era às quintas feiras, salvo engano, fazia sucesso nos anos '50 e início dos '60. Como a Rogéria em 1964 ainda era maquiadora do TV Rio em 1964 presumo que ela se lançou como cantora após isso. Mas sem absoluta certeza. Agora só consultando o livro de memórias que ela lançou recentemente.
Excluir(correção)...edifício Giraud, Av. Pres. Antonio Carlos, 54...
ResponderExcluirNão lembro dessa época, mas hoje seria chamaria a atenção uma apresentação lembrando desses shows, afinal vão reviver um programa do Chacrinha na TV, por que não uma chance para o Teatro de Revista? Sem musculosas e nada de siliconizadas.
ResponderExcluirDa grande lista de vedetes, que estou lembrando no momento, fizeram sucesso em filmes até dramáticos a Darlene Glória, a Norma Benguell e a Odete Lara.
E a Betty Faria seria uma das que chamaria de "minha sogra". Teve uma linda filha com o Cláudio Marzo.
Boa noite a todos.
ResponderExcluirAté agora não vi referência à famosa vedete amante de um presidente. Só a de um vice que depois virou presidente (de orientação política contrária à do comentarista).
Sobre o Astolfo, quer dizer Rogéria, salvo engano, existem histórias da época de exército. Ou estou trocando as bolas... Coincidência que ontem começou a participação dele(a) na "Tieta", atualmente em reprise no canal Viva.
Eram famosos os LP's e K7's de piadas impublicáveis de Ary Toledo e de Costinha. Eu tive a oportunidade de ouvir uma fita do Costinha.
Augusto, o Costinha era um cara esperto e soube tirar proveito da própria censura. No auge da repressão era comum a suspensão de qualquer ator, de tv ou teatro, pelo período de três meses, se houvesse cometido alguma transgressão às orientações dos censures. Esse período geralmente coincidia com a temporada nos palcos das peças burlescas em que o comediante participava. Foi assim que certa vez, em pleno programa de humor na TV, em repentino e inopinado improviso, Costinha entra em cena carregando na cabeça uma lata de óleo comestível onde estava escrito em letras garrafais "VASELINA", com o comediante cantando: "Chorava todo mundo mas agora ninguém chora mais, chora mais, chora mais." Suspenso, inicia sua temporada no teatro.
ExcluirFF1 - Saiu no Globo hoje que a Casa Cruz encerrou as suas atividades em todas as lojas. Recentemente saiu a notícia sobre as dificuldades na filial de Copacabana.
ResponderExcluirFF2 - Ontem fui na Bienal e comprei um livro editado pelo Senado Federal sobre os balões do Santos Dumont. Farto acervo fotográfico.
Lirio Mario da Costa era um dos melhores comediantes no meu entender mas hoje em dia teria problemas. A série de seus discos "O peru da festa" teve cinco edições, das quais eu tenho todas remasterizadas em CD, tinha como principais temas piadas de anão, de crioulo, de viado, e sempre enfatizando uma linguagem chula e grosseira mas que "matava de rir". Só a cara dele era um palavrão. Teve problemas com a censura, mas a ditadura o deixou em paz. Que Deus o tenha
ResponderExcluirCom relação ao comentário das 20:21, João Goulart era rico, não precisava da política para enriquecer, e era um homem honesto. O que o pôs a perder foram as suas alianças políticas e sobretudo Leonel de Moura Brizola, este sim um câncer, mau caráter, e oportunista, como o Rio de Janeiro teve o desprazer de "sentir na pele" vinte anos depois. Quanto à minha orientação política, nunca escondi e sempre me orgulhei me alinhar com a extrema direita, embora alguns "neófitos" no assunto confundam como simpatizante do "fascio".
ResponderExcluir