A
praia dos anos 70 podia ser assim: todos sentados ou deitados sobre toalhas ou
esteiras, a bolsa da PANAM com os apetrechos de praia (pasta de Lassar para o
nariz, Rayito de Sol para bronzear). O dinheiro ia numa bolsinha ou preso na
lateral do calção.
Cada
um levava sua própria barraca, os homens iam de camisa de manga curta, de
botões, como se pode ver em cima da barraca (ninguém ia para a praia sem
camisa), as mulheres com seus “saídas de praia”, biquinis bem comportados.
Os
fotografados seriam chamados de “farofeiros”? Afinal, estavam com caixa de
isopor, garrafa térmica, um litro de Old Eight, radinho de pilha e ainda
jogavam “xadrez chinês”.
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Ir à praia naquele tempo já apresentava problemas, embora fosse seguro. Ainda vivíamos um tempo em que era possível ficar na areia despreocupadamente, afinal "os dias eram assim". Copacabana já não era mais a mesma, a praia "ficou longe" mas a frequência ainda era a mesma, até os velhos ranhetas que "se achavam" e viviam nas redes de peteca e vôlei. Os ônibus vindos dos subúrbios traziam pessoas menos selvagens e ainda tementes às leis. Os arrastões como conhecemos ainda não existiam e os incautos que "puxavam fumo" na areia estavam sujeitos a um "tratamento diferenciado" independentemente das "sanções legais" naturalmente aplicadas. Afinal ainda eram "outros tempos"...
ResponderExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirNo momento em que escrevo ainda não aparecem comentários anteriores.
Faz tanto tempo que não vou à praia que não lembro dos apetrechos que levávamos nessas ocasiões. Mas tenho quase certeza de que não tinha guarda-sol. Era toalha ou esteira. Muito provavelmente levávamos dinheiro para comprar bebida dos ambulantes ou algum pacote de biscoito.
Esses foram os anos em que eu mais frequentei as praias da zona sul e também da região dos lagos, em especial Cabo Frio. Havia quem levasse esse "equipamento" todo mas não era bem visto. Principalmente as explícitas garrafas de uísque. Se eram tachados de "farofeiros" não me lembro mas não era considerado de bom gosto. O mais comum era o jogo de baralho e até algum radinho de pilha, mas o certo era desfrutar do "dolce far niente" e ficar "lagarteando" ao sol ou jogar um frescobol ou um vôlei. A pasta de Lassar, que deixava qualquer um com cara de palhaço, ainda era admissível, mas esse tal de "Rayito de Sol" só faltava fazer a cara da gente cair. Só usei uma vez e nunca mais. Existiam produtos mais confiáveis que se tivessem sido aplicados muitos não estariam no futuro com as indefectíveis marcas e problemas de pele.
ResponderExcluirPara guardar dinheiro e pequenos objetos lançaram nesse tempo uma espécie de tubo à prova d'água que se pendurava no pescoço. Não fez muito sucesso. Quanto a ir à praia com ou sem camisa de fato a camisa, ou blusão, era usual mas pela simples razão de que depois da praia era costume o tradicional chope no bar ou no restaurante e a maioria não aceitava o pessoal sem camisa. Em especial se fosse em ambiente fechado. Até hoje existem locais em que há essa exigência. A grande mudança foi a popularização da camiseta T-Shirt. A regata é considerada brega. Se estiver de chinelo Raider então...
É dessa época o surgimento nas praias do famoso pareô que até hoje é usado pela mulherada. Mas também havia quem usasse uma espécie de roupão que tinha uma abertura lateral com o dom de transformar a mulher menos interessante em atração. Quando ela se levantava para sair e começava a andar surgia o sortilégio do mostra/esconde das pernas. Era impossível não olhar.
Aí paro para pensar me lembrando desses tempos e me pergunto: Que tempos terríveis serão aqueles em que ao lembrar dos dias de hoje dirão: "Bons tempos!".
Se nos transpusermos para um futuro não muito remoto, temo que vá ter a mesma sensação que Charlton Heston teve quando vislumbrou as ruínas da Estátua da Liberdade. Indícios não faltam e só não vê quem não quer...
ExcluirBom dia a todos. Que praia seria esta? Ir a praia era um divertimento agradável e democrático, misturavam-se pobres e ricos tanto na areia, quanto nas águas. Neste verão será um ato de grande risco ir a praia num final de semana, que Deus nos proteja neste verão, inclusive nas festas de final de ano e no carnaval.
ResponderExcluirPraia de Ipanema.
ExcluirPraia nunca foi minha Praia.Vários inconvenientes como raquetes e redes dos donos do pedaço loucos para se exibir. Gente sem noção levando cachorros para a areia como se fora quintal de casa.Falta de educação e bom senso que posteriormente foram enquadrados.O banho de bar sempre foi melhor. Quanto a foto os caras estavam numa boa.O radinho de pilha informava se o Fio Maravilha fizera mais um o Old Eight garantia a dor de cabeça logo mais a noite.
ResponderExcluirXadrez Chinês? Tia Nalu fica de olho em outro tipo de xadrez!!!
ResponderExcluirA propósito dessa postagem, sugiro que leiam "Exílio na Ilha Grande", de André Torres. Trata-se da história do assaltante de bancos que é o autor do livro e é ambientada nos anos 60/70, mostrando principalmente locações em Ipanema e Copacabana, o submundo nas praias, assaltos a banco, Auditoria Militar, DRF, e se me permitam a expressão, a "lisura e a honestidade" dos criminosos da época que se comparadas às condutas dos bandidos atuais, parecem saídas das fábulas de Esopo. Imperdível.
ResponderExcluirNaquele tempo existiam os chamados "ratos de praia", que não eram assaltantes, mas furtavam pertences de banhistas distraídos.
ResponderExcluirO bronzeado já estava garantido, com jeito de quem já tinha ido à praia várias vezes naquele verão, ou seja, sem a aparência do farofeiro tradicional que fica vermelhão pois tem que aproveitar o máximo em poucas vezes.
ResponderExcluirO frango assado com farofa era o prato básico desses banhistas de pouca frequência por verão e de menor condição financeira para a aquisição de produtos a venda na orla marítima.
Boa tarde a todos!
ResponderExcluirBons tempos!
Sou do tempo da esteira, short de pano e pés descalços. Na Ilha ainda se viam peixinhos na beira da praia. Podiam se apanhados com as mãos em concha e postos em um buraco com água ou no baldinho, e até levados para casa. Depois morriam, claro.
Praia da Bandeira, Castelinho (não o original, mas o da Ilha, assim batizado com uma certa ironia), e Zumbi, a bordo do Euclides (Fusca 65, branco), foram meus pontos. Hoje, branquela, mal saio ao sol.
Outras lembranças: bronzeador feito com "óleo de avião" (skydroll, perigosíssimo); boia de câmara de ar (quanto maior, mais status); pés de pato e máscara de mergulho, para lembrar o Mike Nelson que havia em todos nós; concurso de prender o fôlego embaixo dágua; jogo de buraco, com cartas levadas pelo vento e a areia atrapalhando o embaralhar; olhares disfarçados (e desencantados) para nossas musas.
O óleo derramado de navios no terminal da Petrobrás acabou com as praias da Ilha.
Na terceira foto, o maiô da moça de costas está meio grande para ela. Terá sido emprestado de última hora?
Mestre Docastelo é um conhecedor profundo da natureza humana: "... o sortilégio do mostra/esconde das pernas" é ótimo!
O biquíni de listras horizontais (foto 1) ressaltava os quadris.
A propósito, vejam o Ilha fotolog de hoje, do Prof. Jaime.
ResponderExcluirEraldo, qual é o link?
ResponderExcluirAnônimo,
ResponderExcluirhttps://www.facebook.com/groups/411449505677056/?sorting_setting=CHRONOLOGICAL
Boa tarde a todos.
ResponderExcluirPraia só era o meu forte nos dias de criança. Depois, passei a detestar até o presente momento.
Praia é bonito o visual fora do verão.
Sou mais de apreciar o mar. Dizem de que é algo relaxante e que nossa mente "viaja" olhando para as águas.
Quando frequentava o ruím era ter que tirar toda aquela areia depois, pois incomodava e muito, entrando no calção, nos pés, enfim... era isso.
Nessa época ainda não se apregoava e muito dos malefícios que o sol causaria em quem fica exposto a todo o tempo nele correndo do severo risco de desenvolver câncer de pele.
Por estas paragens- Ilha do Governador -, nesta época as moças costumavam usar as camisas de irmãos ou namorados a guisa de saída de praia.
ResponderExcluirJaime Moraes
Quando ia a Praia Tia Nalu levava um rádio Transglobe e fazia farofa de moela.
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