Uma das maneiras de
acessar o Corcovado é através do trenzinho. Antigamente ele era como mostram as
fotos de hoje (a primeira garimpada pelo Nickolas no acervo da Getty Images e
as outras do acervo do Correio da Manhã).
Em 07/01/1882,
conta Dunlop, o Governo Imperial concedeu aos engenheiros Francisco Pereira
Passos e João Teixeira Soares, o privilégio para a construção, uso e gozo de
uma estrada de ferro a vapor, do sistema de cremalheira “Riggenbach”, entre a
Rua Cosme Velho, nas Laranjeiras, e o topo do Morro do Corcovado, passando
pelas Paineiras.
A linha foi
inaugurada em 1884 por D. Pedro II em seu trecho entre o Cosme Velho e as
Paineiras. A subida levou 40 minutos,
por causa do tempo necessário para a locomotiva tomar água na Ponte das
Caboclas, pouco antes das Paineiras.
A linha até o Alto
do Corcovado foi aberta em 1885.
Esta estrada de ferro
parte da Rua Cosme Velho, na cota de 38,30m acima do nível do mar, sobe pelo
lado direito do vale do Silvestre e à esquerda da caixa d´água do Morro do
Inglês. Cruza, na cota de 218m o caminho da Carioca (Silvestre), alcança o vale
da Carioca, atravessa outros vales secundários pelas pontes das Velhas e das
Caboclas e atinge as Paineiras na cota de 465m. Passa pelo lugar denominado
Chapéu do Sol e, finalmente atinge a cota de 670m, tendo seu ponto terminal à
esquerda do cume do Corcovado. Daí, galga-se a pé e em poucos minutos atinge-se
o Pico do Corcovado, numa altitude de 704m.
No início do século
XX a Light passou a ter a concessão da antiga Cia. Ferro-Carril e Hotel do
Corcovado. Em 1910, os trens foram substituídos por máquinas elétricas.
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Já utilizei o bondinho uma vez.Interessante.
ResponderExcluirA inauguração do "caminho do Corcovado" coincidiu com alguns meses de diferença, com a da Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará em 1883, cujo sistema de tração era semelhante. A Estrada de Ferro de Ferro Teresópolis, inaugurada anos mais tarde, também possuía sistema semelhante. Apenas a Estrada de Ferro Cantagalo possuía um sistema diferente chamado "Fell", cujos dentes da cremalheira funcionavam horizontalmente. A tração elétrica substituiu esses curiosos sistemas, cujo consumo de sapatas de freio eram absurdos. Essa viagem é uma das mais belas, mas apresenta alguns problemas, que começam desde a chegada do turista na estação ferroviária.
ResponderExcluirMais uma ótima aula e fotos de primeira. Como era bonita a gare com listras. Oerlikon era também uma fábrica de armamentos e lembro de ler sobre canhões anti-aéreos desse fabricante. Fui no Google e o grupo é imenso, com filial no Brasil, no setor de revestimentos de ferramentas e instrumentos de precisão - nada como ter um setor de pesquisa e desenvolvimento em uma área aparentemente tão pequena, mas provavelmente devem ter apenas um ou dois concorrentes no mundo. E os canhões antiaéreos foram conhecidos até a segunda guerra mundial.
ResponderExcluirAndei no trem antigo (estará em exibição em algum museu ou foi desmantelado e vendido como sucata) e depois no novo . Passeio sempre emocionante muito caro para nossos padrões e que poucos cariocas conhecem.
ResponderExcluirAproveito e desejo a todos um Feliz Natal.
ResponderExcluirMuito marmanjo nas fotos, devem ser funcionários da empresa da linha ou do hotel das Paineiras, onde a seleção brasileira se hospedava nos tempos de Pelé & companhia.
ResponderExcluirAndei no trenzinho pela última vez há 50 anos, mas não lembro se era tão rústico.
Belletti, sobre Brasília, ontem quis dizer que só quem gosta de lá é que deve criticar tanto os locais mais tradicionais do Rio, como foi o caso da Rua da Quitanda e a Urca. Se já não são moradores da atual capital federal deveriam providenciar a mudança já. E criar um blog sobre cidades planejadas só para eles. Uma ou outra crítica sobre sobre o abandono em que se encontram alguns locais do Rio nós todos fazemos, mas várias cidades históricas do mundo já passaram por situações difíceis e depois se recuperaram sem precisar de demolição generalizada. E atraem muitos turistas para as suas ruas antigas.
Concordo plenamente. É verdade, mantém o aspecto histórico, a personalidade, gera receita e é totalmente funcional.
ExcluirComo alguns sabem sou o único comentarista do blog que de fato trabalhou em um órgão de proteção e fiscalização do patrimônio histórico, de início em âmbito federal, depois regional. E também o procurador responsável pela assistência jurídica de seis museus no Estado do Rio de Janeiro, além do Museu de Biologia Melo Leitão em Vitória, ES. Assim registro para que não reste a menor dúvida sobre o meu interesse e conhecimento técnico sobre o tema preservação.
ExcluirEm primeiro lugar todos os diplomas legais referentes à matéria, sejam municipais ou estaduais, são baseados no Decreto Lei nº 25/37 que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Apesar da legislação pacífica e consolidada o tema não é infenso à polêmicas de toda ordem. Pessoalmente divirjo de determinados posicionamentos e aqui mesmo, no passado, fiz algumas críticas. Uma delas é a constatação da ausência de critérios mais rígidos para efetivação do instituto do tombamento. Resumindo o trâmite, feito o pedido ao órgão, o requerimento é enviado ao setor técnico para a devida avaliação e manifestação por um laudo. A seguir, segue para apreciação do conselho que discutirá e emitirá uma resolução. Aí mora o perigo. Formado, via de regra, de profissionais ditos competentes (arquitetos, historiadores e outros) esse colegiado corre o risco de estar submetido a questões de ordem pessoais e até políticas, quando deveria ser eminentemente técnico. Por essas razões alguns equívocos foram cometidos, em minha opinião, como tombar um prédio inteiro quando bastaria a preservação de uma parede frontal, pórtico ou de uma entrada ou portaria. Isso se o próprio prédio não representar por si, historicamente, algo de cunho reconhecidamente histórico. O simples tombamento de uma edificação sem os devidos critérios pode resultar na degradação de um quarteirão inteiro e até retardar o desenvolvimento de um local onde não existam outros imóveis que mereceriam o mesmo tratamento.
Um bom exemplo foi o desastrado tombamento do edifício São Miguel, Av. Beira Mar, 406, onde moraram o poeta Manuel Bandeira e o artista plástico Cândido Portinari. Ali bastaria o tombamento da bela portaria de mármore de carrara, permitindo a construção em seu entorno de um moderno edifício, a exemplo do Arco do Teles na Pr. XV de Novembro. O resultado é a natural dificuldade de manutenção do "status quo" original do prédio sem que haja qualquer ajuda financeira prevista aos proprietários das unidades. Nem linhas de financiamento. A degradação é o destino comum a esses imóveis.
Eu peguei este modelo de trem no Silvestre algumas vezes, lembro bem dos condutores vindo fechar cada porta. Acho que só andei no trem vermelho uma vez.
ResponderExcluirBom dia a todos. Que beleza de fotos, muito obrigado ao gerente pelo trabalho e dedicação.
ResponderExcluirTodos nós temos o mesmo pensamento; Ah! se eu pudesse voltar atrás no tempo. É uma pena que o Amaro jovem tenha sido tão despistado e perdido tantas oportunidades. Se pudesse viajar no tempo, iria sem lenço e sem documento, mas com uma boa câmara fotográfica.
Os nascidos nos anos 40 tiveram a rara oportunidade de testemunhar a rápida transformação de um país, de uma sociedade, de uma cidade, de um bairro, de toda uma cidadania. Depois alguns tiveram acesso ao mundo, outros países, outros costumes. E a tecnologia?,,,
Pois é, eu não sabia. Lembro-me de ficar satisfeito sempre que a construtora Ker Limitada derrubava um prédio de pedra no Leblon, um sobrado, uma casa em Ipanema para construir o Ker Rei, Ker Sol, ou o diabo. Estavam destruindo minha herança, meu passado, e eu ficava feliz. São os tempos modernos, eu pensava.
Acreditava que nos anos 2000 o rabo de peixe dos cadillacs iria evoluir como exaustão de motores a jato e voaríamos pela cidade como nas histórias de Buck Rogers que eu esperava ansiosamente para ler nos encartes dos jornais de domingo.
E todas as milhares de fotos e slides que eu possuía. Para onde foram, onde estão? Como certificar-me que a minha lembrança não está me traindo?
Esta é a minha forma longa de dizer, Ah.. se eu pudesse voltar ao passado com uma boa câmera. Ah, e um bocado de filmes.
E é esta é a razão do agradecimento a todos o que administram, colaboram e comentam neste blog. Obrigado por fazer com que eu me lembre. Foi bom, não foi?
Paulo Roberto, penso que o problema atual do Rio é que foi tomado de assalto por verdadeiras quadrilhas na pessoa destes mandatários. As notícias estão aí. Cabe a população mandar está turma para o inferno através do voto e reerguer este Estado que sempre foi referência e esta cidade, que apesar destes pilantras ainda e Maravilhosa.
ResponderExcluirA antiga composição, na qual andei algumas vezes, era bem mais pitoresca! A Estrada de Ferro que ia do Rio até Petrópolis também usava cremalheira. A gurizada, aproveitando-se da pouca velocidade da composição, pediam jornais aos passageiros.
ResponderExcluirNa foto 2 pode ser visto à direita o final da inscrição "D.C.M. IN HON S.IVDAE AR ET MART" do Santuário São Judas Tadeu.
ResponderExcluirA Igreja de São Judas com o frontispício mostrado na segunda foto foi inaugurada nos últimos dias de 1968, o que situa a foto em data posterior a 69.
ResponderExcluirLembro de ter ido ao Corcovado neste trenzinho com minha mãe acho que nos anos 50. E de carro quando era adolescente, pois se podia estacionar lá em cima.
ResponderExcluirQuanto ao Rio, defendo-o sempre apesar de vivermos tempos de total abandono por parte dos governantes. Aponto as mazelas como desabafo mas torço para que sejam resolvidas. Enquanto durar esta brutal desigualdade que temos no nosso país bem como a vergonhosa prestação de serviços públicos ainda iremos sofrer muito. Mas não perco a esperança pois a saída que propõem para o exterior é inviável para mim tantas são as raízes que me prendem aqui. Tomara que muito mude nos próximos anos.
Sou a favor da preservação desses prédios com passado histórico como a estação do Cosme Velho, assim como ocorre em países sérios. A começar pela segurança das instalações e de seu entorno. Bandos de marginais oriundos da favela do Cerro-Corá, travestidos de "flanelinhas", trazem insegurança aos usuários, e tem certamente conluio com os entes públicos responsáveis pelo policiamento. São "aliados políticos" dos donos do curral eleitoral das favelas da região, fazem parte do tráfico e a polícia militar nada pode fazer pr razões óbvias. A Polícia Civil realiza operações pontuais esporadicamente, sempre objeto de investigações, mas não resolve o problema. Solução para esse tipo de problema não é difícil, mas falta vontade política.
ResponderExcluirPlinio, vai ter que mudar muito. Hoje li a seguinte notícia no Facebook de um amigo: Alguns ônibus oferecem carregadores USB para os usuários carregarem seus celulares. Aí a pessoa depois de usar, enfia um chiclete pra sacanear o próximo. Uma pessoa que faz isso em retribuição a uma gentileza, faz o que numa urna eleitoral?
ResponderExcluirUm país, é o resultado da soma do seu povo.
Quando eu indago aos "cépticos" o porque dessas condutas lamentáveis não ocorrerem na Noruega, Dinamarca, Canadá, e no Japão, a resposta é sempre "padrão", hipócrita, ou estupida, demonstrando indiferença ou pusilanimidade do tipo: "O Brasil é o país do futuro, em 2018 mudaremos pelo voto, vamos investir em educação, ou algo que o valha. À exceção do Canadá, não existe país de primeiro que não tenha passado por graves problemas até chegar à esse nível. Com a agravante de que os povos mencionados possuem um DNA que dispensam comentários, ao passo que o DNA do povo brasileiro é comparável ao dos povos africanos. Para fundamentar esse comentário, vou remontar ao ano do nascimento de Jesus Cristo e observar como eram os povos que habitavam a Europa e como são agora e pergunto se houve evolução nesses dois mil anos. A resposta é obvia! Em contrapartida, pergunto como eram os povos que na mesma época os povos que habitavam a África Subsaariana e como foi a evolução dos mesmos até os nossos dias. A resposta é igualmente surpreendente: Praticamente se encontram no mesmo estágio de dois mil anos atrás. Contra fatos não há argumentos...
ExcluirÉ por está razão que digo que nós elegemos e daí temos que conviver com.Nos elegemos o pastor e agora devemos escutar o sermão .E os representantes da ALES?
ResponderExcluirJá fui várias vezes, mas nunca de trem. O sonho é ir caminhando.
ResponderExcluirCheguei a andar nessa cachola ai. Fiquei preparado de no caso da descida o freio faltar. Madeira...
ResponderExcluirHoje ouvi no rádio que ambulantes entram nos trens, colocam suas mercadorias sobre os bancos e ficam vendendo estes lugares por R$ 2 para quem quiser viajar sentado. É o cúmulo da impunidade e da sem-vergonhice.
ResponderExcluirBoa noite a todos. Belas fotos porém só fui ao Corcovado ou a pé quando morava em Santa ou de carro levando amigos ou visitantes na empresa que trabalhei. Já sobre os problemas do Rio, só o PRG (Passando o Rodo Geral) irá resolver os problemas da nossa cidade.
ResponderExcluirE parabéns ao gerente do SDR, um ano nesse novo endereço com uma média de quase 350 visitas por dia.
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