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sábado, 23 de dezembro de 2017

DEZEMBRO



 
De repente é dezembro!
Às vésperas de mais um Natal, as fotos relembram a chegada de Papai Noel ao Largo da Carioca por conta das festividades de Natal em 1954 e, também, as decorações natalinas de 1969 na Av. Rio Branco e na Av. N.S. de Copacabana. Hoje em dia acho que já não existem.
Este mês de dezembro temos as famigeradas "caixinhas" e "livros de ouro": do porteiro, do faxineiro, do lavador de carros, do frentista, do manobrista do estacionamento, do atendente do bar, do jornaleiro, do entregador de jornal, do entregador de revista, do carteiro, do lixeiro, do atendente do vestiário no clube, dos guardadores de carro, do garçon habitual, do vigia noturno e por aí vai.
Não há 13º salário que consiga pagar todas essas despesas. Além do trânsito infernal, das lojas entupidas, das compras de última hora, há ainda as festinhas das empresas e o tenebroso "amigo oculto". De bom, os almoços e jantares com ex-colegas de colégio e de faculdade, com companheiros do clube e da praia.
E tudo isto é preparação para a véspera de Natal, quando acontece o famoso jantar familiar, onde as crianças ficam enlouquecidas esperando os presentes, a sogra retardando a entrega para que a "galera" adolescente não vá logo para a "night", um calor infernal pois o ar-condicionado não dá vazão face à multidão familiar, a comida inteiramente de acordo com a tradição européia e "perfeitamente adequada" à temperatura do Rio, e, um caso à parte, os cunhados "malas", que acabam por estragar toda a noite.
Mas o pior ainda está por vir: o almoço do dia seguinte, com o "enterro dos ossos" e todo mundo reunido novamente, com cara de ressaca por conta dos excessos da noite anterior.
Dezembro é uma maravilha!
Na foto com o Papai Noel o helicóptero é um Bell 47, que foi o primeiro helicóptero fabricado para uso civil. Foi lançado em 1946 e tinha um motor Lycoming de 200 hp.
Ainda por conta de dezembro, lembra meu amigo Odone, que só ganhava diploma de pai-herói quem levava seu filhinho para ver Papai Noel no Maracanã (não sei se o Papai Noel acabou ou foi o Maracanã...). Era assim: antes do clímax, milhares de puxa-sacos da Xuxa se apresentam numa sequência abominável de mediocridades. As horas se passam e nada do Papai Noel chegar. As crianças, a princípio felizes e com grande expectativa, começam a ficar irritadas e impacientes. Não há mais lugar para sentar. O calor é senegalês, ou carioquês, como se diz no Senegal. Não há como levar as crianças para fazer xixi porque senão elas perdem o lugar, então elas começam a se aliviar ali mesmo. É fácil reconhecer: elas ficam subitamente quietinhas e os olhinhos ficam virados pra cima e pro lado, como se quisessem disfarçar. E o xixi rola arquibancada abaixo se juntando a outros afluentes numa cascata de espuma. Quando Papai Noel chega as crianças já estão chorando e com fome. Você jura nunca mais cair nesta furada, arrasta os “pentelhos” e os leva pra casa cansado, mas orgulhoso do seu diploma de Pai-Herói...
Alguém já contou que este Papai Noel descendo do helicóptero chamava-se Sérgio. A idéia de sua presença percorrendo depois as ruas do Rio de Janeiro foi de dois homens: Eugênio Severiano de Magalhães Castro, proprietário de uma importadora de cartões comemorativos e de folhinhas (inclusive a que trazia Marylin Monroe) por contrato firmado com a gráfica Brow&Bigelow, dos Estados Unidos, e o Walter Poyares, diretor comercial de O Globo naquela ocasião. Foram eles também os idealizadores da árvore de Natal, na Cinelândia, que deu origem àquela da Lagoa que, para gáudio de boa parte dos cariocas, não foi montada este ano.

28 comentários:

  1. Fui uma ou duas vezes ao Maracanã ver o Noel. No Largo da Carioca, que seria muito mais fácil, nunca soube. Na foto da Avenida Rio Branco decorada com anjos trombeteiros, um Chevrolet 1958 se impõe com seu motor V-8, identificado pelo largo V acima da grade, apesar de já ser pelo menos 1967, visto que só então o que parece ser um desfocado Opel Kadett começou a ser vendido por aqui.

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  2. O mês de dezembro só é bom porque é o mês do meu aniversario.
    Quanto a arvore de Natal na Lagoa ,ainda bem que não foi montada pois era um estorvo para o transito.

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  3. Diante do exposto, fica a pergunta: Será que o "aniversariante e dono da festa" está de acordo? Tanto fausto, luxo, presentes, negócios, etc, eram desnecessários para ele, que andava de sandálias, dormia ao relento, e faz milagres incríveis. Reflitam...

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  4. Não sei precisar quantas vezes o helicóptero Bell 47 levou o Papai Noel a pousar no Largo da Carioca mas pelo menos uma vez eu estava assistindo de uma das janelas do desaparecido Hotel Avenida. Coincidência ou não, meu pai estava visitando um amigo conterrâneo que veio a negócios no mesmo dia do evento e eu estava junto. Essa foto, de 1954, foi postada no anterior fotoblog em 27/12/2015. Três dias depois da postagem um comentarista de nome Nelson fez o seguinte registro: "Muito orgulho. Esse Papai Noel é meu tio-avô. Antonio Rodrigues, irmão de minha falecida avó paterna. Foi recebido por dois Papas e tenho aqui o seu báculo e seu diploma original de Papai Noel oficial do Brasil dado por Juscelino."

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    1. Repórter investigativo23 de dezembro de 2017 às 13:01

      Ótima memória! Parabéns!
      Lembrei também de um Nelson. O Rodrigues, mais ainda, do seu óbvio ululante, magistral, que registra com fidelíssima idoneidade prolixos comentários contrários aos alguns seus.
      Curiosidade: E o retrato? É o Percival sem bigode? Ele o tirou em um programa de televisão. É a capa do seu livro.









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    2. Com as esperanças dos brasileiros se esvaindo nesses tempos difíceis, enquanto muitos estão envolvidos em longas preces para que os males nacionais sejam dissipados, outros ainda estão "nos tempos de Juscelino" e ainda por cima aparentados com o "bom velhinho". Faz sentido. Feliz Natal.

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  5. Essa gostosa tradição natalina está prestes a desaparecer no Brasil, bem como outras tradições de cunho religioso e familiar graças ao diuturno trabalho que está sendo implemtado por artistas, políticos, mídia, e pelo poder público e que é impregnado fortemente pelas teorias de Antonio Gramsci, notório "pensador" italiano morto em 1937.

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    1. Não entendi.Teoria de Antonio Gransi?

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    2. Repórter investigativo23 de dezembro de 2017 às 13:16

      Leitor
      Capa do livro: Compare:

      http://www.seborsraridades.com.br/autopsia-do-medo-percival-de-souza

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    3. Não entendi a intenção do Repórter. Na capa do livro está a foto do personagem do livro, o Delegado Fleury. É diferente da que aparece junto ao comentário de 10:22?

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  6. O fato de não existirem mais ornamentações de Natal sou totalmente de acordo, pois fica coerente para uma país que se diz laico.

    A parte do texto do "Pai-Herói" está impagável.

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  7. Pois é,conquistar este diploma de Pai-Heroi é mesmo um espanto!!!
    O texto não fica fora de hora,exceto pela mudança nesta chegada de Papai Noel,que ao que indica não mais existe.Aliás hoje o Papai Noel deveria ser recebido pela Ludmila e a musica seria um Funk ao gosto do Joel.Dificil saber qual o pedágio mais caro.Daqui uns minutos vou iniciar os trabalhos com uma cerva,pois desisti de ficar controlando a circunferência abdominal.Outro espanto!!!

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  8. Me lembro bem da decoração natalina da Av. Copacabana. Na segunda foto, qual é a esquina? Não deu pra ler o pirulito.

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  9. Faltou descrever as festas das empresas com todos funcionários reunidos, gente passando da conta na bebida, um festival de vestidos de mau gosto, as pretensas intimidades dos funcionários com os diretores, muita gente pagando mico e chegando no escritório no dia seguinte totalmente envergonhado.

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    1. É verdade, muito bem lembrado. Festas de Natal de grandes empresas, lá pelo meio das festividades, alguns vice-presidentes, diretores e secretárias começavam a desaparecer. Na semana seguinte começavam as fofocas com detalhes sobre quem não desempenhou, quem tinha grande, pequeno, etc, tremenda baixaria. Não resta dúvida sobre a razão das secretárias serem tão poderosas, os meninos não aprendem.

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    2. Pois é,até neste quesito,Ceará,individuo,é um sábio.Na Calango as secretárias são substituídas por secretários.Questão de gênero...

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    3. Tia Nalu me ensinou que Papai Noel é bem jovem.Nasceu em Brasilia e nunca colocou as barbas de molho.E adora presentes.

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    4. Tia Nalu tem um Papai Noel exótico. É chamado sapo barbudo.

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    5. Peralta, o implicante, e Pequetito vão ganhar um saco de carvão e uma vara de marmelo neste Natal.

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  10.    Esta data do nascimento de Cristo foi criada arbitrariamente para concorrer com a festa do Sol invicto. Por volta do dia 21 e 22 de dezembro há o solstício de inverno no hemisfério norte, a noite mais longa do ano. A partir desta data o Sol vai subindo aos céus. Havia festas para marcar a data.

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  11. Boa tarde a todos!
    Aqui pelas bandas de Santo antônio de Pádua e Miracema ainda há enfeites nas praças, até bem bonitos. Apesar da presença do barbudo de camisa vermelha (calma, calma, é o Papai Noel!) mantiveram o presépio e os anjinhos de trombeta.
    Aproveito para desejar a todos um excelente Natal e um magnífico Ano Novo (sim, exagerei um pouco, mas é para dar um certo desconto).
    Boas Festas!!!

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  12. Boa tarde a todos.
    Faz parte de outros tempos as fotos de hoje.
    Não mais há de tais lembranças como as de cima.
    O Largo da Carioca? Passei por hoje lá e só vi além dos passantes e camelôs, vi mendigos e vadios.
    A Árvore da Cinelândia? Não mais há. Mas há turistas, pedestres, VLT, mendigos, vadios e foras da lei caminhando por lá.
    A Árvore da Lagoa? Também não mais há. Acredito que seja o segundo ano sem.
    Enfeites da Avenida Rio Branco? Também não mais há. Já nem me lembro mais quando foi a ultima vez que vi enfeites de Natal na Rio Branco e nem de Carnaval também não tem mais.
    Chegada do Papai Noel no Maracanã? Acredito de que a ultima foi nos anos 90.
    Enfim... tudo mudado.

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  13. Luiz. Quero avisá-lo se por algum momento você, como gestor deste espaço, sentir da necessidade de excluir de meus comentários ou até se necessário for pedir para que eu não comente mais, por favor avise-me.
    Desde o princípio quando começou adotar desse método, eu nunca fui contra pois entendo de que o comando é seu e por direito e dever tem da autoridade em decidir o que pode ou não ser publicado aqui.
    O que não aceito é que certos idiotas travestidos de intelectuais venham a ditar ordens em um espaço do qual não tem autoridade para tanto e que constantemente vive querendo arrotar superioridade a todos que comentam aqui e que não comungam com a forma como essa figura vê das coisas.
    Justamente de quem deveria partir do exemplo de democracia, está sempre sendo autoritário com a maioria das pessoas que vem aqui, inclusive desrespeitando a sua pessoa Luiz como administrador dessa "casa".
    Sinta-se a vontade de hoje em diante de excluir de meus comentários se assim o senhor desejar.
    Tenha um bom Natal.

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  14. Tem gente aqui com muita imaginação. Vendo chifre em cabeça de cavalo.

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  15. Gostei do comentário do Wolfgang e acredito que deva continuar colocando suas opiniões em aberto.Cabe ao administrador colocar ou não vetos,embora seja a vontade de outros.Alguém já colocou a carapuça e com louvor.

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  16. A verdade é que Wolfgang não é o primeiro a ser "assediado" neste sítio por figuras supostamente adeptas de regimes democráticos mas que não passam de "títeres domésticos". "Poderosos por se suporem "Gilmares da vida", não imaginam que não os únicos que podem ser extremamente mordazes e acabam feridos com o próprio veneno. Lembram "generais de pijama" que lutaram em hipotéticas "batalhas sangrentas", mas ao primeiro grito da mulher, acabam perdendo a língua.

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  17. Um Feliz Natal a todos..... E com muita PAZ!

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