Total de visualizações de página

segunda-feira, 29 de junho de 2020

PEDREIRAS 1



O nosso ilustre, veterano e excelente colaborador Carlos Ponce de Leon de Paiva conseguiu uma série estupenda de fotos sobre as pedreiras do Rio.

Comenta ele que “O Rio de Janeiro foi privilegiado pela natureza por dispor de grande quantidade de montanhas com granito de boa qualidade que, desde os tempos coloniais, abasteciam as construções assim como as obras de urbanização da cidade.
Inicialmente as pedreiras, preferencialmente, eram próximas do Centro, devido à facilidade de transporte. Com o tempo outras pedreiras foram exploradas em áreas mais distantes, inclusive subúrbios.
Na Zona Sul as principais foram a do Morro da Viúva e a do Catete. Todas as pedras usadas na construção da Av. Beira-Mar e da maioria dos palácios da cidade vieram destas pedreiras. Outra pedreira importante foi a da Rua Assunção em Botafogo.
As fotos mostrarão as pedreiras antigas e como elas acabavam enfeando a paisagem.
Com o crescimento da cidade, principalmente na Zona Sul, elas foram fechando e, as que restaram, ficaram na área suburbana.”

Vou procurar complementar os comentários e fotos do Carlos com alguma coisa do meu arquivo. Desta forma, a partir de hoje falaremos das pedreiras carioca.

P. Pamplona e I. Motta contam que os morros do Rio são compostos de gnaisse facoidal, rocha metamórfica originada geralmente do granito, com milhões de anos de idade. Outro trabalho interessante sobre o assunto foi o de S. Almeida e R. Porto, do qual apresentarei também informações.

Hoje começaremos com um mapa das pedreiras do Rio e com uma foto da pedreira da Rua Cinco de Julho, em Copacabana.

Esta rua, que vai da Constante Ramos até a Santa Clara, teve o nome de Rua Hermesília até 1931. O nome era em homenagem à filha de Guerra Ramos, proprietário das terras onde foi aberta a rua. Em 1931 foi alterada a denominação para Rua Cinco de Julho, em homenagem ao levante da guarnição do Forte de Copacabana em 1922 (a Epopeia dos Dezoito do Forte).

À esquerda da pedreira podemos ver o enorme prédio da Maternidade Arnaldo de Moraes, que fica na Travessa Frederico Pamplona, uma transversal da Rua Pompeu Loureiro. Foi inaugurada em 10 de abril de 1938. Hoje abriga o Hospital São Lucas.
Podemos observar ainda, à direita, que a Rua Tonelero termina logo após a Santa Clara (ainda não havia o túnel Major Rubens Vaz que seria construído nos anos 60 unindo a Rua Tonelero com a Rua Pompeu Loureiro). No canto direito, a área escura é o Bairro Peixoto.

A marca vermelha mostra o local de minha casa em Copacabana cuja foto já apareceu por aqui.

8 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Acompanharei esta série para aprender mais e mais. Em Cascadura existe a Rua da Pedreira. O próprio nome do bairro remete à dureza das pedras da região.

    ResponderExcluir
  2. Duas grandes pedreiras da Zona Oeste foram desativadas: a de Senador Camará, que parou mais ou menos na época que a fábrica de produtos de amianto Brasilit, no mesmo local, também encerrou; e a pedreira de Sulacap.
    Não sei exatamente o motivo da desativação, provavelmente devido ao adensamento populacional no entorno dado ao perigo das explosões para a extração das pedras. O terreno da fábrica Brasilit transformou-se num conjunto "Minha Casa, Minha Vida"; e no local da pedreira de Sulacap hoje tem um gigantesco supermercado Carrefour.

    Fiquei pensando: quem trabalha com geologia e calcula a idade das rochas consegue acreditar no criacionismo? 🤔

    ResponderExcluir
  3. Bom dia a todos. Esta série irá trazer muita informação sobre a cidade no início do século passado. As pedreiras foram marco importante na construção da cidade. Vamos aprender.

    ResponderExcluir
  4. Os vizinhos das pedreiras é que não tinham muito sossego..Lembro que próximo ao ginásio onde estudei, tinha uma que volta e meia detonava uma dinamite,interrompendo as aulas por 5 /10 minutos.Boa foto esta de Copa.
    Como a Covid também é uma pedreira,estou pensando em reabrir a igreja dentro de 15 dias.....

    ResponderExcluir
  5. Pergunta inteligente. Apesar de ateu, seu raciocínio é correto. Como pode um criacionista entender que a Terra possui bilhões de anos e a sua formação geológica definitiva está estimada em muitos milhões de anos? Com a palavra o Renato.

    ResponderExcluir
  6. Muita pedra rolou por ação do homem na Cidade de São Sebastião e até o Morro da Urca foi "descascado" no lado da Enseada de Botafogo, provavelmente para construírem um acesso por terra até o Forte de São João. A atual Rua Marechal Cantuária e Av. são Sebastião.

    ResponderExcluir
  7. Não haveria nessa coletânea pedreiras no Centro e na zona norte? E olhe que não falta pedreiras por lá.

    ResponderExcluir