Do acervo de M. Rouen sai esta aquarela de Felisberto Ranzini.
Em destaque a casa do
comendador Conrado Jacob Niemeyer, fundador do Clube de Engenharia, na Avenida
Niemeyer, com uma vista cinematográfica.
Tempos depois neste local
foi construído o Motel VIP´s pelo empresário Inácio Loyola, que também era o
dono do Bar Bem, do Boliche King´s (depois Motel King´s – era mais lucrativo),
do Boliche Bola Branca, do El Pescador, entre outros empreendimentos.
O nome do motel veio da
inicial dos nomes dos filhos (Vera, Inácio e Pantaleão). Um deles, Inácio, montou
nos anos 60/70 uma loja de automóveis de luxo e antigos, pouco depois do Pot,
em uma casa mais antiga, que ficava em um PA mais avançado.
A casa da aquarela era
(proprietário e autor do projeto) do engenheiro militar General Alvaro Conrado
de Niemeyer e foi vendida por seus filhos no início dos anos 50, após o
falecimento da mãe, a um italiano que faliu, segundo se comentava na época, demolindo
a casa à prova de canhão 75 mm e construindo um enorme muro.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirA filha do Sr. Loyola depois ficou conhecida pela padaria em São Conrado e casamentos de animais de estimação. Virou sinônimo de "emergente". Mas posso estar enganado.
Não entendi: comendador Conrado Jacob Niemeyer e engenheiro militar general Alvaro Conrado de Niemeyer eram a mesma pessoa? Se não eram, quem era o dono da casa?
ResponderExcluirCulpa do estagiário, Helio. Erro de revisão. Já foi demitido. Vou apurar.
ResponderExcluir1) APUREI que Conrado Jacob Niemeyer nasceu em 21 de abril de 1831 e morreu em 14 de fevereiro de 1905. Foi fundador do Clube de Engenharia em 24 de dezembro de 1880. A primeira sede, na Rua da Alfândega nº 6, era a casa de Conrado Jacob Niemeyer, tesoureiro da entidade por 39 anos. Registro: a Avenida Niemeyer e o bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro, homenageiam o fundador do Clube de Engenharia.
ResponderExcluir2) APUREI que Alvaro Conrado de Niemeyer nascido em 1880, falecido em 1939, era filho do Comendador Conrado Jacob Niemeyer e Maria Fortunata da Cunha.
Evidentemente há alguma confusão nas informações do texto.
ResponderExcluirO atual bairro de São Conrado era, até o início do século XX, praticamente deserto. A região era conhecida como "Praia da Gávea", pois o morro, visto do mar pelos colonizadores, parecia uma cesta de mastro. O acesso a esta região, até aquela época, a partir da Zona Sul, era feito pela estrada da Gávea e, a partir de 1916, pela recém-inaugurada Avenida (estrada) Niemeyer.
ResponderExcluirNa década de 30 o bairro começava a interessar aos investidores. Um exemplo foi a campanha de venda da GAVELANDIA, que dizia: "O sonho que daqui a pouco será concreta realidade. GAVELANDIA, padrão simbólico da energia criadora e dinâmica da Land Investors Trust S/A. A GAVELANDIA que na visão ao alto se localiza sobre a soberba elevação mais próxima da suave orla atlântica surge glamurosamente coberta de construções em sucessivos platôs. A montanha e o mar conjugam seus fatores de beleza e salubridade para realizar o encanto do mais lindo bairro atlântico da formosa capital do Brasil".
Há hoje em dia um condomínio chamado "Jardim Gavelandia", vizinho da Casa de Retiros Anchieta, a famosa Casa dos Padres, em São Conrado, com acesso pela Rua Capuri. Segundo um morador, o vale de São Conrado é uma das regiões mais interessantes do Rio de Janeiro, inclusive superior paisagística e monumentalmente ao conjunto da Urca, e mesmo à área do Corcovado. Ali o conjunto de montanhas criou condições que nunca foram valorizadas nem exploradas do ponto de vista turístico como poderiam ter sido, ou ao menos criado um bairro melhor.
Na década de 1940 foram projetados loteamentos nas encostas próximas à Pedra da Gávea e à Pedra Bonita (chamado Jardim Pedra Bonita) de maneira a criar um bairro organizado, mas o excesso de zelo hipócrita cortou a maioria dos lotes, deixando alguns que hoje formam as ruas Iposeira e Gabriel Garcia Moreno. Impediu-se assim a criação de um bairro jardim mais bem estruturado. Se não me engano o Jardim Gavelândia é o que fica do lado da Rocinha, ruas Capuri , São Leobaldo, Santa Glafira, etc.
O Gávea Golf Club existe graças aos engenheiros ingleses da Light que resolveram criar seu clube ali, desenvolvendo um trecho do bairro civilizadamente. As prefeituras de todas as épocas cercearam as ocupações legais dos terrenos de encosta, o que daria ao menos um ambiente mais civilizado, mas permitiram criminosamente e demagogicamente as ocupações irregulares e desordenadas em vários pontos do bairro. São Conrado acabou sendo um bairro de passagem, com uma praia poluída pelo esgoto da Rocinha e com uma estrada fantasma (Estrada da Canoa), coroada com o esqueleto do fracassado Gávea Tourist Hotel. Cabe ainda mencionar a outra “estrada fantasma “, abandonada, a Estrada do Joá. Espetacular paisagem, também jogada no lixo. Enfim, parece que tudo isto faz parte do estigma misterioso que castiga o Rio de janeiro. Deve ser alguma maldição dos tamoios, os verdadeiros donos destas paragens, massacrados nestas regiões, nos séculos XVI e XVII.
Quando a Prefeitura resolveu remover as barraquinhas, o dono de cada uma ficou com o "direito" de construir um comércio estruturado, em alvenaria, no mesmo lugar. Alguns construíram (inclusive "seu" Nelson, dono do boliche "Pé-de-Vento"), e muitos venderam o "direito".
ResponderExcluirAlguns que, direta ou indiretamente, compraram estes direitos:
- O Sr. Loyola (pai da Vera Loyola), dono do Bar Bem, ficou com estes terrenos entre o Bar Bem e a Igrejinha e os terrenos entre a Igrejinha e a rua anterior. Nestes terrenos fez uma extensão do Bar Bem, que depois ganhou vida própria (não lembro o nome, mas acho que era algo "dos Pescadores") e o Bola Branca (depois Biruta).
- O Sr. Conrado Niemeyer ficou com o terreno entre a Estrada da Gávea e a R. Engº Álvaro Niemeyer. Alguns anos depois, fez ali o Top (Pot ao contrário), que virou Tochas (ou Tochas, que virou Top?)
- O Sr, Álvaro Niemeyer ficou com o terreno de esquina, logo depois da R. Engº Álvaro Niemeyer, e, logo, construiu o Pot, com um sucesso enorme.
- O Sr. Ricardo Amaral ficou com um dos terrenos pouco depois do Pot, e montou um restaurante focado em automobilismo. Tinha 2 dragsters pendurados nas paredes, e, em cima da lage, montou um cinema drive-in com carros antigos. Pagava-se a entrada e se assistia ao filme de dentro dos carros. Um dos diferenciais era que os garçons e garçonetes eram recrutados entre estudantes de nível superior.
Alguns dos terrenos das barraquinhas foram ocupados, em épocas variadas, por parquinhos de diversão, bastante toscos. O "Meu Boliche", que era o mais frequentado, e que teve a vida mais longa. Na subida da Estrada das Canoas, á direita.
ResponderExcluir- O "King´s" (do Sr. Loyola), um dos 2 boliches automáticos do Rio. Pouco depois foi fechado e transformado no Motel King's, na época em que o Sr. Loyola construiu o Vips, na Niemeyer, e percebeu que rendia muito mais que um boliche.
- O "Bola Branca", também do Sr. Loyola. Com a redução da procura por boliches, foi transformado em restaurante, com o mesmo nome, mas mantendo 2 pistas do boliche, que eram oferecidas como bônus às mesas cuja conta ultrapassasse um certo valor.
- O ACG - Automóvel Clube da Guanabara construiu um boliche completo, antes da primeira rua de São Conrado (antes do Biruta), mas que, com a falência do ACG, nunca chegou a ser inaugurado.
O "Pé-de-Vento" só veio alguns anos depois. O Sr Nelson vivia jogando no "Meu Boliche", e chegou à conclusão que era melhor transformar seu restaurante em boliche. Fez a reforma, inaugurou o boliche, e morreu de infarto, coitado.
Ricardo Amaral, pouco depois, montou o "Tobogã" e, em volta do tobogã, um parque que chamou de "Diverlândia" (a principal atração eram os karts). Lá se comiam os primeiros crêpes feitos no Rio. O sucesso foi imenso e, durante uns tempos, chegar do Leblon a São Conrado em um sábado ou domingo era coisa que demorava de 45 minutos a 1 hora e meia. Mais outro tanto para voltar.
Era comum nessa época observar nos carros plásticos no para-brisas com os dizeres "Nós já fomos à Diverlândia. A existência de muitos boliches denotam a influência norte-americana na preferência por esse tipo de lazer, hoje praticamente desaparecido. As pistas de Kart eram concorridas e ofereciam pouca ou nenhuma segurança. O tobogã também era bastante concorrido apesar do preço ser superior ao do concorrente da Lagoa. O Complexo de São Conrado oferecia uma diversão para vários gostos e era adequado à presença de famílias inteiras. Infelizmente o progresso e a imposição de uma maior mobilidade urbana determinaram a remoção do parque, que hoje em dia não encontraria terreno adequado para sua instalação nos moldes de São Conrado. A região Olímpica poderia ter condições estruturais para um grande parque mas precariedade de transporte público e a insegurança proporcionada pelas favelas da região demoveriam grandes empresários do presente que tenham um perfil de empreendedor de grande estatura empresarial para investir em empreendimento de tamanho vulto.
ExcluirNós, que morávamos lá, saíamos pelo Alto da Boa Vista (Gávea Pequena) e Dona Castorina. A primeira "tirolesa" que teve por ali, quase que bem no mesmo lugar que o tobogã, mas bem antes, foi instalada pelo Exército, para treinamento de páraquedistas. Tenho quase certeza que, de vez em quando, eles deixavam os "civis" fazerem o "exercício".
ResponderExcluirEste pessoal dos Paraquedistas fixou as estacas de uma rede de volei, um pouco afastada do local da "tirolesa". A pedido de um amigo nosso, as estacas foram instaladas em frente à R. Henrique Midosi, perto das cocheiras do Gávea Golf (que não existem mais). Virou a rede de volei da minha "turma" durante muitos anos. Mas houve mesmo uma outra "tirolesa" pela época do tobogã. Tenho a impressão que também teve uma (talvez a mesma) em uma das Feiras da Providência na Lagoa.
A casa onde cresci foi transformada em colégio. Na R. Engº Álvaro Niemeyer, com fundos para a Estrada das Canoas. Quase em frente de onde foi o Pot.
A Escola Mater começou a funcionar em 1967, voltou a ser residência em 75. Em 81, a casa, com o alvará da escola, foi vendida, e voltou a ser colégio.”
Uma verdadeira aula sobre a região.
ExcluirParabéns.
Quando pirralho adorava comer os salsichão e o churrasquinho no Pot, e depois na adolescência era doido nos karts e joguei bola algumas vezes no Itanhangá.
ResponderExcluirSempre admirei a sua beleza mas nunca fui a praia em São Conrado.
Nota-se que a expressão "Bola Branca" era corriqueira nos anos 60 para expressar aprovação, júbilo, satisfação. Tomou grande vulto quando Ibrahim Sued a popularizou em sua coluna e no programa diário que fazia na Globo após o Jornal de Vanguarda.
ResponderExcluirConcordo com meu xará de cima foi uma verdadeira aula..... de usar o CtrC-CtrV.........http://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2017/10/sao-conrado.html
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