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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

RUA DA QUITANDA


 
Do acervo do Correio da Manhã saem estas duas fotos da Rua da Quitanda.
Esta rua, que vai da Rua São José à Rua São Bento, foi uma das que tiveram o maior número de denominações, segundo P. Berger: Rua do Açougue Velho, Rua Marcos da Costa, Rua Clemente de Matos, Rua do Provedor da Fazenda, Rua Mateus de Freitas, Travessa do Inácio Castanheira, Rua João dos Ouros, Rua do Padre João de Barcelos, Rua Pedro Fernandes, Rua Alexandre de Castro, Rua do Malheiros, Rua da Quitanda dos Pretos, Rua Direita Detrás da Candelária, Rua do Oratório de N.S. da Abadia, Rua do Oratório do Sargento Mor, Caminho para a chácara dos frades de São Bento, Rua Tomé da Silva, Travessa de Lucas do Couto, Rua Sucussarará e Rua João Alfredo.
Aberta em princípios do século XVII, teve vários nomes conforme o trecho e de acordo com os proprietários de chãos. Um dos nomes mais antigos, foi o de Rua do Açougue Velho, correspondendo ao trecho vizinho da Rua São José. A denominação proveu da instalação do talho de carne verde neste local, vindo da várzea da cidade. Posteriormente o açougue foi removido para junto do “Paço de ver o peso” e daí para debaixo da Cadeia.
Em 1681, Clemente de Matos possuía diversas casas no seu trecho inicial, daí este nome. Do mesmo modo Provedor da Fazenda, Dr. Cordovil de Siqueira Melo foi proprietário nesta rua.  Os outros nomes próprios pertenceram também a proprietários.
Levou o nome dos oratórios por conta de um que havia na esquina da rua com a Rua do Rosário e de outro que havia na esquina com a Rua de São Pedro (oratórios dos Passos, do Sargento Mor.
Somente depois de 1686 passou a ter o nome que conserva até hoje, quando se transferiu a quitanda velha ou dos pretos, das proximidades da igreja da Cruz dos Militares, na antiga Rua Direita, para as imediações da Rua da Alfândega.
Entretanto, chamou-se, até princípios do século XIX, de Rua Sucussarará, o trecho entre as ruas do Ouvidor e Sete de Setembro. A origem do nome é anedótica: Mello Morais conta que um médico inglês, especialista em hemorroidas, dizia para os seus doentes, num português estropiado: “O seu cu sarará”...
Em 1888 foi alterada a denominação para Rua João Alfredo, em homenagem ao Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira, chefe do Gabinete da Abolição. Em 1892, por resolução da Intendência Municipal, foi restabelecida a antiga denominação tradicional de Rua da Quitanda, confirmada pelo Dec. 1165 de 31/10/1917.

29 comentários:

  1. Tenho certeza absoluta que o Ceará,indivíduo, entende muito mais do Sucussarara que o citado médico inglês..De que ano seriam as fotos.Muito boa postagem e ótima aula.

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    1. Mestre, lá no Ceará tem médico que morre de fome. Sabe quais são? é isso mesmo, pensou e acertou na mosca. Não esqueça que estamos no dezembro azul. Já foi lá no homem e se ajoelhou, ou melhor ficou naquela posição ridícula? Não doi nada...vc.vai gostar.

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  2. Caramba iria morrer sem saber dessa história.

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  3. Mestre Belletti poderá confirmar mas acho que esta rua necessitará de tratamento para crise de identidade.
    Os postes são lindos. Lembro do Banco Irmãos Guimarães, o BIG.Dava para tirar uma grana no banco e atravessar a rua para comprar um bilhete da loteria do Sweepstake.

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  4. Estou curioso.Esta esquina seria com a Rua do Rosário?Ouvidor?***Plinio,pelo que se apresenta nem 20 anos de psicoterapia recheada de Escitalopram iria resolver esta parada.De fato,um grande espanto!!!

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  5. São ruas muito estreitas.Antigamente já eram inadequadas.A demolição desses quarteirões seria muito bom para oxigenar a região.São focos de incêndio e de insetos que não tem manutenção.Se a Primeiro de Março fosse alargada e as ruas da Alfândega e Buenos Aires fossem unidas em uma só,fazendo uma grande avenida o centro seria bem mais acessível.

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    1. A Demolidora Cerqueira está de volta? A figura propõe a demolição das igrejas da Primeiro de Março. Era só o que faltava. Deve ser colega daquele energúmeno que anda sumido. Ou o próprio com outro apelido.

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    2. Anônimo de araque,vc pediu e aqui estou eu,mandando boas vindas ao parceiro aí de cima,que efetivamente tem boas idéias. Saudades aqui anônimo, no nome do blog.Em tempo:favorável a novas idéias, sou Do Contra.

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    3. Seja quem for o Anônimo tem o meu apoio. O diabo quando não comparece manda o secretário. Não existem diferenças. São duas "malas".

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  6. Também gostei da aula, das luminárias suspensas e da qualidade das fotos. A foto na chuva ficou espetacular. A foto dos carros mostra dois raros modelos 1942: Chevrolet, Táxi, caolho, e, em seguida um Plymouth, com um elegantíssimo parassol de meio metro. A seu lado um Dodge 1946 e, mais atrás, um Chevrolet 1951-52 Fleetline, de cor clara.

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  7. Além da divertida origem do seu antigo nome, como também nos ensina Brasil Gerson em seu livro "História das Ruas do Rio de Janeiro, essa conhecida via do centro ficou conhecida pelos seu bares e restaurantes frequentados por celebridades da música e das letras. A mim também se tornou grata não apenas por ter sido um trajeto de infindáveis idas e vindas pelo coração da cidade mas por uma situação vivida pouco tempo depois de ir para o Castelo.

    Corria uma das tradicionais peladas da região, provável herdeira da mais antiga do centro (Morro do Castelo), quando alguém comentou que um tal de Carlinhos da Quitanda não apareceu para jogar. Terminada a partida, curioso em conhecer o comércio da região, perguntei a um morador onde ficava a quitanda local, considerando que o açougue e a padaria eram conhecidas. O jovem ficou surpreso com a pergunta, logo afirmando que não conhecia nenhuma quitanda na região. Se eu quisesse comprar os típicos produtos desse comércio teria que ir à Lapa. Mas como? E o tal Carlinhos da Quitanda? Simples, disse o rapaz. Era um jovem cuja família morava na rua da Quitanda em um edifício onde o pai era o zelador. Assim como vários outros em que os pais eram porteiros ou zeladores de prédios na região do Castelo. Assim havia Fulano da Churchil, Beltrano da México, Cicrano da Graça Aranha, e assim por diante, e até as famílias de zeladores dos consulados e da ABL. E ainda havia algumas curiosidades como a família do administrador que morava no prédio do SESC (ou SESI), na r. Santa Luzia, cujo pai foi técnico de um time inteiro de futebol de salão, mais reservas, todos da mesma família. Mais tarde alguns componentes dessa equipe passaram a jogar pelo clube oficial da Esplanada do Castelo.

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  8. Bom dia a todos. Hoje temos duas fotos e um texto com detalhamento dos nomes de uma das ruas mais tradicionais do centro da cidade. Podemos ver na foto 2 que as Tias Alcyone (A Desaparecida) e Nalu, já por lá passeavam na época. Acho que o médico Inglês, estaria milionário nos dias de hoje, inclusive teria um hospital ao invés de um consultório, com o enorme número de boiolas que a cada dia mais aumenta na cidade. Principalmente dizendo a sua mensagem ao final da consulta.

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  9. Bom dia. Fotos excelentes e gostaria de mencionar o poste à esquerda da primeira foto. Era largo e tinha um ruído constante em função dos ventiladores. Era para escoar o ar quente dos transformadores subterrâneos da Light, quais eram chamados de "volts". O ar saia pelos respiradouros que podem ser vistos no alto e à meia altura.

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  10. Boa tarde a todos.
    A primeira foto é muito bonita.
    Talvez em um dia de feriado ou em um domingo de chuva.
    Uma das ruas mais importantes dessa cidade e que poucos conhecem da História.
    O que seria "Carne Verde" descrita no texto?

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  11. No sentido genérico o termo "carne verde" pode se referir a todo tipo de carne, seja bovina, suína ou caprina que é fresca porque o animal foi abatido há pouco tempo. Todavia, há também o conceito de que é aquela originária de animal de corte criado a campo, no pasto, longe de alimentação especial. A ligação do termo com a carne suína surgiu no tempo das colônias quando havia muita dificuldade de se obter uma carne bovina de animal abatido recentemente. Daí surgiram as pequenas criações e a preferência pelo consumo da carne suína, hábito que se estendeu por todas as camadas da população, e o surgimento das casas de abate(açougues) especializadas.

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  12. Na quitanda número 48, funcionaram as Lojas Nocar, onde se encontravam materiais mais sofisticados , a um preço altíssimo.Por isto era chamada de NOCAR EIRAS.

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  13. Os melindres e as picuinhas acabaram por desviar o foco do assunto que é a rua do Ouvidor.Não sou Do Contra mas não gosto de construções velhas.A cidade precisa oxigenar diversas regiões,demolindo pocilgas e pardieiros.Não é só o centro da cidade que está velho.Gloria,Flamengo,e Copacabana,precisam de um bota abaixo urgente,principalmente a região do Lido!Edifícios do tempo de Dom Joao Charuto!De tão velhos tem até um mini senzala no terraço,fossas ao invés de esgoto,e depósitos de lenha para os fogões já que não existe gás encanado.Sem contar com o trottoir à porta,os arrastões na porta,e os menores de rua.É preciso fazer da praça do Lido uma grande esplanada...

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    1. É a reação típica das pessoas que não tem base cultural ou sensibilidade para a preservação dos verdadeiros bens culturais. Então aqui cabe uma velha e surrada questão: O que esses tipos fazem visitando blogs como esse a não ser para aporrinhar seus frequentadores? Gostaria de estender o comentário sobre essa figura mas certamente estaria sujeito à tesoura da censura.

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    2. Do Contra não gosta de melindre e picuinha.Assim como não gosta de velharia , bagunça,esculhambação e sujeira.Só me manifesto quando vejo que o bolor toma conta do ambiente,deixando de lado as belas coisas da nossa cidade.Este sítio nunca exaltou porcarias e mostra o que existiu na Cidade,de varias formas.E tenho o direito de não gostar daquele lixo que era o Morro do Castelo,por exemplo.Hoje apareceu outro comentarista com novas idéias e avaliações.Felizmente seus comentários não foram vetados e logo foram motivo de crítica por parte de viuvas´que estão sempre querendo cercear o pensamento alheio.Fala bem o comentarista supra sobre mazelas que enxerga no centro e outros bairros.Muito democrático.Eu gosto de democracia,embora continue sendo Do Contra.

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    3. Respeito a opinião de APG porém creio que ao carioca falta memória histórica, talvez um pouco em função das várias demolições que ocorrem em nome da "modernidade" entre 1902 e 1906. Temos prédios magníficos que foram demolidos, a exemplo do Palácio Monroe em 1975. Economicamente também não é muito eficiente; veja, Florença na Itália recebeu 24.8 milhões de turistas em 2016 com receita de 3.1 bilhões de Euros. O que existe lá? arquitetura. A Itália fatura em média 4.5 bilhões de Euros mensais com o turismo. Tenho o maior respeito pelos prédios e arquitetura antiga, até um antigo pequeno sobrado do centro pode dizer muito sobre nossa história. Ou seja, compõe nossa memória, não é? é.

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    4. Entusiasta do Morro do Castelo.20 de dezembro de 2017 às 19:17

      Estou com o Amaro e não abro !

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    5. Você deve ser bem novinho ne! Quando ficar velho.....

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  14. Realmente ficou muito boa a foto 1. Rua vazia, em um domingo ou feriado, com chuva. Merece concorrer a uma vaga em galeria de arte.
    E é a esquina com Rua do Ouvidor sim, conforme podemos ver no site de fotos de rua, com data do início desse ano. O prédio do citado BIG atualmente é do Itaú e está totalmente modificado. A casa lotérica perdeu a "maquiagem" mais moderna e voltou ao passado, assim como a loja de roupas. A torre de ventilação continua lá, sem alguns pequenos detalhes, que talvez não sejam suficientes para um jogo dos 7 erros.
    E o boeiro sem tampão, o que me deixaria preocupado, agora está devidamente tampado.

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  15. E o condenado cujo nome praticamente virou sinônimo de corrupção só agora pode virar um presidiário. Depois de quase meio século de atuações suspeitas na vida pública.
    Mas ainda vai apelar para a senhora dos votos minervas.

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  16. Olá, estou escrevendo uma tese e meu objeto de pesquisa trabalhou algum tempo na Rua da Quitanda. Gostaria de abrir um contato com você, para conhecer melhor essas histórias e as devidas referências bibliográficas, que precisarei para corroborar. Aguardo

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